Eu sou, bem o sabeis,
um escrevinhador facebookiano impulsionado por uma compulsão que outros
pacientes, quem sabe de menos bobeira, descobrirão certamente num recanto do
meu tresvario. E quero de antemão, para que fiqueis bem cientes, expressar o
meu caderno de encargos:
Esta minha arenga mui subida de pilhéria tem todos os
destinos dos que me iluminam das trevas da Loucura e me dão a topia que a eles
lhes parece mui prazenteira. Não daqueles que, sendo devotos do silêncio e do desproveito incivil me
fazem sentir um bobalhão sem resposta.
Não,
hoje eu quero inflamar o elogi0 da Loucura, um elogio não tão insulso que nem o
vosso desatilado mercenarismo merecesse. Mas não creiais naturalmente que sou
eu o seu autor! É Ela!
De
facto, haverá maior injustiça do que, sendo permitida uma
brincadeira adequada a cada idade e condição, não poder pilheriar um literataço
do meu calibre, principalmente quando na minha pilhéria há fundo de seriedade insidiosa
na insânia, sendo as facécias manejadas apenas como disfarce, de forma que quem
as lê, quando não seja um néscio solene, possua algum faro e encontre nelas
ainda mais proveito do que em profundo e luminoso temário?
Lisonjeia-me a ideia
de que as minhas fábulas insípidas possam merecer tanta aprovação dos
dulcíssimos amigalhaços do servilismo jamais conhecedor de pensamentos sérios!
Pelo conhecimento que
tenho dos mandaretes dos destinos deste futebol que eu quero ver no enxerqueiro
do vídeo arbitral sem colinho e não na
assobiadeira de bobocas de negro, e também do meu comparsa da nomeadura do
dito, cujo buraco é o da rua da minha associação “viscondessa” de pé descalço, mais dos esbirros da cor que campeiam
nos media do futebolzinho tuga, conquanto sejam divertimentos tão
superficiais que, não me parecendo grosseiros nem de todo insulsos, estavam
longe de me fazer crer pudessem deleitar, tão ridicularizantes eles se me
apresentam aos próprios olhos do meu devaneante literatejar.
Estou em crer, consequentemente,
que tais mandaretes e esbirros gostarão também de aceitar este meu cacarejar. É
de prever, naturalmente, que não faltarão detractores para se insurgir contra
ele, acusando-o de frivolidade indigna de um nalgudo e excelso lançador da mixórdia,
tanto mais que vossas mercês souberam perdoar e até incentivar a minha nalgada,
mostrando que eu sou um homem de bunda feita e que sei lançar o disco da minha
vergonha.
Realmente, acentuo, haverá
maior injustiça do que, sendo permitido e não tolhido um lançamento de fino
recorte estilístico e uma nalgada invisível ao tomador, quererem alguns
pindéricos exorcizar uma pequena brincadeira adequada à minha idade e condição,
não podendo eu agora pilheriar, em especial, tendo esta pilhéria um fundo de
seriedade, imbecilidade e imanência?
Quanto a mim,
deixo que os outros julguem esta minha tagarelice. Mas, se o meu amor-próprio
não deixar que eu o perceba, contentar-me-ei de ter elogiado a Loucura sem estar
inteiramente louco.
Não foi assim, de
facto, que vós a interpretastes porque, solenemente o digo, não sois uns quaisquer
parvajolas, mas tendes farisaico obscurantismo e nela encontrastes mui proveitoso
condimento de galhofa.
Talvez
alguns de voz tenhais um pouco de razão. O panfleteiro vai dando coice. Ranzinzas, se inda
houver, que ao menos observem como é bonito e vantajoso ser-se acusado de Loucura.
Não me imputeis, no entanto qualquer resquício de
sarcasmo. Poderia, quando muito, ser uma expressão de liberdade de estilo. É
que, sem estar louco da doidice que por ora pretendo elogiar, penso ser uma
loucura atribuírem-me o título de facebookiano da marosca.
