terça-feira, 22 de março de 2016

O LAUDATÍCIO FACEBOOKIANO DO MANDARETE DA MERDA

Eu sou, bem o sabeis, um escrevinhador facebookiano impulsionado por uma compulsão que outros pacientes, quem sabe de menos bobeira, descobrirão certamente num recanto do meu tresvario. E quero de antemão, para que fiqueis bem cientes, expressar o meu caderno de encargos:

Esta minha arenga mui subida de pilhéria tem todos os destinos dos que me iluminam das trevas da Loucura e me dão a topia que a eles lhes parece mui prazenteira. Não daqueles que, sendo devotos do silêncio e do desproveito incivil me fazem sentir um bobalhão sem resposta.

Não, hoje eu quero inflamar o elogi0 da Loucura, um elogio não tão insulso que nem o vosso desatilado mercenarismo merecesse. Mas não creiais naturalmente que sou eu o seu autor! É Ela!
De facto, haverá maior injustiça do que, sendo permitida uma brincadeira adequada a cada idade e condição, não poder pilheriar um literataço do meu calibre, principalmente quando na minha pilhéria há fundo de seriedade insidiosa na insânia, sendo as facécias manejadas apenas como disfarce, de forma que quem as lê, quando não seja um néscio solene, possua algum faro e encontre nelas ainda mais proveito do que em profundo e luminoso temário?
  
Lisonjeia-me a ideia de que as minhas fábulas insípidas possam merecer tanta aprovação dos dulcíssimos amigalhaços do servilismo jamais conhecedor de pensamentos sérios!
Pelo conhecimento que tenho dos mandaretes dos destinos deste futebol que eu quero ver no enxerqueiro do vídeo arbitral sem colinho e não na assobiadeira de bobocas de negro, e também do meu comparsa da nomeadura do dito, cujo buraco é o da rua da minha associação “viscondessa” de pé descalço, mais dos esbirros da cor que campeiam nos media do futebolzinho tuga, conquanto sejam divertimentos tão superficiais que, não me parecendo grosseiros nem de todo insulsos, estavam longe de me fazer crer pudessem deleitar, tão ridicularizantes eles se me apresentam aos próprios olhos do meu devaneante literatejar.
Estou em crer, consequentemente, que tais mandaretes e esbirros gostarão também de aceitar este meu cacarejar. É de prever, naturalmente, que não faltarão detractores para se insurgir contra ele, acusando-o de frivolidade indigna de um nalgudo e excelso lançador da mixórdia, tanto mais que vossas mercês souberam perdoar e até incentivar a minha nalgada, mostrando que eu sou um homem de bunda feita e que sei lançar o disco da minha vergonha.
Realmente, acentuo, haverá maior injustiça do que, sendo permitido e não tolhido um lançamento de fino recorte estilístico e uma nalgada invisível ao tomador, quererem alguns pindéricos exorcizar uma pequena brincadeira adequada à minha idade e condição, não podendo eu agora pilheriar, em especial, tendo esta pilhéria um fundo de seriedade, imbecilidade e imanência?
Quanto a mim, deixo que os outros julguem esta minha tagarelice. Mas, se o meu amor-próprio não deixar que eu o perceba, contentar-me-ei de ter elogiado a Loucura sem estar inteiramente louco.
Não foi assim, de facto, que vós a interpretastes porque, solenemente o digo, não sois uns quaisquer parvajolas, mas tendes farisaico obscurantismo e nela encontrastes mui proveitoso condimento de galhofa.

Talvez alguns de voz tenhais um pouco de razão. O panfleteiro vai dando coice. Ranzinzas, se inda houver, que ao menos observem como é bonito e vantajoso ser-se acusado de Loucura. Não me imputeis, no entanto qualquer resquício de sarcasmo. Poderia, quando muito, ser uma expressão de liberdade de estilo. É que, sem estar louco da doidice que por ora pretendo elogiar, penso ser uma loucura atribuírem-me o título de facebookiano da marosca.
Embora os Homens costumem ferir a minha reputação e eu saiba muito bem quanto o meu nome soa mal aos ouvidos dos isentos do tolismo, orgulho-me de vos dizer que esta Loucura, sim, esta Loucura que estais vendo é a única capaz de alegrar os deuses e os mortais. A prova incontestável do que afirmo está em que não sei que súbita e desusada alegria brilhou no rosto de todos ao aparecer eu diante deste numerosíssimo auditório. De fato, erguestes logo a fronte, satisfeitos, e com tão prazenteiro e amável sorriso me aplaudistes.
Não, caros mandaretes e esbirros, a trafulhice informática da vossa atribuição é o hino da nossa Loucura! Quem fica com o título de melhor lançador da nadegada nacional?
E o do melhor literataço que vós tanto tendes gabado?
Perdoem a minha teimosia, mas esses títulos, sim, são o melhor elogio e o mais pomposo incentivo!

