quarta-feira, 30 de junho de 2010

Di Maria, o Benfiquismo e o profetismo desgraceiro

Que televisões, jornais, jornalistas, noticiadores, cronistas, comentadores, opinantes, avençados, presuntivos sapientes de ocasião e demais interessados em meter a colherada, toda esta cambada do parasitismo que o Benfica tem de alimentar para que não morra escanzelada pela fome – e alguns vão pifando, apesar da côdea, v.g. “24 horas” e outro esterco afim – tentem deitar abaixo o Glorioso Sport Lisboa e Benfica com as suas tão costumeiras aleivosias, nada deve estranhar à imensa Pátria Benfiquista!
Que alguns Benfiquistas – aqueles que mal convivem com a derrota das suas alternativas numa demonstração de pura democraticidade – se aproveitem de algumas ingenuidades e, em especial, da onda daquele séquito externo devidamente catequizado e orientado na destruição do genuíno espírito Benfiquista, sendo de lamentar, também vai sendo usual e conhecido da imensa, devotada e prestimosa Família que tem a Águia Majestosa por seu símbolo eterno e imortal!
Agora que a Imensa Família Benfiquista se deixe – ou pareça deixar – ir na onda dos satãs da desunião, ao mais leve indício – enganador – de tormenta é que é algo de inusual e inesperado!

A repetida mensagem dos gestores do Benfica, ao seu mais alto nível, era a da venda de qualquer jogador cobiçado apenas pelo valor da cláusula de rescisão.
Todavia, o Benfica comunicou à CMVM a venda do jogador, depois de muitas, cansativas, ridiculosas e nevoentas novelísticas que rodearam as conversações, por 25 milhões de euros, a cerca de 60% do valor da estafada cláusula de rescisão!
Foi este o número fixado pelos “entendidos”, um número por uns já largamente difundido como um dogma. E um dogma que até encontrou eco num órgão de comunicação social que, pasme-se, chegou a noticiar ser esse montante pago durante seis – repete-se, seis! – anos!
Ou seja, esse mago do bruxedo ou se confundiu com a duração do contrato, ou achou que era “sábio” sentenciar que o Benfica, se vendia por seis anos, só devia receber um sexto em cada ano!

Quanto aos ditos Benfiquistas, alguns que juram sistematicamente a pés juntos a sua devoção imaculada junto de quem elegeram para gerir os destinos do seu Glorioso Benfica, o tremer da sua fé chegaria quase a um manifesto de “reforma” apostática, tão lamentosos e furibundos foram os seus queixumes.
Entendidos nas artes de mercadores encartados e experimentados no negócio, depressa vêm exigir, sob pena de uma pré-sentenciada excomungação, todos os detalhes e detalhinhos do contrato, vírgulas e pontos, pontos e vírgulas, que pontos de exclamação e de interrogação quanto baste soltaram eles de imediato!
E as expressões pomposas e presuntivamente cáusticas quanto sapientes não se ficaram atrás. Falou-se da «estratégia, quase fanfarrónica, de quase diariamente acenar com as cláusulas de rescisão…», dos perigos de, a partir de agora, não haver «razão moral e empresarial para impedir um outro qualquer jogador de querer sair pelo preço que oferecerem…», sentenciou-se, ponto e vírgula, que «ou eram os €40 milhões ou DI ficava e ponto final...»
Para cúmulo, até deparámos com um dito “indefectível” que veio mostrar-se arrependido das “bocas” que mandou a um “cavador de oposição” que ninguém entende, nem a oposição nem o cavador, sentenciando diplomática e sentidamente que tal «cavador está certo nas reticências que faz ao LFV…»

Também nos aparecem os fazedores de contas – que isso de um mercador, ainda por cima sabido, não apresentar as “suas” contas era um sacrilégio – com contas que não batem certo com outros fazedores de ofício. Não batem certo nos preços de compra dos direitos económicos e desportivos, não batem certos nos valores já arrecadados com a venda de parte dos direitos económicos, omite-se a parte que cabe ao participante no fundo, o Sport Lisboa e Benfica, Futebol SAD.
São contas à vontade do freguês!

Há quem diga que, afinal, os 25 milhões entram de imediato nos cofres do(s) vendedor(es) e que 5 milhões esperam apenas a inscrição do futebolista na respectiva Liga.
São estratégias comerciais de mercadores que “nada percebem da poda” porque têm o desplante de salvaguardar o “segredo como alma do negócio” mas que toda a gente quer devassar para ficar satisfeita!
De facto, não se elegem dirigentes em quem se confie para gerir o clube mas apenas paus mandados e correios encartados de todos os esses e erres, com a obrigação de tornarem público e bem público todo esse “correio”, como carteiros diligentes, responsáveis e pressurosos.
De todo o modo, a transferência não é, de facto, de 25 milhões mas de 30 milhões!
Acrescem mais 6 milhões que dizem respeito a performance desportiva do jogador.
Bem, aqui a coisa é mais subjectiva e a caterva de mercadores entendidos logo vem questionar a sua plausibilidade. E até pode ser difícil a sua consecução, só que nos esquecemos de um pormenor que, salvo erro, tem alguma relevância. Na verdade, se a performance desportiva do jogador render zero, então é porque esse jogador pouco vale ou, ao menos, não é uma “maravilha desportiva” tal como a pintam! Mas, não o sendo, afinal teríamos de concluir que o negócio até foi … muito bom!

Mas não, ripostam os cépticos, o jogador tem uma cláusula de rescisão, o vendedor diz que só vende pelo valor da cláusula, então tem que ser assim ou nada!

Pode ainda acrescentar-se um jogo contratado para o Estádio do Sport Lisboa e Benfica, de cachet zero para o Real Madrid, e que pode render aos cofres do Benfica, em assistência, direitos televisivos e publicidade, bem mais do que um milhão.
São estratégias comerciais mas que, perante os mercadores encartados do sabe tudo e com todos os detalhes publicitados, ou se omitem ou correspondem a meras bagatelas que não devem ser tidas em conta.

O montante estipulado para a cláusula de rescisão tem as suas funções. Dar um aviso ao jogador para não ficar de cabeça no ar à primeira proposta que lhe aparecer. O aviso serve ainda para o seu empresário. Se houve melhorias salariais, há contrapartidas a dever.
O aviso serve igualmente e muito em especial para o mercado.
Claro, quando chega a ocasião, há negociações e negociações implicam cedências mútuas. Ou não há negócio.

Assim procedem os verdadeiros negociadores e gestores.
Os mercadores encartados não negoceiam, exigem. O resultado normal é que fazem maus negócios, não negociando. Mas apresentam-se como os sabedores de tudo quanto é arte negocial, incluindo a parte que respeita ao “segredo como alma do negócio” que para eles é uma pechincha, pelo menos quando são os outros a negociar.

