quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O entaramelar do “papa”, O Pinto do Boxe e os “Pseudos”


Ao fixar uma cláusula de rescisão no contrato de Hulk com um valor que nem Cristiano Ronaldo tem pedalada para alcançar, Pinto da Costa estava desde logo a valorizar o seu jogador e isso não seria, em princípio, má gestão. Não deixou de ser um valor exageradíssimo que todos logo perceberam não poder ser alcançado.
Esta cláusula foi fixada quando o FC Porto tinha apenas pequena percentagem do passe do atleta, sendo sabido que este clube já adquiriu mais uma percentagem e por valor bem elevado, o que não admira porque foi ele próprio que, excêntrica e ridiculamente, inflacionou o valor do jogador, e isso foi má gestão.
Seguindo essa espiral inflacionária, foi obrigado – e continua a ser – a pagar um ordenado principesco ao jogador por força dessa supervalorização que só é excêntrica no “super” mas não nas consequências salariais.

Pinto da Costa foi vendendo o seu peixe, pedindo numa súplica de tolos que ninguém pagasse o valor da cláusula de rescisão. Ele sabia à partida, e sempre soube bem que ninguém lhe pagava ou paga esse valor.
Foi pedindo a jornais amigos e de amigos que lançassem presuntivas notícias de oferecimentos que, sem chegarem ao valor da cláusula, eram quase tão delirantes quanto esse valor.
O que faltou ver foi uma achega sequer de alguns desses presuntivos oferentes, os quais sempre levaram sumiço, antes e depois daquelas pseudo notícias.

É um jornal amigo e de amigo que há poucos dias dá a notícia de que o FC Porto aceitara uma oferta de 50 milhões do Zenit, conquanto via uma fonte que era, escrevia esse jornal, um site russo.
A notícia foi desmentida de imediato pelo mesmo jornal amigo e de amigo com a argumentação de que Hulk nunca aceitaria ir jogar para a Rússia e que, por tal, nunca houvera conversas e muito menos oferendas.

Outro jornal amigo e de amigo, a que se juntaram mais jornais e televisões amigos e amigas, noticiou a seguir que o Conselho de Administração do Zenit recusou dar 50 milhões que teriam, segundo o mesmo jornal, sido negociados com o FC Porto, baixando o preço para os 30 milhões … e era se queriam!...

Perante a notícia da recusa, e só depois desta notícia, é que Pinto da Costa sai a terreiro para dizer, impante e com todas as letras:
«Eu é que recusei a proposta de 50 milhões»!

Afinal, Pinto da Costa, se mais não consegue, naturalmente, põe em causa as notícias de jornais amigos e de amigos, em especial a daquele que enfatizou a inexistência de quaisquer conversações entre Zenit e FC Porto e que escreveu serem falsas essas conversações, desmentindo toda esta gente da sua corte.
E criou um dilema aos seus amigalhaços escribas e pasquins.
Houve ou não houve negociações entre FC Porto e Zenit?

O “papa” disse claramente que houve! Mas claro que se sentiu vexado com a “tampa” do Zenit, qual virgem ofendida pela recusa do namorado à porta do templo da sua virgindade.
Houve efectivamente negociações e pouco importava que Hulk quisesse ou não ir para a Rússia porque, ou ia inteiro ou ia aos bocados após ataques de bobbies e tarecos da casa por não obedecer ao que lhe ordenavam.
O problema foi que nem 50 milhões quiseram dar pelo rapaz!

Pode-se concluir de toda esta comédia novelística que, afinal, ninguém quer o rapaz ou apenas o querem pelo preço de compra, sem contar com as chorudas comissões, bem entendido, que não ficariam perdidas mas elevavam o saldo para um valor bem mais negativo do que o de Janko!
Tanta gente que noticiou, em jornais e televisões amigos e amigas, de amigos e de amigas, vários clubes interessados no rapaz e, afinal, o único que se chega à frente oferece menos de 1/3 do valor da cláusula!



Álvaro, o insubstituível, custou aos cofres do FC Porto a bela quantia de 12 milhões, menos do que este clube teve de desembolsar com o jogador que tornou o Álvaro substituível!
Insubstituível, o Álvaro valia 22 milhões, substituível, é natural que o preço tenha baixado e bem!



