O leitor normal não tem ou
tem escasso poder meditativo sobre a racionalidade de um contexto real
assolapado na informação que os detentores da comunicação dita social, em
regra, obliteram à mercê dos seus interesses e sentimentos, incompatíveis com
esse mesmo contexto.
O leitor normal lê o sentido
literal do termo e é isto que o autor do mesmo conhece e pretende, sentindo-se
inimputável na sua mascarada da realidade, da verdade factual.
Inimputável se considerando
o dito autor, sente-se objectivo na sua subjectividade e rigorista na sua
aberração ao rigor informativo. Assim, ele pode insinuar um motivo ou situação
ilusórios através do verbo, consoante a intencionalidade iníqua e parcial
correligionária, na fútil tentativa de enaltecer o desvalor do seu afectivo e
apoucar o valor de quem o ensombra no seu sentimentalismo fundamentalista e no
seu interesse de mercenário.
Desprezo nesta apreciação,
naturalmente – seria um mérito disforme a um conspurcado demérito – a parcialidade
desbragada, de fossa a céu aberto, que essa (des)informação nos patenteia quase
ininterruptamente, sendo ela tão impudente e petulante que até os mais cegos a
topam a quilómetros, situados eles, ou não, naquele cantinho estratosférico aos
mesmos reservado no Alvalade XXI. De resto e a talhe de foice, este cantinho,
se cego o não quer usufruir, só serve para lixo e talvez por tal se já tenha
lido conhecer-se o recinto total de que faz parte por “alvalixo” em vez de Alvalade.
O que especificamente se
aprecia nesta análise são os títulos com que se encimam as respectivas notícias
sobre os resultados económicos das SAD.s dos ditos três grandes. O meio
informativo é o “jornal de negócios” de ontem.
Relativamente ao SCP, temos
o seguinte título, bem ilustrativo da camuflagem pretendida:
«Caso Doyen leva Sporting
para prejuízos de 18 milhões».
Tomado à letra, o título é
eufemisticamente sugestivo. A responsabilidade pelos 18 milhões de prejuízo é
da Doyen, não da administração da SAD do Sporting. Esta, na tentativa sibilina
do noticiador, será uma “santinha” bem arredia da maldade gestionária sua. O
facto de essa mesma administração ter sido a causadora do “caso Doyen” não lhe carimba
a mínima mácula, conquanto e segundo a decisão de um tribunal competente os
milhões “contagiosos” dos resultados à Doyen pertençam.
E o aumento de quase 100%
nos custos com o pessoal, neles incluindo o ordenado do administrador e
palrador facebookiano mor, este, aliás de 100% limpinhos, limpinhos?!
Por este andar, será
surpresa que um dia – por acaso e só por acaso, naturalmente – seja noticiado
pelo mesmo noticiador ou outros equivalentes, que os há em turba, que a SAD
sportinguista deu prejuízos porque os bancos credores – e só sublinhamos estes,
também por acaso! – resolveram exigir o que lhes pertence e aquela deve?!
Passemos à notícia sobre os
prejuízos da SAD do FCP, mais sibilina na sua camuflagem e menos compassiva no
seu concreto:
«FCP mais do que duplica
perdas no primeiro semestre fiscal».
O FCP não teve prejuízos,
teve “perdas”! E “perdas” é o que pode acontecer a qualquer do comum dos mortais,
nada que espante! Os Super-Dragões não precisam de se aborrecer por tão pouco,
muito menos com o também relevante aumento de despesa com a rapaziada que serve
o seu clube, muito bem compensada por zero títulos nestes últimos dois anos!
Pode ser que à terceira seja de vez!
Mas hás aqui nítidas e atentatórias
– comparativamente ao tratamento dado a “lagartos” – maldades! Em primeiro
lugar, escarrapacha-se o verbo “duplica” o que, em tais desventuras, não tem
piada nenhuma! Ninguém precisava ser chamado à atenção para as equivalências! Acresce
que o noticiador não conseguiu aprontar nenhum bode expiatório dessas desditas,
numa mesquinha dualidade de acolhimento! E aqui, sim, os Super-Dragões já têm
motivos para se enfadar!
Debrucemo-nos, finalmente,
sobre a notícia relativa aos resultados obtidos pela SAD do Benfica, de resto,
a primeira a dar à estampa, assim tipo para-choques, um airbag de amparo e
camuflagem das desgraças vizinhas.
«Lucros do Benfica caem
61,6% no primeiro semestre».
Como se vê, o enfoque da
notícia não recai sobre os lucros da SAD. O que se destaca é o número
percentual, um número “bombástico e arrepiante”, de uma queda. Não é insinuar
sequer a irrelevância do resultado económico positivo! Naturalmente, a intencionalidade
do título é acentuada na frase da notícia que desenvolve aquele:
«a SAD do clube das águias
registou perdas de 7,23 milhões de euros no segundo semestre».
Exigir do autor noticioso –
uma autora, por sinal – que desse ênfase ao facto de a SAD do Benfica ter sido
a única que deu lucros seria demasiado para a sua paixoneta assolapada na
pequenez dos seus amores e na grandeza do seu arreigado complexo de
inferioridade.
Não nos incomoda esta
disfunção noticiosa. Damos-lhe apenas o relevo consentâneo com a nossa
congénita necessidade de rir e sorrir, que riso e sorriso são saudáveis ao quotidiano
do ser. Acresce que o bobo da corte já nos enfrascou de tanto riso e sorriso
que agora suas momices e lengalenga facebookiana até nos enfastia pela
saciedade com que tais divertimentos nos foram servidos por tão pitoresca e
pacóvia personalidade.
