sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

“FUTEPUGILATO” NACIONAL E BOBICES DE ENCOMENDA

Salvador e o seu Braga não param de nos divertir com as suas truanices mais ou menos pindéricas. Salvador alimenta o folclore provinciano do “papa”, com este remetido ao silêncio. As suas “manobras estranhas e inqualificáveis que estão a ser urdidas nos corredores” … são um facto. Salvador só não disse abertamente em que corredores estavam tais manobras a ser urdidas mas também não era preciso. Basta analisar, ademais, sem grande profundidade ser necessária, para facilmente intuir que são os “corredores” da sua mente os que, entupidos pela catequese “pintista”, não dão guarida a qualquer resquício de bom senso.
A questão das relações de amizade e simpatia entre Rentería e o seu anterior preparador físico é o novo mote das palermices bracarenses. Salvador nem sequer tem o tino de pensar que, se o jogador estava em estágio e lhe era obrigação não sair do recolhimento, então que se arremine contra ele ou, em última análise, contra os seus empregados que não exerceram como deviam a guarda que queria impor.
Rentería já não é nenhum catraio que precise de outrem para bem se saber comportar. E não se comportou mal a seguir, que dizem ter feito o golo mais bonito da sua equipa.
De resto, o pretexto é tão ridículo quanto as suas palhaçadas. Salvador virou bobo da corte e quer bem fazer o seu mester. E se quer plateia, oferece o “lanche” de borla. 30 mil de folguedos gratuitos! O Braga não precisa de pagar a “pedreira”, tais contas são com a Câmara e esta é benemérita. Pagam os munícipes, quer queiram, quer não! Mas dá para fazer a festa! E resulta! Até já há um diário desportivo que fala em “banho de multidão” … e contabiliza 100 pessoas!
Para debicar contra um clube – que, diga-se, não lhe ligou patavina, de resto, conforme à ridicularia da farsa teatral – que costuma ter em média, e não num jogo apenas, 50 mil pessoas no seu estádio a pagar, não de borla, e 5 mil no treino, não deixa de ser sintomático!…
Acrescente-se, porém, que em Braga tem chovido muito! É fácil, assim, apanhar um bom banho… Alguém daquele diário desportivo até já devia estar com a cabeça um pouco amolecida!

Não restam quaisquer dúvidas de que o futebol português inaugurou uma nova era, a era do pugilato e da patada.
Houve em tempos não muito idos um seleccionador que, quando deu por ela, estava no chão agarrado aos queixos. Gratificações adequadas ao não seleccionamento do pugilista “in casu”.
Aqui há poucos anos, o seleccionador nacional “cortou a fita” dos treinadores e pegou-se com um adversário. Mas talvez tenha seguido o exemplo dos corta fitas dos governos portugueses e feito só uma pré inauguração, deixando para depois o acabamento dos “acessos”.
Esta época, não, a inauguração não foi um mero pró-forma mas uma actuação modelar, um desempenho de execução continuada, um “modus faciendi” aprimorado.
Em Braga os jogadores da equipa local demonstraram toda a sua arte no pugilato e na patada contra Óscar Cardoso e Raul José!
Os jogadores do FC Porto não se ficam nas “covas” – seria uma desconsideração serem apenas os satélites a fazerem a demonstração das novas artes futebolísticas – agora sobre os seguranças que, querendo-os segurar e salvar a pele dos árbitros, acabaram sem segurança a servir de sacos de treino!
Num balneário esverdeado, se as vitórias são parcas, farto é o arraial que tem como figurantes director desportivo e jogador mal direccionado!
Segue-se aquele inestimável jogador do FC Porto, perito nos arraiais de pancada sobre os adversários. Se não tem adversário, vai de estaleca nas ventas do colega!
Para não destoar – mal parecia o treinador do sistema ficar fora do sistema – é de novo o seleccionador nacional, o actual não o antigo, quem parte para a demonstração cabal da arte do pugilismo! Diz quem assistiu, uma assistência VIP, assinale-se, que, se méritos futebolísticos se lhe não conheciam, a demonstração de pugilato parece ter convencido!
A África do Sul, todavia, já está ataviada com tais conhecimentos e, por conseguinte, já não teme o novel pugilista. Ele já passou por tais paragens, conquanto tivesse sido reenviado à procedência em tempo oportuno para os sul africanos!