Pinto do boxe – neste futebol português é toda uma farta ninhada de pintos a comerem-lhe a verdade desportiva e a credibilidade – tem estado agora um pouco mais calmo e um pouco arredio dos ringues.
Mas não tem estado desocupado nem desinspirado porque virou agora um estatístico de primeira água que, nesse seu mester se tem fartado de somar … vitórias!
As outras, as vitórias não morais nem estatísticas, as vitórias desportivas, bem, adivinhem! …

Muito, de facto, tem insistido nas (boas) estatísticas Pinto do boxe. A equipa de que o fizeram treinador, diz ele, “faz tudo, tudo merece, posse de bola à farta, merece por tudo ganhar”!
Invariavelmente, todavia, este ano e nas competições oficiais … só as estatísticas ganham!

Pinto do boxe teve, ninguém lho contesta, tempos áureos em que ganhou mesmo! Foi naqueles tempos em que o murro, o gancho da direita e da esquerda, faziam sangrar os sobrolhos de Artur Jorge, seleccionador, e de Liedson, jogador do seu clube mas que ele quis pôr, e assim o fez, com olho à Belenenses!
Que raio de sportinguista que escolhe logo olho de outro clube e despreza o seu … para o qual nunca teve olho, a não ser para as estatísticas das vitórias … morais!
E, por certo para desgraça sua, vai continuando a dizer que a sua equipa anda em graça enquanto ele é um desgraçado!



Record de mentiras lançou-se às contas sobre os lucros e os prejuízos do Benfica. Mas, salvo erro ou omissão, borrou as suas contas.
Para um record de mentiras e das mentiras, não é novidade nenhuma!

Record de mentira agarrou no valor da cláusula de rescisão de Javi Garcia, 30 milhões, tirou-lhe o valor da compra, 7 milhões, somou-lhe o valor da venda ao Fundo de jogadores do Benfica, 3,4 milhões, voltou a tirar o valor, 6 milhões, que caberia à parcela comprada pelo Fundo … e zás!
Lucro real, escreve, 20,4 milhões!

Matutei, matutei, e até posso estar enganado mas acho bem que o mentiroso é o record … das mentiras!
É que eu vi escrito em qualquer lado, há uns anitos, mais ou menos tantos quantos tem de vida o dito Fundo de jogadores, que o Benfica tinha adquirido 15% desse Fundo!
Querem lá ver que, por obra e graça de um record de mentiras e das mentiras, o Benfica só entra com massa para a subscrição do capital do seu Fundo de jogadores e depois, nicles?!!!

Bem, eu acho que o Benfica, no exercício matemático do record de mentiras, teria direito a mais 390 mil euros, bolas! O montante relativo à percentagem de 15% que lhe pertence no seu Fundo de jogadores! Seriam 15% sobre o lucro do Fundo com a transacção (6-3,4 milhões), lucro esse de 2,6 milhões.


Para terminar, deixo aqui um “belo exemplo de Benfiquismo(?) expresso num “hino à democracia” que o seu autor revela, democracia que é e sempre foi, desde a sua génese, a Alma Mater do Glorioso Sport Lisboa e Benfica.
Manifestou-se este dito Benfiquista num comentário a um “post”, a propósito de notícias postas a circular, notícias que informavam ter Luís Filipe Vieira travado a ida de Saviola para o Málaga, como notícias anteriores já haviam dado por adquirido, conquanto nenhuma notícia de nenhum órgão do Benfica tivesse confirmado uma ou outra de tais notícias.

Vou deixar de lado as outras boçalidades de quem nem deve perceber nem muito menos está por dentro dos negócios, para além de que um Benfiquista deve considerar especulação toda a notícia que pelo Benfica, os seus meios de comunicação, não seja confirmada.
Mas a psicose do pretenso sabe tudo, da presunçosa infalibilidade e da esquizoidia que leva ao devaneio de únicos donos da verdade absoluta, torna muito difícil a noção do ridículo das palavras e das acções.

Dizia o dito Benfiquista(?):

«Bem, se isto for verdade é mais um tiro nos pés que esse pseudo-presidente dá.» (SIC)

Pseudo?!!!

