domingo, 27 de janeiro de 2013

Os benfi(quistos) e o invencioneiro patenteado



O Benfica ganhou o jogo em Braga. Não assisti a ele, nem presencialmente, nem por TV ou NET.
Tudo conselho médico porque a vivência do meu Benfica é tal que o coração treme com a pressão arterial a pular para valores alarmantes que nem os calmantes em dose dupla conseguem serenar a ansiedade no decorrer da hora e meia até ao conhecimento do resultado final.
Tudo isto, mais os cabelos brancos, tem uma explicação, “penso eu de que”!

Eu fui criado desde jovem com o Benfica a subir, a subir, a dar cada vez mais alegrias aos Benfiquistas, a atingir o auge da grandiosidade em que se transformou em todos os sentidos. Eram tempos em que assistir a um jogo do meu Glorioso ou ao seu relato não trazia opressão porque a vitória era certa.
As pequenas excepções só confirmavam a regra.

De há cerca de 30 anos para cá, a coisa modificou-se bastante porque a corrupção desportiva assentou arraiais no futebol luso, tanto como a impunidade e a inimputabilidades dos corruptores.
E os Benfiquistas, desacostumados, também deram alguma contribuição ao desaforo com as suas tricas internas, a sua desunião destruidora da sua eterna e gloriosa divisa.
Mas, adiante.

Creio que todos os do meu tempo concordam em absoluto de que tais vitórias e alegrias se deviam aos grandes jogadores e às grandes equipas que o Benfica conseguia reunir.
Sabem, inclusive, que, quer o FC Porto, quer o SCP, pagavam maiores ordenados aos seus jogadores do que o Benfica. Mas a grande maioria dos jogadores, só portugueses, como se sabe, preferia o Benfica porque os prémios pelas brilhantes vitórias e a fama daí advinda mais do que compensavam as diferenças de ordenados.

Isto significa que o dinheiro contava, não há dúvidas, mas esse dinheiro saía do suor, da garra, do “comer da relva” para cada vez mais glorificar o Glorioso Benfica. Era dinheiro que saía da vitória e não do orçamento. O Benfica era, como é, um clube do Povo, não um clube de ricos ou de suposto sangue azul, nem um clube de corruptos.
Esses tinham, como é óbvio, orçamentos maiores do que o seu mas as vitórias eram dele, do Glorioso, e não desses orçamentos superiores.



Depois de sabido o resultado de Braga, claro, dei uma volta pelas notícias na net. Dessas notícias retirei algumas conclusões:

— Um dos melhores espectáculos futebolísticos presenciados esta temporada, dados pelos jogadores das duas equipas;

— Uma grande jogada táctica preparada e concretizada por Jorge Jesus que surpreendeu Peseiro;

— Duas grandes jogadas futebolísticas na origem dos golos marcados, só possíveis pela genialidade dos nossos jogadores e pelo sistema táctico adoptado;

— Uma gestão do resultado feita pelo Benfica na segunda parte, substituindo o platonismo do “ganhar e encantar” pela realidade do amealhar dos três pontos;

— Um lesão do defesa-central Jardel, visível antes do golo do Braga, que lhe retirou faculdades, provavelmente causais do golo sofrido, mas que ele foi aguentando, embora diminuído.



Nem me dou ao trabalho de classificar alguns comentários de Benfiquistas acerca desta prestação futebolística do Benfica. Cada um é livre de se expressar e responsável pelo que expressa. Respeito tudo isso desde que crítica e não maledicência ainda que encoberta, conquanto não deixe de dizer, na mesma linha de exigência de respeito, pelas minhas e pelas dos outros Benfiquistas, que alguns desses comentários me soam a ridículos.
Todavia, o seu a seu dono.



Pelo que escrevi acima, não deixo passar em claro um desses comentários “on line” numa notícia mesma via de um jornal desportivo. Um comentário de alguém que se autointitula benfiquista.
Vamos supor que sim!

