segunda-feira, 2 de julho de 2018

CONTAS SAUDÁVEIS

DOMINGOS SOARES DE OLIVEIRA

Numa entrevista concedida ao Jornal de Negócios, Domingos Soares de Oliveira, administrador-executivo da Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, explicou como têm funcionado os empréstimos obrigacionistas do Clube e por que razão são um sucesso de forma sucessiva.


“O facto de o Benfica estar a apresentar resultados todos os anos consecutivamente positivos, o facto de ter sempre cumprido escrupulosamente as emissões, tanto a nível obrigacionista como de empréstimos, leva a que as pessoas tenham muita confiança nas nossas emissões”, salientou.

E acrescentou revelando que há investidores no Benfica que não são necessariamente adeptos das águias, apesar de considerar os Benfiquistas uma falange maioritária.

As emissões feitas pelo Benfica não são só procuradas por investidores Benfiquistas, mas também por investidores com outro clube no coração, mas que veem que este é um investimento de confiança”, sublinhou.

Para Domingos Soares de Oliveira, isto acontece porque “a situação do Benfica é analisada per si, independentemente dos pontos fortes ou dos pontos menos fortes que as outras SAD possam ter”.

Não tem havido a necessidade de aumentarmos as emissões obrigacionistas porque também não temos tido necessidades adicionais do ponto de vista de financiamento. Na prática, o Benfica de há quatro, cinco anos a esta parte não faz emissões de dívida que resultem num aumento do valor total em dívida”, explicou.

Domingos Soares de Oliveira

Administrador da SAD benfiquista acredita que banca vai regressar ao futebol


Domingos Soares de Oliveira acredita que a banca vai voltar a conceder créditos aos clubes de futebol, mas não deixou de apresentar a realidade encarnada em que a dívida é praticamente inexistente.

Nós hoje praticamente não temos dívida à banca em Portugal. É possível, para um clube como o Benfica que já não tem dívida, a banca portuguesa abrir, aqui e ali, algumas linhas [de crédito], mas muito limitadas. Portanto, a nossa opção no imediato é não recorrer a financiamento adicional na banca portuguesa, por dificuldades deles e por ausência de necessidade da nossa parte”, começou por esclarecer.

Mas, ainda assim, acredita “que isso vai mudar”. “Acredito que, dentro de, talvez, um ou dois anos, quando os bancos tiverem resolvido os seus problemas possam regressar. Creio que o caminho seguido neste momento é positivo. Quando os bancos ganharem outra vez confiança no setor, não com a entidade Benfica, porque com a entidade Benfica nunca houve qualquer problema, sempre cumprimos o nosso serviço da dívida, sem qualquer exceção, vai ser possível outra vez fazer operações com a banca portuguesa”, observou.

E a relação do Benfica com o seu passivo? Domingos Soares de Oliveira explica: “Nós vamos sempre manter a trajetória de redução do passivo. O que impacta mais no segundo semestre é uma redução do passivo bancário, não tanto uma redução do passivo total. Porque o passivo bancário, por força de termos dado o contrato da NOS como garantia, permitiu-nos praticamente pôr o passivo bancário a zero. Enfim, não é zero, mas é um valor marginal. Por contrapartida de proveitos diferidos, que também entram no passivo. Não haverá uma redução drástica, haverá uma redução do passivo sujeito a encargos financeiros, não na vertente obrigacionista, mas na vertente bancária.”

Texto: Marco Rebelo

Fotos: Arquivo / SL Benfica

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