Um Presidente eleito em eleições livres, democráticas e das mais participadas na vida do Benfica, com mais de 90% dos votos expressos?
Que ideia de democracia tem este, ele, sim, pseudo-Benfiquista?!!!
Que respeito demonstra ele pelo Benfica que Benfica sem democracia não é Benfica?!!!
Que respeito demonstra ele pelos milhares de Benfiquistas que elegeram este Presidente que se encontra, por via dessa legitimação democrática, no exercício da sua missão?!!!
E que respeito demonstra eles pelos milhões de Benfiquistas que, não tendo votado, ou votado contra, consideram este Presidente o Presidente legítimo do Sport Lisboa e Benfica, porque, acima de tudo são Benfiquistas?!!!
E ser Benfiquista é ser democrático, é aceitar a vontade da maioria livremente expressa?!!!

É certo que o termo “pseudo” usado por este pseudo-Benfiquista até poderia ser considerado um insulto aos Benfiquistas e ao Benfiquismo.
Mas quem assim se expressa demonstra ser tão pequenino que não consegue insultar ninguém!
Não insulta quem quer mas só quem pode!
E o Sport Lisboa e Benfica é tão Grande e Glorioso no Benfiquismo do seu enorme substracto pessoal que não é uma cuspidela qualquer de tão baixo nível que o pode atingir minimamente!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Os Manéis do “papado” e os “abonos de família”


Todos os que “comem” à custa do futebol português, uns bem à farta – olivedesportos – e outros um pouco menos, sabem há muito que o Benfica é o sustentáculo do desporto em Portugal. Sabem-no todos os “Manéis” dos clubes pequenos, sabem-no os jornais, rádios e televisões em termos de audiências e das receitas publicitárias que elas, audiências, arrastam, sabe-o aquele que enriqueceu à custa deste desporto pobrezinho de ideias de verdade desportiva e gordinho de manigâncias “papais”.

Os pelintras que nos últimos 30 anos do desporto português foram sendo doutrinados – os crentes da corrupção desportiva que humilham de ética os meios e exaltam de corrupção e tentativas de branqueamento os fins – ou amansados com os tarecos e os bobbies que o “papa” corrupto fez de uns “pidás” e de uns madureiras milicianos – os avençados de cócoras no lambe botas e os modernos censores da verdade desportiva – sabem de cor a fonte desses seus “abonos de família” porque os que ainda não souberem vão aprendendo à força.

Todos eles sabem que têm de falar do Benfica!
Mas sabem que têm de falar mal do Benfica, de agitar e desunir a Família Benfiquista. São ordens superiores cuja desobediência é sofrida no coiro e são experiências destes tempos em que o dizer mal tem sempre muito ampla e mais atenta audição.

Não viria daqui mal que durasse se não houvesse Benfiquistas – e supostos – que não emprenhassem pelos ouvidos e Benfiquistas que não estivessem precisamente às espera dessa maledicência para justificarem a sua labuta botabaixista contra o Clube a que dizem pertencer e contra tudo o que representa esse mesmo Glorioso Clube.

O Benfica, na pessoa dos Benfiquistas, mata a fome a toda a gente. Podem os esfomeados andar de cócoras perante o “papa” na cata de umas migalhitas de esperança nos sopros “papais“ ao ouvido de homens do apito ou abanando o rabo às ofertas de um ou outro jogador excedentário e gratuito – para os esfomeados – em troca de umas avenidas abertas nos seus relvados, de uma ou outra doença misteriosa a atacar os seus menos maus jogadores ou de umas mãozinhas marotas e à má fila, se a contenda estiver feia para o lado do dono, tudo isto por ocasião da visita da equipa de seu amo e senhor.
Todavia, se o Benfica os abandonar, eles morrem de fome, não obstante as tais migalhitas por que tanto rastejam e gastam a língua nas lambeduras do engraxamento das pelintrices e dos tamancos “papais”.

Ainda se lembram os Benfiquistas do abandono, serena e deliberadamente decidido, da equipa de basquetebol da liga basqueteboleira da mentira e da corrupção descaradas?
Não foi um abandono da competição por falta de carcanhol e ordenados em atraso como aconteceu agora à equipa do “papa” corrupto. O Benfica não abandonou a modalidade, antes preferiu deslocar-se para lugares mais purificados, a competição gerida pela FPB.

