quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Os aprendizes do treinamento e a ética de “Santa Bárbara”

1. O aprendiz encapuzado de “sábio” e o aprendiz da ignorância

Noticiou-se que um certo treinador caído de pára-quedas dizia publicamente, há pouquinho tempo, ir pedir “sábias lições” ao aprendiz encapuzado de “sábio”. As notícias de jornais, rádios, televisões e toda a série de pasquins que se conhecem neste acanhado e canhestro país, afirmavam e reafirmavam que as razões do treinador caído de pára-quedas radicavam no facto das vitórias, duas, alcançadas sobre o Benfica.

Boas razões, portanto, para, publicamente, realçar o seu – do dito treinador – empenho! O Benfica é grande, imenso! Por isso, toda a gente o conhece, toda a gente fala nele! Só se dá importância a quem é grande e isso é uma verdade tão categórica que até o treinador caído de pára-quedas consegue perceber, o que até já o abona um bocadinho!
Razões das mesmas, em qualquer outro clube, passariam completamente à margem, tal a sua – do clube – insignificância!

O treinador em causa é mais um espécime dos que a oficina de corrupção desportiva fabrica em modelo standard como um dos vários tipos de peças da arquitectura da mentira do futebol português. Assim, essa mesma oficina tem a certeza não apenas da docilidade do enfrentamento, quando chega a hora, como do patrocínio e da catequese que os acólitos vão pregando nas paróquias “papais”!

Dir-me-ão, com certa dose de razão, convenhamos, que um adocicado serviçal doutrinador confessar publicamente a necessidade de aconselhamento não abona as suas capacidades doutrinárias. Ademais, poderia ter ficado a dúvida sobre se as necessitadas lições versariam sobre as vitórias ou sobre as derrotas, porque o aprendiz encapuzado de “sábio” também houvera perdido por iguais vezes!

Tendo este fundo por cenário e a pública e manifesta indigência, bem “aconchegada” na sua confessa incompetência sobre a função de treinamento – aspecto este que, ao contrário dos outros, não estranha nem é surpresa nenhuma, ou não tivesse ele caído de pára-quedas – levantou-se de imediato uma dúvida sobre o tema das prementes e imprescindíveis lições!
Iria o aprendiz caído de pára-quedas perguntar como é que se ganha ao Benfica ou como é que se perde com o Benfica?

O resultado desfez a dúvida e se, relativamente à comissão fabriqueira corrupta, os factos reais são quimeras e só os factos virtuais da mentira, da manigância e da tramóia desportivas é que importam, não deixa de ser verdade que algo das “conversinhas” entre os dois aprendizes surtiu efeito.
De facto, não podemos escamotear a similitude entre o jogo de andebol praticado dentro da sua área pelos jogadores do aprendiz encapuçado de “sábio” e os do aprendiz caído de pára-quedas, sempre com o beneplácito da domesticada brandura dos homens do apito.
E no jogo das trancadas em igual cenário e com os mesmos actores, a coisa também funcionou a contento dos aprendizes!
Valeu ao Benfica que o aprendiz encapuzado de “mestre” não adestrou – ou adestrou e o aluno não desmereceu do “professor”, não aprendendo – o aprendiz caído de pára-quedas a ensinar ao árbitro a marcar penaltis quando os adversários se limitam a jogar a bola simplesmente com o peito e até com as botas dos pés!


2. A ética da mentira ou a ética de “Santa Bárbara”

Não penso enganar-me muito se disser que o Povo, a esmagadora maioria dos cidadãos deste país, tem sentido ser embalado por uma cançoneta que já há demasiados anos vem escutando e até já o despertou suficientemente para não ir mais em cantigas. Naturalmente que lhe faltam os meios, o poder como é óbvio, para mandar os cançonetistas tocar em outra paróquia, mas já se deixaram de ser ingénuos e meros consumidores da música da aldrabice com que ainda tentam embalá-los.
Com efeito, o Povo vai-se sentindo cansado de ouvir tantas vezes a palavra ética, cantarolada pelos que detêm o poder, o poder de algo importante e não somente o poder político.