Houve alguns Benfiquistas que, em conversas de tertúlia e mesmo em blogues do domínio público, logo aproveitaram a deixa para proclamarem a sua fé no contra. Argumentaram mesmo com a falência do Alverca, atribuindo-a a Luís Filipe Vieira e, mui sabichosamente, pregaram a doutrina do apocalipse de que tal “Satanás” de falências estava endemoninhadamente possuído.
O que responder a estes sumos pontífices profetas da desgraça?
Que, afinal, na falência estava o Benfica de tais pontífices quando Luís Filipe Vieira – e não eles – o veio salvar?
Então, qual seria a diferença?
E como poderiam apresentar-se como heróis nestes tempos se, na hora da verdadeira desgraça, ou deram o fora, ou papaguearam em frente de tudo o que era câmara e microfone?

O Benfiquismo é uma religião, uma religião tão profunda e entranhada no Benfiquista que nenhum “pastor” de outra qualquer religião – nem que seja “papa” – pode catequizar com algum pingo de êxito, por muitos e variados que sejam os seus dotes tipo milagreiro, conquanto assentes normalmente na batotice.

Até se admite – nos dias de hoje com mais acuidade – a existência dos “são-tomenses”. Ver para crer é o lema destes.
Mas os verdadeiros são-tomenses esperam com paciência até ver, não crêem antes de ver, proclamando ter visto e acreditado antes do “ver para crer” que juraram seguir como doutrina logo esquecida na sombra das conveniências.

domingo, 27 de junho de 2010

Os Profetas da Desgraça – Reencontro com a História

Numa altura em que a maioria das atenções dos jornais, jornalistas, cronistas, comentadores, opinantes e demais interessados em meter a colherada supra sapiente se viram para a selecção e para as contratações e vendas dos jogadores do Benfica, vale a pena recordar a sua chinfrinada de há um ano quando, com a “erudição” própria dos agromantes, prefaciavam nos seus oráculos as tristezas e as desgraças a que o Sport Lisboa e Benfica ficava sujeito por ter escolhido o seu próprio caminho e desprezado os agoiros que daqueles lados zurziam.
Num reencontro com a história, vale a pena recordar os seus ditos de pessoas “entendidas”! Se mais não aprouver, fica pelo menos a constatação dos “acertos” de tão eloquentes adivinhações e profecias. Servirão sempre para termo de comparação com as que, todos os anos, tão eméritos e afadigosos feiticeiros de bufarinhas nos presenteiam sem terem sido convidados para o festim.

Houve alguns que decretaram, logo bem de início, «este Benfica é uma desilusão de promessas» e, desconfiando – dos desconfiados, não das suas sábias premonições – acrescentavam, «como podem ser boas estas contratações se o Benfica faz contratações todos os anos e não tem ganho nada»?!!!…

Mais em concreto, recordemos a opinião de tão sapientes profetas acerca de um tal … «espanhol (Xavi Garcia) por sete milhões?!!!... Se fosse bom, o Real Madrid ficava com ele»

E Saviola?
«É um bluff! Vem passar férias! É tão mau jogador como Aimar»! …

Nem o treinador Jorge Jesus escapou à onda profética das desgraças, com oráculos a condizer!
«É inexperiente, não tem categoria e foi contratado fora de tempo! Fez apenas um trabalho regular em Braga! Vai ser dos treinadores mais rapidamente despedidos da História!»

Talvez com base em tão “emérita” profecia, houve alguém que se lembrou até de considerar como treinador ideal para o Benfica um certo treinador que só os entendidos agromantes conheciam e reconheciam como treinador! Um treinador que foi, de facto, “um dos treinadores mais rapidamente despedidos da História”, mas não tão rapidamente que não tivesse encaixado uns bons 8-1 do Benfica treinado por aquele treinador que seria, mas não foi, “dos treinadores mais rapidamente despedidos da História”!…

Ora, continuavam os profetas da desgraça, «ganhar todas as competições e troféus da pré-época»?!!!
Pfff!... «As equipas que fazem as melhores exibições na pré-época são as que jogam pior no campeonato»!...

Começou o campeonato com uma meia escorregadela que fez esfregar de contentamento os deuses do bruxedo, o que não impediu o Benfica de logo deleitar com grandes exibições e goleadas de gala.
Mas, asinhamente, logo os profetas sabichões: «Sim, a equipa joga bem mas … é demasiado cedo para estar a jogar bem»!... «As boas exibições – concluíam – têm o seu tempo e não é este»!...

A primeira goleada?!!!...
«Ora, normalíssimo! No ano passado também deram 6-0 ao Marítimo e depois …ficaram dois meses sem marcar»!...
Segundo tais opinantes, comentadores ou só meros declarantes de ocasião, “o Benfica, por incompetência ou ingenuidade, cometia a estupidez de ter começado logo a jogar bom futebol”!...

O bom futebol manteve-se inalterável, algumas goleadas foram acontecendo e alguns arrependidos, conquanto sempre desejosos de ter “um pé atrás”, começam a aceitar que «os reforços são bons e o treinador é muito competente!»

Bem, depois!… Depois foi a cavalgada vitoriosa, sempre com o melhor futebol, que culminou numa pontuação recorde e na conquista do campeonato! Pelo meio, a conquista da Taça da Liga com duas goleadas bem significativas! 4-1 ao Sporting, em casa deste, 3-0 ao FC Porto no Algarve!

O treinador inexperiente passou a ser o melhor treinador português! De despedido com “recorde histórico” passou a ser desejado! Desejado pelos seus para prolongar a duração do seu vínculo contratual e desejado pela gestão “mais eficiente, competente e exemplar” – segundo a caterva de avençados e comentadores encartados na doutrina da sua prédica – que, num gesto comprovativo de tanto adjectivo, tentou aquilo em que realmente é exemplar: desviar para o seu redil o tal “treinador incompetente e candidato ao despedimento mais rápido da História”!


A tantas desconfianças e “tão sábias quanto falhadas” profecias do antigamente, segue-se agora a “festa” da venda de praticamente “todas as contratações que o Benfica faz todos os anos e que não ganham nada”!...
Mais milhão, menos milhão, os avanços e recuos dos palpites têm sido a única constante a assinalar, pouco importando as diversas versões que cada um argumenta a seu bel-prazer!
Até agora, ainda nenhuma profecia de qualquer profeta da desgraça foi mais do que desgraça desse profeta. Ainda nenhum jogador foi vendido, apesar de todas as juras solenes dos feiticeiros que prefaciavam a sua consumação antes do mundial de selecções.

Pelo lado das compras, o afã e as carradas de jogadores contratados pelo Benfica ou em vias de o ser continuam a ocupar o tempo das premonições dos costumados imaginativos, tanto mais de imaginação quanto menos de acerto.
Até agora, o único jogador contratado neste defeso passou completamente ao lado destes profetas falidos que não acertam uma das suas profecias, que eles tantos imaginaram virem a ocupar o lugar de Quim e não conseguiram! E, quando deram por ela, surgiu-lhes alguém completamente alheio aos seus palpites!