Em síntese, escreve ele:

«Mas tenho de dizer que um clube com a dimensão e com o orçamento do Benfica, deveria conseguir vencer facilmente equipas e clubes que são muito mais pequenos. Isso não se verifica o Benfica tem enormes dificuldades com o Braga»

Perante esta curiosa extravagância – não consigo outra expressão que transmita melhor o meu sentimento perante ela – só posso concluir duas coisas:

— Trata-se muito provavelmente de uma tese retirada de uma qualquer “investigação”, com maior ou menor grau “científico”, que pretende provar ser o dinheiro, via orçamento, o agente executor exclusivamente determinante das vitórias futebolísticas;

— Um jogo entre duas equipas de orçamentos desiguais não é, afinal, um jogo de futebol mas um mero “pro forma” em que a equipa de maior orçamento está obrigada a dar baile de golos e a alcançar vitórias engalanadas, ao mesmo tempo que a equipa de menores recursos, antecipada e inevitavelmente condenada, vai para o campo com o sentimento de uma besta na arena para defrontar um conjunto de leões e hienas, saindo de lá vergada ao peso de um bailarico repleto de golos no papo, mais do que mortinha de que o “sacrifício” termine quanto antes;

— E sendo assim, tem havido por esse Mundo inteiro milhões de pessoas a viverem as suas vidas de paixão futebolística completamente enganadas, sempre pensando serem as melhores equipas e que contam normalmente com os melhores jogadores – sem esquecer um pouco de sorte que é imponderável e aleatória – as que, ao menos, mais normalmente conseguem obter essas mesmas vitórias futebolísticas, mas só depois de lutarem por elas porque os seus adversários se não consideram meros verbos de encher.



Sabíamos que, de há cerca de 30 anos para cá, realmente o dinheiro tem tido uma certa e decisiva influência extra mas distribuído na compra de “fruta”, nas viagens pagas a árbitros, nos “quinhentinhos”, nos aconselhamentos matrimoniais acompanhados ou não de café com leite, na distribuição de envelopes com quantias “miseráveis” – imaginem se o juiz Mortágua tivesse adivinhado a crise actual, pois seria certo que lhe ia faltar adjectivo adequado – e noutras manigâncias do género que alguém condenou eufemisticamente por “tentativa” de corrupção desportiva e outros lavaram as mãos na sua justiça da Injustiça.

Mas pode acontecer, no entanto, que sejamos nós, os outros Benfiquistas, acompanhados, crê-se bem, de muitos milhões de habitantes deste planeta, os ignorantes! Tão ignorantes que não demos conta de que determinadas “façanhas” deveriam ter sido milagres mais do que suficientes para uma canonização, se não mesmo santificação, de quem as praticou!
Vou dar apenas dois meros exemplos, não acontecidos com o Benfica porque, afinal, é o Benfica que está em causa na publicação da nova tese revolucionária, acrescente-se, e há, mesmo neste solo pátrio, clubes de futebol com orçamentos superiores.
Aqui vai.

Na época futebolística anterior e já nesta em curso, o Gil Vicente ganhou (3-1) e empatou (0-0) com o FC Porto.
Pois bem, só a nossa ignorância da nova invencionice é que nos fez esquecer, a nós, outros Benfiquistas, de que, afinal de contas, tudo decorreu dentro da “normalidade”, ali naqueles desafios futebolísticos, de acordo com essa nova tese!
No fim de contas, o que é o orçamento do Braga comparado com o do Gil Vicente?
Uma ninharia!!!
E mesmo o orçamento do FC Porto?
Igualmente uma bagatela!!! Talvez menos bagatela da que a do Braga mas, ainda assim, uma bagatela se comparado com o do Gil!!!...

No fim disto tudo, e se me é permitido na minha tacanhez perante tese tão excêntrica e, ao que julgo, inédita, um conselho ao seu autor:

«Trate já de registar internacionalmente a sua patente – se ainda o não fez, é claro – porque a publicidade que resolveu atribuir à sua extravagante “invenção” pode vir a causar-lhe graves dissabores de paternidade»!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

AS CONFISSÕES DOS ESTÚPIDOS E DOS BURROS



A época natalícia é, quer queiram ou não os ateus e fundamentalistas de religiões anticristo, uma época propícia à paz na Terra aos Homens de Boa Vontade. Mas também, de algum modo inspirado num sentimento que se evola insensivelmente até, vai surgindo algum tremebundo de consciências inconscientes que pretende em vão apresentar caricatura dessa Paz na Terra.

