quarta-feira, 2 de março de 2016

O ILUSIONISMO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL


O leitor normal não tem ou tem escasso poder meditativo sobre a racionalidade de um contexto real assolapado na informação que os detentores da comunicação dita social, em regra, obliteram à mercê dos seus interesses e sentimentos, incompatíveis com esse mesmo contexto.
O leitor normal lê o sentido literal do termo e é isto que o autor do mesmo conhece e pretende, sentindo-se inimputável na sua mascarada da realidade, da verdade factual.
Inimputável se considerando o dito autor, sente-se objectivo na sua subjectividade e rigorista na sua aberração ao rigor informativo. Assim, ele pode insinuar um motivo ou situação ilusórios através do verbo, consoante a intencionalidade iníqua e parcial correligionária, na fútil tentativa de enaltecer o desvalor do seu afectivo e apoucar o valor de quem o ensombra no seu sentimentalismo fundamentalista e no seu interesse de mercenário.

Desprezo nesta apreciação, naturalmente – seria um mérito disforme a um conspurcado demérito – a parcialidade desbragada, de fossa a céu aberto, que essa (des)informação nos patenteia quase ininterruptamente, sendo ela tão impudente e petulante que até os mais cegos a topam a quilómetros, situados eles, ou não, naquele cantinho estratosférico aos mesmos reservado no Alvalade XXI. De resto e a talhe de foice, este cantinho, se cego o não quer usufruir, só serve para lixo e talvez por tal se já tenha lido conhecer-se o recinto total de que faz parte por “alvalixo” em vez de Alvalade.


O que especificamente se aprecia nesta análise são os títulos com que se encimam as respectivas notícias sobre os resultados económicos das SAD.s dos ditos três grandes. O meio informativo é o “jornal de negócios” de ontem.
Relativamente ao SCP, temos o seguinte título, bem ilustrativo da camuflagem pretendida:

«Caso Doyen leva Sporting para prejuízos de 18 milhões».

Tomado à letra, o título é eufemisticamente sugestivo. A responsabilidade pelos 18 milhões de prejuízo é da Doyen, não da administração da SAD do Sporting. Esta, na tentativa sibilina do noticiador, será uma “santinha” bem arredia da maldade gestionária sua. O facto de essa mesma administração ter sido a causadora do “caso Doyen” não lhe carimba a mínima mácula, conquanto e segundo a decisão de um tribunal competente os milhões “contagiosos” dos resultados à Doyen pertençam.
E o aumento de quase 100% nos custos com o pessoal, neles incluindo o ordenado do administrador e palrador facebookiano mor, este, aliás de 100% limpinhos, limpinhos?!
Por este andar, será surpresa que um dia – por acaso e só por acaso, naturalmente – seja noticiado pelo mesmo noticiador ou outros equivalentes, que os há em turba, que a SAD sportinguista deu prejuízos porque os bancos credores – e só sublinhamos estes, também por acaso! – resolveram exigir o que lhes pertence e aquela deve?!


Passemos à notícia sobre os prejuízos da SAD do FCP, mais sibilina na sua camuflagem e menos compassiva no seu concreto:

«FCP mais do que duplica perdas no primeiro semestre fiscal».

O FCP não teve prejuízos, teve “perdas”! E “perdas” é o que pode acontecer a qualquer do comum dos mortais, nada que espante! Os Super-Dragões não precisam de se aborrecer por tão pouco, muito menos com o também relevante aumento de despesa com a rapaziada que serve o seu clube, muito bem compensada por zero títulos nestes últimos dois anos! Pode ser que à terceira seja de vez!
Mas hás aqui nítidas e atentatórias – comparativamente ao tratamento dado a “lagartos” – maldades! Em primeiro lugar, escarrapacha-se o verbo “duplica” o que, em tais desventuras, não tem piada nenhuma! Ninguém precisava ser chamado à atenção para as equivalências! Acresce que o noticiador não conseguiu aprontar nenhum bode expiatório dessas desditas, numa mesquinha dualidade de acolhimento! E aqui, sim, os Super-Dragões já têm motivos para se enfadar!


Debrucemo-nos, finalmente, sobre a notícia relativa aos resultados obtidos pela SAD do Benfica, de resto, a primeira a dar à estampa, assim tipo para-choques, um airbag de amparo e camuflagem das desgraças vizinhas.

«Lucros do Benfica caem 61,6% no primeiro semestre».

Como se vê, o enfoque da notícia não recai sobre os lucros da SAD. O que se destaca é o número percentual, um número “bombástico e arrepiante”, de uma queda. Não é insinuar sequer a irrelevância do resultado económico positivo! Naturalmente, a intencionalidade do título é acentuada na frase da notícia que desenvolve aquele:
«a SAD do clube das águias registou perdas de 7,23 milhões de euros no segundo semestre».
Exigir do autor noticioso – uma autora, por sinal – que desse ênfase ao facto de a SAD do Benfica ter sido a única que deu lucros seria demasiado para a sua paixoneta assolapada na pequenez dos seus amores e na grandeza do seu arreigado complexo de inferioridade.