É certo que os vossos elogios e incentivos à minha magnissonante e instrutiva actuação nalguda e ao meu literatelho se têm limitado a mostrar o que me parece de mais ridículo. Vós mergulhais na cloaca dos vícios humanos vossos e revelais as torpezas e infâmias que aprendeis com os ídolos mais nojentos aos meus desígnios de prosápia.
E tanto assim que não conseguis calar todos os rezingueiros e descontentes.

Embora os magnificentes silenciosos saibam ferir a minha reputação, sinto no buraco da penúria cerebral acinzentada que o meu nome só soa mal aos ouvidos dos atoleimados pacóvios, não aos que nem de viés se dignam topar-me as nalgas. A prova disso são os vossos elogios e incentivos, repito. Desde que revirei os olhos das nalgas e vos vi repimpados de olhos na câmara, de microfone embocado e de lápis em riste, uma súbita e desusada alegria brilha no meu rosto apatetado e no de todos vós de igual presenteação.
Que bom é estarmos assim perante um grande auditório!
Que júbilo toleirão trespassa esta minha nalgada, quando vós ergueis a fronte, tão satisfeitos e orgulhosos do meu tresmalhado literataço!
Que indizível regozijo é ver quão prazenteiro e amável é o vosso sorriso de aclamação!
Vós, que antes estivestes tão tristes, soturnos e inquietos, sem sopa e mosca parasita que vos alimentasse o vosso bacoquismo!


Mas eis que encontro no meu pedaço, um pedaço de asno, julgando-se, o tasqueiro, um novo visconde do sabetudo, mestre do treinamento da relva. Um arengado salaz que, na elegia louca do “eu”, sempre afastado do “nós” a que chama “de eles” na desgraceira do costumado perdedor, a barafustar contra a merda toda em que só ele manda como se eu e vós, compinchas da arenga, não estivéssemos bem soterrados na dita!
E ainda, um descarado impudente se julgando dono do monopólio do kompensan!
Mas que merda, agora digo eu, de Loucura é esta?
Resta-me, porém, a consolação de que a sua louvaminha doidejante se aplaca no meu e vosso elogiar de uma tramontana que os mais puristas da mente assinam apenas de idiótico.
Pois não sois vós, e eu, uns drogados a necessitar da abastança do almejado kompensan?
Mantende-vos, todavia, em alerta mercenária! Ele é um dos meus e vosso também1, um bisbórrio e, deste jeito, ainda um granjeador finório dos vossos manhosos panegíricos da merda.  


Direi, a final, que vós, caros mandaretes e esbirros, tendes a gentileza de me prestar atenção!
Não a atenção que costumais prestar aos imbecis e aos bobos inofensivos como aquele Vieira que tanto se diverte com a minha e a vossa bobice!
Mas a atenção que costumais prestar aos charlatães, aos intrujões, aos que até servem de gps, os condenados pela tentativa de batotice desportiva!

Prestai- a igualmente ao estulto treinador da relva e mandadeiro da merda dita, que ele, de merda o mandarete, se gabazola de “mestre das tácticas” … da merda!   

Bem hajam, pois, todos vós, mandaretes e esbirros, pelos vossos elogios e pelos vossos incentivos!
Convosco e com o vosso estímulo, incensaremos eternamente a nossa gratífica e “kompensativa”  merdalha da Loucura!

quinta-feira, 10 de março de 2016

OS “FERRARIS” E OS “PANDA”


O novato “visconde” das tácticas do futebol, um finório literataço
Assim se julgando ele, estrábico condutor de "Ferraris" encartado!
Enxofrou-se, o dito! «O Fiat de inepto aprendiz dá-me no cabaço»?
E mais afocinhou no chafurdo da prosápia nalguda, encabrestado!


Amorim, outro do título desmamado, prenha de vigor sua nortada,
Estrondeia o verbo da carta-branca ao treinador basco apatetado,
E, nas mínguas da “fruta”, mísero aguado, de nepotismo a avelhantada
Direcção sua arrasa! O alterne milionário sem causa é o seu cantado!