Convenhamos, a época natalícia iniciou-se, reza a história, nesta mescla de sentimentos. Ninguém estranhou, por isso, que o burrinho e a vaquinha dessem o seu contributo sentimental benfazejo, aquecendo Jesus pequenino com o seu bafo quente no gelo de uma manjedoura. Só que estes, originais e não dissimulados, são, na sua irracionalidade, racionalmente muito menos irracionais que os irracionais que, armando-se em presuntivos racionais, atingem o auge da sua essência na irracionalidade.
É certo que são consciências em que a sujidade que as traz mergulhadas numa espécie de molho de escabeche do pestilente surro, aí se conservando temporada após temporada, é gradativamente mais pestífera do que os excrementos dos bairros da lata, favelas e mesmo dos escorredouros dos hodiernos planos de saneamento. Tais consciências, mui parecidas com a zurraria da bicheza dos seus carregos quadrúpedes, desembocam constantemente nas etares da sua imundice mas zurram na mesma como bestas imanentes da sua genética.
Com efeito, este sujeitório de bestiagem, com feitio anatómico homínida no seu racional irracional, também parece sentir, nestas épocas festivas das oferendas e dos bons desígnios, uma apetibilidade trejeiteira na mascarada da sua irracionalmente presunçosa boa acção. Nuns resquícios irracionalistas de se parecerem e demonstrarem parecer benignamente alguém, lançam os seus bitaites num publicitar da sua bestificação, apetência que na bestaria sempre está presente.
E temos um catadupejar de confissões, confissões do ser estupidarrão e do asnamento, qualidades que, como essência da bestice, nunca nos baixios do esquecimento terão acolhença.



Lance Armstrong foi o primeiro a sentir o sentimento Humano de culpa. E aqui escrevo mesmo Humano porque apenas na sua irracionalidade empírica não recordou o rifão de que mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.
Mas assumiu-se Homem no momento da verdade. Também, sejamos justos, foi alvo de uma investigação feroz e competente e de um julgamento decentemente conforme que não lavou as mãos como Pilatos na apocrisia do “não provado”.
Em Portugal, perseguidos na busca da verdade que, no apito dourado, até se tornou dogma de tão evidente e reveladora, só os deserdados da vida, aqueles a que até um simples pão lhes escasseia para tentar matar a fome que se tornou seu substracto corpóreo e incorpóreo, este pelo costume que a mente esquece de tanta penúria sofrida.
Mas não os comissionistas dos bens públicos ou semipúblicos porque esses são os absolvidos da delinquência e da imputabilidade, com os nossos justiceiros sempre de alguidar e água imunda na farsa de um lava mãos “pilatiano”.

Mas Lance Armstrong teve um mérito. Conseguiu que os irracionais racionalmente idóneos na mentira e na aldrabice dogmática portuguesa também tentassem ser publicitados através das audições pacóvias que os avençados servis estão sempre adestrados para delas fazerem as deles, do seu patronato, e as suas próprias repercussões, amoldados à sua entranhada sem vergonha, pelintrice e estupidez ou burrice auto apregoada.



Depois de um dos fâmulos mais plebeus da hierarquia da irracionalidade racional na corrupção tentada da verdade desportiva tolejar o que lhe acudiu de momento, esse mesmo subalterno insignificante imaginou também chegado o seu momento confessório.
Os resquícios natalícios intuídos das suas reminiscências asinárias impeliram-no a um simulacro de “mea culpa”, não por via do farelório proferido mas apenas por se ter incluído devotamente no clube dos estúpidos e dos burros que o seu amo instituiu como serventia da manipulação arbitragista e da consequente intrujice da verdade desportiva.
Sim, não me venham agora tentar impingir que junto à manjedoura de Cristo não havia burro porque só um estro asinino jordano desse jaez seria capaz de inspirar o presumido acto, contrito do arrependimento não das toleimas proferidas mas da sua autointitulação e reivindicação da bagatela de um lugar de pé, a um canto, espremido e ainda mais insignificante, no clube dos burros e dos estúpidos, por ele também sentido o seu habitat natural.