Embora os Homens
costumem ferir a minha reputação e eu saiba muito bem quanto o meu nome soa mal
aos ouvidos dos isentos do tolismo, orgulho-me de vos dizer que esta Loucura, sim,
esta Loucura que estais vendo é a única capaz de alegrar os deuses e os
mortais. A prova incontestável do que afirmo está em que não sei que súbita e
desusada alegria brilhou no rosto de todos ao aparecer eu diante deste numerosíssimo
auditório. De fato, erguestes logo a fronte, satisfeitos, e com tão prazenteiro
e amável sorriso me aplaudistes.
Não, caros mandaretes
e esbirros, a trafulhice informática da vossa atribuição é o hino da nossa Loucura!
Quem fica com o título de melhor lançador da nadegada nacional?
E o do melhor literataço
que vós tanto tendes gabado?
Perdoem a minha
teimosia, mas esses títulos, sim, são o melhor elogio e o mais pomposo
incentivo!
É certo que os vossos
elogios e incentivos à minha magnissonante e instrutiva actuação nalguda e ao
meu literatelho se têm limitado a mostrar o que me parece de mais ridículo. Vós
mergulhais na cloaca dos vícios humanos vossos e revelais as torpezas e
infâmias que aprendeis com os ídolos mais nojentos aos meus desígnios de
prosápia.
E tanto assim que não
conseguis calar todos os rezingueiros e descontentes.
Embora os magnificentes
silenciosos saibam ferir a minha reputação, sinto no buraco da penúria cerebral
acinzentada que o meu nome só soa mal aos ouvidos dos atoleimados pacóvios, não
aos que nem de viés se dignam topar-me as nalgas. A prova disso são os vossos
elogios e incentivos, repito. Desde que revirei os olhos das nalgas e vos vi
repimpados de olhos na câmara, de microfone embocado e de lápis em riste, uma
súbita e desusada alegria brilha no meu rosto apatetado e no de todos vós de
igual presenteação.
Que bom é estarmos
assim perante um grande auditório!
Que júbilo toleirão trespassa
esta minha nalgada, quando vós ergueis a fronte, tão satisfeitos e orgulhosos do
meu tresmalhado literataço!
Que indizível
regozijo é ver quão prazenteiro e amável é o vosso sorriso de aclamação!
Vós, que antes
estivestes tão tristes, soturnos e inquietos, sem sopa e mosca parasita que vos
alimentasse o vosso bacoquismo!
Mas eis que encontro
no meu pedaço, um pedaço de asno, julgando-se, o tasqueiro, um novo visconde do sabetudo, mestre do
treinamento da relva. Um arengado salaz que, na elegia louca do “eu”, sempre afastado do “nós” a que chama “de eles” na desgraceira do costumado perdedor, a barafustar contra
a merda toda em que só ele manda como se eu e vós, compinchas da arenga, não
estivéssemos bem soterrados na dita!
E ainda, um descarado
impudente se julgando dono do monopólio do kompensan!
Mas que merda, agora
digo eu, de Loucura é esta?
Resta-me, porém, a
consolação de que a sua louvaminha doidejante se aplaca no meu e vosso elogiar
de uma tramontana que os mais puristas da mente assinam apenas de idiótico.
Pois não sois vós, e
eu, uns drogados a necessitar da abastança do almejado kompensan?
Mantende-vos,
todavia, em alerta mercenária! Ele é um dos meus e vosso também1, um bisbórrio
e, deste jeito, ainda um granjeador finório dos vossos manhosos panegíricos da
merda.
Direi, a final, que vós,
caros mandaretes e esbirros, tendes a gentileza de me prestar atenção!
Não a atenção que
costumais prestar aos imbecis e aos bobos inofensivos como aquele Vieira que
tanto se diverte com a minha e a vossa bobice!
Mas a atenção que
costumais prestar aos charlatães, aos intrujões, aos que até servem de gps, os
condenados pela tentativa de batotice desportiva!
Prestai- a igualmente
ao estulto treinador da relva e mandadeiro da merda dita, que ele, de merda o
mandarete, se gabazola de “mestre das
tácticas” … da merda!
Bem hajam, pois,
todos vós, mandaretes e esbirros, pelos vossos elogios e pelos vossos
incentivos!
Convosco e com o vosso estímulo, incensaremos
eternamente a nossa gratífica e “kompensativa” merdalha da Loucura!
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