quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A justiça dos justiceiros da justiça

A justiça deste país, a justiça civil ou a justiça do futebol, tem sido tão injusta que, quando ela se lembra de praticar a justiça, todos dizem que praticou … injustiça. E, talvez não curiosamente, quem mais enche a boca de injustiça quando a justiça pratica a justiça são os que, planetas ou satélites, beneficiaram da justiça na sua prática de injustiça.

Todo o mundo teve agora oportunidade de ouvir as escutas do apito dourado. Ficou a saber quem era o chefe supremo dos cordelinhos da manigância, tirou as suas conclusões e praticou a sua justiça, a justiça do povo quase sempre mais justiça do que a justiça da justiça.
Os conversadores não negam as suas conversas, clamam à justiça que não é justo ouvir de sua justiça.

O mundo inteiro também viu as bárbaras agressões perpetradas pelos jogadores do Braga, à luz do dia e das câmaras televisivas que não quiseram esconder os factos, uma vez que há sempre algumas que só por conveniência fazem ou não fazem a sua justiça a tais factos.
Vandinho agrediu o treinador adjunto do Benfica, Cardoso tentou proteger, foi covardemente agredido.
No fim, a justiça faz a sua justiça na vítima, vítima dos agressores e da justiça do árbitro, uma justiça esta que o mundo não viu e sobre a qual não pode aplicar a justiça. Ou aplicou a justiça de que o árbitro aplicou a justiça que não foi justiça e deixou de aplicar a justiça que era justiça.

Domingos, excepção do povo, também pratica a sua justiça, considerando que a justiça que, finalmente, praticou justiça não praticou justiça para com aqueles que praticaram a sua justiça, à vista de todo o mundo, no físico dos até aqui injustiçados com a justiça e a quem agora se fez justiça quando, enfim, se praticou justiça.
Mas Domingos diz de sua justiça o que todos nós sabemos, que nasceu e cresceu no futebol! E nasceu e cresceu no futebol que encomendava e mandava na justiça. Na justiça que não praticava justiça ou que praticava a sua justiça que não era justiça.
Domingos diz que a sua equipa está preparada até para ser pontapeada no chão. Não sei se, sendo-o, Domingos quer justiça que pratique justiça. Mas o que sei e todo o mundo também sabe de justiça é que a sua equipa está preparada para fazer justiça com os punhos e as patas, uma justiça que pode ser a sua justiça mas não é justiça.

Carlos Freitas é outra excepção que quer que a justiça pratique a sua justiça e não a justiça que pratica a justiça. Freitas diz que não há justiça no momento em que a justiça pratica a justiça. É que Freitas também entende que a justiça pode ser a justiça da fraude à justiça. Se a justiça que pratica a justiça tivesse praticado a justiça mais cedo, então o Braga poderia, com a sua justiça, defraudar os efeitos que a justiça que praticou a justiça pretendia alcançar.
Freitas com a sua justiça de fraude à justiça poderia contratar outros jogadores e assim se faria justiça fugindo à justiça.
A justiça de Freitas apela à justiça das imagens para dizer de sua justiça que não há imagens, relatórios arbitrais ou policiais que possam levar a justiça a praticar justiça.
Freitas não faz justiça à justiça das imagens televisivas. Acresce que a sua justiça sobre o relatório dos árbitros ou dos polícias é uma justiça que faz justiça ao virar de costas à justiça por parte do árbitro assistente e do polícia que, assim, também fazem a sua justiça que não é justiça.
Mas como as imagens das câmaras televisivas “disponíveis” fazem a devida justiça a esta justiça de árbitros e polícias, a justiça pode fazer justiça, conquanto não a justiça de Freitas.

Manuel Tavares, director de “o jogo”, é mais uma personagem acostumada à justiça da sua justiça. E é engraçado ler a sua escrita sobre a justiça da subserviência clubista. A sua justiça é a de que o seu confrade de “a bola” não pratica justiça nos comentários aos factos revelados pelas imagens do sistema de videovigilância porque esta justiça é a justiça da subserviência, enquanto que a justiça de Tavares é a justiça clubisticamente “independente”, embora seja a justiça de quem em tempos idos mandava na justiça que não praticava a justiça.
Manuel Tavares é um amásio da justiça, tanto que não é justiça a justiça que Gomes queria nas contas da justiça do “papa”. Justiça é a de Angelino que, estando de fora da justiça das contas, faz justiça à justiça do “papa” que, até agora, a justiça do futebol só praticou justiça, e pouca justiça, quando, com justiça, achou que era de justiça condenar o papa pela justiça que este tinha feito ao futebol com a sua justiça.
É que, para Manuel Tavares, só a justiça que tem sido a justiça do presidencialismo dá sucesso ao sucesso da justiça das manigâncias do sucesso que não é devido à justiça que pratica justiça.

Bruno Alves também resolveu praticar a sua justiça. Mas inovou. Sem adversários por perto, frustrado talvez por não ter feito de sua justiça no túnel da Luz, fez justiça nas ventas de Tomás Costa.
Não se sabe se o professor resolveu praticar justiça porque é de justiça afirmar que ele não pratica justiça nos seus pupilos, antes permite que estes pratiquem livremente a sua justiça. Um professor que clama contra a justiça que pratica justiça e é um liberal com a justiça da justiça dos seus pupilos.

Todos estes justiceiros da justiça que não pratica a justiça estão de tal modo atolados na justiça das manigâncias e batotices desportivas sobre a justiça, a justiça da justiça e a justiça da justiça da verdade dos resultados desportivos, que não enxergam o quão enlameados estão com a sua justiça que tudo o que não seja a justiça da sua justiça não é justiça, mesmo que a justiça que é e deve ser justiça tenha, enfim, praticado justiça.
Esperamos agora que a justiça possa, ainda aqui, praticar a justiça nestes papagaios da justiça!