O amo deste espécime de criadagem zurrou a sua bênção, apesar de apelos ingentes à (sua) divina providência para que lhe acuda quando sente que os seus calos e os seus joanetes podem não tolerar uma ameaça de tempestade, apelos que se adequam a um “papa” que se preze, em especial na mentira, na corrupção desportiva tentada e, enfim, em ser condenado como o foi. A sua irracionalidade impeliu-o na rememoração do tal clube dos burros e dos estúpidos que ele e só ele, com arte que lhe assenta melhor do que o solidéu, poderia ter parturejado.
Barafustou contra a não nomeação do seu melhor árbitro, o árbitro que lhe tem oferecido de bandeja vários campeonatos. Barafustou a dobrar porque esse dito árbitro, de farripas de unto na sua artificiosa cabelugem, assim para o caganito mas substancioso para o cagão, queria oferecer ao seu “papal” benfeitor a prenda natalícia, conquanto com alguns dias de atraso.

Todavia, nem se imagine que o “papa” da mentira, fundador do clube dos estúpidos e dos burros em cujo trono se depositou, perdeu a oportunidade de se relembrar e relembrar aos seus servos do beatério esse tal ominoso clube dos burros e dos estúpidos, o qual teve a honra de parturejar envolvido em suas bufas e de, por direito “papal”, entronizar na sua onzenaria.
Confessar, porém, as suas bacocas e provincianas paroladas?
Bem, ele é o “papa”, o hierárquico máximo da pandilha sevandija!
A quem deveria confessar então o seu patetismo peidorreiro?
A um subalterno beato que, se sai fora da linha da pulhice, é excomungado para as labaredas, com costados direitos ou tortos, isso pouco lhe importa?
Só mesmo “urbi et orbe”!



Um Pereira mais chupão e “artista” na chulice, ovelha com nariz de ranheta do mesmo rebanho, com carriola de tentação senhorial, (à custa de Oliveira paga tudo … com os dinheirinhos chulados aos aflitivos clubezinhos e muitos deles só após o juramento do beatismo “pontifical”), com farelo cerebral igualmente em barrela permanente e sem êxito tal e qual a sua burriqueira estupidificada, veio fazer não uma confissão mas um acto de contrição. Ser apeado do tacho ou da carreta nestes tempos difíceis de crise e de temporal meteorológico não é nada apelativo.
Sandeu na sua vomição endémica, sandeja incongruidades sobre incongruidades. Incongruidades ao ouvido racional não ao irracional do rebanhio “papal”: “papa”, bispos, arcebispos, abades, avençados junta-letras, detergentes barreleiros sem comissão e toda a escória arrebanhada. Vem, falaz, parolar que o ofertante de desempenhos do arbitramento vendilhão de campeonatos … estava de férias!

Foi uma confissão de pasmar mas de acordo com as inerências do clube burrical e estupidificado!
Então, o engajatado do arbítrio vai de férias após oferecimentos tão comiserativos ao arbitramento do clássico?

Percebe-se, contudo! O apitador oferecido, burro como é e de memória curta, ignora que há confissões e confissões! E algumas não se fazem aos ouvidos do padresco da mentira e condenado por tentativa de corrupção da verdade desportiva, ainda que de “papa” o alcunhem!
Confessado ser Benfiquista(?) e confessado a oferenda feita no ano anterior … e nos anteriores?
Foi de férias porque o criador espécime mor dos estúpidos e dos burros não lhe ofereceu a “fruta” a que o acostumou ou não o guiou à Madalena?

Não, alguém lhe soprou ao ouvido que, por mor das suas intempestivas e excomungadas confissões, o mais aconselhável era desaparecer da circulação por uns tempos porque a sua anatomia não é de ferro, já até nem os dentes todos tem e a milícia “papal” está sempre atenta e de pronteza mais afinada do que a do INEM.
Confessar os sacrilégios que confessou em confessionário público?
Há esperas que não são tão mimadas como a do Colombo! E há, ao contrário desse esperador do Colombo, embostelados e inimputáveis beatorros à espreita! O que são chauffeurs intencionalmente lançados contra jornalistas enfadonhos, espargidos que estão pelas bênçãos dos justiceiros “à Pilatos”, além de estarem sacralizados pelo senhor “papal” que, de vergonha racional em carcaça irracional de tipo cangaceiro, se esconde da humana gente no lugar do passageiro?

