Em tempos, apareceu um tal professor Gonçalves, palrador de “bitaites”, que teve a sua época áurea há uns anos atrás. Claro que ele, agora já muito raramente, está sempre pronto a “bitaitar”, mas já nem os “microfonistas” lhe compram a lengalenga.
O professor Jesualdo é a nova cópia do “bitaitismo” hodierno, reincidente, bolorento, hilariante e ignorante. Os “bitaites” sobre as arbitragens têm sido o seu ex-libris mais recente. Bota “bitaite” em arbitragem de jogo distante e a que não assiste e cala o “bitaite” em jogo à frente do seu nariz – sabemos, pelo menos, que o “bitaite” não tem origem no olfacto – quando não está mesmo nada interessado, tanta foi a beneficência e a liberalidade com que os árbitros presentearam a sua equipa.
Todavia, se instado com alguma irreverência, já lança o seu “bitaite”. Veja-se o exemplo Pedro Proença recente. O seu “bitaite” arrogante:
«…esse é um assunto de que não falo mesmo, para mim não é tema de conversa»
Replica-lhe o maroto jornalista: «E por que não?»
E o “bitaite” mais repenicado:
«…porque não é da minha área»
É claro que, mesmo sendo acusado de “memória curta”, o povo amante do futebol nacional não “infectado” pelo “bitaitismo” e suas fontes – que é, felizmente, a esmagadora maioria – ainda se lembra bem da chinfrineira que o professor Jesualdo fez da arbitragem de Xistra, de resto, num jogo com os amigos do Sporting para a Taça de Portugal e de que saiu vencedor apurado. Também fez chinfrineira depois do jogo com o Trofense, porque não conseguiu ganhar. E se mais não fez foi porque, em todos os restantes jogos, liga e taças, foi altamente beneficiado, para ganhar, ganhando, para não perder, não perdendo, ou para perder mas não aproveitando e perdendo na mesma.
Exemplos mais recentes, o penalti fabricado que lhe deu o empate contra o Benfica e o penalti fabricado contra o Rio-Ave, acrescido do golo do Farias, às cavalitas no adversário, para colocar o FCP de novo a ganhar, à beirinha do fim do jogo.
A relíquia dos “bitaites” do professor Jesualdo estava, contudo, guardada para ser lançada no momento mais solene, passado o tremendo susto da derrota com o Benfica:
«…os jogadores do FCP têm sido os mais “agredidos”!!!…»
Imagine só, povo amante do futebol não infectado pelo “bitaitismo”, que o Bruno Alves jogava por outra equipa qualquer. Exceptuemos, porém, as equipas domadas pelas ajudas salvadoras de falências anunciadas – Amadora, Setúbal e o mais que está para vir! Quanto ao Belenenses, apesar de tudo não desejamos que o seu speaker venha a perder a sua exaltação laudatória a Pinto da Costa. Speakers daqueles há muitos, vão e vêm e o velho Belenenses há-de perdurar!
Mas imagine-se só, dizia, que o Bruno Alves jogava noutra equipa. Estão mesmo a adivinhar o que aconteceria aos “meninos da mamã”, perdão, aos meninos bem “comportadinhos” do professor Jesualdo, quando o Bruno Alves jogasse contra eles! De acordo com o “bitaite” do professor Jesualdo, então é que eles iam saber que havia uma “fruta” bem mais agridoce do que a que o seu clube costuma oferecer.
Mas não é nada disso que estão a pensar, peço desculpa, imaginaram tudo ao contrário! É que, se o Bruno Alves jogasse noutra equipa, se não fosse à primeira, de certeza que à segunda estava com um vermelho directo pespegado bem à frente do seu arrebitado nariz! Os árbitros até lhe punham os olhos mais em bico! E, então, se jogasse no Benfica!...
Bruno Alves ou ficava cordeirinho, ou mudava de vidinha!...
Assim, a jogar num clube que foi condenado por tentativa de batotice desportiva, é capaz de levar um amarelito quando Deus faz anos. Mas Deus é omnipotente … e aos árbitros falta potência para enfrentar os condenados por corrupção tentada, ou, então, guardam-na para a “fruta” prometida.
E Deus também é imortal, ou seja, nunca faz anos!...
Por tudo isto, o professor Jesualdo pode continuar tranquilamente com os seus “bitaites”.