Oh! Que bazófia enfezada! A “menor”, no séquito dos oito campeões?!
Pequeninos! “Panda” do incapaz chauffeur, no literatejar do avençado!
E os “Ferraris” para o alto enxergando a “pequena”, tão sublime no voo,


Com a nalgada, e seu suserano frutedo, no complexo aziúme dos milhões
Lá vai desfiando sua prosápia no esquizofrénico émulo vesgo enciumado
Que na pequenez, os vocábulos são sapos engolidos e rosnando de enjoo!

segunda-feira, 7 de março de 2016

CERELAC E (SÓSIAS DE) BRUXOS

Hoje apetece-me falar de cerelac e de “bruxos” encartados no futebol nacional. Advirto já que os “meus” bruxos não são bem bruxos. E não porque os êxitos da sua “bruxaria” sejam semelhantes, são-no, aos êxitos do bruxo, bruxo com honras e publicidades patenteadas pela linda cidade de Fafe, mas apenas porque os “meus” bruxos, os que eu li e ouvi em magicações de magismo etéreo – não este “verbo” em modo figurativo, elevado inalcançável por estes “bruxos” – são daqueles “bruxos”, condescendamos, simpáticos, ao menos alguns atufados de cerelac e, em consequência, com o seu quê de nediez visível a olho nu!
Falemos, pois.


Quando aquele palreiro que alguns afirmam ser ainda presidente do Sporting – e da “maior potência desportiva” nacional, por inerência – aconselhou o Benfica a ter de comer muita papa cerelac para aspirar a aproximar-se de “tão grandiosa” potestade, fiquei a matutar! E cheguei a uma conclusão, humilde mas à mercê da minha míngua da dita papa, que detesto:
A tal “maior potência desportiva” nacional – restrição territorial certamente devida à penúria, ainda assim, dessa papinha cerelac na sua abrangência a território mais amplo – estará em mercê de uma catarsia vomífica no empanzinamento cerealífero, um daqueles intermezzos nesse empanzinamento que permitem o arroto bocal e anal, tão mísera de títulos a vemos alcançar, muito em especial neste último mais de meio século.
Esse, parece, pavoroso ingurgitar teve consequências, a olho nu, em coisa de titulação. Não admira, assim, a sua tentação palreira de aconselhamento aos que ele só enxerga, olhando para o alto!
“Empanzinem-se, pois, que não queremos a solidão da nossa penúria”, é o conselho do peidorreta facebookiano das nalgas.  


Mitroglou, esse foi certamente finório!
«Empanturramento cereláfico?! Puxa, isso é para anões, aqueles anões que urram como as raposas, “são verdes, são verdes”!!! …
“Verdes”?!!! Não estou por lá a empanturrar-me de cerelac porque eles não quiseram gastar papinha comigo?!!!
Co’s diabos!!!! São mesmo verdes, os “potentados”!!! E anões!!!
Então, tomem lá, vão buscar ao fundo das redes, com os cumprimentos da papa cerelac!
Mas homem do nalgudo nacional, não recolha tão depressa aos balneários! Agradeça primeiro aos adeptos! Ou estes adeptos não são adeptos cerelac?!!! Ou nem todo o cerelac dessas bandas chega para os seus jogadores de milhões, em cláusulas de rescisão, e de tostões, em vendas ou doações em despacho?!!! ».


Quem disse que a papa cerelac é sinónimo de potentado desportivo está a ver-se ao espelho da sua pequenez! Menos nas nalgas … que dominam o desporto nacional … na logorreia do açambarcador do fecebook!


Alguns são bem capazes de pensar que o novo “fidalgo” de Alvalade andava faminto de papinha! Bem, ao que parece uma papinha que era mais de cifrão do que de cerelac!
Mas é nítido que ele também teve a sua empapagem, não somente e propriamente de cerelac mas de verborreia! E se ele sempre foi um literataço na sua pretensão literatiqueira, a sua tramontana indicia bastas vezes o empanturramento cerealífero, assim a modos como o virtual do, dizem alguns, ainda presidente da nadegada nos presenteia nos seus esgares de bobo da corte.


Quem não esteve para se enfrascar do pantomineiro cerelac foram alguns profissionais Benfiquistas que o dito novo “fidalgo” convidara a acompanhá-lo. As bufadas bafientas já eram conhecidas vindas lá do norte e só um asno mesmo asno é que não conhecia o apego “visconde” nalgudo do pretensioso imitador de meia tijela e sem alguidar às conhecidas bufas, conquanto ele tenha vindo a tentar disfarçar aquele genético sentimento sujeitório dos mandaretes da agora inventada ou ao menos clarificada “maior potência desportiva” nacional!