O que se viu e a que se assistiu então?
Os dois primeiros classificados desta competição da FPB – uma espécie de divisão secundária, assim lhe chamavam os caloteiros e corruptos da verdade desportiva da então Liga de Basquetebol – os dois primeiros dessa competição organizada pela FPB, dizia, que tinham direito ao acesso imediato à Liga da mentira e da corrupção, logo, logo se recusaram a subir, preferindo, assim o manifestaram expressamente, ficar onde estavam, na companhia do Benfica.
Perante esta recusa, os que vinham a seguir na pauta classificativa disseram outrossim, não, muito obrigado!...
E a Liga basqueboleira da mentira e da corrupção ficou somente com gente suficiente para uma disputa de amigalhaços e mesa despernada.

Durou mais um ano esta disputa de amigos na Liga da mentira e da corrupção. Primeiro, foram as televisões que detinham os direitos de transmissão. Perguntavam-se elas:
Tanto trabalho para transmitirmos para as moscas que, arreliadoramente, sempre vão poisando no ecrã do aparelho?
Logo a seguir, alguns dos amigalhaços roeram a corda e disseram: “sem Benfica também não ficamos”.
E a mentira e a corrupção arrebentou de podre e, com elas, a Liga foi para o chafurdo com o seu único defensor, o clube condenado por corrupção desportiva.



Um dos Manéis há muito aflito, ele e seus comparsas, com o resvalar da insolvência do seu clube à moda U Leiria, veio por estes dias, com custo ou sem custo, dizer uma das poucas verdades que custam a engolir aos seus comparsas do sistema corrupto.
Ele queria mais e mais pagantes para poder matar a fome e comer bife ao menos por uns dias!

Quanto a mim, ele não deve ter pedido autorização ao “papa” seu parceiro nos apoios trampolineiros e seu amo nas vénias de cabeça rebaixada. E o “papa” não deve ter gostado da insubordinação e o resultado foi a falta de assopro aos ouvidos do apitador que, ao menos uma vez, resolver apitar à maneira.
E teve nota máxima, é verdade e é surpreendente, mas que não magique ir ficar em primeiro lugar na classificação arbitral e poder ter os favores uefeiros! Isso está reservado para os apitadores tipo Proença que sabem apitar a contento do “papa” corrupto, sacrificando dentaduras em nome das tramóias.

Mas este Manel logo foi dizer que nem os dois outros grandes – não sei onde foi inventar pelo menos um deles – são capazes de contribuir para uma côdea de pão e isso foi intolerável para um “papa” corrupto e mentiroso com ares de magnânimo no oferecimento da sua equipa de futebol para jogos de caridade.
Se até aqui já todos os que precisam bem a dispensam – a tal equipa do clube condenado – não estando para pagar ainda os custos de uma organização e de um policiamento, que a receita nem isso consegue solver – aprenderam com o Farense – com os ditos deste Manel então é que ninguém lhe pega mesmo, na tal equipa de generosidade negativa nas despesas que proporciona a quem tem a desdita de a ter de aturar!

Que o Manel não passasse cartão ao, dizem, seu clube de simpatia – a única palavra simpática que lhe dirigiu foi considera-lo ainda grande – toda a gente, os Benfiquistas em particular, compreendem! Quem já só é considerado grande por deferência de avençados e do sistema “papal” corrupto, este por deferência para com o seu silêncio cúmplice da trampolinice, nada tem para oferecer que possa matar fome!
Tomara ele, clube da simpatia, dizem, deste Manel, ter cinco réis para mandar tocar a viola a um cego!...
Se até um dos maiorais – da asneira, então nem se fala – deste clube pequeno de viscondes descendente diz que o seu ponta de lança anda em jejum e assim, coitado, não pode marcar golos!...
Se nem dinheiro têm para comprar um mata bicho ao rapaz, a mistela de uma aguardentola e uma côdea que seja a acompanhar, lá na tasca de algum vizinho!...

O Manel, este Manel, ficou de facto com a barriga cheia por meia dúzia de dias. Já pode fazer umas melhorias de rancho. Só não contava era que a sua equipa ficasse com uma barrigada de golos!
Queria mais, este Manel, mas os jogadores do Benfica também têm o dever de ser um pouco comedidos, não vá a fartura provocar por aí, lá pela equipa deste Manel, alguma congestão!

