domingo, 28 de fevereiro de 2010

OS COMPLEXOS SPORTINGUISTAS

Alguns jornais têm ultimamente abordado estar em marcha um entendimento entre Sporting e FC Porto na tentativa de lançarem um candidato comum à presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
Da parte do FC Porto, percebe-se essa tentativa de aliança. Os seus dirigentes deixaram de poder influenciar as orientações e decisões do actual presidente da Liga, como o fizeram durante anos a fio desde há quase três décadas para cá. Diga-se que não é tanto a presidência que interessa mas essencialmente o poder de influenciar a Comissão de Arbitragem e a Comissão de Disciplina aquilo que, verdadeiramente, está na mira de quem não soube e não sabe fazer outra coisa para vencer dentro dos campos de futebol.
Foi essa independência face ao FC Porto que o actual presidente da Liga conseguiu impor de alguma forma, não apenas na presidência da Liga mas muito mais nas comissões de arbitragem e disciplina, que levaram a que, quer o FC Porto, quer o seu presidente, fossem condenados, ainda que levemente face aos seus procedimentos de décadas, por desrespeito à verdade desportiva, condenação advinda de uma tentativa de corrupção de árbitros.

E o Sporting?

Convém não esquecer que os presidentes da liga e da comissão de arbitragem são sportinguistas confessos e que ambos foram por ele apoiados na sua eleição e ou nomeação para os respectivos cargos.
Porém, o grande mal do Sporting – e do FC Porto, naturalmente – foi que, tanto Hermínio Loureiro como Vítor Pereira têm mantido, ou tentado manter, uma independência de algum relevo. Mais importante do que isso, Hermínio Loureiro sempre disse e defendeu que, com ele na presidência da Liga, as comissões de arbitragem e de disciplina gozariam da independência funcional própria de órgãos que decidem.
É claro que não é isto o que o FC Porto, e também o Sporting via reboque daquele, pretendem mas uma dependência à Valentim Loureiro para que, por via do presidente, a sua influência naquelas duas comissões se demonstre concretamente na ajuda desejada.

O FC Porto quer ganhar a qualquer preço e, para isso, tem de derrubar o Benfica, apoucá-lo com medidas disciplinares e arbitrais, porque sabe bem que o enorme poderio de um Benfica económica e financeiramente saudável, aliado à sua grandeza advinda da enorme implantação popular, a nível nacional e mesmo mundial, só pode ter como corolário as vitórias desportivas.
Num desporto sério, permanentemente neutro de influências espúrias que desvirtuem a sua verdade desportiva, o Benfica só não ganhará se ele próprio de enfraquecer a si mesmo ou se outrem o enfraquecer por virtude essencialmente do desvirtuamento da verdade desportiva.
O FC Porto demonstrou já sobejamente como ganhar através de meios ínvios que são do conhecimento geral através das escutas telefónicas do apito dourado que nos patentearam apenas uma amostra dos esconsos subterrâneos que foram percorridos para esse efeito.

Mas, e o Sporting, interrogamo-nos de novo?

O Sporting assistiu, tal como todos os outros desportistas, ao assalto ao poder dos órgãos de decisão do futebol e não só, levado a cabo pela actual presidência do FC Porto. Conhece bem os meandros escuros desse assalto, até porque teve um presidente – João Rocha – que verticalmente declinou a contratação de um treinador – José Maria Pedroto – quando este lhe disse e quase exigiu o que era necessário para torpedear a verdade desportiva e ganhar através da trapaça e da mentira.

A recusa de João Rocha teve efeitos ao nível das vitórias do Sporting e do FC Porto porque este aproveitou, precisamente, aquilo que a verticalidade de Sportinguistas como João Rocha rejeitaram. Começou aí o seu degredo de vitórias até que Pinto da Costa conseguiu aliar os sportinguistas para a sua, dele, causa, através de Roquette e do respectivo pacto.
A solução apareceu fácil. O Sporting sempre demonstrou um complexo de pretensa superioridade genética face ao Benfica, clube de raiz popular. O Sporting sempre demonstrou um enorme complexo de inferioridade face ao Benfica por mor das vitórias deste e da sua implantação cada vez mais vasta nos meios populares.

Mas, por quê a aliança descarada com o FC Porto nos últimos tempos?