É certo que esse mesmo Povo foi criado e preza demasiado os valores da honra, da palavra, da verdade, da justiça e da moral. Todavia, tem assistido às invocações de ética sempre que o orante poderoso se sente de algum modo “atrapalhado”! Nesses momentos, encher a boca com a palavra ética tem-lhe parecido, a esse mesmo Povo, a retórica ideal do desenrascanço. Aliás, agora o Povo já sabe que não parece, mas é!
E sabe também que a tal ética do poder, qualquer que seja, é a ética do tacho, da mentira, da corrupção e do compadrio.
Vejamos apenas alguns, escassos, exemplos futebolísticos.

Ainda não há muito, perante provas esmagadoras de práticas de corrupção desportiva, as mais variadas e a sua enorme maioria versada em conversas telefónicas com a rede de amigalhotes, vimos e ouvimos o principal conversador, o “gerente de caixa”, o GPS da Madalena, a invocar a Divina Providência em auxílio da sua “ética” e da sua “verdade”, mesmo depois de mentir ao próprio Papa, o verdadeiro!
Toda a gente percebeu desde então que a sua “Divina Providência” se consubstanciava na rede de amigalhaços da política, das forças ditas da ordem mas da sua ordem e, principalmente, da sua rede de amiguinhos nos meandros da (in)justiça.

E a “Santa Bárbara” da sua “ética” e da sua “verdade” acudiu-lhes, aos amásios da mesma ética, envergonhadamente, é certo! No entretanto, a “vergonha” dos “mandatários” daquela Santinha é tal que têm sempre o “raminho de oliveira” benzido para queimar nas aras do “não provado”, ou seja, em lume brando quanto baste – consegue sempre o pretendido, que é o que lhes importa – para não beliscar nenhuma consciência mais pudica e tentar convencer o Povo – que eles ainda julgam parolo – da “honestidade” das suas oratórias!

Agora é Queirós que, enrascado, ensaia a cantilena da ética.
Mas qual ética?
A que o fez treinador do sistema e mote das odes de aleluias comunicacionais, quando ele foi nomeado seleccionador?
A que o sentou reconfortadamente debaixo da asa do “papa” condenado, em busca de protecção e acomodando-se aos métodos da batota, à custa do troco da promoção de jogadores combinados, mesmo dos que tenham passado a época futebolística, ora à sombra do banco de suplentes, ora à sombra da bancada das bolas de golfe?
A ética das trapaças dos relatórios médicos a pedido dos senhores da ética do quero, posso e mando?
Estará Queirós a apelar aos amigalhaços justiceiros que se sentam nos camarotes para os quais foi convidado em tempos de ética do tacho?

Ora, tarde piou, o coitado! Como mero peão, foi escorraçado como são escorraçados os sem eira nem beira! E de pouco lhe vai valer, arrependido se mostrando na prossecução do desenrascanço, encher a boca de ética!
Acresce que não precisa de se esforçar na sua pretensa demonstração moralista! Já todos sabemos a ética que “embrulhou” o seu despejo e a ética que se encontra enraizada nos caceteiros da ética!
E Queirós também, tanto que se deixou embrulhar por ela!
Quer-nos fazer crer que é um ingénuo, ao pensar que ela agora o desenrascará!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A caravana dos capatazes … e os novos "pides" da censura…

Em mais um editorial de baixa categoria, estilística e substancialmente, mostrou-se o senhor director do jornal “a bola” muito incomodado com a oportunidade das negociações tendentes à aquisição, pelo Benfica, de Jardel, jogador do Olhanense. O prurido do senhor director da censura jornalística em democracia tem a ver com o facto de se ir disputar no mesmo dia um jogo de futebol entre os dois clubes supra citados.