Não, é bem melhor ir de férias, férias pagas por “engano” de uma conta para o efeito apetrechada mas que tem por costume “enganar-se” à sombra das conveniências do momento! Calheiros não houve nem há um só!
Que espere altura mais propícia para cair nas boas graças do burro estúpido, lá no seu trono com direitos de autor que lhe são devidos e que se lhe não ousam disputar! E que desfrute de férias retemperadoras que, certamente, o vão preparar para oferendas tão ou mais vistosas das que tem ofertado.



Foram confissões demasiadas para um tempo só!
No entretanto, que se aproveitem os resquícios racionais na irracionalidade racional das confissões dos burros estúpidos!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O SENHOR DAS LEIS E DA JUSTIÇA



Ainda há quem vá lutando no pantanal da sociedade portuguesa dos presuntivos poderosos, dos que levaram o país para o caos da falência e agora a fazem pagar pelos inocentes falidos de trabalho e de salários. Fala-se dos que comeram o que Portugal tinha e não tinha mas eles pediram emprestado, dos que fizeram as leis para serem as suas leis, dos que obrigaram os outros a estudar no duro para os convidarem a sair da sua casa e do seu país, enquanto outros arrebanharam os tachos e recorreram às equivalências da burrice tergiversando com subterfúgios em seu favor tudo o que havia para tergiversar, competências às ordens das suas conveniências e aprendidas nas escolinhas da partidarite desde o uso dos cueiros e babetes. Agora, nada sabendo, sabem tudo muito bem, tornaram as Leis nas suas leis e a Justiça na justiça da sua absolvição.
O que é preciso é ser-se dono das leis, e das justiças e conseguir-se a cáfila de amigalhotes tarambecos prontos a ajudar nas lavagens mentais e nas execuções dos seus propósitos. Não há leis soberanas maiores fora das suas leis soberanas. Não há justiça maior nem justiça fora da sua justiça, a justiça das suas leis.
Quem disse que as leis eram iguais para todos, que ninguém estava acima da lei e que a Justiça era cega era um cego que tinha olhos e não via, estava pitosga, delírios de grandeza em sua pequenez.

No carunchento círculo futeboleiro nacional a coisa não podia ser diferente. A democracia dos presuntivos poderosos tratou de se amanhar … em nome da democracia. Cultivou as leis para serem as suas leis, instituiu a justiça desportiva para ser a sua justiça desportiva.
Exemplo mais recente, que só não é aberrante neste país comandado pela bananice que é lei nacional dos ditadores da lei e fazedores da justiça conforme à sua lei, foi o adiamento do jogo Setúbal-FC do Porto.
Bem brada Frei Tomás, tenha ele os nomes que tiver, desde Félix a Meirim! Que tudo está errado, que as leis não foram cumpridas, que a justiça não está a fazer justiça! Que devem ser punidos os dois contendores com falta de comparência! Que as leis são tão cristalinas que não permitem o mísero engano ao mais mísero analfabeto! Que é tudo tão evidente e que o desaforo, a petulância e a sem vergonha não tem limites!

Ingénuos e ignorantes estes que resistem no bradejar! As leis estão precisamente a ser cumpridas, a justiça está a fazer justiça! As leis estão a ser cumpridas pelos senhores das leis porque as leis são dos senhores das leis. E os senhores das leis não fizeram as suas leis para cumprir as suas leis porque eles são os senhores das leis. Como senhores das leis são também os senhores da justiça! E a justiça dos senhores da justiça não é para ser aplicada aos senhores da justiça. Os senhores da justiça são os donos da justiça e não os sujeitos da justiça.
Está tudo nos conformes, tudo a correr como as leis e a justiça dos senhores das leis e da justiça pensaram e assim engendraram para se tornarem os donos absolutos das suas leis e da sua justiça.
Pode o Povo inteiro do universo chamar de corruptos desportivos, de tentadores da corrupção desportiva, se preferirem, aos nossos senhores da lei e da justiça portuguesas! Ouviram as escutas e ouviram as escutas nas palavras e na boca dos próprios senhores das leis e da justiça portuguesas! Certamente só poderiam tomar essa conclusão porque eles não se forjaram, instruíram e amoldaram, nem sequer bebericaram do chiqueiro corruptivo que assola este pobre e tão velhinho país, tão velhinho que nestas coisas de leis e de justiça se tornou caquético.
Mas esse Povo do universo inteiro deu-lhe um sentido errado! Ou talvez não, talvez a troika que por aí anda os tenha instruído e ensaboado, ainda que só um pouquinho que ela, dizem, não tem muito para instruir! E então, até começaram a compreender que no país desportivo futeboleiro que é Portugal, nem com perdões totais da dívida da pulhice desportiva deste país ele voltaria ao mercado da verdade desportiva! Porque, enfim, nunca os senhores das leis e da justiça deste país admitiriam tais perdões. Enfezados no chiqueiro da aldrabice quotidiana, quanto mais dívida desportiva e outra mais anafados de pantominice se encontram! E isso é para os senhores das leis e da justiça a suprema ventura! Essa dita troika até os chama de bons alunos, imagine-se, aqueles que acobertam todo e qualquer senhor das leis e da justiça, desde que fale e sinta o mesmo querer aldrabão como é o caso dos senhores das leis e da justiça desportivas!


