terça-feira, 31 de agosto de 2010

PINCELADAS ENCARNADAS

1. O abanar do rabinho

Ou muito me engano ou o Rio Ave é o – ou um dos – “eucalipto” a secar como castigo para os que mijam fora do penico e como advertência àqueles que, sendo cordeirinhos domesticados, endireitem o rabinho e se esqueçam de saudar o dono com as suas abanadelas de submissão. E o Rio Ave foi um dos que, no ano futebolístico transacto, contribuiu para o abortar do tetra ao deixar-se empatar com a equipa do professor Jesualdo. Tratando-se de ovelhas do rebanho, não é o FC Porto que empata ou perde, são as ovelhas tresmalhadas que se não deixam perder.

Brito já compreendeu isso, compreendeu que a seiva virtual secou. E como não está nada interessado em afundar-se com o clube que treina, saberá saltar oportunamente do comboio em andamento, na caminhada deste rumo ao descarrilamento anunciado. Só assim se compreende que Brito não tenha tido uma palavra acre para as patifarias arbitrais do super dragão Jorge de Sousa e do seu acólito José Ramalho que permitiram e validaram o primeiro golo do FC Porto, após Falcão se ter encavalitado nas costas do guarda-redes contrário, bem como fizeram vista grossa a um claríssimo penalti em que se pune a vítima e se premeia o algoz.

Fossem os adversários Cardozo e Luisão que aqueles dragões da escola da corrupção desportiva tentada e condenada teriam continuado a ver apenas a realidade virtual, aquela realidade que interessa aos desígnios do seu amo, directa ou indirectamente, como então se verificou no jogo Braga-Benfica da época passada. Ainda se lembram por que foi anulado, na versão daqueles “virtuosos” da virtualidade material que convém ao seu dono, o golo de Luisão que daria o empate?

Brito nem sequer demonstrou um pouco de solidariedade para com o seu jogador, a vítima punida por se ter deixado ser vítima, o que, de resto, acontece no reino desportivo corrupto deste país e que é bem copiado pela justiça civil e criminal. Não são, de facto, os agressores os culpados por fazerem vítimas dos seus actos de agressão! São as vítimas que se vitimizam só para tentar punir os seus agressores!
Brito sabe bem, pois, que tem de manter o rabinho entre as pernas para continuar a merecer do dono o “osso” salvador da sua carreira de fidelidade futebolisticamente canina.


2. A mistificação da realidade

A comunicação social anunciou que Raúl Meirelles foi transferido para o Liverpool por 13 milhões, conquanto houvesse algumas notícias que falassem em apenas 11 milhões.
Seja como for, logo um jornal vem, com a objectividade, seriedade e verdade jornalística a que nos acostumaram todos os do género, dizer que «Raúl Meirelles “pagou” João Moutinho».
Mas o que esta notícia conseguiu foi deixar-nos baralhados nas contas! Só que, no meio de tanta seriedade, objectividade e verdade jornalística, esse é, quando não o objectivo desejado, ao menos o objectivo normalmente atingido.
Não se esquece, com efeito, que a mesma comunicação social nos noticiou ter João Moutinho custado 11 milhões de euros, mais os 50% do passe de Postiga, no montante de 2,5 milhões de euros, mais o jogador Nuno André Coelho.

Isto foi o que se noticiou à época! E, naturalmente, os Benfiquistas sabem que Postiga não vale efectivamente nada, faltando agora confirmar se Nuno André Coelho vale alguma coisa. Se guiados pelo passado, sabe-se que o “papa” não costuma preocupar-se em oferecer algo que valha ao Sporting, seu fiel e submisso satélite que lhe serve de nabal para formar jogadores que depois adquire pelas formas mais variadas, sendo algumas delas ínvias, bem como de caixote do lixo que lhe estorva e lhe não rende.

Também se espera que as más línguas não façam interpretações abusivas da opípara oferenda de Elmano ao Sporting na Figueira da Foz. Não se trata de um inflacionar do preço de Moutinho! Nem sequer agora se pense que foi mais uma manifestação da esquizofrenia arbitral de Elmano!
Não, nada disso! Desta vez, Elmano limitou-se a ser o testamentário das últimas vontades do “papa”! Esqueceram-se de que este afirmou que “torcia” pelo Sporting?
O “papa” pode não cumprir promessas feitas a mortos! Mas vai cumprindo promessas a mortos-vivos! E tanto mais quando ele sabe que estes “cumprimentos” não lhe causam comichão! Tais “legatários”, na sua completa sujeição às vontades “pontifícias”, o mais que respingam é um agradecimento submisso, mesmo após o pontapé no rabo que meteram entre as pernas! No fim, mostraram-se aliviados porque o papa os livrou da sua maçã podre!


3. A “virtude” dos que nunca se enganam

Quando um Primeiro-Ministro de Portugal veio comunicar aos portugueses que «nunca se enganava», é claro que habilitou os seus governados a pensarem que, não sendo menos do que ele, também nunca se enganam. Então, se estivermos no domínio da política e da gestão futebolística deste país, a quantidade daqueles que fazem alarde de tais atributos é tão elevada quanto falha de qualidade … e diga-se que essa quantidade não é só elevada, é enorme, em particular no seio dos que estão com o “rabinho” de fora!

No meio desta plêiade dos que nunca se enganam, há, todavia, que fazer uma distinção entre aqueles que assumem esse dote como pessoal e intransmissível e os que, sempre o assumindo naturalmente como seu, o assumem ainda naqueles a quem devem a sua fidelidade canina existencial, como obrigação ou devoção a que se encontram subjugados.
Podemos dar como exemplo destes últimos, aqueles que endeusam fielmente a gestão que nunca se engana, a gestão desportiva modelo. Esta gestão que nunca se engana também adquire sempre, e por bom dinheiro, jogadores de alto gabarito. E, por vezes até também não se engana quando, julgando ter-se enganado, procura enganar outro parceiro.
Nesta última espécie cabem jogadores como um tal Diego e um tal Luís Fabiano, em especial este que, após a gestão modelar o ter mandado enganar outro, se tornou um titular indiscutível da selecção brasileira.