Não é de pôr de parte, certamente, o enfartamento que enfrascou as contas do Alvalade XXI! E não me refiro ao “cantinho dos cegos”, com toda a deferência, consideração e estima reservada a estes que, em boa hora e desconfiados da papa, devolveram à procedência a magnânima oferta!
De facto, dizem alguns, decerto ainda não contaminados pelo cerelac, (“expresso” de 07/06/2014), que o Alvalade XXI custou mais 80 milhões do que o orçamentado!
Com tamanho acrescento em euros, parece-me de algum modo abusiva a designação de “Alvalixo”!


Dias da Cunha e Vasco Lourenço, Sportinguistas de estofo e coluna vertebral, consideraram em tempos que o, dizem alguns, ainda presidente do SCP, devia ir para um manicómio e que ele era um caso de psiquiatria. “Ele não tem condições para dirigir o Sporting” e “é um caso de psiquiatria”, citei.
Considerem agora se não foi altamente maléfico o excesso de cerelac, nuns, e o défice de que outros – outros deles, no caso – “padecem”!


O Dr. Barroso não se cansa de nos tentar demonstrar sua sapiência em adivinhação! Não é bem igualzinho a Serrão, a não ser no anafado quanto baste, embora permanecendo uma réstia de dúvida sobre se a nediez deste se deve à papinha milagrosa!
O Dr. Barroso é mais subtil e parcimonioso! Não entra nas certezas absolutas e pindéricas de Serrão, conquanto os resultados da bruxaria sejam igualmente desastrosos! Fica-se mais pelos “ses”! “Se nós despacharmos o Benfica[i], o Braga encarrega-se do resto”!
E encarregou-se … logo na eliminatória seguinte!!!...
“Se ganharmos os próximos dois jogos[ii], somos campeões”!
Lá os dois jogos?!!! … Foram vitórias (“morais”) em catadupa! E cá com uma azia! …
É da papa, é da papa, senhor adventício de adivinhador!


Neste atafulhamento de papa cerelac, quem agora tem dúvidas, e dúvidas metafísicas, é este acanhado escriba!
Será que tanta papinha cerelac, em suas consequências, se fica pela abastada protuberância abdominal ou também sobe à cabeça e infecta a desbragada mioleira sentimental clubística de quem nela tanto se empanturra?!
Cuidado, pois, com tão desinteressados aconselhamentos do, dizem alguns, ainda presidente da “maior potência desportiva” nacional!
Se já mui mal nos soaram os enfastiosos “aconselhamentos familiares” de antanho!...



[i] Taça de Portugal, no caso em apreço.
[ii] Contra Vitória de Guimarães e Benfica.

quarta-feira, 2 de março de 2016

O ILUSIONISMO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL


O leitor normal não tem ou tem escasso poder meditativo sobre a racionalidade de um contexto real assolapado na informação que os detentores da comunicação dita social, em regra, obliteram à mercê dos seus interesses e sentimentos, incompatíveis com esse mesmo contexto.
O leitor normal lê o sentido literal do termo e é isto que o autor do mesmo conhece e pretende, sentindo-se inimputável na sua mascarada da realidade, da verdade factual.
Inimputável se considerando o dito autor, sente-se objectivo na sua subjectividade e rigorista na sua aberração ao rigor informativo. Assim, ele pode insinuar um motivo ou situação ilusórios através do verbo, consoante a intencionalidade iníqua e parcial correligionária, na fútil tentativa de enaltecer o desvalor do seu afectivo e apoucar o valor de quem o ensombra no seu sentimentalismo fundamentalista e no seu interesse de mercenário.

Desprezo nesta apreciação, naturalmente – seria um mérito disforme a um conspurcado demérito – a parcialidade desbragada, de fossa a céu aberto, que essa (des)informação nos patenteia quase ininterruptamente, sendo ela tão impudente e petulante que até os mais cegos a topam a quilómetros, situados eles, ou não, naquele cantinho estratosférico aos mesmos reservado no Alvalade XXI. De resto e a talhe de foice, este cantinho, se cego o não quer usufruir, só serve para lixo e talvez por tal se já tenha lido conhecer-se o recinto total de que faz parte por “alvalixo” em vez de Alvalade.


O que especificamente se aprecia nesta análise são os títulos com que se encimam as respectivas notícias sobre os resultados económicos das SAD.s dos ditos três grandes. O meio informativo é o “jornal de negócios” de ontem.
Relativamente ao SCP, temos o seguinte título, bem ilustrativo da camuflagem pretendida:

«Caso Doyen leva Sporting para prejuízos de 18 milhões».

