quarta-feira, 29 de abril de 2009

NOTAS BENFIQUISTAS

Um campeão também se faz de “ajudas boas”…

António Pedro Ferreira analisa no Diário de Notícias o jogo Académica-FC do Porto, sob o título:

«Um campeão também se faz de dias maus»

Desconfio de que o cronista não tinha a noção exacta e a presciência da manifesta verdade do título da sua crónica. Tem sido efectivamente assim, de forma continuada, desusada e suspicaz que, de há longos anos para cá, se faz do FC do Porto “campeão”. Tal e qual como o que se passou no Municipal de Coimbra!

O “campeão” do cronista faz-se de «dias maus» porque beneficia simultaneamente de ajudas boas! Ajudas boas que o salvam no desenrolar do seu próprio jogo, bem como ajudas boas que recebe de jogos do outro rival, o Benfica! O que significa ter havido ajudas más para este último
Em Coimbra, um penalty descaradíssimo que Benquerença não marcou porque não quis, porque cumpria o seu desígnio, contribuindo para a tremenda e suja suspeição que grassa neste pobre futebol português. Dizer-se que não seria por um eventual golo resultante da transformação do penalty indiscutível que o FC Porto perderia é uma falácia. As regras são para cumprir e quem as desrespeita de forma tão visível, indiscutível e consciente só pode estar a contribuir para o lamaçal de suspeição que nenhuma tentativa de branqueamento consegue apagar.
Ninguém é adivinho para poder afirmar com segurança como se desenrolaria o jogo, esse ou outro do género, a partir da marcação desse penalty que normalmente se traduz em golo. Não são muitos destes cronistas que dizem ser o golo o tónico por excelência dos jogadores?

Só durante esta época desportiva, os exemplos são imensos e flagrantes. Enumeremos só alguns.
Um outro dos «dias maus» do FC Porto foi o do encontro com o Rio-Ave. Teve a boa ajuda de um penalty preparado pelo árbitro do encontro e da validação de um golo irregular, a 4 minutos dos 90, porque precedido de falta grosseira. E quem ousou protestar contra mais esta sujeira, foi logo publicamente ameaçado e maltratado pela ousadia de remexer na porcaria! Só enfia a carapuça quem sente o rebate de consciência para a enfiar.
Mas o FC Porto, o tal “campeão” dos «dias maus», estava a ter outro dia mau, ou mesmo um dia péssimo porque estava seriamente em risco a sua liderança, no jogo contra o Benfica! E mais uma vez foi salvo pela boa ajuda do árbitro Proença e a consequente ajuda má para o seu rival. E não se sabe se em Braga o FC Porto também teria mais um dos seus «dias maus» porque o árbitro, um madrugador de solicitude, logo prestou a ajuda boa da validação do golo nascido de um fora de jogo ostensivo, combinada com o perdoar de dois penalties ao longo da partida. Foi um aniversário de presentes nesse dia, pelo que, com toda a evidência, esse não foi um dos «dias maus» para o dito “campeão” mas um dia de festa, feita de óptimas e providenciais ajudas a preceito!

O candidato rival – o Sporting não conta porque está há muito bem domesticado para ser apenas segundo e não ousa desrespeitar o amo – teve certamente muitos «dias maus». Muitos «dias maus» porque não teve ajudas boas e, bem pior do que isso, porque teve imensas más ajudas.
Aliás, não fossem as más ajudas e os «dias maus» nem sequer teriam sido maus, mesmo sem precisar para coisíssima nenhuma de ajudas boas. Bastava que os árbitros tivessem sido isentos e cumprido a missão que lhes foi presumidamente confiada, o que, na podridão do futebol português em que eles próprios se enlamearam, é como sonhar que Pinto da Costa nunca recebeu árbitros na véspera dos jogos do “campeão” do cronista e com eles bebeu refastelado uns cafezinhos!
Tivessem esses árbitros validado, como deviam, os golos legais marcados ao Leixões, em Matosinhos, ao Vitória de Setúbal e ao Nacional, na Luz, assinalado igualmente os penalties claríssimos que ficaram por marcar contra o Rio Ave, em Vila do Conde, e contra o Belenenses (dois), no Restelo e o citado “campeão” talvez o não fosse assim tanto!
Mesmo no jogo da Luz com a Académica, em dia que não foi assim tão mau, encarregou-se o árbitro desse trabalhinho sujo, de o tornar, não digo num dos «dias maus», mas num dia péssimo! Péssimo para o Benfica, óptimo para o tal “campeão”. De facto, essa arbitragem marcou um fora de jogo de golo feito, anulou um golo legal punindo a vítima – o jogador do Benfica, claro – e premiando o prevaricador, e esquecendo-se de marcar outro penalty incontestável contra os “estudantes”. Foi muita ajuda má ao mesmo tempo! Má para o Benfica e mais uma ajuda óptima para o dito “campeão” do cronista.
Aliás, ainda bem recentemente, o árbitro do Benfica-Marítimo se esforçou bastante para que esta última equipa conseguisse ao menos o empate, assinalando mais um penalty fantasma. Era certamente uma sua arreigada intenção inconsciente – as lavagens ao cérebro, com fruta, cafezinhos, envelopes e avisos de amiguinhos, tornam a persistente e deslavada execução da trapaça ao Benfica numa coisa meramente autómata – um desempenho do aviso que recebera e da fruta que o esperava.
Mais uma ajudinha ao “campeão” dos «dias maus» das que o cronista faz de conta que desconhece.