Deste “exaltante virtuosismo” fazem parte imensos Benfiquistas, seja em honra do seu masoquismo exacerbado nas últimas décadas, seja em honra da sua imensa “competência” nos negócios da bola. Só é pena que, ou não se disponham a pôr ao serviço do seu Benfiquismo tanta inteligência, o que revela alguma cobardia, ou, dispondo-se, os Benfiquistas lhe não concedam a graça de lhes reconhecer tanta “virtude” e dão-lhes o seu veto em vez lhes ofertarem o seu voto.

domingo, 29 de agosto de 2010

MÉRITOS E DEMÉRITOS DA FIDELIDADE CANINA

Como de costume, ontem mais uma vez vi a Benfica TV no rescaldo do jogo Benfica-Vitória de Setúbal. Mais até de que os comentários feitos pelos convidados do programa, interessam-me as opiniões pós jogo, expressas pelos nossos jogadores e treinador, bem como o sentir da nação Benfiquista, através do contacto telefónico com o programa televisivo.
Um dos Benfiquistas intervenientes queixou-se dos comentários da televisão detentora dos direitos desportivos da transmissão do encontro, coisa, aliás muito longe de ser inédita. Dizia ele que tais comentadores deixavam sibilinamente implícito uma espécie de frete tácito que a equipa setubalense estaria a fazer ao Benfica, sendo muito “macia”, pouco interessada na acutilância – leia-se, jogo duro e trancada, receita que está na ementa de todo o anti-benfiquismo, com o beneplácito dos árbitros da partida – e em colocar problemas à vitória do Benfica. A equipa setubalense estava a ser, na opinião destas “inteligências”, aquela equipa macia, sem fazer “ondas”, que o Benfica precisava para se “regenerar”.

Este tipo de queixa é recorrente e, salvo o devido respeito, não tem a mínima razão de ser. Não o digo apenas em atenção à substância dos comentários. Refiro-o e reitero-o relativamente à importância que um Benfiquista ainda dispensa a algo tão reles como isso. É dar-lhe inadequadamente a importância, ainda que pouca, que tais ditotes a ressumarem estupidez não merecem de todo. Não ofende quem quer mas só quem pode e tais comentaristas da sabujice não possuem poder para tanto.
O convidado Pedro Guerra ainda aconselhou o Benfiquista “queixoso” a desligar o som da televisão. A mim até me parece mais aconselhável – considero-o muito mais higiénico – não sintonizar essas televisões. O Benfiquista respondeu que, a partir da audição de tais palermices, optou antes por ouvir o relato na Benfica TV.
Uma resposta à altura de um Benfiquista que só é pena não tenha sido dada desde o início.

Sem colocar de lado a substância da matéria supra expressa, admira-me muito que algum Benfiquista ainda consiga ficar perplexo com comentários do género. Não é por se saber – ou dever saber – que quem é futebolisticamente pequeno neste país não tenta ser grande para igualar o Grande. Tenta apoucar o Grande para o tornar do seu tamanho, ou seja, pequeno como ele. De se tornar grande, não é ele, o pequeno, capaz.
Ora, para isso é de fundamental importância a existência de avençados, serventuários, comissários paus-mandados que, com reverência canina, só procuram agradar ao dono. E todos os Benfiquistas já sabem que toda essa sevandija tem que abanar o rabo à espera do osso prometido … muitas vezes igual à ausência do pontapé no rabo.

Para toda essa gentalha de pantomineiros amestrados, o mérito nunca está do lado do Benfica. Não! Se o Benfica perde ou empata é apenas por demérito seu. Se o Benfica ganha, nunca é por mérito do Benfica mas sempre por demérito do adversário … e ajuda do árbitro também! Aquele foi macio, incompetente, quiçá, fez o jeito! Este foi corrupto – não se esqueçam que, em questões de corrupção, tais “comissários” estão doutorados, ou não tivesse o seu “papa” sido condenado por causa dessas coisas – levou o Benfica ao colo!
É, pois, por isso que um campeonato “à Benfica”, como o do ano transacto, ganho “à Benfica”, não chegou a ser, na opinião de muitos destes provincianos pequeninos cuja missão é abanar a cauda ao dono, ganho … por mérito do Benfica! E a isto não se opõe o facto de ter havido alguns cuja fidelidade canina é um pouco mais amena – em toda a regra há excepções – que, engolindo sapos, é verdade, mesmo assim sentiram-se obrigados a reconhecer muito timidamente esse mérito.
Na época futebolística transacta, as equipas, quase todas elas, foram uns “docinhos”! Até o Braga! Ou já não se lembram dos “docinhos” que alguns jogadores deste clube resolveram ofertar a jogadores e outros dirigentes do Benfica, aquando da visita à pedreira?!
Perguntem a Cardozo!
Até mesmo o FC Porto foi um “docinho”, ao menos no jogo da final da Taça da Liga em que foi goleado, com bandarilhas de fino recorte e pega de frente a condizer com a banda, ao nível da tourada protagonizada pelos seus jogadores Alves, Cebola, Meireles e C.ª, sob os bons auspícios do super-dragão Jorge de Sousa, designado para dirigir o toureio.


Num jogo de futebol, defender um penalti é, como sempre foi, um acontecimento que muitas vezes se verifica. Dá-se-lhe relevo porque é uma tarefa difícil de quem defende, normalmente, e concede-se sempre a este alguma glória, umas vezes mais outras menos. Às vezes é apenas demérito de quem marca.
Assim foi agora com Roberto.
Todavia, as maiores honrarias que lhe dispensaram, dir-se-ia, unanimemente, não tiveram tanto a ver com o feito em si mas mais com os defeitos que antes foram devidamente apregoados acerca dos atributos do agora “herói”. De facto, parece-me que a concessão de tais honrarias teve mais a ver com uma nova oportunidade de sublinhar os defeitos do que enaltecer o feito em si. Se não fosse isso, certamente que não assistiríamos a qualquer concessão de mérito de quem o defendeu mas à proclamação do demérito de quem o marcou.
Muito em particular, penso que também se aproveitou de novo, mais ou menos insinuadamente, para continuar a semear uma certa divisão na família Benfiquista.

Roberto, com o seu feito, teve, enfim, direito a adjectivos de honor. Desde o “antes mal amado” a “de vilão a herói”, passando por um “perdão” finalmente concedido – por quem?! – pela salvação da “ira dos adeptos” e pela “conquista do amor dos Benfiquistas”!…
Os Benfiquistas foram, efectivamente, “tocados” no seu Benfiquismo! Assim acontece, regra geral, com a habitual “seriedade”, “honestidade” e “verdade” – tudo, futebolisticamente falando – de jornalistas tão compreensivos e atentos ao relato dos factos reais que se passam no seio do Benfica! Tão atentos e “verdadeiros” que alguns até escrevem ter o Benfica perdido por 2-0 com o Nacional da Madeira!