Mas o sabichar dos “iluminados” aperta agora na sua “vingança” contra o desprazer da sua surpresa! «Vale lá 8,5 milhões um guardião?!!! Por menos de metade desse valor tinham o Eduardo»!!!...

É verdade que, pelo inusitado da situação, o número impressiona. Todavia, a menos que se pretenda – e não custa descortinar em muitos a insinuação – concluir por um negócio cuja ruindade salta à vista até do mais humilde mercador, certamente que o aval de Jorge Jesus – treinador que, recorde-se, não bateu o recorde histórico do mais rápido despedimento mas o recorde histórico do subitamente mais cobiçado – deixa tranquilos os Benfiquistas.

Comparar Roberto a Eduardo?
Jorge Jesus conhece bem o guarda-redes Eduardo! Se o não foi buscar, foi porque pretendia algo de mais-valia efectiva para o lugar em causa!
Jorge Jesus conhece o guarda-redes Eduardo melhor do que ninguém! Conhece-o, nomeadamente, de um jogo dos oitavos de final da Liga Europa em que ele, Eduardo, com aquela “categoria extra” que lhe querem imprimir, eliminou o seu clube dos quartos de final.

E nós, Benfiquistas, pensando bem, nomeadamente no desempenho do último campeonato, vimo-lo sobressair em alguma coisa do guarda-redes campeão nacional, ou seja, de Quim?
Então, para que comprar a cópia quando tínhamos o original, sabendo que o original é sempre, no mínimo, superior à cópia?

Nós, Benfiquistas, sabemos muito bem que foi a desunião que nos afastou dos lugares cimeiros do futebol nacional.
Sabemos igualmente muito bem que foi a união que nos alcandorou de novo a esse lugar cimeiro e que será ela e só ela que aí nos manterá, como desejamos e a isso temos direito por sermos o Maior e o Melhor.

A pretensão dos noticiadores, comentadores, opinantes, avençados e presuntivos sapientes de ocasião é o ataque a essa união com as mais variadas notícias e versões sobre a vida do Benfica.
Podemos fazer-lhes a vontade!
Mas também podemos optar por nos mantermos unidos!

Mantermo-nos unidos é fácil. Basta confiarmos apenas nas notícias dos nossos gestores, as notícias genuínas dos nossos órgãos de informação próprios.
E apenas nos rirmos dos vários palpites dos profetas da desgraça que só se esforçam pela desgraça do Sport Lisboa e Benfica sob a capa de uma pretensa informação e de um ainda mais pretensioso favor de que, com aquela, julgam estar a fazer aos Benfiquistas.

Enfim, basta que transformemos as pretensões dos profetas das desgraças em desgraças dos profetas.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

MORREU JOSÉ SARAMAGO



O Blogue Coração Encarnado, conquanto não tivesse partilhado das suas ideias políticas e de grande parte das suas ideias religiosas, presta a sua modesta homenagem a um grande vulto da cultura portuguesa, a um escritor ímpar, um artífice das palavras e da escrita.
BEM HAJA SARAMAGO, pelo legado cultural que nos transmitiu, que transmitiu à Humanidade.


Vítor Sérgio

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A previdência do preventor

Há muita gente ligada aos meios futebolísticos a pensar e a dizer que “o papa” condenado por tentativa de corrupção desportiva já não consegue coordenar bem as ideias, já não age mas reage, remedeia em vez de prevenir.
A idade não perdoa a ninguém, é um facto biológico superiormente comprovado. A esclerose está-lhe associada e o que se costuma bastas vezes designar por desonestidade intelectual como causa – de que a nossa personagem deu sobejos exemplos – já nem será tanto assim, isto é, da desonestidade mas da esclerose.

Todos ainda bem se recordam da célebre prédica do “papa” aos mortos e mais concretamente àquele a que ele chama de seu mestre, num dia em que lhe deu para animar as hostes, do seu clube e dos vizinhos.
Nesse dia se mostrou previdente em farta dose, tendo feito, em estilo grandíloquo e rodeado de grande sublimidade, a solene previsão da conquista do título de campeão.
E, em solilóquio directo com o seu defunto mestre, melhor se fez acompanhar da contrita promessa de lhe ofertar tão emoldurado título que, com devotada presciência de emérito jurador, ali vincou ir conquistar!

Mas a verdade é que, afinal, o acalorado previdente se mostra preventor quando lhe apetece ou quando o seu desconcerto intelectual lho impõe. Tudo depende das circunstâncias e das … conveniências, não se querendo colocar em causa o seu esclerótico pensamento.
Vejamos.

Interrogado Jorge Jesus sobre o futuro próximo, este afirmou, com a mesma convicção com que o fizera no início da época passada, que o Benfica dificilmente deixaria de revalidar o título.
Colocado perante esta convicção e face ao seu já propalado desejo de ganhar tudo, jurando solenemente colocar os jogadores do seu clube na ordem para não mais se darem à desordem nos túneis por onde passam, o “papa” falou, naturalmente sempre com aquela sua solenidade provinciana e desconchavada de coerência, que «costumava ouvir essas previsões muitas vezes: era o Zandinga que as fazia», sublinhando repenicadamente que «a dar prognósticos assim, com certezas e convicções, só me lembro do Zandinga».

Perante estes ditos que não são bacocos porque revelam mal muito mais profundo, quem está de fora só pode concluir que o seu “cantinho de memória” será talvez aquele que está mais apanhado pela esclerose intelectual porque isto nem se consegue catalogar de desonestidade … ainda intelectual, como é óbvio.
É verdade que também há muitos que vão dizendo ter-se o “papa” tornado num mentiroso compulsivo mas ao facto não será arredia a mesma causa esclerótica.
Mas lá que provoca alguma estupefacção esta sua desmemorização tão acelerada, lá isso provoca porque a previdência quanto à conquista do título foi coisa muito assinalada, pelos seus avençados e não apenas, assim como a sua promessa pomposa de dedicação ao seu defunto mestre.

O destrambelhamento manifesto da coerência do pensamento do “papa” condenado é muito bem capaz de ser realmente profundo. Basta pensar que, numa penada só, ele tem mais algumas “saídas” bastante reveladoras.

Perguntando-se-lhe acerca de Tardelli , o “papa” afirma categoricamente: «O Tardelli não tem a mínima hipótese de vir para o FC Porto»!
Logo a seguir, acrescenta: «Nunca digo “nunca” nem “não” … »!

Percebe-se, não percebe?
Agora, diz-se “nunca”, diz-se “não”!
Logo a seguir diz-se que «nunca se diz “nunca” nem "nunca" se diz “não”»!