Certo, muitos de nós, a
maioria dos portugueses que se encontra agregada no colinho da Família
Benfiquista – e alguns outros, mais alérgicos à patusca informação que nos
pretendem impingir – pensariam que seria muito mais verdadeiro, objectivo e rigoroso
que se confrontassem, por exemplo, os proveitos operacionais das três SAD.s. Se
confrontassem os proveitos da SAD do Benfica – 64,87 milhões de euros – com os
das outras SAD.s em destaque – os míseros 37,5 milhões de euros da SAD lagarta,
pouca acima de metade da do Benfica, e os bem pouco superiores 42,75 milhões de
euros da SAD do FCP.
Mas escapava-nos a diversão que a ficção ilusionista
dos pontas de lança do complexo de inferioridade nos proporciona!
a manipulação dos dados por parte dos jornalistas e mesmo um caso de policia , digo eu
ResponderEliminarem Portugal neste momento não adianta fazer queixas contra jornalistas mafiosos azuis e verdes basta ver o exemplo que da CS e a ERC ..
ResponderEliminarchama-se a isso jornalismo de sarjeta, com jornalistas vendidos
ResponderEliminarA comunicação social desportiva foi tomada de assalto pela “máfia” verde-azul
ResponderEliminarCaríssimo amigo, de volta após longa ausência!
ResponderEliminarTambém andei um pouco afastado destas lides, mas voltei no mês passado.
Abraço Glorioso.
Bem-vindo caríssimo Benfiquista! O meu amigo é que parece ter andado desaparecido! Já fui ao Brasil, por lá andei quase um mês! E já lá vão quase, quase dois anos! E o meu amigo sem aparecer!
EliminarÉ claro que a minha disponibilidade para estas coisas, de há tempos para cá, tem sido escassa. Nem tempo para ver os blogues amigos! E até o meu!
Abraço Glorioso.
chama se a isso tapar o sol com a peneira,
ResponderEliminarO meus estimados Manuel e Gil Vicente de volta e a postar. Excelente notícia!
ResponderEliminarGil, fico sempre com a sensação que os medíocres se abrigam cada vez mais na profissão fácil em que se tornou o jornalixo.
Para acrescentar, ou são todos obedientes a ditames de marketing e vendas - o que interessa é maldizer o Benfica porque vende - ou em alternativa é-se dragarto porque se é medíocre.
Tenho duvidas sobre qual será mais verdade. Todo este cerco ao Benfica não pode ser só por razões editoriais, acho mesmo que os medíocres se tendem a agrupar e proteger uns aos outros, tornando cada vez mais as redacções em algo abominável. Não que a mim isso me incomode, já só me provocam sorrisos e desprezo, mas não é possível mascarar que arrastam na formação de opinião muito bom Benfiquista, menos atento.
Abraço
Caro amigo Gil, foi pena não ter dito que vinha para terras de Vera Cruz!
ResponderEliminarEm Maio estarei em Lisboa e no Benfica-Nacional, quem sabe a festejar o 35!!!
Abraço.
António Salvador respondeu ao texto de Bruno de Carvalho no Facebook. Em nota enviada às redações, o presidente do Braga repudiou as palavras do líder do Sporting, negando “‘construções de milhões a meias’ ou em sociedade com Luís Filipe Vieira”.
ResponderEliminar“Às considerações que venho tecendo na qualidade de Presidente do SC Braga sobre o futebol português e os seus vários sectores, e que em momento algum pretenderam visar o Sporting CP ou o seu Presidente, tem respondido Bruno de Carvalho com mensagens que não podem deixar de ser recebidas com estranheza, na medida em que implicitamente assumem o que não lhe é imputado”, começou por referir António Salvador.
“A forma como tem procurado atingir o SC Braga, os seus profissionais e o seu Presidente, recorrendo constantemente a insinuações, é esclarecedora sobre o que pretende instilar no futebol português e o nível a que pretende que o debate se faça. O SC Braga e o seu Presidente não se reveem nesta retórica, completamente desenquadrada da discussão que o clube quer para o futebol em Portugal”, destacou.
“A insinuação resvalou porém, desta feita, para a esfera pessoal. É então a título pessoal que publicamente registo, para que não sobre qualquer dúvida ou que de mentiras mil vezes repetidas resulte uma verdade, que não tenho, nem nunca tive, “construções de milhões a meias” ou em sociedade com Luís Filipe Vieira. Não renego a relação pessoal que mantenho com Luís Filipe Vieira, a exemplo com o que acontece com muitos outros Presidentes de Clubes, mas não posso aceitar nem admitir a sugestão de que tal constitua inibição na intransigente defesa dos interesses do SC Braga”, rematou.
O líder do Braga questionou ainda se “o agente comum” referido por Bruno de Carvalho foi o mesmo a quem o dirigente leonino tentou recorrer para “rogar a venda de um dos melhores e mais influentes jogadores do Sporting”.
“É igualmente rasteira a insinuação contida na referência a um suposto “agente em comum”, ficando obviamente no ar a sugestão de quem seria esse agente e que me leva a questionar, passando da sugestão aos factos, se não seria o mesmo agente a quem Bruno de Carvalho insistentemente tentou recorrer telefonicamente nos passados 30 e 31 de agosto para, mesmo sobre o fecho do mercado, rogar pela venda de um dos melhores e mais influentes jogadores do Sporting CP, que para desespero de Bruno de Carvalho não se concretizaria, apesar dos esforços que levou a cabo durante todo o defeso”, finalizou.