No entretanto, os Benfiquistas sempre aplaudiram Roberto, nos treinos e até nos jogos. Por exemplo, logo após o Nacional da Madeira-Benfica, os adeptos Benfiquistas deslocaram-se ao primeiro treino, mesmo sendo ele “fechado”, para apoiarem Roberto. E no jogo de toda a “redenção” contra o Vitória de Setúbal, os adeptos do Benfica aplaudiram e apoiaram Roberto, logo que ele se aprestou para entrar em campo, o que significa que o aplaudiram e incentivaram … antes de ele defender o penalti!
Não depois, mas antes!...
Pode ter havido Benfiquistas que assobiaram Roberto, não o nego. Em toda a regra há excepções o que significa que, verificando-se a existência de excepções é porque há uma regra! Depois, ainda há, infelizmente, Benfiquistas para quem o prejuízo futebolístico do Benfica é o seu único benefício.

Houve alguém que escreveu não admitir que se pudesse comparar, em caso algum, Victor Baía com Roberto. Naturalmente que não existem duas pessoas iguais, já todos o sabemos há muito e de sobra. Mas há motivos de comparação.

Quando Baía foi vendido para o Barcelona, estava no auge, era considerado dos melhores do mundo, foi das mais caras, à época, contratações de guarda-redes. Mas Baía foi praticamente sempre suplente, e muitas vezes terceiro suplente, no Barcelona! E por quê?
Porque nos seus primeiros jogos pelo seu novo clube fartou-se de dar “frangos”. Por exemplo, lembramo-nos de um célebre encontro para a Liga dos Campeões em que o Barcelona, em sua casa, foi goleado por 4-0 e em que Victor Baía foi considerado culpado em, pelo menos, três golos! Por isso, apesar do seu grande valor, que ninguém contesta, nunca se conseguiu impor neste clube e foi recambiado, alguns, poucos, anos depois, a preços de saldo, para o seu antigo clube.
E aos mesmos que rejeitam qualquer comparação e acrescentam que Victor Baía ganhou tudo o que havia para ganhar, basta relembra-lhes que não foi bem assim. Para já, houve um jogador português que também ganhou os troféus que Baía ganhou. Referimo-nos a Figo.
Todavia, Figo, além dos troféus que ganhou, foi ainda campeão do mundo de sub 20 por Portugal, coisa que Baía nunca foi, apesar de Portugal ter sido duas vezes campeão do mundo nesse escalão etário.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A HISTÓRIA DAS "ESTÓRIAS"

Para que conste do meu registo de interesses, um chavão que está na moda e que, por isso, mal igualmente me não assenta, também eu me sinto “como peixe na água” a opinar e sobretudo a fazer as minhas especulaçõezinhas sobre factos já consumados. Esclareça-se, porque devido, que aquela “água” tem de se encontrar em condições mínimas de sobrevivência para tais criaturas, que já vai havendo que chegue para lhes servir de cadafalso e de cemitério.
Confessava eu que, de acordo com o meu supra citado registo de interesses, me sinto muito confortavelmente, mesmo refasteladamente acomodado, a emitir as minhas “sábias” opiniões sobre o “como devia ter sido e não foi”, as minhas alternativas prenhes de “sapiência” explicativa dos acontecimentos, alternativas cheias de “bom senso e acerto” porque eu nunca falho como falhou o meu criticando, depois de conferir os resultados contrários aos meus desejos.

Quero deixar bem claro que este tema tem como pano de fundo, para mim e para os outros “entendidos”, matérias que, à partida, são susceptíveis de prognose múltipla e de diagnose incerta, tão só devido aos naturais sortilégios que lhes são imanentes e que sem eles aquelas não seriam o que são.
São-no à partida porque, à chegada, após a sua consubstanciação na realidade, já toda a gente deste mundo acerta no diagnóstico e faz por vincar, com acentuado pragmatismo, o brilhantismo do acerto do seu prognóstico. Já toda a gente acerta, eu incluído, em todos os por quês de ter sido assim e não assado e deleita-se nos ensinamentos de subidas explicações, que descem ao pormenor, para seu maior embelezamento, das causas e dos efeitos.

Como já devem ter bem percebido, obviamente que não falo daqueles acontecimentos tipo totoloto ou “euromilhões” em que do mesmo modo muitos prognosticam e muito poucos acertam. Não é que tais acontecimentos não possam gerar discussão prévia e póstuma em que as inteligências mais superiores diagnosticam sempre razões da sua razão. Mas dão sempre o devido desconto, em altas doses até, às máquinas e às bolinhas que ditam a sorte e, em geral, a falta dela.

Os homens acertam … e erram, menos os que nunca fizeram nada ou que apenas diagnosticaram tudo depois da autópsia.
No futebol, se acertam, até imensas sumidades a contragosto se obrigam à exaltação dos feitos bestiais. Se erram, nem que seja logo a seguir a tais façanhas, não há sumidade que não prognostique e em especial diagnostique a besta.
Em qualquer das suas façanhas, estas inteligências “deleitam-nos” com as suas explicações mui prenhadas de sabedoria, de tal modo que, eu incluído, muitos de nós só podemos sentir-nos pequeninos e lamentar que num país onde tanto se fala de improdutividade por deficiente formação profissional se desperdice tanta e tanta erudição no como, modo e por quê das coisas.
Considerar nos areópagos internacionais, com difusão interna quase orgástica, que este país tem uma taxa de analfabetismo elevada relativamente a países evoluídos, é um “tremendo equívoco” e uma “forte injustiça”, em especial a tantos e tantos opinantes sobre a coisa política deste país mas muito mais sobre treinadores, directores desportivos e presidentes de clubes. Opinantes que apresentam, constante e reiteradamente, tanta competência para o treinamento, a contratação, a gestão e até para a filosofia e a psicologia das massas.

Quando o Benfica anda mal, a nação portuguesa anda triste e acabrunhada porque a grande maioria dos seus nacionais pertencem à outra grande nação, a nação Benfiquista.
Nestas ocasiões, os minoritários tão amantes da justiça desportiva que até por ela são condenados devido às suas manigâncias, ao menos na forma tentada, fazem os seus devidos responsos aos fiéis serventuários. Os ecos naqueles Benfiquistas que sonham com a glória de mandar mesmo que os que detêm o poder de lhes conceder o mando não os queiram, ribombam nas suas trombetas como hossanas de glória. No prejuízo vêem eles, muitas vezes, o seu único benefício.