São muito bons e reveladores sinais … do seu tempo!... Os únicos, aliás, para levar a sério!
A sério, isto é, sinais que vão alegrando os Benfiquistas e todos os que desejam verdade e transparência no desporto português, particularmente no futebol mas não apenas, tão maltratado ele se mostrou de tais virtudes nos últimos cerca de 30 anos.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Queirós, os “arrependidos” e os “culpados”

Só o seleccionador Queirós e todos os interesses à volta dele – de empresários de jogadores e mesmo do sistema que domina a federação e ainda estrebucha no domínio do futebol português que envergonhou nos últimos 25 a 30 anos – é que conseguiram de alguma forma compreender as pré-pré escolhas, as pré escolhas e, finalmente, as escolhas e os “remendos” das escolhas.
Foram 50 os pré-pré escolhidos – que fartura! – a seguir emagrecidos numa pré-escolha para 30, divididos num 24 + 6 de prevenção em que 1 nem aos 50 pertencia, pouco depois restringidos a 24, logo se sabendo que seriam 23 + 1.
Uma confusão que ninguém estando de fora do círculo conseguiu decifrar. E nem preciso é entrar na discussão do revelado desejo de renovação da selecção para afastar Quim, seleccionando-se vários outros trintões de “futuro”, ou na desculpa meio vingativa contra os clubes nacionais que não colocam portugueses a jogar, chamando-se jogadores que estiveram grande parte da época parados e a ver jogar, ou no banco, ou curando lesões prolongadas!
Afinal de contas, muitos dos jogadores seleccionados só meia dúzia de jogos fizeram! Houve mesmo um que nem isso!

Já em solo dos sonhos – para quem ainda tem ilusões de sonhar e para aqueles cujo desejo é que haja muitos que sonhem – surge mais um imbróglio. Surge a lesão de Nani que ninguém explica.
O jogador, esse, recambiado, chega a Portugal e, lastimoso e ressabiado, diz com todas as letras que “numa semana já estou bom”! Num murmúrio tipo envergonhado, havia-se dito que teria sofrido uma fractura numa clavícula mas o jogador aparece desenvolto, sem o respectivo braço imobilizado.

Queirós não gosta e responde de lá que «se Nani ficar bom em quatro dias será fantástico»!

Um jornal escreveu que certos especialistas consideravam que Nani devia andar com o braço ao peito, imobilizado, pois assim “evitava a dor e que a mão inchasse”.
E acrescentavam esses especialistas: “Se ele tem uma fractura, como já foi dito, os movimentos seriam sempre com dor. Achei por isso estranho alguns movimentos que o vi fazer à chegada a Lisboa” … pois, com tal mazela ele “mexeria mal a mão e o cotovelo”!

Nani recua e tenta uma interpretação “autêntica” dos seus ditos … que a culpa foi das interpretações!...
“Não me expliquei bem, são totalmente infundadas as dúvidas sobre a minha lesão”!
E termina, dizendo: “penso que estarei bom numa semana «mas para fazer a minha vida normal do dia-a-dia», não para competir”!

Continuam as dúvidas. O que entende Nani por “vida normal do dia-a-dia”? Teria havido alguém que, depois de vê-lo e ter observado a sua desenvoltura – de pernas, braços e língua – imaginasse que ele estava incapacitado, física ou psiquicamente incapacitado para "fazer a sua vida normal do dia-a-dia"?

Veio o primeiro jogo e a desilusão … apenas para os que ainda alimentam os sonhos e para aqueles que querem que alguém os alimente!
Deco não gosta da substituição e culpa o seleccionador Queirós. Diz que não sabe por que foi substituído, que o seleccionador devia saber que ele, Deco, nunca jogou na direita e, por isso, nunca devia ter sido colocado a jogar a extremo direito.
E mais acrescenta que “não é assim que se ganham jogos”, numa de treinador encartado, ao mesmo tempo que as suas palavras pressupunham, ostensivamente, não saber o seleccionador Queirós nadinha da poda!
A dúvida aqui é se alguma destas duas personagens sabe alguma coisa dessa dita poda!

Talvez já não tenha sido grande espanto esperar que outro “arrependido” surgisse. E ele apareceu … e célere!
De facto, pouco tempo bastou para que Deco viesse também fazer a “sua” interpretação autêntica daquilo que disse mas que, diz agora – ou escreve – não ter querido dizer. Deco, arrependido, confessa que “nunca teve nem tem qualquer problema com o treinador e que jamais foi sua intenção colocar em causa a liderança e as decisões do professor e seleccionar Queirós”!

Mais uma malfadada “interpretação errónea” que as desgraçadas das interpretações … têm costas largas!

Ficamos entendidos!
Nani vale-se do «aglomerado de jornalistas» e do «cansaço inerente à viagem que tinha acabado de fazer»!
Deco estava em “brasa” – Nani não?!!! – e alega que as suas palavras “foram proferidas a quente, e sem o melhor discernimento”!

E todos ficaram satisfeitos com o acto de contrição!
Incluindo o seleccionador Queirós!

E nós, os que não têm sonhos e, provavelmente, alguns dos que têm sonhos, aceitamos – ou fazemos que aceitamos – os arrependimentos e, em especial, as interpretações autênticas de tanta convicção que os arrependidos nos ofertaram.
Temos algumas dúvidas mas isso é natural! Elas já vêm muito de trás! Há quem diga que já vêm mesmo desde os tempos em que alguém decidiu dar ao seleccionador Queirós uma segunda oportunidade à frente da selecção nacional!

Mas não é isto que importa agora! Pelo que temos visto na televisão e pelo que nos vão dizendo, parece que na terra dos sonhos da selecção faz chuva e frio.
Todavia, os jogadores mostram-se bem esquentados!

O seleccionador Queirós nem tanto! Isto é, não parece nada andar esquentado! Perdão, estava-me a esquecer de um pormenor muito importante! O seleccionador Queirós está esquentado, muito esquentado, com a FIFA!
Com efeito, terminado o jogo do desencanto, pela exibição e pelo resultado, este bem melhor do que aquela, o seleccionador Queirós encontrou logo o grande culpado de uma desgraça … e da outra: a FIFA e a autorização para Drogba jogar!

Diz o seleccionador Queirós que a protecção de Drogba poderia lesionar os jogadores portugueses, como se, nos últimos 10 minutos – tantos quantos os que Drogba jogou – os portugueses, com as honrosas excepções de Fábio Coentrão e Paulo Ferreira, já não andassem, há muito, todos … lesionados de futebol ao menos sofrível!
Só não percebemos por que não se queixou o seleccionador Queirós antes do jogo!

Outro culpado da péssima exibição e do mau resultado da selecção foi a equipa da Costa do Marfim. Como? Fácil!
A equipa da Costa do Marfim, diz o seleccionador Queirós, “não quis assumir o jogo e ficou lá atrás” e, assim, “torna-se difícil jogar”!

O seleccionador Queirós só se esqueceu de acrescentar que, se de um lado houve uma equipa que não se assumiu e ficou lá atrás, do outro houve outra equipa que também não se assumiu e não quis ir lá à frente ganhar!
Assim, ficaram empatados!
Quem foi a mais medrosa? A selecção terceira classificada da FIFA – e que apregoa até querer ser campeão do mundo! – ou a selecção classificada muito cá para trás?

terça-feira, 15 de junho de 2010

O Mestre da verdade das mentiras.