O Benfica nunca antes desviou quaisquer jogadores do Sporting. Pelo contrário, foi o Sporting que, em tempos já longínquos, foi buscar quase toda a equipa do Benfica para conseguir vencer alguma coisa e nem assim conseguiu muito.
Não foi o Benfica que destronou o Sporting do segundo lugar nacional, quer em vitórias, quer em simpatizantes. Ou foi ele próprio porque se deixou manipular, por acção ou por omissão, ou foi o FC Porto, com grande ajuda sua, dele, Sporting.

Por outro lado, o FC Porto sempre torpedeou o Sporting, especialmente desde o consulado de Pinto da Costa, quando e sempre que a ocasião se revelou propícia.
O FC Porto “roubou-lhe” o melhor jogador de Portugal durante anos largos – Paulo Futre – assim conquistando vitórias e títulos, bem como desafogo financeiro e económico, à custa do Sporting!
Para só falar em tempos mais próximos, o FC Porto desviou-lhe jogadores como Paulo Assumpção que se vieram a revelar importantes em conquistas internas e externas.
E desviou-lhe, há bem pouco tempo, Ruben Micael que era bem mais importante, futebolística e economicamente, do que um Pongolle que entrou para as reservas.
O FC Porto, através do seu presidente, sempre torpedeou o Sporting, apesar do pacto, conforme se comprova pelas escutas telefónicas. Foi o pedido de sumaríssimo a Liedson, foi a humilhação própria de um pulha ao seu dedicado roupeiro, foi a humilhação pública ao seu actual presidente, através da recusa em cumprimentá-lo, deixando-o de “mão no ar” e gabando-se publicamente do feito.

Há um facto que parece indesmentível. O actual Sporting, em especial grande parte dos seus “notáveis”, perdeu toda a sua identidade. E perdeu-a, quer através do seu incompreensível complexo de inferioridade face ao Benfica que mal nenhum lhe fez a não ser ganhar com as armas da verdade desportiva, quer através da sua subordinação canina apenas na ânsia de comer algumas migalhas que sobejem da “mesa” do presidente do FC Porto e, com isso, mitigar e sublimar aquele seu complexo de inferioridade.

Os Sportinguistas não querem ganhar desportivamente, querem apenas ficar à frente do Benfica e, com isso, sentirem que ganharam ao Benfica. Há mesmo sportinguistas que não se importam de ficar classificados no penúltimo lugar da tabela, se o Benfica ficar atrás deles.
Por isso, Bettencourt nunca atirou as culpas para dentro, a não ser ultimamente em pequenos flashes. A culpa dos maus resultados desportivos da sua equipa de futebol provinha apenas da euforia das vitórias do Benfica e dos seus adeptos. Temos a impressão de que, se o Benfica hipoteticamente ainda estivesse pior, os dirigentes sportinguistas manter-se-iam descansadinhos à sombra da sua submissão ao FC Porto.

Não nos admiramos, pois, que os dirigentes sportinguistas busquem de novo o encosto às manigâncias desportivas, através da ajuda ao FC Porto do controlo dos órgãos da Liga, em especial das comissões de arbitragem e disciplina. Não é que o Sporting pense que venha a conseguir muitas vitórias desportivas. Nalgum recôndito escuro deverá ter pequena dose de sagacidade para saber que o FC Porto só lhe concederá, como o passado o comprova, as migalhas que não quiser ou não puder comer. O Sporting apenas procura que o FC Porto volte a ser rei e senhor absoluto, destronando o Benfica por meios ínvios da verdade desportiva e, à sombra daquele, acoitar-se para ficar à frente deste.

O FC Porto, sabem-no alguns sportinguistas mas não os seus dirigentes – ou demonstram que não – só concederá aquilo que não quiser. O Sporting é, para os dirigentes do FC Porto, apenas e só o trampolim para o domínio dos órgãos dirigentes do futebol nacional que eles não querem de modo algum independentes.
E quando e sempre que for necessário, o FC Porto pisará o Sporting e deixá-lo-á à beira da valeta, quando ele já lhe não for de préstimo algum.

Mas os dirigentes do Sporting não se importam. Eles já demonstraram que podem ser pisados e aviltados por Pinto da Costa. Não têm amor próprio. Seguem o adágio dos tristes e dos sem verticalidade ou orgulho, “quanto mais me bates mais gosto de ti”.
Por isso, pensamos que o último apelo de uma associação de adeptos sportinguista para que Bettencourt não receba Pinto da Costa com “especial cordialidade”, mas apenas com aquela formalidade devida nos espectáculos desportivos, caia em saco roto.