Deste senhor director da censura jornalística em favor do clube condenado por corrupção desportiva tentada, do seu presidente igualmente condenado e dos capatazes escribas que enaltecem os métodos das aldrabices e das manigâncias, esperar-se algo de diferente seria uma estupidez!
De facto, com o seu acto censório, o senhor director sabe que é dos “eleitos” que escapam ao esconjuro “papal”. Não era agora que ele se ia arriscar a que não “gostassem” dele, sujeitando-se ao expurgo do purgatório do GPS da Madalena!...

Toda a gente, sem memória curta, naturalmente, sabe que o presidente condenado usa e abusa do método, aliás, refinadamente, porque neste caso que “incomodou” o senhor director da censura jornalística, o Olhanense só em modesta percentagem, conquanto não despicienda, é interessado no negócio, que os direitos patrimoniais do jogador lhe não pertenciam, ou pertenciam-lhe em quota mínima.
Alguém verificou que o senhor director da censura, em todas essas ocasiões, estivesse incomodado?

Mas quem conseguiu o “feito” de ter transformado o jornal expoente da democracia em tempos de ditadura num jornal onde se pratica a censura de expressão do pensamento, em tempos ditos de democracia, só pode mesmo estar adaptado ao espelho da sua porcaria.
O senhor director em causa tem o “mérito” de ter transformado o antes prestigiado jornal “a bola” num jornal a que, muito apropriadamente ao director de que usufrui, de resto, se transformou em “a burla” jornalística da censura.


Também um escrevinhador qualquer de “o público” – o nome nem interessa de tão pouco que diz – não quis que o “papa” deixasse de gostar dele e escreveu que “o Benfica começou a ganhar ao Olhanense antes do jogo”!
O dito escrevinhador enganou-se na dica para não desgostar o dono que não gosta de estúpidos! E, se pouco lhe interessa ser estúpido, como é, já muito lhe diz não o parecer para que igualmente pareça que o “papa” goste dele!


E mais do mesmo se ouviu ou leu, numa sinfonia de gosto porque o aviso é recente e os avençados, sendo-o – estúpidos, obviamente – também não querem parecê-lo para que continuem a gostar deles!

E, afinal, o que se passou?

Passou-se tudo às claras! Benfica e Olhanense tiveram o cuidado de serem transparentes nas suas intenções, informaram toda a gente das negociações antes do jogo.
Todavia, isto pouco interessa! O importante mesmo é contratar um jogador pela calada, seja para jogar à bola com a mão quando a coisa se torna necessária … para que o adversário possa vencer o jogo … ou para falhar escandalosamente um penalti que, inadvertidamente, convertera momentos antes mas a quem o homem do apito não se esqueceu de relembrar o trato!

Alguém se preocupou?

Ora, neste país do faz de conta, ser esperto pela calada é que é “virtude”!
Receber um árbitro em casa, um árbitro que, só por mero “acaso”, vai apitar o jogo da nossa – deles – equipa, na véspera desse jogo, é dar um … “aconselhamento familiar” e, por conseguinte, praticar uma “meritória” obra de caridade!
Se o “conselheiro” for daqueles que casa e descasa e volta a casar, muda de amante como quem muda de camisa mesmo que ela tenha idade de neta ou que tenha vestido a pele de filha, num engano de esperteza – outra virtude dos ditos – verdadeiramente “cristã”, então as “virtudes” do conselho são dignas de “impoluta” benzedeira por uns acomodados amigos de camarote que, para afastarem qualquer ameaça de endemoninhamento, lavam as mãos à Pilatos, na récita do “não provado”!
Dar “fruta” a árbitros com carências alimentares, nomeadamente vitamínicas – vitamina A, por exemplo, para verem bem o que vão fazer! – ou pagar, “por engano”, viagens de férias , a cidadãos com nome “artístico” – quer dizer-se, com enorme “arte” no apito – camuflado enquanto viajante, são apenas exemplos de “elevado merecimento papal”!


Quem se atreve, pois, a gritar contra estes actos “de bondade ética irrepreensível”?