Segundo dizem há muito, este nosso comentador desportivo da verdade das mentiras parece que fez verdade na arte do plágio da escrita. E aqui, afiançam os entendidos, pensa-se que o mestre da verdade das mentiras não faz mentira da verdade do seu plágio.
Mas vamos ao que importa agora à sua arte contemporânea em que, com mestria e rigor, pratica sobejamente a sua arte da verdade das mentiras.

O mestre da verdade das mentiras deu-lhe hoje para embirrar com as verdades que, num interlúdio de mentiras acerca do Glorioso Benfica, José Diogo Quintela gosta de praticar relativamente ao clube do mestre da verdade das mentiras, ao respectivo presidente deste clube e, por que não, ao próprio mestre da verdade das mentiras.
Já tem embirrado muitas vezes com o glorioso Ricardo Araújo Pereira mas hoje virou de disco, embora tocando a mesma ária que ele, sentindo-se peixe a nadar no plágio da sua própria mentira, efectivamente não gosta muito de alterar o reco-reco do seu dvd.

No seu artigo de opinião de hoje, em “a bola”, o mestre da verdade das mentiras começa bem. Começa porque começa com uma verdade, uma verdade do seu próprio plágio. Por isso, ele tem inteira razão quando escreve, «como todos sabemos, uma mentira repetidamente dita transforma-se em verdade»!
A sua demonstração chega logo depois. “José Diogo Quintela anda a repetir que um árbitro foi tomar um cafezinho a casa de Pinto da Costa, na véspera de apitar um jogo decisivo do FC Porto, em 2004”.
E aqui a sua primeira – por ordem de escrita – grande verdade das mentiras que constantemente jorram da sua boca. Acrescenta ele à laia de uma primeira conclusão: «tirando o facto de não ter sido assim que a coisa ficou provada em tribunal…»!
Pois naturalmente, em tribunal não ficou nada provado! Ou melhor, disseram os senhores juízes e desembargadores, ficou provado que … não ficou provado!
E claro que o mestre da verdade das mentiras, como jurista que diz ser ou ter sido, deve saber a diferença entre “a coisa” ficar provada, assim ou assado, e ficar provado que “a coisa” não ficou provada, nem assim, nem assado!

Mais “importante”, acrescenta o insigne mestre da verdade das mentiras, «é que esse jogo (um Beira-Mar FC Porto) não era decisivo pois que o Porto já tinha o campeonato no bolso»!
Talvez seja verdade, não uma verdade de mentiras mas uma verdade das verdades! E a grande maioria dos desportistas portugueses até acha que sim, que o campeonato já há muito “estava no bolso” do FC Porto! Desde que começou! E não foi só esse, foram muitos, muitos mais!

Uma verdade das verdades – isto é, uma verdade baseada nos factos históricos reais – diz que, matematicamente, ainda não, ainda “não estava no bolso” do FC Porto, pois só lá ficou no dia seguinte à tomada do cafezinho – e já agora, no dia seguinte ao recebimento de um aconselhamento familiar de um exemplar bom chefe de família! – porque o Sporting resolveu perder o jogo contra o Boavista e talvez que esta derrota também já estivesse previamente “no bolso” do FC Porto!...

Mas o nosso mestre da verdade das mentiras não é nada descarado! É que ele escreve a seguir, justificando o seu imaginário facto – ou talvez não, como se disse! – de o jogo “não ser decisivo”, «tanto que se dispensou (o FC Porto) de apresentar vários titulares que ficaram a descansar para a eminente final da Champions … que teve lugar daí a dias»!
Ora, o cafezinho, como nos comprovam os factos reais, os da verdade das verdades, foi precisamente para “fazer descansar todos esses titulares”! Ou seja, a verdade das verdades apresenta o cafezinho como causa preparatória e caucionatória do “descansinho” … porque o campeonato ainda não estava – matematicamente falando – “no bolso” do FC Porto!
O mestre da verdade das mentiras apresenta-o como consequência, como mera cortesia, um aperitivo do “aconselhamento familiar”!

Mas continuemos! A verdade das verdades também nos demonstra que o “descansinho” foi antes do jogo da primeira mão das meias-finais contra o Deportivo da Corunha, nas Antas!
E, antes daquela “eminente final da Champions”, ainda se disputou a segunda mão, agora, sim, já sem necessidade de cafezinhos!
E, para que conste conforme à verdade das verdades, o resultado foi de 0-0

O mestre da verdade das mentiras é um comentador desportivo desde há muito. Certamente que o jornal onde comenta, “a bola”, tem arquivo.
Se o mestre da verdade das mentiras imaginasse algum dia ser mestre da verdade das verdades – e tanto se esforça na demonstração de apresentar os outros como aquilo que ele é, quando apenas os outros são aquilo que ele pensa ser! – teria previamente consultado esses arquivos!
Mas, então, não seria ele o mestre da verdade das mentiras!
E o mestre da verdade das mentiras, tanto quanto se sabe e dizem os entendidos, só consegue ser mestre da verdade das verdades no plágio!
E, mesmo assim, só quando copia sem erros!

sábado, 12 de junho de 2010

QUEIXUMES AO MESTRE ZÉ

As nossas marias do alterne se quedam mui amofinadas
Que escassas pichas tenho agora em sintonia p’ra lhes dar
Seu calcorreio, pedincha farta, fá-las tristes, malfadadas,
Qu’ em suas mãos minguam pichas a despir e a folar!

Ei-las à pobreza de cueiros que de novo estão votadas,
Tão poucas pichas a gingar, vede só a desventura!
É vê-las, ruminando pelas ruas, melancólicas, desgraçadas,
Que picha qu’ eu lhes compre, por ser pouca, pouco dura!

Notai estes meus dias, sabeis, de esconsas manigâncias!
Que fado o meu, de que me serve agora esta sonsa zurraria?
O título, foi-se, e a promessa que te fiz, essa então!...

Se pouco importa ao mentiroso, já o título me faz ânsias
De mais chafurdo nestas choldras da nossa estrebaria,
Que esta flatulência s’ engrandece do peidoso torcilhão!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sempre vencedores … sempre!

Depois de tantos anos de promessas e frustrações, angústias e desalentos, o Benfica volta a empolgar o povo português espalhado por todo o mundo, o povo português que quase se confunde com o povo Benfiquista, tão maioritariamente ele se sente reflectido no seu Glorioso Clube. O povo português e muito do povo que, não sendo português, sente o Benfica como algo muito seu, como algo que o empolga, como se uma equipa da sua terra de tratasse.

