quarta-feira, 29 de abril de 2009

NOTAS BENFIQUISTAS

Os zarolhos também fazem parte da “estória”

O professor Jesualdo tem e não tem dúvidas, não as metódicas mas as de sua sabichice. Zarolho e estrábico, consegue ver a centenas de quilómetros de distância o que não enxerga a meia dúzia de metros! São defeitos de vesguice congénita!
Num certo dia, o professor Jesualdo enxergou, com a ajuda do seu monóculo, que em «outro jogo que hoje envolveu um candidato ao título, as coisas funcionaram ao contrário». Jesualdo queixava-se de ter empatado o jogo contra o Trofense e da falta de uma boa ajuda. Hábitos difíceis de suportar, quando se sai da rotina, por tão arreigados se mostrarem!
O «outro jogo» de que falava desenrolou-se a 300 km de distância de Jesualdo e era o Benfica-Braga.

Partido o monóculo visionário, até sua memória se evaporou! Em frente de seu nariz, nem cheirar cheirou o penalty com que Proença o presenteou! Quanto a isso só soube arengar:

«Esse é um assunto de que não falo mesmo, para mim não é tema de conversa».
Por que não, pergunta-lhe o parolo do jornalista?!
«Porque não é da minha área», responde o sabichoso treinador!

Tendo tido mais um dos tais «dias maus» não lhe faltaram desta vez as “ajudas boas” e isso era o que mais lhe interessava. Estes jornalistas ou são ou fazem-se uns ignorantes crassos. Deviam saber de cor que só muito raramente o professor Jesualdo está disponível para falar dos árbitros. O seu actual clube tem fartas e belíssimas ajudas, directas e indirectas, com bem mais assiduidade do que deputados no parlamento a fazer leis que punam, efectivamente, não só humildes pilha-galinhas mas, em especial, os poderosos e corruptos batoteiros! É para isso que o Povo os elege e lhes paga com o sacrifício do seu trabalho.
A não ser, claro, em dia de jantarada laudatória à corrupção desportiva condenada, na mui digna pessoa de um presidente igualmente condenado pela dita corruptice desportiva. Aí, há festa e comparência, não ausência!
E ainda há gente tão descarada, ousada e hipócrita que diz ser aquele assento parlamentar a casa que espelha o viver democrático, o palácio da ventura e do triunfo dos direitos do Povo e da luta contra os maus olhados, os pecaminosos, proxenetas, matadores, estupradores, violadores e corruptos abusadores dos dinheiros públicos!
Então que se glorifique, com salamaleques e boas-vindas de seu vetusto presidente, o papa que engendrou o sofisticado, abrangente e abençoado sistema da corruptice futeboleira que faz reinado neste Portugal da democracia, isto é, um Portugal dito do Povo. Um Portugal apregoado Estado de Direito sem Direitos para o Povo que dele dizem é Senhor!
Pura fantasia! Fazendo desse Povo meros peões de votos, tratam-no como um Servo que assiste impotente ao embuste do louvor aos mamões da paróquia que oram ajuramentados à justiça divina para serem canonizados neste lugarejo de hipocrisia, com juízes surdos à corrupção confessa nos auscultadores dos telefones e daí lavando as mãos como Pilatos!

E queriam que o professor Jesualdo falasse das arbitragens que tanto enaltecem a sua equipa com mui beneméritas oferendas! O professor Jesualdo, em termos de zarolhice, não se contradita. Só que nem sempre se encontra no lugar adequado, às vezes fica na bancada! O jornalista é pacóvio! Mas a resposta do professor é finória!

«"Não vi o lance da posição onde estava", disse Jesualdo Ferreira quando confrontado com a mão de Meireles na área portista. Na altura, o jogo Académica-Porto estava 0-0.

E sempre, como e quando lhe convém, acrescenta:

“Não comento arbitragens”» …

Sabichoso e ladino, diz mais o manhoso mestre-escola:

«acho que devíamos estar a discutir futebol em vez de coisas que não contribuem para a dignificação do futebol"»

O professor Jesualdo também é um estrábico espertalhaço ... só às vezes… E muito distraído! Porque lá blasfemar ele blasfemou contra o papa, num hiato insapiente! Incônscio, confessou a óbvia e contumaz realidade!
A sujeira de Benquerença não contribui, efectivamente “para a dignificação do futebol”! Nem a de Benquerença, nem as dos Duartes, Azevedo & Filho, L. dª, nem a do Elmano, Proença, Henriques, Costa – recuso-me a escrever o primeiro nome porque seria enxovalhar o glorioso nome do nosso Rui – mesmo Lucílio que, se penalty inventou, primeiro, igualmente sancionou o golo irregular dos chorões de Alvalade, a quem tem prestado relevantes servicinhos.
Todavia, mestre-escola Jesualdo já soube responder à “Zé-povinho” e caprichar no manguito aos espanhóis!
Teve azar porque eles já sabiam! Eles e os da UEFA também! E lá foi preciso recorrer de novo aos bons ofícios do juiz Mortágua para ver a pena do manguito minguada!
Sem pechincha ou com pechincha de quinhentinhos malfadados?! É mistério! Pelos menos, diz Mortágua, os árbitros querem envelopes mais recheados!