Só mesmo quem não se importar minimamente com os gostos de um “papa” corrupto e condenado e, afinal de contas, há poucos escribas! E os poucos que há, são censurados porque este apregoado Estado de Direito se transformou num estado do direito à injustiça e numa democracia que na censura jornalística faz inveja à ditadura!

Restam os escrevinhadores de cerviz vergada. Para estes, as escutas telefónicas do apito dourado são “ilegais” porque o seu conteúdo é … “virtuoso”, tal e qual a máquina judiciária pejada de amigos!
E quem se atrever a ficar escandalizado com as “pudicas” afirmações dos que não as querem julgar porque não devem desconfiar dessa máquina de “amizades”, arrisca-se a que … “não gostem deles” … o que equivale a uma excomungação para os labirintos do esquecimento!

Afinal de contas, para que foi reinventada a censura jornalística?!!!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O Estúpido

Segundo reza o dicionário, o estúpido é um espécime falho de inteligência, de siso, um obtuso. Falece-lhe ainda qualquer pingo de discernimento que o ajude a avaliar as suas tolices apalermadas, repasto em que o estúpido é largo de apetites porque, evidentemente … é estúpido!
Opõe-se-lhe, ainda segundo o dicionário, o inteligente.

O inteligente é atilado e sensato, que são qualidades que o estúpido imagina prosapiamente serem apêndices de algum extraterrestre dedicado a apoquentar os espíritos, mesmo o espírito do estúpido … quando ele tem espírito que também é coisa que normalmente desconhece e acerca do qual se não sente apoquentado porque, enfim … é estúpido!
O inteligente tem o siso no lugar e na dose apropriada, a capacidade intelectual de, detectando facilmente o estúpido pelos seus ditotes bacocos de palermices, lhe responde apenas na dose adequada, aquela dose que se traduz num nítido “não ligues” qualquer importância ao estúpido e à sua estúpida palrice e que aquele, estúpido, julga ser o seu maior elogio … porque é tudo estúpido, o sujeito e sua palraria!

O estúpido gosta das respostas do inteligente ou, mais propriamente, das não respostas do inteligente! Precisando melhor, todo ele, estúpido, se baba com estas não respostas do inteligente! Não é que ele, estúpido, as possa cismar sequer inteligentes ou, numa catarse de estupidez endémica, possa magicar ser ele próprio inteligente!
Não existem contradições iluminadas na estupidez, só uma ausência total de siso! Mas o estúpido, por ser estúpido, não gosta de outros estúpidos!

Uma justificação para este procedimento, naturalmente estúpido por sua natureza e génese, advém apenas e consequentemente da sua estupidez. O estúpido é um autista por ser estúpido! Como autista e, ainda por cima, estúpido, julga-se estupidamente um “primus inter pares” dos sujeitos estúpidos!
O estúpido não se julga o mais estúpido mas o único verdadeiramente estúpido! Deste modo, acredita o inteligente porque é inteligente que a estupidez do estúpido lhe seria dolorosa só de pensar que o pudessem rodear outros estúpidos tão estúpidos como ele!

Já ficou, implicitamente mas com uma certa clareza, mais ou menos enunciado que o estúpido é um egocentrista da estupidez! Para o estúpido, nada de mais estúpido existe ou pode existir fora dele, estúpido, e da sua estupidez!
É só por causa deste egocentrismo estúpido que o estúpido consegue afirmar que Jorge Jesus é inteligente! Todo o inteligente sabe disso e não cai na esparrela de pensar no que não deve, por ser inteligente! E, por conseguinte, não vai haver inteligente que pense que o estúpido, com esta afirmação, teve uma branca na sua estupidez!

Não, o estúpido está somente e de novo a publicitar a sua estupidez! É o seu estúpido egoísmo que, não tolerando mais estúpidos ou estúpidos ao seu nível de estupidez, faz gala em advertir o inteligente de que a sua estupidez foi adquirida e se reserva o direito à exclusividade! Se, inadvertidamente, o estúpido dá a impressão de ter acertado na citação com que presenteia Jorge Jesus, como foi o caso, tal se deve exclusivamente ao seu, do estúpido, egocentrismo exclusivista e não a qualquer lapso por que tenha passado a sua imanente estupidez!