É esta diáspora à volta de um emblema sagrado, cativante, que nasceu no povo, é do povo e se revê sempre no povo e para o povo procura conquistas – e não apenas no plano desportivo – que distingue os verdadeiramente Grandes daqueles que só o apregoam à custa dos seus avençados, penetras e lambe-botas.
Estes, vivendo na pequenez das suas matreirices, dos seus acanhados pruridos sobre as virtudes da verdade desportiva que desconhecem, pequenos não deixam de ser nunca porque a pequenez das suas torpes acções, pequenez se torna em desejos de seguimento e de sentimento agregantes.
Quem pequeno nasce, na dimensão genética das virtudes e das gentes que congrega, nunca grande se torna, tanto mais que, por cada excepção de boa vontade que apareça, logo a mesma é abafada pelo tumulto da populaça que, se é pequena no número da turba, grande ela é na intencionalidade e na concretização do rasteiramento que transborda em abundância o seu modo de estar hereditário.

O Benfica é Grande, tão Grande que não pode caber nos limites de umas fronteiras nacionais tornadas acanhadas para tão transbordante e eterno amor que é gerado nas gentes do povo, nasce e cresce abundante nos seres nascidos e criados à sombra da nobre Águia, Real porque da Realeza Benfiquista, uma realeza plasmada numa nobreza de carácter, de sentimentos e paixões, mais devoções tamanhas que transbordam de orgulho todo aquele que tem a honra de pertencer ao SER BENFIQUISTA.

A sua Realeza é de sangue vermelho, o sangue das gentes, o sangue do povo, deixando alegremente para outros a sua auto satisfação de um sangue azul tão descolorido e esvaziado de prazeres, conquanto muito bem aviado de ciúme, de dor de cotovelo e de inveja. Para estes, a sua vocação de bajuladores em busca de migalhas, costas de dobradiças oleadas para o reino do mal e da vergonha desportiva nacional.
Fica-lhes bem essa ostentação de penetras da pedincha e de bolsos parcos até das migalhas de uma babugem que, sendo refinada no petitório, é desgraçada na esmola porque a “sopa dos pobres” está a caminho de ser tão pobre que nem migalhas para ela alcança.

Vejam só se uma Família Benfiquista se não deve sentir ufana quando sabe que até guerras fratricidas faziam o seu interlúdio de paixão e de devoção ao Glorioso Benfica que, nas suas lides eméritas e carregadas de verdade desportiva por mor do suor e da garra dos seus artífices, a enchiam de glória e de infindo contentamento, extravasando as almas dos seres orgulhosos que dela fazem parte.
A Família Benfiquista e o Benfiquismo são tão grandes, tão gregários, que estão muito acima de quaisquer guerras por muito nobres que estas sejam nos seus sentimentos de querer liberdade de decisão dos seus destinos de nação.
Que outra História nos narra episódios assim, episódios em que uma Gloriosa Instituição desportiva consegue promover o amor entre os que, segundos antes, se guerreiam feroz e bravamente por outros sagrados intuitos?
Que outra História nos narra a figura de um filho predilecto, guerreiro afamado e símbolo de amor pátrio e da luta contra o invasor e ocupante, que na prisão hedionda dos que, sem o conseguirem, pretendem derrubar uma imensa ânsia de liberdade, encontra bálsamo e faz saber ao mundo a existência de outro símbolo sagrado que lhe acalenta a alma e lhe reforça o ânimo?

Só o Glorioso Benfica alberga no seu seio este “quid”, este sentimento agregador, grandioso de amor e fraternidade, orgulho de um povo que se não esgota numa nacionalidade.
E nestas horas em que, depois de nos orgulhar com o presente de um campeonato ganho de forma brilhante, de espectáculo grandioso em que demonstrou superioridade imensa em relação à concorrência, mesquinha concorrência, nos presenteia ainda em poucas horas com mais dois bi-campeonatos, o nosso peito incha de alegria, extravasa de contentamento, faz-nos agradecer à Vida e ao Ser Superior que cada um pense ser o seu autor!
Podem ainda seguir-se outros títulos do orgulho Benfiquista mas os que já vieram são tantos e tamanhos que o nosso peito é pequeno para nos albergar a alegria que nos invade e que lá não cabe e só tem o desejo de se expandir numa repartição de emoções com seres que palpitam da mesma felicidade.

É assim o Benfiquismo!
A Alma Benfiquista é um todo imenso do viver, do sentir e do expressar o Benfiquismo!
A Alma Benfiquista é Senhoril, é Coração em abundante jorrar, é Razão que basta à Razão!
Benfica e Benfiquista é Benfiquismo imenso e imortal!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

PINCELADAS ENCARNADAS

1. Este defeso, apesar de tudo, tem sido um pouco mais sossegado do que o habitual. O “papa” que odeia o Benfica porque odeia o que é grande, tanto em conquistas quanto na verdade desportiva, tem estado entretido a conseguir um empregado que esteja bem treinado na catequese da cúria ou que seja facilmente manejável nesse treinamento. Os seus acólitos, catequistas e penetras, têm, por isso, estado assoberbados em alinhavar as defesas da quinta ou sexta escolha, procurando os responsos necessários à rápida canonização de quem nada tem ainda para apresentar a não ser ter sido discípulo do “maior”, ao que consta sem ter feito sequer um exame de passagem de ano a não ser uma frequência de classificação medíocre pelo resultado que nem foi melhor nem pior de quem não teve como mestre-escola um “special one”.
Falhada a tentativa de furto da seara alheia em que o condenado é mestre por mercê de piedosas orações, conquanto de prometimentos não cumpridos, ao dito mestre dos mestres da batota desportiva há muito finado da realidade mas não da mente e do imaginário daquele, não se afiguraram fáceis as alternativas, diziam muitos, desta vez forçados a olhar para o umbigo, a esgaravatar patranhas de consumo interno. É claro que a escolha final não era surpresa. Se o “papa” não conseguia “rapinar” nos domínios que agora lhe estão demasiadamente altos – faça como a raposa – para o seu cada vez mais trôpego desempenho, era certo e sabido que iria “rapinar” naquelas quintas desamparadas pela “guita” que nem dá para mandar tocar um cego – ficam lá os títulos da nobreza de bolsos rotos e vazios – pois que de lá, com palmadinhas de aconchego e lançadas pelas costas, vem sempre um sorriso complacente assim ao jeito do “quanto mais lhe bates mais subserviente ele se dobra”.
Aquilo é um “papa” que despreza a coisa própria, que nunca orou nem orará em socorro de coisa sua mas sempre em busca da rapinada do que o vizinho ostenta ou tenha pretensões de ostentar. Não vos esqueçais de que ele até o fundador do seu clube atraiçoou para ir desenterrar um “pai de um filho incógnito” que nunca tal filho ele paternizou, que ele não ajudou sequer a conceber nem soube onde e quando foi concebido, posto como estava em descanso eterno na data em que o verdadeiro patrono o fez gerar. Mas de um “papa” acostumado a falar com e aos mortos, coisas destas são como brinquedo de criança.
E nem sequer vale a pena falar daquelas peralvilhas e daqueles peralvilhos, putativas deputadas e putativos deputados do reino, em severo emagrecimento, envergonhado não de arrependimento mas de saberem que o youtube franqueou – apesar dos protestos da justiça portuguesa afoita a considerar que aquilo não vale como conversa de gente – aos ouvidos impudicos de todo o mundo.
A este propósito, só vale a pena secundarmos um apelo ao povo, ao povo bem maioritariamente Benfiquista que, tal como ensina o Presidente da seriedade de uma grande instituição desportiva portuguesa, a única Grande e Gloriosa, “não façamos da casa da democracia um casa de branqueamento das manigâncias desportivas por que alguns foram (escassamente) condenados justamente”.