Todos estes que identificámos sabem que conseguem colocar aqueles Benfiquistas que vibraram há bem pouco com a glória a tecerem agora todo o tipo de comentário onde aquela “sapiência” de que se falou aparece exaltada em toda a sua infalibilidade, incluindo no apontar dos culpados. Alguns destes últimos, por descargo de consciência, lá vão escrevendo que os seus “desabafos” se circunscrevem num certo círculo que julgam fechado. Se for preciso, acrescentam que o Benfica é um clube democrático onde impera a liberdade de expressão.
Por mim, parece-me que sentir necessidade de mostrar a sua liberdade de expressão nestas matérias e nestas circunstâncias, julgando-a exercida e demonstrada em tais circunstâncias e matérias, é uma fraca via de afirmação. Mas eu também neste assunto estou a opinar depois das demonstrações reais, depois, digamos, dos resultados, ou seja, dos comentários de tamanha exaltação de sapiência. É falta de imaginação gritante, mas nem sempre podemos sentir-nos tocados pela deusa da inspiração.
Logo, dêem o devido desconto se eu me não pronuncio sobre competências e tácticas depois dos resultados apurados – mesmo sentindo-me muito comodamente nesse papel, se o quisesse exercer – sobre competências de directores desportivos e de gestão, ou seja, sobre negócios de que não conheço os contornos do caso concreto nem o ambiente geral que reina nesse mundo de contratação.
Mas de uma coisa estou seguro e para essa vos peço desconto zero: Num negócio há sempre, pelo menos duas vontades, não antagónicas mas opostas, de sentido contrário. E que para esse negócio se realizar tem de haver acerto de vontades que passa por cedências mútuas.
Claro que há sempre bons negócios para todos, e bons e maus negócios para alguns, dependendo da perspectiva e dos resultados.
Só que estes resultados muitas vezes apenas se conseguem verificar “a posteriori” e não são previsíveis nem diagnosticáveis, acabando até por serem, não raras vezes, surpreendentes.
Mas, está claro, há sempre os que nunca erram! São os que nada fazem para além de emitir opiniões muito “eruditas” … mas só depois dos factos consumados! Eu diria mais, quando o “rabinho” está de fora!

Nestes momentos de conturbação e de profusa dissertação de ideias sobre o certo e o errado, após a manifestação real deste e da entronização virtual do certo, uma enorme pandemia de “estórias” vai povoando as mentes de fantasias recriminatórias.
Queremos melhor do que a “estória” Moutinho?
Foi uma fantasia o jantar entre Moutinho, Pinto da Costa e o empresário daquele, há um ano?
E depois, se Moutinho foi (virtualmente) oferecido e rejeitado?
Não o foi por um treinador que há bem pouco era o mais bestial dos bestiais?

A terminar, uma pergunta:
Será ao Benfica que interessam neste momento todas estas “estórias” e estas “sabedorias” e palpitações de treinamento e de gestão que só desabrocham depois do facto consumado?
Será que não seria bem mais benéfico para o Benfica que os Benfiquistas se mantivessem unidos, apenas aplaudindo, reconfortando e manifestando todo o apoio como nas vitórias?

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O AGITAR DO RABO AO DONO

Depois de terem tentado vender toda a equipa campeã do Benfica, incluindo mesmo o treinador e o director desportivo, os “media” deste país e até de outras paragens entenderam por bem compensar devidamente aquela desenfreada veia vendedora com o “noticiarismo” variado da compra de quatro ou cinco equipas novas, com suplentes, “barretes” e tudo.
Compreende-se perfeitamente que não queiram deixar o Benfica assim tão desfalcado porque lhes faltaria o campo de manobra para o divisionismo, a charada, a cismação, o ruminar dos podres e dos defeitos, quando se confrontam com os espelhos dos seus predicados.
Compreende-se ainda que eles fujam da tentação pecadora por defeito porque, se noutros assuntos eles não o compreendem, nestes ligados ao Benfica, o seu espírito “ad cautelam” manifesta-se soberbamente em imaginárias visões e lucubrações celestiais em abundância.

Os resultados que se vão verificando na ordem prática e fáctica das coisas não abonam os “media” e seus noticiaristas, profundamente adestrados, sejam eles avençados sem avença que não seja um pontapé no rabo quando apoquentam de mais o dono, sejam eles os de fidelidade canina “chipados à casa”, sujeitos à mesma “avença” quando se põem a “rabiar”, mijando fora do penico.
As suas magicações e o seu imaginário muitíssimo mais próximo da fantasia do que do real também naturalmente já não surpreende, que eles surgem de fracos dotes de profetas que, nem sendo das graças nem das desgraças, não conseguem cativar minimamente a atenção de pessoas sérias, compenetradas … e inteligentes.


Num certo dia de um passado próximo, todos os “media” davam como certa a contratação de Salvio, quando o negócio já estava consumado entre as partes. Normalmente, tais noticiaristas costumam acertar nos seus palpites quando estes versam sobre realidade real e não virtual.
Logo no dia seguinte, estava tudo de pernas para o ar, nos títulos desses artistas da virtual “realidade” noticiosa nacional.
Havia um que escrevia … «Salvio esteve quase na Luz … e agora está quase no Dragão»
Havia outro que garatujava … «Salvio pode ser mais um jogador desviado da Luz pelo FC Porto, tal como aconteceu com» … e fazia a nomeação do costume, do seu costume, claro.
Outro ainda havia que vomitava em gatafunhos de pseudo sapiência … «FC Porto quase a “roubar” Salvio ao Benfica»
E, para que a lista se não torne maçadora, havia finalmente outro pasquim – este, cão de fila com chip da casa desde a sua germinação e nascença – que garantia o “roubo” também quase consumado e não se esquecia de mencionar os outros seus imaginários “desvios”, concluindo contra a corrente – esforço canino natural – que o FC Porto oferecera precisamente os mesmos valores às partes, leia-se, Atlético de Madrid, jogador e seu empresário.