Por ser estúpido, o estúpido julga-se ainda um finório!
E até tem razão, ele é um finório na estupidez! É um finório estúpido que se julga um espertalhão e, sobretudo, um inventor de meia tigela, estúpido como lhe convém! Manhoso e matreiro, dá largas aos seus devaneios estúpidos!
Porque é estúpido e faz gala em demonstrar afincadamente a sua estupidez, pode afirmar, no que para ele não passa de um estúpido devaneio, que a família é o bem mais importante de uma sociedade, a base de uma sociedade saudável e funcional!

Pois é claro! Lá funcionar, funciona! Só assim se compreende que ele se tenha casado e descasado não sei quantas vezes, que tenha estupidamente mentido ao Papa num entrouxo de amante encenada em personagem de filha, que apanhe e largue amante, que ensaie treino real de bofetão, saudável, com aquela que se atreva a reivindicar inteligência, que dirima conflito em tribunal com o próprio filho!

Certamente que um ensaio real sobre a estupidez não lhe aprazaria maior êxito na sua boçalidade estúpida, entremeada com o seu natural provincianismo. Estúpido de armas publicitárias bem oleadas nos imensos macacos e capatazes da sua estupidez, sabe que tem todas estas milícias preparadas! Umas milícias que, por medo de serem estúpidas à imagem da estupidez do dono, se fazem estúpidas, sem o darem a entender ao amo, estúpido, e se deixam manipular pela estupidez! E assim o estúpido, estupidamente, pode sempre dizer-lhes que não gosta de … estúpidos!

Foi assim com a nossa justiça, ou melhor, com os nossos fazedores da (in)justiça! Estupidamente, se fizeram de estúpidos e aceitaram o estúpido aconselhamento familiar ao árbitro, consagrando a estupidez no “não provado” que, sendo estúpido, lhes aliviou a mente do “não gosto de estúpidos”!
Eles bem sabiam que o “não gostar de estúpidos” não é bem o mesmo do que não ser realmente estúpido!
Mas disfarça! E não correm o risco de que o estúpido lhes diga que … não gosta de estúpidos!

Bem vistas as coisas, no fundo, é, pois, perfeitamente natural que o estúpido, precisamente por ser estúpido, não goste de estúpidos!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Vítor Pereira, o "justiceiro" do sistema corrupto

1. O fim de ano futebolístico de 2010 “consagrou” de novo a mentira vergonhosa do futebol português, aquela mentira que nele grassa sem vergonha e sem princípios desde que a turba da máfia do futebol caseiro dele tomou conta sobre a égide de um “papa” comprovadamente mentiroso e corrupto da verdade desportiva.
É uma mentira reiterada ao longo de anos e anos, com poucas consciências atormentadas e muitos sabujos branqueadores que, na lama da perversão dos princípios éticos da verdade e da lisura desportivas em que chafurdam, não se cansam de tentar impingir uma suposta superioridade dos fins sobre os meios. Uma mentira que até em anos em que não colhe fruto se manifesta na tentativa desesperada de se impor e impedir que ganhe a verdade, a lisura e a ética desportivas.

Na sua “doutrinação das virtudes” do fim atingido sem o mínimo resquício de remorso ético sobre o meio empregue, tais sabujos desfiam continuamente mentiras deslavadas sobre os factos sem qualquer pejo de vergonha, conquanto sejam publicamente desmentidos, pelo rigor de verdade factual histórica e por alguns, poucos, que, mais despertos e encorajados, ousam repor a verdade, conquanto em tempos ditos de democracia sofram dos horrores da censura dos ditadores encartados … e não envergonhados, mesmo pertencendo a um jornal que em tempos de ditadura e de repressão do livre pensamento deu cartas de democracia e de tolerância cívica!