6 comentários:

  1. Uff, caro GIL. Tanta justiça injustiçadamente injusta que até mete dó. Estes corruptos são cegos, o que se há-de fazer?
    Peço permissão para clonar o post pois os meus leitores são mais ecléticos!
    Abraço.
    Manuel Oliveira

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  2. É de justiça que clone, caro Manuel Oliveira

    E um abraço de justiça

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  3. Caro Gil Vicente.

    Quando ouvi o individuo que é director desportivo da pedreira dizer que a reunião do conselho de Justiça foi em Lisboa e não na terra dos corruptos ,como seria e deveria ter sido, pois segundo o submisso da pedreira disse, ou quis dizer ,era que na terra dos corruptos aqueles castigos seriam impensáveis. Cada um que tire as conclusões que quiser, penso eu de que esta afirmação desse individuo deveria ser investigada, o quereria dizer esse súbdito do papa com tal afirmação?

    Acho que a justiça será sempre bem vinda em qualquer momento. Agora há um coisa que não nos podemos esquecer, o clube da pedreira tinha ido para o inicio da 2.ª parte contra o GLORIOSO apenas com 8 caceteiros e não com 10, muito provavelmente nesta altura teríamos 9 pontos sobre os corruptos e 6 dos submissos da pedreira( não conto com a vitória de hoje )

    Penso que isto tem que ser dito em todos os locais da FAMILIA BENFIQUISTA, nunca nos poderemos calar, verdade ,sempre a verdade.

    Continuo a dizer que não deveria haver comentadores do BENFICA naqueles programazecos, da SIC, RTPN,e TVI24. Mete dó aqueles corruptos a verem as imagens e a dizer que são falsas, esse G.A. até mete dó , custa-me ver uma pessoa como o Silvio Cervan no meio daquela escumalha.

    Saudações Gloriosas

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  4. Eheheheh!!! UUUUUUAAAAAUUU!!!!
    Fiquei dorido, atrás das orelhas, na parte de trás da cabeça, ao cimo do pescoço, naquela parte que liga os músculos do pescoço com a cabeça! Custou-me ler tudo, mas li. Confesso que nunca pensei que tal pudesse acontecer!
    No entanto foi tudo bem esmiuçado, mesmo à Gil Vicente, o original, sendo que este não lhe fica nada atrás nos tempos que correm!
    Sim senhor, parabéns!!!

    Abraço caro Gil!

    Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

    http://Bimbosfera.blogspot.com

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  5. Concordo com o Raul Correia no que aos comentadores diz respeito. Os outros que ficassem lá sozinhos a falar mal do Benfica e sem audiências nenhumas.

    Quanto às justiças e injustiças, todos sabemos (e penso que o Gil Vicente melhor que ninguém) como anda a justiça neste país. Mas o problema maior nem é a justiça. É quem a faz, ou pelo menos quem tinha essa missão. Porque o que está em causa actualmente até já é a opinião pública, que já nem pensa mal dos infractores. Pinto da Costa é corrupto? Ah, isso não faz mal nenhum, nem foi acusado. (Valentim Loureiro idem, porque só neste país é que um homem daqueles continua a ser eleito e reeleito numa câmara municipal, quando está mais que visto e revisto que exercer corrupção e tráfico de influências é com ele). Os jogadores do Braga e do Porto agrediram elementos do Benfica? Ah, isso são jogos da CD da Liga para dar o título ao Benfica - mesmo com as agressões filmadas e à vista de toda a gente. Infelizmente, este é o país que temos actualmente. E que eu amava e de que agora me envergonho.

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  6. Caros Raul Correia e "sloml"

    Também estou de acordo com o manguito a fazer às televisões. Todavia, parece-me que elas arranjariam sempre alguém desejoso de se mostrar, ainda pior do que aqueles que lá estão.
    Mas preferia vê-los a defender o Benfica - os Benfiquistas desses painéis, naturalmente - na nossa Benfica TV. penso que era até motivo de aumento de audiências.
    O facto de a reunião decisória ser tomada em Lisboa ou Porto ou no fim do mundo, não tem qualquer relevância e o tipo sabe-o bem e por isso cacareja. As decisões estão tomadas antes, a reunião é só para os vistos e sua publicação.
    Mas eu também percebo a segunda intenção, assim como o caro Raul percebeu e todo o mundo percebe. Satélite do "papa", os tipos do Braga ainda sonham com as suas, do "papa", chamadas telefónicas para o Valentim ou para o chefe da CD ou dos árbitros.
    Um abraço aos dois

    Caro Márcio

    Por vezes tenho uma escrita que até eu, depois, me vejo à rasca para lhe intuir bem o sentido profundo, aquele sentido que, em certo momento, me veio à cabeça e que passei nas teclas sem pensar mais, ou a inspiração de décimas de segundo ia-se.
    Umas vezes fico muito satisfeito com o resultado, outras nem tanto.
    Mas é a vida. Eu gosto de escrever, como sempre gostei.
    Tal como gosto e sempre gostei de ler, de ler muito, de ler, não tudo mas quase tudo!
    Mas também lhe posso dizer - já tenho cabelos brancos há uns anos pelo que já me permito a ousadia de tentar dar conselhos - que a sua escrita também mostra uma intuição bem palpável para a relevância, para o gosto de escrever e para ser lida com atenção por quem, como eu, gosta de ler nas profundezas das palavras.

    Um abraço

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