É evidente que os anteriores cometeram o sacrilégio de fazerem eco de ofertas bem superiores, chegando ao triplo do ordenado para o jogador e a mais 50% do valor do empréstimo para o detentor dos direitos desportivos.
Alguns acrescentaram mesmo que o dito empresário do jogador teria pedido mais 200 mil euros ao Benfica, em face das “mãos abertas” do FC Porto. Claro que se foi com o rabo entre as pernas…
Mas os mais ousados – de vez em quando alguns sujeitam-se ao castigo da bordoada mas, acostumados, lá vão ruminando … “quanto mais me bates mais gosto de ti” … – chegaram a afirmar com todas as letras e palavras …
… «Eduardo Salvio escolheu jogar no Benfica, apesar da maior oferta feita pelo FC Porto» …

Pelo menos num ponto, os avençados sem avença e os fiéis “amigos do homem” nem uma linha escreveram sobre o “roubo” ao contrário. Não um “roubo”, bem entendido – e aí, aqueles noticiaristas até conseguiram sentir o nojo de aplicar uma palavra mal aplicada, de resto, uma palavra de sua autoria – que na casa da Águia não se desce tão baixo, mas uma maior vigilância e guarda da casa ao costumado e dito “ladrão” de jogadores. Com uma Águia vigilante, o tal “ladrão” – se há “roubos”, há necessariamente “ladrões” e não fomos nós, como é demasiadamente sabido, os autores dos adjectivos – tem de meter o rabo entre as pernas e ir às pressas declamar as suas mágoas aos mortos, mesmo sem que o pudor de lhes fazer promessas que não cumpre lhe possa tolher os movimentos e as ideias que tudo se caldeia numa senilidade de compaixão.

Nisto da profissão do “amigo do alheio” já vem desde os primórdios da raça humana, que o ladrão não se preocupa com mesquinhices, nomeadamente dar-se ao trabalho de conseguir ganhar a sua vida por meios sérios e honestos.
Assim, houve alguém que resolveu escrever ter o FC Porto mandado embora os seus chamados “olheiros”. E acrescentou duas razões:
- Os “olheiros” da casa não percebiam nada da poda, só conseguiam Farias, Bolatis, Tomases Costas, Beluches e outros da mesma igualha;
- Os “olheiros” do Benfica são do melhor que há – o chefe do clube, do tal clube “ladrão”, mesmo “papa” mentiroso e condenado, lhes tece rasgados elogios à sua competência – pelo que basta estar atento às pérolas que eles descobrem e ir lá cumprir o seu destino: fazer o rapinanço que está nos genes das gentes que orientam aquele clube também chamado da “fruta”.
Só por via do “óptimo” desempenho desta tarefa, aliás, os noticiadores de que falamos não hesitaram em chamar esse desempenho de “roubos”.


Não surpreendeu muito que o FC Porto, apesar de oferecer muito mais ao jogador, ao seu empresário e ao Atlético de Madrid, não tenha conseguido consumar o tal “roubo” para o que, de acordo com os “media”, está habilitadíssimo.
Salvio é um jogador inteligente e culto e o clube dos analfabetos tem, como é óbvio, de desconhecer o que isso significa. Salvio, como todas as pessoas minimamente alfabetizadas e cultas, só preciso dos necessários dois segundos para assinar.
Visto isto, como é que alguém, também com um mínimo do domínio do alfabeto, poderia sequer imaginar Salvio na companhia de analfabetos que demoram entre quatro a cinco minutas a esborratarem o gatafunho a que chamam de sua assinatura?

Nesta classe de analfabetos cabe perfeitamente o novo mentiroso compulsivo que já tem desde há muito toda a doutrinação e domesticação da casa. Tão analfabeto se deve ter mostrado que este também designado “treinador e correio dos relatórios” foi mandado embora pelo “special one”.
De facto, uma pessoa culta não consegue proveito de um analfabeto cuja profissão é treinar relatórios que, naturalmente, ninguém consegue decifrar. A cifra dos segredos de estado e das tropas, há sempre quem os consiga entender. A cifra do analfabeto é um segredo eterno, não apenas para os mesmos analfabetos mas ainda para os mais capacitados decifradores.
Claro que, para o analfabeto treinador de relatórios, pouco importa que os “media”, mesmo ao serviço do seu actual patrão, o desmintam com todas as letras.

O que o nosso treinador de relatórios não disse, nem podia ter dito – via a porta da rua como serventia da casa – é que o calote começa a meter medo a muita gente. Tanto medo que até o chefe dos comerciantes do Porto o manifestou, sem medo de confirmar o segredo deixado de o ser e que consistia no facto de o seu clube não ter dinheiro para honrar os seus compromissos.
E este comerciante, bom vendedor da banha da cobra do seu clube, escreveu mesmo que já havia muitos adeptos a temer um caloteirismo à Vale e Azevedo “pintista” ou “papista”, como desejarem.
Mas estes “sacramentos” não estão ao alcance do treinador de relatórios e novo mentiroso compulsivo.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O SEGREDO DO CALOTEIRISMO

Finalmente, o segredo, desvendou-se. Timidamente, é certo, nas últimas horas foi dando aqueles passinhos de bebé que cambaleia, dá um passito e truz … dá outro e … truz … dá o terceiro e, depois de milagrosa ginástica do “tem-te não caias”, consegue finalmente manter-se de pé … e manda a sua risadinha eufórica de herói no seu crescimento.
Não pensem que, quando a este segredo que ora nos ocupa, a coisa foi toda assim tão prazenteira! No passinhar, talvez! Sopro aqui, sopro ali, alguma coisa se foi desvendando!

A revelação deste segredo resultou, de facto, de um parturir muito difícil! Mas isso já há muito que não causa nem podia causar espanto, sabendo-se da sua origem, do conteúdo que encerrava e da comandita de avençados sem avença mais os canídeos de fila domesticados com o chip da casa.
A revelação deste tipo de segredo contém em si, necessariamente como é de costume e de domesticação, uma eterna excomungação que ataca os crentes e os não crentes, que todos eles vêem entreaberta a porta da rua se caírem na tentação. Com efeito, é um segredo cuja revelação provoca mais do que um cisma doutrinário numa “cúria” santificada. Não tem nada a ver com o terceiro segredo de Fátima mas com o ruir de todos os predicados santificantes de uma “religião” de mentira e de tropelias à verdade desportiva, caninamente seguida por imposição, medo ou devoção.