Pouco, todavia, há a esperar de uma auto regeneração, que os prosélitos dessa imundice têm a sua sem vergonha infiltrada nos genes como herança congénita, conquanto não forçosamente hereditária. Resta um combate permanente e porfiado contra esta chafurdice numa esperança, que nunca pode esmorecer, de que tal porcaria há-de um dia ser varrida e lavada com um detergente de tal modo corrosivo que não seja um mero branqueador da imundice que revolta as consciências, apesar de tudo maioritárias, conquanto muitas delas acomodadas num desalento de quem se deixa abater por um fado que julgam inevitável mas que de todo o não é.
É certo que a missão de resistência é difícil, tanto mais difícil quanto aqueles em quem confiávamos como os lídimos, não apenas defensores dos princípios éticos e das virtudes de uma sociedade sã, mas fautores do triunfo da justiça que os consagra, se limitam cobardemente a lavar as mãos à laia de Pilatos e quase santificam estes próceres da mentira e da corrupção desportiva.


2. A evidência de tal imundice em que se afundou a verdade desportiva portuguesa pode evidenciar-se nas palavras do responsável maior da nomeação daqueles que, em campo, seria de esperar serem os juízes do triunfo dessa verdade desportiva – é em tal capa que se “embrulham” e que se justificam – um supremo responsável que, como tal, o legítimo era pensar ser o principal juiz do triunfo da dita verdade.

E que diz ele, publicamente, a todos os desportistas e a todos os que prezam a verdade, bem como, principalmente, àqueles a quem incumbiu, presumidamente, de fazer triunfar as leis do jogo?

Perante as queixas legítimas, as queixas sobejamente fundamentadas de quem sofreu os mais descarados desvirtuamentos de aplicação dessas leis, em causa própria e em causa alheia, aqui de sentido inverso, vem afirmar publicamente, «só é enganado quem quer»!

Estamos face a uma afirmação que surpreenderia os crédulos, mas não os “ingénuos” que “só são enganados se quiserem”! Dela apenas pode concluir-se que o erro arbitral contra a verdade desportiva, a manipulação dos resultados, a manigância, a mentira, são princípios implantados e consagrados no futebol português, de tal modo que só os ditos “ingénuos” ainda acreditam na seriedade e na sanidade de uma verdade que deveria impregnar, por ser imanentemente natural à vida, as competições desportivas.

Não é caso de engano, de facto, como afirma Vítor Pereira, que todos já devíamos saber de sobra a lama da vigarice e da tramóia que enformam as competições desportivas em Portugal, aquelas em que o “papa” condenado por corrupção está interessado.
Só que continuam a haver mentes sãs, defensoras dos valores morais da verdade e boa-fé nos princípios éticos, mentes que resistem ao chafurdo da mentira e da corrupção desportivas, os tais “ingénuos” que se deixam enganar por que querem, segundo Vítor Pereira.
Porém, ao contrário do que pensa este paladino defensor e acomodado à porcaria, estas mentes não são enganadas, nem se deixam enganar! Apenas não pactuam, nem pela mera acomodação cobarde, com toda esta enorme mentira em que definha o futebol português que leva personagens altamente consagradas e respeitadas, tanto quanto não enganadas nem se enganando porque querem, a afirmar a todo o mundo que o FC Porto, o chupista da corrupção e dos seus resultados, compra campeonatos no supermercado.

Vítor Pereira, supostamente o juiz dos juízes da verdade desportiva, é o primeiro a conformar-se, segundo as suas palavras, com a trafulhice e a corrupção desportivas, sobrando-lhe apenas o lamento de compaixão a favor dos tais “ingénuos” que, apesar de tudo e ao contrário dele próprio, acreditavam e acreditam ainda no triunfo da verdade.
Por isso e para sermos verdadeiros e mais conformes à realidade, melhor parece que os “ingénuos” são todos aqueles que ainda podem acreditar, minimamente que seja, na hombridade, na seriedade e na competência ética de Vítor Pereira.
Desses se pode dizer, com bem mais propriedade relativamente a este nomeador arbitral por encomenda, “só é enganado quem quer”!