2. Mesmo sem toda aquela atenção da trupe às ordens da “cúria papal” e apesar de a selecção do senhor Queirós também reter alguma curiosidade, jornais, jornalistas e comentadores que sabem o tudo e o nada não deixam de tentar vender e comprar, agora já não somente os jogadores mas inclusive treinadores e mesmo administradores com a direcção do desporto benfiquista. A saga continua tão grande que nem Rui Costa nem Jesus escapam ao rol de vendas e compras. Relativamente a Jesus, não estou a falar da tentativa de rapina traiçoeira por amestrados rapinadores de tudo quanto seja verdade e verticalidade desportivas.
Já nem importa que digam num dia estar uma compra e venda consumada e no dia seguinte escrevam que o elemento essencial da consumação dessa compra e venda, o seu preço, esteja a ser ainda negociado.
Já nem importa que se escreva que um jogador pretende um novo e grande campeonato, um clube que lute por ser campeão e jogue na Liga dos Campeões e se acrescentem como pretendentes clubes que lutam para não baixar de divisão num desses campeonatos. Pouco importa que depois venham dizer que, afinal, o jogador já opta por continuar no Benfica – que remédio, tem contrato por mais 4 anos! – apesar de um seu confrade de grupo assinalar com grandiloquência que esse jogador vai deixar o Benfica, que só uma hecatombe é que poderá reverter a situação.
A gente também tem de ter motivos para se rir, para esquecer por momentos as tristezas da vida. Logo, não podemos amaldiçoar quem nos queira vender toda a gloriosa equipa campeão e tornar-nos órfãos de novo até mesmo da esperança.
Se aparece um bobo a escrever que Luís Filipe Vieira “já deve ter percebido que não vende ninguém pela cláusula de rescisão”, só nos podemos divertir – é para isso que o bobo serve e é pago – sabendo que aquele Presidente e Rui Costa diversas vezes têm muito solenemente afirmado que não sai ninguém a não ser pelo valor da cláusula. Mais importante, afirmando com igual solenidade que o Benfica não está vendedor!
Por isso, se o bobo não fosse bobo devia saber que pouco importa que não se venda ninguém pela cláusula de rescisão quando o que se quer é, precisamente, não vender ninguém. Se o Benfica diz que não quer vender a não ser que seja obrigado – o tal pagamento da cláusula de rescisão – é caso para que Luís Filipe Vieira – e já agora, todos os Benfiquistas – fique contentíssimo se ninguém o obrigar.
Mas um bobo não consegue saber isso porque então não seria bobo!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

As contas das SAD.s de futebol

Que fique bem claro desde já que não sou especialista em contabilidade e que, por conseguinte, os números que vou alinhavar são mais um pôr em evidência dos mesmos do que uma sua análise valorativa.
Caberá aos leitores, a cada um, tirar as conclusões que considerarem melhor adequadas aos números.

Os números colocados em evidência comparativa referem-se aos proveitos e custos operacionais “tout court”, àqueles proveitos e custos “normais” do desempenho operacional da SAD, durante o período contabilístico que se toma como referência.
Alinhavam-se também os proveitos e custos com aquisições e vendas de jogadores.

Vejamos, pois, os números.

F C PORTO SAD

PROVEITOS NORMAIS
47,0 MILHÕES

CUSTOS NORMAIS
48,5 MILHÕES

Receitas venda jogadores
32,6 MILHÕES

Custos aquis. jogadores
18,4 MILHÕES

Nos proveitos operacionais normais estão incluídos cerca de 18,0 milhões de euros provindos da Liga dos Campeões.
O saldo entre os proveitos operacionais normais e os custos operacionais normais é negativo e ronda 1,4 milhões de euros.
O confronto entre despesas com aquisição de jogadores e vendas de passes deu, como se verifica, um saldo positivo de 14,0 milhões de euros.


SPORT LISBOA E BENFICA SAD

PROVEITOS NORMAIS
46,5 MILHÕES

CUSTOS NORMAIS
47,0 MILHÕES

Receitas venda jogadores
2,1 MILHÕES

Custos aquis. jogadores
17,5 MILHÕES

Nos proveitos operacionais normais estão incluídos cerca de 4,0 milhões de euros provindos da Liga Europa.
O saldo entre os proveitos operacionais normais e os custos operacionais normais é negativo e ronda 0,5 milhões de euros.
O confronto entre despesas com aquisição de jogadores e vendas de passes deu, como se verifica, um saldo negativo de 15,4 milhões de euros.

SCP SAD

PROVEITOS NORMAIS
27,6 MILHÕES

CUSTOS NORMAIS
30,6 MILHÕES

Receitas venda jogadores
0,4 MILHÕES

Custos aquis. jogadores
9,2 MILHÕES

Nos proveitos operacionais normais estão incluídos cerca de 4,0 milhões de euros provindos da Liga dos Campeões e da Liga Europa.
O saldo entre os proveitos operacionais normais e os custos operacionais normais é negativo e ronda 3,0 milhões de euros.
O confronto entre despesas com aquisição de jogadores e vendas de passes deu, como se verifica, um saldo negativo de 8,5 milhões de euros.

Perante estes números, poderemos fazer algumas especulações e tirar algumas conclusões.

Assim, quanto ao FC Porto, nem a participação na liga milionária o salvaria do vermelho e só o saldo altamente positivo entre compra e venda de jogadores lhe permitiu lucro.
Mesmo com o saldo altamente favorável na compra e venda de jogadores, se o FC porto não tivesse participado na liga milionária, teria lucro ou prejuízo? E de que valor?

Quanto ao Benfica, imagine-se que ele tinha obtido os milhões que o FC Porto obteve da liga milionária. Claro, continuava com prejuízos porque a diferença entre aquisições e vendas de jogadores é substancial.
Porém, no futuro, pode-se especular. O Benfica agora que tem uma equipa competitiva constituída – haverá lugar sempre para pequenos acertos – não precisa de despender tanto em aquisições, o que levará as contas ao equilíbrio.
Porém, se for obrigado de novo a despender verbas significativas, isso só pode significar que alienou jogadores e obteve as consequentes mais-valias.