Dizem que José António Saraiva é arquitecto mas não se lhe conhece obra no ramo. É, no entanto, um comentador bem aperaltado na sua escrita.
Aperaltado e prestimoso é também ele desde que começou a cronicar naquele diário desportivo dos “banhos de multidão”. Comenta quase sempre sobre o Benfica, que não é atoleimado ao ponto de não desejar que a sua escrita, na forma e no conteúdo, passe completamente desapercebida. E sempre no seu estilo sentencioso.
Desta vez, sob o título “Benfica quebrou?”, sentencia que o Benfica pode ter perdido em Setúbal o título de campeão. Por quê?
Porque no princípio o Benfica atacava com muitos e defendia com muitos e agora já não!
Mas José António Saraiva vai mais longe, relembra a sua judicatura de há três meses e a sentença que então proferiu. Escreve ele que seria “muito difícil ao Benfica manter o ritmo. Jesus fez um início de campeonato deslumbrante, mas puxou talvez demais pelos jogadores (alguns muito frágeis fisicamente). Agora o desgaste está a cobrar a factura.”
Depois ainda tece algumas considerações sobre certos jogadores.
Diga-se abonadamente que José António Saraiva coloca as questões a sim a modos que, se não é gato, é gata! É certo que o Benfica pode ter perdido o título em Setúbal, como o pode ter perdido com o Marítimo na primeira jornada, como o pode ter perdido com o Sporting, em Olhão, na “pedreira”, etc, etc. Até o pode ter perdido no jogo que ganhou ao FC Porto apenas por 1-0 e porque o árbitro não assinalou a grande penalidade escandalosa por mão do cebola. Igualmente, no penalti falhado pelo Leiria nos descontos do seu jogo com o FC Porto! Ou no golo com a mão de Falcão ao Paços de Ferreira!
Por outro lado, também é verdade que pode ter ganho o mesmo título com a vitória ao FC Porto na Luz, com a vitória sobre o Guimarães, com a vitória em Guimarães. Até com a goleada dada ao Setúbal! E ao Leixões! E ao Nacional! E à Académica! E ao Marítimo no Funchal!
Sabe-se lá se o campeonato não pode vir a ser decidido por goal-average?
Em suma, o Benfica pode perder ou ganhar o título de mil e uma maneiras mas o cariz especulativo de José António Saraiva é mais restrito. Ele pretende somente exprimir o desejo de que as coisas assim aconteçam. Comedido nos méritos, limita-se à redacção que seu mestre-escola lhe ensinou, muito certinha nos pontos e vírgulas. Acrescenta-lhe umas pitadinhas de necromante, quiçá num seguidismo “papal” em retórica ao mestre defunto, e todo se delambe nos seus predicados.
Agora, uma coisa é importante que se assinale. Alguém conhecia tais dotes de treinador, de preparador físico ou de perito na arte de julgar qualidades futebolísticas de jogadores de futebol?
Se não se lhe conhece atavio de monta na arte arquitectural para que, dizem, foi formado, terá ele despontado, ao menos aqui, nas subtilezas da arte futebolística?
Eu confesso humildemente que desconheço! E tenho cá uma fezada de que José António Saraiva também conhece tanto disso como de alguidares de azeite!
Mas vai-se divertindo! Escrevendo sobre o Benfica, claro!... Com quem mais poderia ter ele a veleidade de sonhar que outrem dedicasse uma pausa para a leitura, apressada, dos seus escritos?

1 comentário:

  1. Também li essa croniqueta e de facto é um espanto. Nem sei como ainda não está no lugar do Queiroz. Portugal bem precisava dum seleccionador com essa visão!
    Abraço.
    Manuel Oliveira

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