E, de facto, esta é que é a verdade! Vítor Pereira é um produto do sistema desportivo corrupto! Como tal, a sua consciência embotada e domesticada só pode mesmo vir caucionar a actuação daqueles que, descarada e impudicamente, fizeram uma aplicação retorcida tanto quanto descarada das leis desportivas!

Vítor Pereira não se limita a chamar “ingénuos” a quantos acreditam que a actuação arbitral deve ser isenta e imparcial.
Vítor Pereira estimula os árbitros, seus nomeados juízes, à vingança! À vingança que, nas suas palavras, tem sido o “prato servido” àqueles que ousem queixar-se da parcialidade e da obtusidade na aplicação das regras!

Efectivamente, o que retirar da sua frase, «há evidências que demonstram que esse tipo de comentários (os críticos da actuação arbitral) é desfavorável para quem os produz»?

“evidências”, diz Vítor Pereira! Ou seja, há já toda uma prática concreta, uma experiência que advém dessa prática de que os juízes árbitros se encarregam de “dar o troco” a quem critica as suas actuações! Eles não estão lá para aplicar as leis do jogo conforme à justiça mas para vingar quem ousar pôr em causa a sua trafulhice consciente e direccionada ou, numa versão eufemística, a sua incompetência!

Com tais afirmações, Vítor Pereira quer transmitir-nos várias das suas “verdades”! Das suas “verdades” e das “verdades” do sistema corrupto em que está inserido, de resto, perfeitamente inserido conforme nos fez questão de confessar!

Vítor Pereira confessa-nos que o sistema futebolístico português é corrupto, que as competições desportivas, os resultados dos confrontos, são uma farsa, uma mentira! Não há que enganar, afirma, “só é enganado quem quer”!
E quem se queixar, leva mais do mesmo, leva “o troco” devido, uma vingança conscientemente servida a frio!

Vítor Pereira confessa-nos que os árbitros, os juízes encarregados de aplicar as regras do desporto segundo os seus princípios da verdade e da lisura, fazem uma aplicação tortuosa das mesmas regras segundo os ditames da corrupção desportiva e dos seus mentores e fautores.
Vítor Pereira confessa-nos, portanto, que essa aplicação incorrecta não resulta do “errare humanum est” mas duma actuação dolosa, conscientemente tendenciosa, de uma actuação previamente querida e direccionada!

Vendo bem as coisas, todavia, Vítor Pereira não nos confessa nada que já não saibamos porque, “ingénuos”, “ingénuos”, ainda conseguimos, e só não vê quem não quer, descortinar toda a conscienciosa e premeditada direcção com que os árbitros, a sua esmagadora maioria, pretendem alcançar os resultados que previram da sua actuação dolosamente parcial.

Mas Vítor Pereira, com as suas públicas afirmações, transmite-nos mais do que confissões. Vítor Pereira faz-nos saber que incita os árbitros à vingança dos que, “ingénuos”, não comem e calam! Vítor Pereira faz questão de, publicamente, caucionar a actuação dos árbitros, que nomeia para aplicar as regras do jogo, à prática dolosa contra os que, sendo parte nas competições desportivas, ousem levantar a voz da crítica!

No fundo, Vítor Pereira faz aquilo para que está vocacionado como homem domesticado pelo regime e dele fazendo parte integrante, salvaguardando o tacho de que desfruta. Defende a corporação dos seus no aconchego das benesses materiais e dos presentes “à forfait”!


3. Vítor Pereira, porém, não confessa agora qualquer novidade! Com efeito, alguns opinantes da nossa praça, poucos, já vão constatando a realidade que ele pretende confessar e, mais do que isso, conseguida alguma coragem, o vão transcrevendo nos seus escritos de opinião.
Tarde, muito tarde, naturalmente, perante a escandalosa demonstração reiterada dos factos desde há tempo demasiado para qualquer consciência eticamente sã e a que as escutas do apito dourado deram expressão convincente e que, se pecaram – e pecaram enormemente – foi por defeito!