Postas bem as coisas nos seus devidos lugares, quem ousaria pensar que a rafeirice da nossa imprensa, treinada na bajulação e ginasticada na maleabilidade da espinha dorsal em dobraduras que fazem inveja às piruetas dos saltimbancos circenses, fidelizada na covardia e expressivamente publicitada na hipocrisia, daria nota do segredo da sua “cúria”?
Pode-se lá duvidar da palavra e da promessa de uma gestão desportiva tão beatificada, mesmo que o seu “cúrio” superior tenha sido condenado pela justiça desportiva por ter tentado – que lindo eufemismo – corromper a verdade desportiva?
Não entendeu a justiça civil lavar as mãos como Pilatos, que ela tinha ocupação suficiente na necessária fabricação do melhor detergente para branquear o que alguns, timidamente, classificavam e classificam de sujeira, além de gostar de andar nas suas guerrinhas, guerrinhas entre os seus compinchas com vista ao melhor tacho e penacho?
Não se tratava de uma gestão modelo com transferências milionárias, conquanto bastantes desses milhões fossem parar aos cofres dos intermediários?
Não se estava perante um clube que, a soldo de tantas manigâncias branqueadas, conseguiu milhões e milhões de uma Liga dos Campeões para a qual soube sempre mexer, por mercê dessa santificada gestão, muito bem os cordelinhos que lhe proporcionavam a necessária aptidão, mesmo que alguns – actualmente arrependidos, após excomunhão de qualificação execrável – dissessem a todo o mundo que lá não queriam clubes trapaceiros?
Que é feito de uma SAD que tinha lucros e mais lucros, fruto dessa entronização celestial?

Uma gestão exemplar é aquela cujos arregimentados dizem demorar apenas (?!) cinco minutos para fazerem a sua assinatura. Talvez até fosse mais produtivo, pelo ganho de tempo, agarrar no polegar do novo compincha, escarrapachá-lo no tinteiro das impressões digitais e esborratá-lo a seguir no lugar da assinatura do dito. Mas se cinco minutos já revelam um entranhado analfabetismo dos assalariados, o que diriam desta borrada?

Nestes últimos tempos já surgiram novidades não costumadas quanto aos tempos necessários para garatujar os nomes. Contaram alguns, a medo, obviamente, que foi preciso mais de um mês para que um novo comparsa conseguisse fazer os seus gatafunhos a que chamam de sua assinatura. E até há um deles em que o clube dos cinco minutos parece que já espera há quase uma época futebolística para que ele esborrate o nome.

Mas isto não é nada comparado com o segredo vindo agora à tona muito “softmente”. Ia-se dizendo, para preservar tão demoníaco segredo, que o dito “fenómeno” futebolístico não jogava por questões … burocráticas.
E tinham razão os noticiaristas! Era uma questão burocrática e peras!
É verdade, os gestores santificados, a SAD milionária, toda uma gestão celestial, não tinha cheta e não pagava! Mas era lá possível que tamanha “santitude” pudesse ser caloteira?!

Afinal, era mesmo verdade! Chegou-se mesmo ao ponto de pensar, perante “tamanho” acontecimento, que o Jorge Gonçalves do Sporting e mesmo Vale e Azevedo, tivessem sido deportados para a “cúria” do “papa” mentiroso e condenado!


Dizem os mais chegados e adestrados que já seguiu parte do devido. Por isso, já podemos afirmar que os “santinhos” caloteiros parece que estão a tentar cumprir ao menos uma parte da sua penitência.
Do mal, o menos porque o “papa”, agora também, pelos vistos, caloteiro, já houvera dado provas de não cumprir promessas e, o que será mais grave para o comum das gentes, nem promessas feitas a mortos que, dizem os mais entendidos, são sagradas!
Todavia, assim o queira o Benfica e os Benfiquistas, pode ser que o caloteirismo se refastele lá para as bandas das manigâncias desportivas e se aconchegue numa eternidade que nos regale.
Foi um segredo que custou a parir, como é natural, mas que surgiu anafado de regozijo para a Família Benfiquista.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

OS MOVIMENTOS "RESSUMADOS" DAS BOAS INTENÇÕES …

Numa certa tertúlia Benfiquista – mas não a ela fechada – foi lançada a ideia de um “movimento de Benfiquistas por David Luís”. Seria um movimento, dizia-se, cujo objectivo era sensibilizar o jogador a permanecer no Benfica e a recusar hipotéticas mas bem prováveis propostas de transferência.
Para o efeito, convidava-se cada tertuliano a escrever um texto no qual manifestasse, através de um bajular exaltador das qualidades humanas e do seu, afirmava-se, manifesto e acrisolado amor ao Benfica, o desejo intenso de um “fica, David Luís”…
Os textos consubstanciariam o substrato literário de uma página na net, para o efeito constituída, e seriam mais tarde compilados, certamente de acordo com a aderência, num livro a entregar ao jogador.

Tive a oportunidade de me manifestar acerca da ideia proposta e das suas correlativas intenções. Não aceitei fazer parte e colaborar. Aduzi em defesa da minha posição várias razões. Desde logo, intui um natural divisionismo que a ideia comportava, fonte de ciúmes e de atritos associados a estas intenções baseadas muito menos na razão e muito mais no coração.
Mas a minha maior discordância fundamentava-se na injustiça do objectivo do movimento em relação aos restantes heróis da brilhante conquista do Campeonato e da Taça da Liga, assim como da nova afirmação do Benfica nos areópagos futebolísticos europeus. Essas brilhantes conquistas foram a consequência do esforço e das qualidades futebolísticas de todos os jogadores, no seu apego à causa Benfiquista.
Assim como o Benfica é UNO e só nele, não nas suas partes, se deve manifestar o Benfiquismo, entendi que qualquer Benfiquista devia desejar não que ficasse entre nós apenas um jogador mas todos os jogadores, todos os heróis que tanto nos entusiasmaram e alegraram.

Todavia, a ideia avançou com a pompa e circunstância que lhe foi possível, tal como o previsto e desejado pelo “movimento”, Ou, naturalmente, pela sua "vanguarda revolucionária".
Depois, aproveitou-se um torneio futebolístico, obtiveram-se as licenças – ou condescendências, não sei precisar – mendigaram-se umas imagens e umas palavrinhas noticiosas da TV que detinha os direitos desportivos do evento, igualmente da Benfica TV, … e entregou-se o livro ao seu destinatário.

Do mal, o menos. Parece-me que a excessiva ou mesmo a normal exposição mediática de casos do tipo “in casu” seria bem capaz de provocar um maior e nefasto divisionismo quando reparamos que, pela pena da principal – segundo deu para perceber – inspiradora da ideia, o facto acabou, mesmo assim, por provocar alguns ciúmes. Talvez os únicos que perderam com esse recolhimento foram os egos, os germinantes e os convidados participantes, os quais viram um pouco ofuscado o seu momento de fama e glória que ficou de certo modo escalvado como efeito mediático.

Jurar por todos os santinhos que nunca foi de suas intenções provocar potenciais atritos só faz com que nos relembremos mais acuidadamente do aforismo “de boas intenções está o inferno cheio”. E com acrescida razão porque nesta, como em outras questões, os resultados práticos não são minimamente contemplativos com tão fervorosa e cândida devoção.