De facto, assim se tem feito daquele clube um “campeão”, desde há três décadas, aproximadamente!
Um “campeão” de «dias maus» e ajudas boas, quer as de que beneficia directamente, quer em particular as que derivam das más ajudas prestadas ao seu rival.
Sem um tal ensaio, combinado com todos os pormenores e benefícios, o cronista talvez conseguisse perceber que o seu “campeão” seria muitas vezes apenas um “campeão virtual” a ver o campeonato real apenas por um canudo! Nem precisava, para isso, de que os árbitros receitassem ao seu “campeão” umas ajudas más. Bastava que se abstivessem de lhe receitar as boas ajudas com que constantemente o presenteiam, em casa própria e na do adversário rival, aqui através da receita das más ajudas, bem seleccionadas no tempo e no espaço.

Vida e morte estão tão próximas que basta uma pequena boa ajuda, combinada com uma, mesmo que pequena, má ajuda do rival, para colocar cada um no seu destino. À beira do precipício, uma mão estendida ou um pequeno sopro fazem toda a diferença.

«Dias maus» com “ajudas boas” contra «dias maus» e “ajudas más” faz do primeiro um “campeão” sem esforço mas com batotice grosseira. Um “campeão” fabricado por encomenda, um “campeão” predeterminado, um “campeão” engendrado na corrupção desportiva. Ou, preferindo-se, como opinava sobre o mesmo Académica-FC Porto um comentador bem experiente e, caso curioso, que não morre de amores pelo Benfica, um “campeão” no meio de uma tremenda suspeição.

Durante esta época futebolística, então, o FC Porto não tem sido levado ao colo pelos árbitros. Os fogueteiros, fogaceiros e mordomeiros capricharam! O FC do Porto não tem sido levado ao colo, tem sido carregado num andor bem enfeitado de promessas, presentes e fanfarras, em procissão laudatória abrilhantada por um festival de boas e fartas ajudas, directas e indirectas, estas em muito mais abundância através das más ajudas ao Benfica que o têm prejudicado à descarada pela podre arbitragem nacional que perdeu de todo qualquer resquício de vergonha que, porventura, ainda lhe sobejasse.
Este ano, para disfarçar e mandar seguir a fanfarra mais o foguetório, as piores classificações atribuídas aos árbitros, têm sido àqueles que têm arbitrado e prejudicado ostensivamente o Benfica. A esmagadora maioria dos árbitros, que têm ido parar à célebre “jarra”, saiu desse lote de mal classificados
De certeza, uma intenção hipócrita de uma compensação que nada compensa.

Mas que ninguém se admire se esses árbitros vierem a ocupar, no fim da época, os melhores lugares da classificação. Eles não são menos do que Olegário Benquerença, na actualidade o árbitro que mais se tem identificado, por actuações concretas, directas e indirectas, com o sistema da corrupção desportiva condenada, com a batota que grassa em benefício do tal fabricado “campeão” e em prejuízo claríssimo do Benfica.
Um Olegário que até tem o melhor estatuto dos árbitros portugueses junto da UEFA! Quando está tão em voga o estatuto do mérito, compreendem-se muito convictamente as compensações pelos brilhantes serviços prestados à corja do sistema que domina o futebol batoteiro deste pobre país!