É certo que estas escutas, conquanto na sua vertente jurídico-criminal se tivessem revelado – já bastante previsivelmente, convenhamos, atenta a descarada e gritante degradação da aplicação da justiça em Portugal – completamente infrutíferas, tiveram o mérito de nos confirmarem, e a todo o mundo – não o de revelarem o que há muito se sabia – a imundice, a manigância e a corrupção da verdade desportiva que grassava despudoradamente nas competições futebolísticas portuguesas, bem como nos confirmaram a imensa corja dos sabujos dessa imundice, os que celebram o triunfo dos fins sejam quais forem os meios empregues.
Muitos destes, em mais uma demonstração cabal da sua desvergonha, obviamente, até fazem questão de aparecer em presuntivas vigílias a favor … da verdade desportiva!!!...

Voltando a certos articulistas cujo mote introduzimos, vejamos a opinião de um que faz gala em criticar tudo o que seja Benfica.
Pois bem, este opinante escreveu recentemente, num seu artigo de opinião, que “O FC Porto vai ser campeão” porque, além de outras razões que enumerou, tem … “a ajuda dos árbitros”!

E acrescenta:

«Há penálties a favor do FC Porto que só se explicam pela predisposição do árbitro para os marcar»!

“Predisposição”, escreve ele!...
Precisamente aquilo que, implícita mas bem distintamente, nos transmitem as afirmações de Vítor Pereira! Uma actuação previa e conscientemente querida – conscientemente predisposta – para favorecer o clube da corrupção desportiva!
Por conseguinte, uma actuação dolosa contra os princípios da boa e da correcta aplicação das regras desportivas, a favor da consecução de determinado resultado favorável ao clube condenado por corrupção desportiva, resultado esse representado conscientemente pelo autor da mesma actuação e por ele querido como consequência directa desse seu livre actuar.

As afirmações públicas e escritas deste articulista ganham ainda maior predominância se tivermos em conta as premissas que ele colocou como enquadramento destas afirmações. Escreveu ele:

«O facto de não estar ligado a nenhum clube dá-me liberdade para escrever o que penso. Posso dizer mal ou bem do Benfica, bem ou mal do Sporting, ser a favor ou contra o FC Porto, sem ter de dar explicações a ninguém.»

Chama-se a atenção para a nuance “ dizer mal ou bem” … e “ser a favor ou contra”
Isto é, JAS não se atreve a “dizer bem ou mal” do FC Porto! Fica-se pelo “ser a favor ou contra”!…
Falta-lhe ainda a coragem de ir mais longe! Mas já vai dando alguns passos significativos!
Certamente, contudo, não escapa ao rol dos que “só são enganados porque querem”!...


4. A corrupção desportiva em Portugal, que o apito dourado colocou temporariamente em sentido, sentiu-se fortalecida, protegida e branqueada pelo lavar das mãos à Pilatos de quem tinha a suprema missão de fazer justiça e que dela se demitiu cobardemente à sombra do cómodo e fácil argumento do “não provado”!...
Bastou-lhe, por conseguinte, relembrar métodos muito recentes, bem arreigados e nunca esquecidos mas protegidos e premiados – fruta, viagens de férias, envelopes recheados, etc – para retomar toda a sua pujança!

Os resultados da sua actuação deram os frutos desejados!
E obteve a suprema aprovação daquele que, presumidamente, se suponha, “ingenuamente”, dever ser o superior lídimo defensor da verdade e da transparência dos resultados desportivos, que dele é a missão de nomear os juízes que deviam preservar e aplicar em concreto o triunfo desses mesmos princípios!
Uma aprovação que, relativamente a essa missão de verdade e de ética, só relembrou o óbvio da realidade presente e passada de há cerca de três décadas a esta parte:

«a “compensação” vingativa que é presente oferecido a todos os que ousem pôr em causa o sistema corrupto, à mistura com o relembrar da “ingenuidade” dos que ainda possam acreditar nos valores da honra, da seriedade, da verdade, da ética»!