Podemos também concluir, parece-me sem grande margem de erro, que o FC Porto tem a conta normal de exploração mais ou menos equilibrada, com a participação na Liga dos Campeões.
Mas o Benfica tem essa conta de exploração igualmente mais ou menos equilibrada, mesmo sem participar na Liga dos Campeões.
O que desequilibrou a balança foi o saldo entre aquisições e vendas de jogadores.
O que de futuro, pode desequilibrar a balança, em sentido inverso, é a participação do Benfica na liga milionária e a correspondente ausência do FC Porto.
E, se o FC Porto, mesmo participando na Liga dos Campeões, só se safa com vendas dos seus melhores jogadores, pode-se imaginar o que poderá acontecer sem a participação nessa liga milionária.
Que custos em aquisições de jogadores?
Que mais-valias em vendas de jogadores?

O Sporting vai ter dificuldade imensa. Porque não participa na Liga dos Campeões, porque não pode realizar grandes mais-valias com a venda de jogadores – se vende os poucos tarecos de valor que tem, então ainda mais vai gastar em aquisições ou conformar-se a ver os outros a arrecadar troféus e títulos, a participar em ligas milionárias, enquanto ele se vai ficar pela ninharia dos proveitos que consegue arrecadar.
Para o Sporting dar o salto e poder aspirar a lugares cimeiros, parece bem que terá de ver os seus custos de exploração subir em flecha e esperar que os proveitos venham depois atrás, se vierem.

Nalguns jornais vêm comparados os passivos destas SAD.s mas essa comparação é uma falácia. Só se podem comparar realidades iguais e, enquanto o passivo da Benfica SAD engloba o passivo da anterior Benfica Estádio, o passivo da FC Porto SAD não engloba o passivo da sociedade proprietária do Estádio do Dragão, ou seja, o passivo da Euroantas, e o passivo da Sporting SAD também não engloba o passivo do Alvalade XXI.



PS: Soube-se há pouco do desfecho, em primeira instância, dos julgamentos daqueles que, de acordo com as escutas telefónicas levadas a cabo, parece que viciavam as classificações dos árbitros. E, finalmente, houve alguém que clarificou os condenados e os absolvidos.
Quem foi absolvido de todo o processo apito dourado, afinal, foram as escutas telefónicas. Ao que parece, essas escutas foram consideradas prostitutas e as conversas que foram ouvidas apenas mero paleio de engatanço.
Ora, segundo dizem os entendidos, crime não é as prostitutas andarem no engatanço!
Crime é alguém facilitar esse engatanço!
E tal não se provou! …

terça-feira, 1 de junho de 2010

O “record” do risível e do ridículo

Andam os Portugueses muito tristonhos com as desgraças da vida e os cintos que cada vez mais lhes cingem as cinturas já de si tão necessitadas de flexibilidade para fazerem face às necessidades tremendas de uma vida de aperto a que tanto os obrigam.
Talvez não só os Portugueses, mas com as desgraças alheias pode-se bem. O problema maior é que, neste mundo global, as desgraças alheias terminam muitas vezes à nossa porta e aí “comemos” pela medida grossa as suas ressacas.
Mas, para tudo na vida há um escape. Um escape, se não para nos satisfazer o físico, ao menos para nos distrair a mente e nos fazer esquecer as agruras da vida.
Em Portugal, esse escape chama-se futebol e tem alguns protagonistas bem conhecidos que nos proporcionam os momentos hilariantes do esquecimento salutar.


Falemos, por agora, de um jornal que se chama “record” e cujo nome talvez não tenha sido escolhido ao acaso porque lhe assenta como uma luva quanto a certas e muito costumadas afinidades que faz gala em apresentar amiúde, tornando-se o “recordista” das mesmas, na consagração de uma nominalidade ridícula que bem lhe fica e que fazem questão de beatificar.
Apresentemos apenas uns seus pitorescos nacos de prosa vindos mesmo a propósito do seu “recordismo” de balelas incongruentes que julga presunçosamente como notícias. Servem somente para comprovar – e não seriam necessários – a conclusão de o Sport Lisboa e Benfica no seu desmentido bem recente:

« …os leitores do Record ficam a saber que só são enganados se quiserem ... »

No mesmo dia e no mesmo dito jornal, um seu opinador escrevia assim:

« … Luís Filipe Vieira sempre esteve a par da decisão de Jorge Jesus em não contar com Quim e a decisão de Jorge Jesus nunca foi comunicada nas costas do Presidente. Vieira esteve sempre a par de tudo … »

Já outro opinador que se apresenta muito solene e é capaz em um dia de exprimir um sentimento por Mourinho treinador e logo ao outro dia exprimir o seu contrário, escrevia sob o pomposo título, “Quim…fusão”:

« … Quando Luís Filipe Vieira chegou a Lisboa tratou logo de dizer que “as coisas não eram bem assim” como Jorge Jesus (hipoteticamente) as apresentara …»

E logo encontra no seu bornal de pesporrência “um pequeno conflito” entre Vieira e Jorge Jesus.
E acrescenta:

« … alguma coisa fugiu ao controle de Luís Filipe Vieira na gestão de um dossier que para Jorge Jesus estava fechado e para Luís Filipe Vieira não … »

E continuando o nosso opinador feito bruxo, com o seu oráculo de meia tigela:

« … Vieira não quer que ninguém se equivoque: no Benfica manda ele … »!


Isto passa-se no mesmo jornal e neste bem escarrapachado no mesmo dia. Só falta saber se o “magicanço” burlesco de um teria ou não sido simultâneo com a seriedade e a serenidade do rigor informativo – as excepções só confirmam as regras – de outro.
Passemos a outro exemplo.


Num certo dia bem recente (31 MAI 2010), escreve o dito jornal:

« … Real Madrid já consumou a transferência de Di Maria … »

No dia seguinte, hoje mesmo, escreve:

« … Real Madrid tenta baixar dos 40 milhões … »

E acrescenta:

« … clube espanhol não quer pagar cláusula de rescisão … »


Tendo em conta que tanto o Presidente, Luís Filipe Vieira, como o Administrador da SAD para o futebol, Rui Costa, sempre afirmaram e reafirmaram – este último, ainda ontem – que não vendiam abaixo da cláusula de rescisão, parece que nem os deuses, por mais adivinhos e omniscientes que sejam, conseguem perceber como é que num dia a transferência de Di Maria está “consumada”, quando no dia seguinte se escreve estar-se a discutir o preço da dita.


Fica-se sem saber se o travesseiro e a noite de sono foram ou não bons conselheiros. Mas também não parece que este jornal se dê ao luxo de se preocupar muito com os bons conselhos.
Ou, visto de outro ângulo.
Que importa mais ao “record”?
Saber que os seus leitores só são enganados se quiserem ou fazer jus ao seu nome de “record” … de mentiras?


Serão os leitores, em especial os Benfiquistas – a quem o comunicado do Sport Lisboa e Benfica mais se destinava – os que têm a última palavra!
Que, quanto a eles, nem parece muito difícil de adivinhar!...