Proença é um beijoqueiro afamado e com bastas razões para a beijocada. Tem fabricado sempre que pode um campeão, o mesmo campeão que é o campeão da batotice desportiva, como lhe fora imposto à dobragem da sua cerviz à lei do senhor das leis e da justiça desportivas, corrupto por natureza e inimputável por ineficiência dos sobre postados acima das suas leis e da sua justiça que domina com as vaquinhas camaroteiras.
Os festins de beijocada pelos machos do rebanho são, de facto, o regalo de Proença! Aqueles machos que vão em fila indiana atraídos pelos cheiros das bufas do pastor! Todos muito agradecidos das suas oferendas! Oferendas desportivas, diga-se, que não é pelo facto de ele ser um beijoqueiro de machos que queremos ir além do facto presenciado. Não congeminamos insinuações, que nem são do nosso mundo do facto, nem nos interessam. Temos mais com que nos preocupar!

Posto isto, não é de estranhar que ele, cabelos em farripas abrilhantados com banha da cobra, daquela banha mais untuosa, apareça a mendigar mais umas apitadelas adequadas à maneira, naquele jogo cujo resultado ele está tão bem acostumado pela experiência, a madre das cousas, a construir na mascarada da sua sonata do apito.
Há experiência concreta de mendigos com colchão abarrotado de notas da sua pelintragem no exercício da sua mendigagem apalermada, coisa sempre triste de ver, um espectáculo de rastejamento que, no fim de contas, condiz com o actor e com a personagem que interpreta.
Mas a um mendigo atrás de mais umas beijocadas ainda que de falos mais ou menos amestrados ao senhor das bufas deve ser dado um desconto e até alguma condescendência. As suas inclinações são as suas inclinações e não parece que alguém o possa repreender por se dobrar ao seu senhor das leis e da justiça. Lambaz, quem o poderá criticar das tentativas nojosas para que ele tente beneficiar, lambuzando os ossos que vai roendo, de umas lambedelas jeitosas nas arenas internacionais da troika e não sofrer do rigor da austeridade caseira dos demais, daquele Povo que ele, como todos os da sua laia, tanto envergonha pela sua rastejadura insolvente?
Beijocada de Proença é compulsão de Proença … e pronto!  


Roquette fez um acordo de parceiros de estrebaria com Pinto da Costa. Roquette já então sabia de cor e salteado de que lado estava o senhor das leis e da justiça desportiva, constantemente engravidada da corrupção, prenhez que se ia renovando sem interrupção na parição contínua dessa mesma corrupção, corrupção a que a inimputabilidade do senhor das leis e da justiça desportiva chamou prosaicamente de tentativas e a justiça civil abençoou com ouvidos moucos ao palavreado da nojice combinatória de novos cobrimentos fecundizantes, por mor da constante e imprescindível prenhidão necessária à proveitosa e reiterada parição.
Não podendo vencer de outro modo – e nem assim, todavia – tão fraco se sentia e se mostrava e tão fraco transformava aquilo que dizia ser o seu clube de futebol, diferente e por ser diferente necessário era vincar essas diferenças, baixando os costados, dobrando a cerviz, beijando as alparcatas, engraxando-as com o seu salivar de cachorro escanzelado em busca das migalhas perdidas e do osso que o senhor das leis e da justiça desportivas mais não conseguia esmifrar.
Seus comparsas pretéritos seguiram-no e aquele que esperneou um pouco foi corrido do redondel porque não era diferente … do diferente!