Este Manel não deixa, todavia, de ser um grande mal agradecido! Então o Benfica dá-lhe um “abono de família” tão avantajado, em notas e em bom futebol com tantos golos no papo, dele, do seu criado Mota e da sua equipa e ele ainda barafusta?

A cavalo dado não se olha a dente, Manel!
Não seja tão ingratatão, Manel!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Treinador de Bancada e o Catavento


De treinador de bancada todos temos um pouco, tenho dito e redito. A diferença, que pode parecer irrisória mas que talvez seja mais do que isso, consiste apenas na forma e no estilo da sua expressão.
Uns, com o coração ou outra razão sem razão sempre ansiosa por sair da boca para fora, exprimem seus dotes de forma mais ou menos categórica, com um tempero bem condimentado de condenação da insciência do treinador contratado como treinador, certezas quase sempre peremptórias, reivindicações mais ou menos larvares de uma propriedade absoluta de toda a verdade.
Outros, guardando os seus pensamentos no âmago recatado do seu interior, sentindo que talvez fosse melhor de outra maneira mas dando sempre o benefício da dúvida a quem é, ao menos supostamente, mais credenciado na matéria.

Numa coisa uns e outros coincidem. As suas teorias de ciência, afirmação peremptória ou de recolhimento sofredor com nota de reconhecimento de suas insuficiências científicas na matéria, são sempre manifestações “a posteriori”, após o conhecimento dos resultados. São mais fáceis de teorizar e podem explanar-se no aconchego do sofá, sem medos de petições de responsabilidade técnica.
Alguns arriscam, ao jeito de um palpite no euromilhões, com futuro infortúnio semelhante de resultados. São os profetas da desgraça, sempre em busca da sua desgraça para poderem ter o único tema ao alcance da sua minguada imaginação e desprezado convívio do Ser Benfiquista pela positiva na sua essência de ser Uno e Indivisível.
Não raras vezes, são dignos de compaixão e, pelo menos, de alguma condescendência. Os profetas da desgraça e as desgraças do profeta são como unha com carne. E eles sabem-no mas fazem de conta.
É sempre muito mais aconchegante perorar sobre o que outros fazem do que tomar decisões e responsabilidades por elas e pelos seus resultados. Para a falta de imaginação em, por exemplo, defender sempre o Benfica, a coisa vem mesmo a calhar!

Depois de resultados como o do Benfica-Vitória de Setúbal, dá gosto ver algumas certezas e verdades em acto de contrição, conquanto permaneçam resquícios de dificuldade no tragar das realidades, seja por (má) influência das amígdalas, dos adenoides ou mesmo do hipertiroidismo.
Os oráculos da desgraça ficam mais dissimulados, em estado moribundo mas alerta. Nada que seja novidade, que a imaginação, já se disse, também não é grandemente farta.




Creio que pela primeira vez – deficiência minha de leitura de muitas profecias de desgraça e sapiências destacáveis – li com alguma atenção um texto de uma Senhora – ou Senhorinha – num blogue Benfiquista até de referência para mim.
Não fiquei perplexo pelo deambular feminino nas lides de treinamento de bancada.
Fiquei perplexo pelo acaloramento, pela convicção e pelas incongruências das ideias expostas.
E deu-me para, com todo o respeito, comentar.

Não me impressiona grandemente a Senhora – ou Senhorinha – com aquela parte, logo a abrir, de a autora do texto perguntar “o que leva um treinador … a ser cego, surdo e mudo em relação a tantas posições por ele tomadas…”.
Creio que quem toma posições o faz de olhos bem abertos, de ouvidos bem desimpedidos de cera e de língua mais ou menos afiada para se expressar.

Perguntar “o que é que leva um treinador … a pensar que, como funcionário de uma empresa … pode fazer o que lhe dá na real gana sem temer ser punido…” é uma pergunta de pura retórica. Ninguém, treinador ou não, pode pensar que está acima da responsabilidade pelos seus actos, seja funcionário ou independente.
Mas já não pode, cara Senhora (ou Senhorinha), ser punido “como qualquer funcionário de qualquer outra empresa”. Punido, pode ser! Mas a igualdade como “qualquer outro funcionário” é que não está suficientemente explicada.