NOTAS BENFIQUISTAS

Os zarolhos também fazem parte da “estória”

O professor Jesualdo tem e não tem dúvidas, não as metódicas mas as de sua sabichice. Zarolho e estrábico, consegue ver a centenas de quilómetros de distância o que não enxerga a meia dúzia de metros! São defeitos de vesguice congénita!
Num certo dia, o professor Jesualdo enxergou, com a ajuda do seu monóculo, que em «outro jogo que hoje envolveu um candidato ao título, as coisas funcionaram ao contrário». Jesualdo queixava-se de ter empatado o jogo contra o Trofense e da falta de uma boa ajuda. Hábitos difíceis de suportar, quando se sai da rotina, por tão arreigados se mostrarem!
O «outro jogo» de que falava desenrolou-se a 300 km de distância de Jesualdo e era o Benfica-Braga.

Partido o monóculo visionário, até sua memória se evaporou! Em frente de seu nariz, nem cheirar cheirou o penalty com que Proença o presenteou! Quanto a isso só soube arengar:

«Esse é um assunto de que não falo mesmo, para mim não é tema de conversa».
Por que não, pergunta-lhe o parolo do jornalista?!
«Porque não é da minha área», responde o sabichoso treinador!

Tendo tido mais um dos tais «dias maus» não lhe faltaram desta vez as “ajudas boas” e isso era o que mais lhe interessava. Estes jornalistas ou são ou fazem-se uns ignorantes crassos. Deviam saber de cor que só muito raramente o professor Jesualdo está disponível para falar dos árbitros. O seu actual clube tem fartas e belíssimas ajudas, directas e indirectas, com bem mais assiduidade do que deputados no parlamento a fazer leis que punam, efectivamente, não só humildes pilha-galinhas mas, em especial, os poderosos e corruptos batoteiros! É para isso que o Povo os elege e lhes paga com o sacrifício do seu trabalho.
A não ser, claro, em dia de jantarada laudatória à corrupção desportiva condenada, na mui digna pessoa de um presidente igualmente condenado pela dita corruptice desportiva. Aí, há festa e comparência, não ausência!
E ainda há gente tão descarada, ousada e hipócrita que diz ser aquele assento parlamentar a casa que espelha o viver democrático, o palácio da ventura e do triunfo dos direitos do Povo e da luta contra os maus olhados, os pecaminosos, proxenetas, matadores, estupradores, violadores e corruptos abusadores dos dinheiros públicos!
Então que se glorifique, com salamaleques e boas-vindas de seu vetusto presidente, o papa que engendrou o sofisticado, abrangente e abençoado sistema da corruptice futeboleira que faz reinado neste Portugal da democracia, isto é, um Portugal dito do Povo. Um Portugal apregoado Estado de Direito sem Direitos para o Povo que dele dizem é Senhor!
Pura fantasia! Fazendo desse Povo meros peões de votos, tratam-no como um Servo que assiste impotente ao embuste do louvor aos mamões da paróquia que oram ajuramentados à justiça divina para serem canonizados neste lugarejo de hipocrisia, com juízes surdos à corrupção confessa nos auscultadores dos telefones e daí lavando as mãos como Pilatos!

E queriam que o professor Jesualdo falasse das arbitragens que tanto enaltecem a sua equipa com mui beneméritas oferendas! O professor Jesualdo, em termos de zarolhice, não se contradita. Só que nem sempre se encontra no lugar adequado, às vezes fica na bancada! O jornalista é pacóvio! Mas a resposta do professor é finória!

«"Não vi o lance da posição onde estava", disse Jesualdo Ferreira quando confrontado com a mão de Meireles na área portista. Na altura, o jogo Académica-Porto estava 0-0.

E sempre, como e quando lhe convém, acrescenta:

“Não comento arbitragens”» …

Sabichoso e ladino, diz mais o manhoso mestre-escola:

«acho que devíamos estar a discutir futebol em vez de coisas que não contribuem para a dignificação do futebol"»

O professor Jesualdo também é um estrábico espertalhaço ... só às vezes… E muito distraído! Porque lá blasfemar ele blasfemou contra o papa, num hiato insapiente! Incônscio, confessou a óbvia e contumaz realidade!
A sujeira de Benquerença não contribui, efectivamente “para a dignificação do futebol”! Nem a de Benquerença, nem as dos Duartes, Azevedo & Filho, L. dª, nem a do Elmano, Proença, Henriques, Costa – recuso-me a escrever o primeiro nome porque seria enxovalhar o glorioso nome do nosso Rui – mesmo Lucílio que, se penalty inventou, primeiro, igualmente sancionou o golo irregular dos chorões de Alvalade, a quem tem prestado relevantes servicinhos.
Todavia, mestre-escola Jesualdo já soube responder à “Zé-povinho” e caprichar no manguito aos espanhóis!
Teve azar porque eles já sabiam! Eles e os da UEFA também! E lá foi preciso recorrer de novo aos bons ofícios do juiz Mortágua para ver a pena do manguito minguada!
Sem pechincha ou com pechincha de quinhentinhos malfadados?! É mistério! Pelos menos, diz Mortágua, os árbitros querem envelopes mais recheados!