Não creio que o “movimento”, mesmo que extremamente sedutor, tenha tido ou viesse a obter algum resultado prático, se a situação ideal para ambas as partes, Benfica e jogador, se apresentasse. E a situação ainda não foi totalmente ultrapassada que o 31 de Agosto ainda vem longe.
Não se duvida de que algumas traquinices e dotes futebolísticos de David Luís não sejam sinal de um certo jogador “à Benfica” e de que ele não sinta o carinho pela Instituição e pelos adeptos.
Mas isso também Ramires, na hora da despedida e mesmo em outros momentos, manifestou e ninguém teve a “brilhante” ideia de lhe tentar dedicar um livro de exaltações, as mais diversas, com igual e pungente pedido. E tenho sérias dúvidas sobre se Ramires não teria tido, no esquema futebolístico do Benfica, tão ou no mínimo igual preponderância no que de bom a equipa produziu.
O mesmo se diga de Di Maria.

A união do balneário é o bem mais apreciado, apreciável e decisivo na conquista dos êxitos desportivos. Os homens não são máquinas e essa união faz-se de múltiplas e pequenas-grandes coisas, muitas delas quase a passarem praticamente despercebidas.
E desunir é facílimo porque essa união caminha sempre, como nos tem testemunhado a prática, em bicos de pés sobre superfícies muito movediças e eriçadas de espinhos que espreitam a cada canto.

O que se verifica agora, passado o momento de maior frenesim exaltante, é que muitos dos entusiastas e contribuidores da ideia torcem o nariz, numa de treinadores em posição privilegiada porque após a contenda e o resultado, ao facto de não haver por ali aquela competência, vontade e garra que noutros tempos se manifestava.
A culpa é obrigatoriamente do treinador, sentenciam, porque “errou” ao colocar as “peças” e não soube incutir essa garra. De David Luís é que não foi, até porque ele se portou durante todo o jogo como o modelo do futebolista ímpar a que nos habituou, inclusive nos aspectos disciplinares!... Não se esperava, naturalmente, que ele correspondesse com menos amor a amor tão idolatrado, amor que só a ele viu como o bom destinatário do seu merecimento!

Certamente, até é bem capaz de não se tratar do mesmo treinador!...
Não se afirma que essa falta de garra seja uma consequência, ainda que ténue, dos tais ciúmezinhos de que falaram os autores e impulsionadores da ideia do movimento objectivamente “separatista”, numa abordagem real e sem subtilezas paliativas. Ou, particularmente, da saída de Di Maria ou Ramires, certamente porque não conseguiram a mercê de uma exaltação petitória em regra como o seu colega. E muito menos das posições assumidas, de certo modo inesperadas, por Luisão e Cardozo, também eles órfãos de tais “carinhos”.
Todavia, não incentivar motivos de potencial divisionismo, isso nem passou, e devia ter passado, pela cabeça de ninguém que deu contributo ao “movimento”.

Como há pouco disse um “expert” na matéria, actualmente o “amor à camisola” dos jogadores é o amor à camisola que mais lhe paga. A cor actual da camisola do jogador é a do profissionalismo pagante.
Observe-se o caso de Luisão – e dispenso-me até do de Cardozo – que no ano passado, antes do aumento salarial, dizia alto e bom som que o seu maior desejo era acabar a carreira no Benfica.
Só com base naquele actual princípio do “amor à camisola” é que as suas posições hodiernas não causaram espanto entre os Benfiquistas.
Mas Luisão também não interessa, não é verdade? Ele também não teve a sua quota-parte nos êxitos do Benfica! O que se sabe é que não mereceu livro nenhum que lhe refrescasse o ânimo, lhe apelasse ao coração cheio de “amor”, e, naturalmente, pode ter-se sentido traído no coração dos Benfiquistas e na miragem de uns euros a mais na sua conta bancária.

De acordo com a divisa “e pluribus unum”, ainda sou dos que julgam que o Benfiquismo é o amor ao UNO, ou seja, ao Glorioso Benfica, e não às suas partes depois de nelas colocar divisórias.
Naturalmente que isto não faz com que abjure os egos que, em certos momentos e circunstâncias, possam sentir maior afecto por algumas dessas partes.
Mas não compreendo que esses afectos, que esses egos, se possam de algum modo sobrepor ao UNO, que eles não tenham sempre e unicamente presente o supremo bem do Único e Glorioso Benfica!
A idolatria da parte é, se não a negação, ao menos a redução do afecto ao TODO.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

VARIAÇÕES DA ACTUAL PRÉ ÉPOCA FUTEBOLÍSTICA

A actual pré época do Benfica tem, manifestamente, sido bem mais comedida do que a anterior, em especial por parte dos Benfiquistas. Há razões óbvias para isso, destacando-se em absoluto o ineditismo das “performances” futebolísticas apresentadas pela equipa do Benfica na pré época passada relativamente às últimas décadas, de tal modo que, de igual, só os cinquentões, ou a caminho disso, se lembram.
A par dessas “performances” e não menos decisiva, manifestava-se sempre imensa e renovada esperança do “este ano é que é” … finalmente!… Era o sempre renovado desejo intenso de uma “nação” clubística espalhada pelos quatro cantos do mundo de ver novamente o Benfica campeão, um desejo de um Benfica de regresso aos títulos que, no passado, fizeram a sua glória imensa e ímpar.
Conseguido esse desiderato, mantendo-se o treinador “milagroso” a fazer jus ao seu apelido e a base estrutural da equipa campeã, os Benfiquistas, continuando naturalmente eufóricos, já não sentem como sentiam a necessidade de exteriorização do seu sentimento profundo que, todavia, continua lá no âmago dos seus seres. Pelo contrário, agora sentem-se muito mais seguros e tranquilos quanto aos êxitos prometidos, a esperança encontra-se muito melhor alicerçada até porque as “performances” desportivas da equipa se mantêm intactas, continuando de igual modo a sustentar virtuosamente a fé Benfiquista.