Jesualdo só fala para agradecer. Notem só as preclaras palavras com que brindou a oferta do seu parceiro do Sado, o pequeno e insipiente aprendiz Cardoso do Vitória de Setúbal, quando o FC Porto estava em dificuldades:

«A partir do momento em que o adversário tirou os avançados, a nossa vitória tornou-se inevitável (...), marcámos dois belos golos e soubemos vencer a ansiedade que, a dada altura, foi evidente»

Segundo alguns cronistas mais cônscios da sua nobre missão de informar, a vitória portista sobre o V. Setúbal, foi conseguida e deveras facilitada depois de Carlos Cardoso substituir, no espaço de um minuto já bem dentro da 2ª parte, os dois jogadores que mais embaraços estavam a causar – Leandro Lima e Bruno Gama.
Enquanto Cardoso justificava o injustificável … «já não atacavam com a mesma intensidade» … Jesualdo festejava agradecido … «com a saída de ambos, passámos a ter mais espaço e mais linhas» …

Para a história, fica a coincidência obscena e indecorosa, menos para os altos comandos do futebol português – secretários de estado do desporto e mesmo quem se propôs e repete, na sua candidatura à Liga, acabar com a pouca vergonha que graça e desgraça este futebol de mentira pegada – traduzida no facto de os substituídos não apenas serem os que mais dissabores causavam ao clube de Jesualdo, como serem ainda jogadores emprestados pelo FC Porto.
Antes e agora, em alguns casos, os emprestados são subitamente acometidos de doenças e lesões, outros remetidos para a bancada, cheios de saúde e vigor futebolístico a mais.
E quando não há emprestados, anuncia-se nas vésperas a compra de um ou outro jogador dos clubes que ao clube corrupto e condenado cabe defrontar.
Esta sujeira de futebol é tão descaradamente promíscua que nem favela São Paulina consegue arremedar!

É isso mesmo! Ao fim de alguns anos de domínio sobre a arbitragem, avaliadores, delegados, órgãos de justiça e de outras coisas, serve-se agora um novo doping. Convencem-se treinadores de outros clubes a fazerem relatórios ao clube corrupto, adestram-se outros para que substituam os jogadores que maior mossa possam causar aos interesses do mesmo clube, emprestam-se jogadores sempre gostosamente disponíveis a fazer um jeitinho salvador!
É a satelização quase integral dos clubes que disputam a mesma competição, fazendo-os girar na órbita da esperança da sua dose … do sonho e da sorte! A nossa Liga Portuguesa de Futebol Profissional tem praticamente meia dúzia, se tanto, de clubes independentes do FC Porto, a disputar o campeonato! Um campeonato que ela ainda é capaz ingenuamente de pensar que é disputado por 16 clubes!

Contra o Setúbal, foi mais uma boa ajuda em mais um dos «dias maus»! E assim, como sempre, lá se vai fabricando um “campeão”! É um dos resultados concretos da dita satelização, mais parecida com domesticação!
A juntar aos constantes benefícios das arbitragens, a descredibilização e a mentira de dezenas de anos está para levar e durar! E ninguém se incomoda muito com tamanha vergonha e embuste porque a opinião impressa, necessariamente domesticada para compor o puzzle, conseguiu e consegue ensaboar e branquear, numa tentativa estrénua de lavagem ao cérebro.

Voltando ao professor Jesualdo, a sua vesguice espertalhona também lhe prega às vezes umas ciladas! Distorce-lhe as maneiras e entorpece-lhe o siso de tanto tentar sabichar! E ele, sempre tão distraído para o que lhe não convém, distraiu-se quando menos lhe convinha!
Fazer um manguito aos espanhóis! Uma má lição de um mestre-escola da sua reputação! Está ai, bem patente, o resultado do seu ensinamento! Veja-se e reveja-se o brasileiro-português! A diferença foi que este fez manguitos com as patas! Um, mangou, outro escoucinhou!
Ambos frequentaram a mesma escola, aquela escola de onde outros já fugiram para não serem corridos a tiro de pistola!

O professor Jesualdo não é o sabidão que pretende ser! Porque, queira-se ou não se queira, é de autêntica aselhice, distrair-se o distraído!

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