Não nos incomoda esta disfunção noticiosa. Damos-lhe apenas o relevo consentâneo com a nossa congénita necessidade de rir e sorrir, que riso e sorriso são saudáveis ao quotidiano do ser. Acresce que o bobo da corte já nos enfrascou de tanto riso e sorriso que agora suas momices e lengalenga facebookiana até nos enfastia pela saciedade com que tais divertimentos nos foram servidos por tão pitoresca e pacóvia personalidade.
Certo, muitos de nós, a maioria dos portugueses que se encontra agregada no colinho da Família Benfiquista – e alguns outros, mais alérgicos à patusca informação que nos pretendem impingir – pensariam que seria muito mais verdadeiro, objectivo e rigoroso que se confrontassem, por exemplo, os proveitos operacionais das três SAD.s. Se confrontassem os proveitos da SAD do Benfica – 64,87 milhões de euros – com os das outras SAD.s em destaque – os míseros 37,5 milhões de euros da SAD lagarta, pouca acima de metade da do Benfica, e os bem pouco superiores 42,75 milhões de euros da SAD do FCP.
Mas escapava-nos a diversão que a ficção ilusionista dos pontas de lança do complexo de inferioridade nos proporciona! 

10 comentários:

  1. a manipulação dos dados por parte dos jornalistas e mesmo um caso de policia , digo eu

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  2. em Portugal neste momento não adianta fazer queixas contra jornalistas mafiosos azuis e verdes basta ver o exemplo que da CS e a ERC ..

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  3. chama-se a isso jornalismo de sarjeta, com jornalistas vendidos

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  4. A comunicação social desportiva foi tomada de assalto pela “máfia” verde-azul

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  5. Caríssimo amigo, de volta após longa ausência!
    Também andei um pouco afastado destas lides, mas voltei no mês passado.

    Abraço Glorioso.

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    1. Bem-vindo caríssimo Benfiquista! O meu amigo é que parece ter andado desaparecido! Já fui ao Brasil, por lá andei quase um mês! E já lá vão quase, quase dois anos! E o meu amigo sem aparecer!
      É claro que a minha disponibilidade para estas coisas, de há tempos para cá, tem sido escassa. Nem tempo para ver os blogues amigos! E até o meu!
      Abraço Glorioso.

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  6. chama se a isso tapar o sol com a peneira,

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  7. O meus estimados Manuel e Gil Vicente de volta e a postar. Excelente notícia!
    Gil, fico sempre com a sensação que os medíocres se abrigam cada vez mais na profissão fácil em que se tornou o jornalixo.
    Para acrescentar, ou são todos obedientes a ditames de marketing e vendas - o que interessa é maldizer o Benfica porque vende - ou em alternativa é-se dragarto porque se é medíocre.
    Tenho duvidas sobre qual será mais verdade. Todo este cerco ao Benfica não pode ser só por razões editoriais, acho mesmo que os medíocres se tendem a agrupar e proteger uns aos outros, tornando cada vez mais as redacções em algo abominável. Não que a mim isso me incomode, já só me provocam sorrisos e desprezo, mas não é possível mascarar que arrastam na formação de opinião muito bom Benfiquista, menos atento.

    Abraço

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  8. Caro amigo Gil, foi pena não ter dito que vinha para terras de Vera Cruz!
    Em Maio estarei em Lisboa e no Benfica-Nacional, quem sabe a festejar o 35!!!

    Abraço.

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  9. António Salvador respondeu ao texto de Bruno de Carvalho no Facebook. Em nota enviada às redações, o presidente do Braga repudiou as palavras do líder do Sporting, negando “‘construções de milhões a meias’ ou em sociedade com Luís Filipe Vieira”.

    “Às considerações que venho tecendo na qualidade de Presidente do SC Braga sobre o futebol português e os seus vários sectores, e que em momento algum pretenderam visar o Sporting CP ou o seu Presidente, tem respondido Bruno de Carvalho com mensagens que não podem deixar de ser recebidas com estranheza, na medida em que implicitamente assumem o que não lhe é imputado”, começou por referir António Salvador.

    “A forma como tem procurado atingir o SC Braga, os seus profissionais e o seu Presidente, recorrendo constantemente a insinuações, é esclarecedora sobre o que pretende instilar no futebol português e o nível a que pretende que o debate se faça. O SC Braga e o seu Presidente não se reveem nesta retórica, completamente desenquadrada da discussão que o clube quer para o futebol em Portugal”, destacou.


    “A insinuação resvalou porém, desta feita, para a esfera pessoal. É então a título pessoal que publicamente registo, para que não sobre qualquer dúvida ou que de mentiras mil vezes repetidas resulte uma verdade, que não tenho, nem nunca tive, “construções de milhões a meias” ou em sociedade com Luís Filipe Vieira. Não renego a relação pessoal que mantenho com Luís Filipe Vieira, a exemplo com o que acontece com muitos outros Presidentes de Clubes, mas não posso aceitar nem admitir a sugestão de que tal constitua inibição na intransigente defesa dos interesses do SC Braga”, rematou.

    O líder do Braga questionou ainda se “o agente comum” referido por Bruno de Carvalho foi o mesmo a quem o dirigente leonino tentou recorrer para “rogar a venda de um dos melhores e mais influentes jogadores do Sporting”.

    “É igualmente rasteira a insinuação contida na referência a um suposto “agente em comum”, ficando obviamente no ar a sugestão de quem seria esse agente e que me leva a questionar, passando da sugestão aos factos, se não seria o mesmo agente a quem Bruno de Carvalho insistentemente tentou recorrer telefonicamente nos passados 30 e 31 de agosto para, mesmo sobre o fecho do mercado, rogar pela venda de um dos melhores e mais influentes jogadores do Sporting CP, que para desespero de Bruno de Carvalho não se concretizaria, apesar dos esforços que levou a cabo durante todo o defeso”, finalizou.

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