Tomado à letra, o título é eufemisticamente sugestivo. A responsabilidade pelos 18 milhões de prejuízo é da Doyen, não da administração da SAD do Sporting. Esta, na tentativa sibilina do noticiador, será uma “santinha” bem arredia da maldade gestionária sua. O facto de essa mesma administração ter sido a causadora do “caso Doyen” não lhe carimba a mínima mácula, conquanto e segundo a decisão de um tribunal competente os milhões “contagiosos” dos resultados à Doyen pertençam.
E o aumento de quase 100% nos custos com o pessoal, neles incluindo o ordenado do administrador e palrador facebookiano mor, este, aliás de 100% limpinhos, limpinhos?!
Por este andar, será surpresa que um dia – por acaso e só por acaso, naturalmente – seja noticiado pelo mesmo noticiador ou outros equivalentes, que os há em turba, que a SAD sportinguista deu prejuízos porque os bancos credores – e só sublinhamos estes, também por acaso! – resolveram exigir o que lhes pertence e aquela deve?!


Passemos à notícia sobre os prejuízos da SAD do FCP, mais sibilina na sua camuflagem e menos compassiva no seu concreto:

«FCP mais do que duplica perdas no primeiro semestre fiscal».

O FCP não teve prejuízos, teve “perdas”! E “perdas” é o que pode acontecer a qualquer do comum dos mortais, nada que espante! Os Super-Dragões não precisam de se aborrecer por tão pouco, muito menos com o também relevante aumento de despesa com a rapaziada que serve o seu clube, muito bem compensada por zero títulos nestes últimos dois anos! Pode ser que à terceira seja de vez!
Mas hás aqui nítidas e atentatórias – comparativamente ao tratamento dado a “lagartos” – maldades! Em primeiro lugar, escarrapacha-se o verbo “duplica” o que, em tais desventuras, não tem piada nenhuma! Ninguém precisava ser chamado à atenção para as equivalências! Acresce que o noticiador não conseguiu aprontar nenhum bode expiatório dessas desditas, numa mesquinha dualidade de acolhimento! E aqui, sim, os Super-Dragões já têm motivos para se enfadar!


Debrucemo-nos, finalmente, sobre a notícia relativa aos resultados obtidos pela SAD do Benfica, de resto, a primeira a dar à estampa, assim tipo para-choques, um airbag de amparo e camuflagem das desgraças vizinhas.

«Lucros do Benfica caem 61,6% no primeiro semestre».

Como se vê, o enfoque da notícia não recai sobre os lucros da SAD. O que se destaca é o número percentual, um número “bombástico e arrepiante”, de uma queda. Não é insinuar sequer a irrelevância do resultado económico positivo! Naturalmente, a intencionalidade do título é acentuada na frase da notícia que desenvolve aquele:
«a SAD do clube das águias registou perdas de 7,23 milhões de euros no segundo semestre».
Exigir do autor noticioso – uma autora, por sinal – que desse ênfase ao facto de a SAD do Benfica ter sido a única que deu lucros seria demasiado para a sua paixoneta assolapada na pequenez dos seus amores e na grandeza do seu arreigado complexo de inferioridade.


Não nos incomoda esta disfunção noticiosa. Damos-lhe apenas o relevo consentâneo com a nossa congénita necessidade de rir e sorrir, que riso e sorriso são saudáveis ao quotidiano do ser. Acresce que o bobo da corte já nos enfrascou de tanto riso e sorriso que agora suas momices e lengalenga facebookiana até nos enfastia pela saciedade com que tais divertimentos nos foram servidos por tão pitoresca e pacóvia personalidade.
Certo, muitos de nós, a maioria dos portugueses que se encontra agregada no colinho da Família Benfiquista – e alguns outros, mais alérgicos à patusca informação que nos pretendem impingir – pensariam que seria muito mais verdadeiro, objectivo e rigoroso que se confrontassem, por exemplo, os proveitos operacionais das três SAD.s. Se confrontassem os proveitos da SAD do Benfica – 64,87 milhões de euros – com os das outras SAD.s em destaque – os míseros 37,5 milhões de euros da SAD lagarta, pouca acima de metade da do Benfica, e os bem pouco superiores 42,75 milhões de euros da SAD do FCP.
Mas escapava-nos a diversão que a ficção ilusionista dos pontas de lança do complexo de inferioridade nos proporciona!