Um facto comprova plenamente este maior comedimento de que falámos, consubstanciado numa (bem) menor afluência de Benfiquistas ao seu estádio nos dois jogos já lá realizados. É evidente que isto não significa de forma alguma um menor apreço dos Benfiquistas pela sua equipa de futebol, que eles não continuem a estar em pleno, de alma e coração, com os seus heróis.
Significa só que não sentem tanto a necessidade de um “levar ao colo” porque esses heróis, continuando a sentir como igual ou maior o pulsar da alma Benfiquista, já foram como que “ganhando asas” de uma certa independência advinda da sua natural e plena maturidade, aquela maturidade com que a equipa presenteou os Benfiquistas e todos os amantes do belo futebol espectáculo, fazendo calar os mais empedernidos e até os nauseados compulsivos aos quais tanto a sua própria náusea custou a engolir, provocando-lhes ainda o seu nojento, conquanto bem conhecido e costumado, mau perder.


É naturalmente óbvio que esta, digamos, pequena anestesia na euforia Benfiquista causou alguns incómodos aos avençados da náusea e aos seus pasquins, jornais ou televisões, tanto faz. Ficaram sem este tema recorrente e como são verdadeiramente falhos de imaginação credível, o facto obrigou-os a uma adaptação e restrição de temas.
Jornais e televisões, viram-se na ausência das suas “sapientes” profecias das desgraças quanto ao seu desejado desfecho de uma euforia que, infelizmente para os Benfiquistas mas que deixava estes avençados todos babados, sempre consideraram e se mostrou duramente infecunda. Mas era tema das graçolas parolas que gostavam de vomitar.

Para variar, portanto, foi vê-los a glosar constantemente o tema da venda de toda a equipa campeã, a qual venderam duas ou três vezes, titulares e suplentes, digamos assim, até porque nem treinador nem director desportivo escaparam àquela venda ou liquidação total que empreenderam na sua constante verborreia.
Como compensação, conseguiram comprar quatro ou cinco equipas completas, com substitutos e tudo. Sobrando-lhes em devaneio, magicação, cisma, ruminação, mania, quimera, delírio e, principalmente, desvario, o que lhes mingua em deontologia jornalística, foram entretendo o seu tempo, bolçando os seus vómitos e enchendo páginas e páginas de náusea.

Atentos os seus cérebros comandados, fica sempre a dúvida sobre se alguns se sentiram decepcionados com os resultados. No fim de contas, o que aconteceu foram as desgraças das suas profecias das desgraças, tendo em conta especialmente que eles, apesar do esforço, não conseguiram destroçar a equipa campeã.

Houve, no entanto, um tema que entreteu os avençados pelo menos durante uns tempos. Foi a adaptação de Roberto à sua nova equipa. Houve momentos em que eles bem se esforçaram por abater o guardião e, assim, glosar o tema do seu custo.
Não o conseguiram porque a família Benfiquista já os conhece de ginjeira e está-se marimbando para as suas tolices. E os Benfiquistas resolveram começar a gritar bem alto o seu apoio ao jovem e promissor guarda-redes.
Mas os tolos não desistem. Viu-se ainda agora, num treino ao ar livre, uma televisão mostrar os adeptos a apoiar Roberto de forma bem calorosa. Pois tais avençados de pacotilha, contra as próprias imagens que iam mostrando ao público, não se cansavam de bolçar as suas costumadas e endémicas palermices.
Mas já todos os conhecem, nem precisam de estar em “off”.


Dirigentes há que, certamente, irão sofrer no futuro as provações de se terem visto privados das suas justificações sobre as aselhices futebolísticas da sua equipa de futebol. É verdade que nesta pré época as coisas ainda não correram mal mas o certo é que a coisa ainda não foi muito a doer. Mas se a coisa der para o torto ou não for tão a direito como a sua euforia – eles também têm direito a ela – pretende, fica mais difícil arranjar bode expiatório.
Submissos como são e assim se apregoam, não imaginamos que se desculpem com as maçãs podres, quando vimos que essa submissão até os levou a enaltecer aquele dirigente – o que decide, o que foi condenado por tentativa de corrupção desportiva – que lhes apodreceu essas maçãs.
É, todavia, um enaltecimento que não espanta. Há já muito “portista” que, com toda a propriedade, se mostra agradecido ao clube submisso do seu. É um razoável clube para ir rodando e dando experiência a “promessas” futebolísticas que despontam e que depois, como maças podres ou sadias, vão servir nas hostes do clube – igualmente condenado – quando e se este bem entender. Compensativamente, o clube serviente é um bom caixote do lixo daqueles jogadores que não prestam para o clube dominante e que este não consegue despachar de outro modo.


Miguel Sousa Tavares é, contra o que seria suposto, um comentador que, neste defeso, até parece mostrar-se também bastante comedido e até deveras pessimista quanto à “performance” desportiva que augura para a equipa do seu clube. Este pessimismo, tanto quanto se apercebe, não é tão devido à menos valia dos seus mas à mais valia que sente no Benfica.
Aqui para nós – que Miguel Sousa Tavares o não confessou mas deixou implícito – a sua maior preocupação reside na menor amplitude – não confundir com ausência – dos poderes que o seu clube actualmente possui para dominar como quer a arbitragem e até mesmo a justiça desportiva. De facto, Miguel Sousa Tavares sublinhou que o Benfica só tinha perdido – até à data em que se pronunciou – duas unidades da sua estrutura campeã: Di Maria e o Dr. Ricardo Costa. Ora, sabendo-se que, de acordo com este “brilhante” raciocínio, o FC Porto se apetrechou com muitos novos jogadores, mais o Dr. Fernando Gomes – MST esqueceu-se de pronunciar o nome de Hermínio Loureiro – mais ainda o Dr. Herculano Lima – Juiz muito visto pelos camarotes das Antas e agora do Dragão – e não perdeu o conselho de justiça da FPF, parece óbvio que, mesmo depois de todas estas aquisições, só a menor amplitude de poderes para influenciar em tudo o que preciso for pode justificar um tão insólito pessimismo.

Existe, no entanto, outro dado que pode ter tido a sua influência. Efectivamente, em pleno século XXI o alfabetismo parece ter regredido para as bandas do clube da “fruta”. Em anos anteriores, os jogadores do FC Porto parece que precisavam de entre quatro a cinco minutos para conseguirem fazer a sua assinatura. Este ano já se assistiu a um jogador ter demorado um mês ou mais para conseguir assinar e dizem que existe ainda outro jogador que anda há muito mais tempo para fazer essa assinatura, apesar de se ter escapulido dos treinos e permanência no seu anterior clube, refugiando-se agora, escreve-se na imprensa, no Brasil.
Talvez tenha andado aí por algumas escolas a fim de aprender a gatafunhar a sua assinatura mas é muito natural que não encontre escola melhor para este tipo de malabarismos de chico-espertice do que a escola do “olival” e de Contumil.