Godinho homem das barcas voadoras em tempos de exposição, refinou. O seu clube de segunda divisão, o mesmo clube de Roquette e seus muchachos, já não é agora um clube só das migalhas e do osso lambido. Esse seu dito clube foi decaindo, decaindo até se transformar no caixote do lixo daquela porcaria que estorva ao senhor das leis e da justiça desportiva, aquela imundice que a boa, a excelente, a ímpar organização desportiva também vai produzindo contra as preces doutrinárias dos avençados devotos ou convictos pela doutrinação, da palavra e da moca, uma porcalhada que, ao que soa, nos últimos tempos tem aumentado de actividade em proporção geométrica nunca vista ou querida ver. E como necessário se torna cumprir as metas de poluição de Quioto, nesta exemplar e ímpar organização desportiva, acrescida e bastante da falta de meios para pagar os salários quanto mais investimentos anti poluidores – exceptuam-se as abastadas comissões mas essas, desconfiam e assim o vão dizendo, estão sendo guardadas em contas pessoais de paraísos fiscais e sem resquício de poluição porque as ventosidades do senhor das bufas vai afastando o pó – faz um grande jeito aproveitar-se da lixeira de Alvalade, um jeito que sempre se tem sabido pôr a jeito, ficando aquela cada vez mais desproporcionada lixeira a salvo de alguma multa por, de outro modo, ser obrigada a enfiar o lixo que abunda nalgum contentor não apropriado e licenciado fora das leis e da justiça do senhor das leis e da justiça desportivas.

Não é que ser caixote do lixo, o novo sucedâneo da migalhice perdida ou mais avara e dos ossos lambidos que iam caindo da manjedoira do senhor das leis e da justiça desportivas signifique alguma graça “papal” para Godinho e o seu dito ainda clube. Não, a espinha dobrou mais, o rastejamento tornou-se no modo de vida ininterruptamente compulsivo e a salivação pelo mais indigente naco de lixo exponenciou. Agora, mais do que o tributo e submissão, a senhoriagem prestada ao senhor das leis e da justiça desportivas, é ainda inevitável ceder em troca o lixo menos mau da lixeira de Alvalade.
Godinho terá dito, em suma ao seu senhor e senhor das leis e da justiça desportivas:

— A minha lixeira de Alvalade tresanda – a do “papa” também mas é no engravidecer e parição ininterrupta de corrupção desportiva, com os chafurdos próprios das esquivanças diurnas e noturnas de tipo alterne – e o meu dito clube – nem Godinho já sabe se tem ou não clube – não consegue ganhar nada nem que eu me farte de oferecer o lixo menos lixo, que outros até me dizem, “não, obrigado”, a esse lixo menos lixo. E nem sei para onde me virar porque dinheiro não há para mandar tocar um cego, quanto mais para armazenar lixo sobre lixo. Olha, tu que és o meu senhor e senhor das leis e da justiça desportivas não queres trocar o teu lixo mesmo lixo pelo meu lixo menos lixo?

— Dobra-te bem aí, dá cá um beija pés salivoso e labrego à tua medida e engraxa-me as alparcatas com esse teu salivar estentóreo que, enquanto me aprouver o teu capachismo, vou tentar evitar o estertorar, teu e daquele que ainda chamas de teu moribundo clube.
E até, penso eu de que, salvar o meu, não da corrupção desportiva que eu assim o amestrei ao menos para todo o sempre em que a minha carcaça o puder ir comendo sabichosa e em lume brando para não dar brado aos meus cordeirinhos tão bem domesticados. É que a coisa, a coisa das comissões de que tanto falam, sabes, servo meu, está diminuindo que até me faz dor de corno. Deve ser da maldita austeridade que, enfim, se não me toca – ai, as minhas comissõezinhas paradisíacas são o meu enlevo e a minha adoração, mai-la da senhora Fernanda, devo acrescentar – quer tocar e desalmadamente o meu clubezeco de bairro, penso eu de que.

— Negócio fechado, meu corrupto senhor das leis e da justiça desportivas!