Esta igualdade de que falámos acima serve para autora do texto comentar o “despedimento por justa causa”, uma “justa causa” advinda de “se continuarem a verificar as experiências absurdas, se continuar a ignorar jogadores importantes e os resultados continuarem a ser sofríveis pela sua teimosia e arrogância desmedidas…”
Deixemos de lado as expressões “absurdas”, “teimosia” e “arrogância”, que elas talvez sirvam melhor o contexto e a realidade se devolvidas à procedência.
Comentemos apenas o papel de um treinador.

Um treinador é um técnico, um técnico de empresa, não um técnico independente. Como técnico de empresa, está hierarquicamente subordinado à prestação da sua tarefa.
Mas não está subordinado no seu livre pensamento, no cumprimento da sua missão. Isto é, ele é livre de expressar as suas ideias, dentro da sua esfera de competência, e de tomar as suas decisões dentro da mesma esfera de competência. Nessa sua função, ele não recebe orientação de qualquer poder a que esteja subordinado nem este poder o pode obrigar a expressar-se e a decidir de modo diferente do pensar livre que, em sua consciência, julga ser o adequado!

Com todo o respeito devido e merecido, a Senhora (ou Senhorinha) não entende o que é um técnico, seja ele de que profissão for. E isso é um defeito essencial e genético à exposição de todo o seu pensamento. Um técnico, dentro da liberdade que lhe proporciona a sua competência não faz “o que lhe dá na real gana”!
Faz o que no seu entender considera o mais adequado, sem a mínima subordinação a qualquer poder hierárquico superior!

Quer isto dizer que um técnico, no exercício da sua competência técnica, é irresponsável?
Muito longe disso! Ele é responsável tanto como qualquer outra pessoa dentro da sua esfera de competência!
Pode ser despedido, claro que pode! E até o pode ser com justa causa!
Mas nunca pelas razões que são invocadas!

 

Se me permite a devida vénia, diria que a sua expressão, «não compreendo e não aceito», não é só demasiado convicta e cheia de certezas que não são mais do que incertezas em assuntos de especificidade técnica que não possuem a mínima aderência com certezas matemáticas.
Essa expressão e muitas outras que usou tocam as raias da arrogância!
Será que a Senhora (ou Senhorinha) não leu nem ouviu milhentas opiniões, praticamente nenhuma coincidente com outra, dos inúmeros treinadores de bancada que proliferam por todo o lado?

Na minha função técnica, que exerci durante bastantes anos e em que produzi inúmeros pareceres, costumava sempre terminar as minhas lucubrações e a explanação das minhas opiniões com a frase, “salvo melhor opinião”
Não ficaria melhor dar apenas a sua opinião, o seu parecer, em lugar de fazer afirmações que roçam o patético, salvo sempre o respeito devido e merecido?

Espero sinceramente que, após o jogo de Setúbal em que Jorge Jesus só trocou um jogador e não mudou de sistema táctico, já se tenha ao menos perguntado se as “suas experiências absurdas” (dele, de Jorge Jesus) serão assim tão “absurdas”!

Terá a amabilidade de me dizer que figura fez perante quem o leu um pensador gemelgo do seu pensar com a frase:

«Confirma-se, 4-2-4 de novo! JJ em grande, já estou farto, até já tou mal disposto, isto é mau demais para ser verdade» (SIC)?

Se notar com calma, verá que este seu gemelgo só cometeu um erro: “escreveu antes de conhecer o resultado”!
E agora diga lá se não é mais fácil falar depois dos resultados conhecidos!
Diga lá se não é mais fácil o recosto do sofá e comentar sem a mínima responsabilidade as decisões que outro teve de tomar antes dos acontecimentos se verificarem!
Diga lá se o seu texto contribuiu em algo no qual se vê plasmado o esforço de união da Família Benfiquista e do Engrandecimento do Glorioso Benfica!
Diga lá se o seu fervor não teria sido muito melhor compensado se fosse direcionado para o apoio, tão entusiástico quanto o que colocou no seu texto de certezas incertas, da equipa do nosso Glorioso Benfica! Mas de toda a equipa, sem desunir nenhum elemento para não desunir a equipa que a equipa ou é um todo ou não é equipa!

Sempre ouvi dizer e aprendi que a Justiça é cega. Significa isto que não toma posição de parte!
Acha a minha Caríssima Benfiquista que o conteúdo do seu texto, o estilo e a forma como nele se expressou, merece realmente o título que lhe concedeu?