Jesualdo só fala para agradecer. Notem só as preclaras palavras com que brindou a oferta do seu parceiro do Sado, o pequeno e insipiente aprendiz Cardoso do Vitória de Setúbal, quando o FC Porto estava em dificuldades:

«A partir do momento em que o adversário tirou os avançados, a nossa vitória tornou-se inevitável (...), marcámos dois belos golos e soubemos vencer a ansiedade que, a dada altura, foi evidente»

Segundo alguns cronistas mais cônscios da sua nobre missão de informar, a vitória portista sobre o V. Setúbal, foi conseguida e deveras facilitada depois de Carlos Cardoso substituir, no espaço de um minuto já bem dentro da 2ª parte, os dois jogadores que mais embaraços estavam a causar – Leandro Lima e Bruno Gama.
Enquanto Cardoso justificava o injustificável … «já não atacavam com a mesma intensidade» … Jesualdo festejava agradecido … «com a saída de ambos, passámos a ter mais espaço e mais linhas» …

Para a história, fica a coincidência obscena e indecorosa, menos para os altos comandos do futebol português – secretários de estado do desporto e mesmo quem se propôs e repete, na sua candidatura à Liga, acabar com a pouca vergonha que graça e desgraça este futebol de mentira pegada – traduzida no facto de os substituídos não apenas serem os que mais dissabores causavam ao clube de Jesualdo, como serem ainda jogadores emprestados pelo FC Porto.
Antes e agora, em alguns casos, os emprestados são subitamente acometidos de doenças e lesões, outros remetidos para a bancada, cheios de saúde e vigor futebolístico a mais.
E quando não há emprestados, anuncia-se nas vésperas a compra de um ou outro jogador dos clubes que ao clube corrupto e condenado cabe defrontar.
Esta sujeira de futebol é tão descaradamente promíscua que nem favela São Paulina consegue arremedar!

É isso mesmo! Ao fim de alguns anos de domínio sobre a arbitragem, avaliadores, delegados, órgãos de justiça e de outras coisas, serve-se agora um novo doping. Convencem-se treinadores de outros clubes a fazerem relatórios ao clube corrupto, adestram-se outros para que substituam os jogadores que maior mossa possam causar aos interesses do mesmo clube, emprestam-se jogadores sempre gostosamente disponíveis a fazer um jeitinho salvador!
É a satelização quase integral dos clubes que disputam a mesma competição, fazendo-os girar na órbita da esperança da sua dose … do sonho e da sorte! A nossa Liga Portuguesa de Futebol Profissional tem praticamente meia dúzia, se tanto, de clubes independentes do FC Porto, a disputar o campeonato! Um campeonato que ela ainda é capaz ingenuamente de pensar que é disputado por 16 clubes!

Contra o Setúbal, foi mais uma boa ajuda em mais um dos «dias maus»! E assim, como sempre, lá se vai fabricando um “campeão”! É um dos resultados concretos da dita satelização, mais parecida com domesticação!
A juntar aos constantes benefícios das arbitragens, a descredibilização e a mentira de dezenas de anos está para levar e durar! E ninguém se incomoda muito com tamanha vergonha e embuste porque a opinião impressa, necessariamente domesticada para compor o puzzle, conseguiu e consegue ensaboar e branquear, numa tentativa estrénua de lavagem ao cérebro.

Voltando ao professor Jesualdo, a sua vesguice espertalhona também lhe prega às vezes umas ciladas! Distorce-lhe as maneiras e entorpece-lhe o siso de tanto tentar sabichar! E ele, sempre tão distraído para o que lhe não convém, distraiu-se quando menos lhe convinha!
Fazer um manguito aos espanhóis! Uma má lição de um mestre-escola da sua reputação! Está ai, bem patente, o resultado do seu ensinamento! Veja-se e reveja-se o brasileiro-português! A diferença foi que este fez manguitos com as patas! Um, mangou, outro escoucinhou!
Ambos frequentaram a mesma escola, aquela escola de onde outros já fugiram para não serem corridos a tiro de pistola!

O professor Jesualdo não é o sabidão que pretende ser! Porque, queira-se ou não se queira, é de autêntica aselhice, distrair-se o distraído!