Bettencourt também já deu sobejas mostras de que prefere que a sua equipa perca hoje do que arredar o seu “amigo” da luta pelo título nacional.
Bettencourt é dos que acham que a luta da sua equipa pelo quarto lugar é menos importante do que impedir que o Benfica seja campeão.
É a sua demonstração de fidelidade canina a quem lhe dá pontapés no rabo sempre que o entenda conveniente.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A promoção da hipocrisia, da mentira e da violência.

Diz-se que as gerações mais antigas convivem dificilmente com as novas, que aquelas não acompanharam o evoluir dos tempos, as mudanças verificadas, que ficaram enquistadas nas suas tradições.
Pode até ser e não me custa admiti-lo. Todavia, eu e muitos outros do meu tempo ou com mais anos de vida convivemos muito bem com a modernidade, com as metamorfoses do tempo, com o sentir genuinamente puro das novas gerações, com os seus anseios mais profundos, com muitas das suas novas visões do mundo e dos costumes.

Houve, é evidente, grandes mudanças nos costumes sociais. Tais mudanças atingiram mesmo o conteúdo de princípios de vida, rompendo com tradições e adaptando-as à evolução dos novos tempos.

Nenhuma destas revoluções nos costumes e nos princípios me causa qualquer engulho. Há, inclusive, princípios que numa determinada época podem mesmo ser considerados de valores éticos e noutra não.
No entanto, de uma coisa estou seguro. Continua a haver princípios fundamentais da ética que são perenes, intemporais, imutáveis. São princípios fundamentais da pessoa humana, valores absolutos que continuam a ser defendidos por (quase) todos, já que eles consubstanciam o humanismo dos seres racionais.
Princípios como a verdade, a verticalidade, a seriedade, a honradez, o respeito integral pela pessoa humana nas suas vertentes física e moral, não mudaram e não mudarão, enquanto houver humanismo nos seres racionais.

Em todos os tempos também houve sempre os que não se adaptavam ao respeito por estes princípios. Eram franjas da sociedade que a sociedade rejeitava, conquanto mantivesse, ao lado de uma reacção de punição, de prevenção e de reparação, também uma postura humanista de reinserção.
Mas o que não havia – e não se crê que haja, tratando-se apenas de uma franja sem vergonha – era uma excepção de reacção àqueles princípios e de promoção social de (falsos) valores como os da hipocrisia, da mentira, da negação da verdade, da valorização da violência, da desonestidade, do desrespeito, enfim, pela pessoa humana.
E então no desporto, considerada escola de virtudes, essa rejeição de valores e a promoção da anti ética assumem ainda mais relevância, consolidando-se num total desrespeito pelos valores éticos fundamentais e imutáveis.

Como se pode entender, então, que uma associação de pessoas humanas, um sindicato, possa atribuir um prémio “fairplay” a uma equipa de futebol – sem o menor respeito pelos jogadores que não intervieram nem “acolheram” os comportamentos de desrespeito pela pessoa humana – que tem três jogadores que, à vista de todos, se envolveram em agressões a outras pessoas, num jogo de futebol?
Só pode ser mesmo considerado um estímulo à promoção da violência, conjuntamente com uma aprovação implícita, mas não menos clara, de agressões a outros seres, alguns, colegas de profissão e também jogadores que àquela associação igualmente competia defender.
Aquela associação pode ser um sindicato de jogadores mas, com toda a certeza e face aos valores éticos e profissionais que estão aqui em causa não é uma associação que, com tais atitudes, seja defensora daqueles que supostamente quer defender e que, quiçá, teria ao menos o dever ético de defender.

Também é uma negação de valores éticos fundamentais e, pelo contrário, uma promoção da hipocrisia, da mentira e do desrespeito pela pessoa humana, em conjugação com um branqueamento de actos de violência ou corrupção, aquilo a que se tem assistido ultimamente relativamente a certos comportamentos ligados a um clube de futebol que se diz de grande mas que tem sido apoucado com atitudes pequeninas, seja pelos seus dirigentes, seja por alguns serventuários que tentam um branqueamento daquelas atitudes, sem se importarem com a promoção de actos imorais que as sua condutas comportam.
Estamos a referir-nos àqueles que se insurgem contra as escutas telefónicas do apito dourado apenas porque, segundo entendem, tais escutas não são juridicamente válidas, tentando branquear os comportamentos atentatórios dos valores da verdade e da honestidade.
E àqueles que pensam que se pode atentar impunemente contra a integridade física de alguém, escapando à punição devida porque este alguém tem um certo estatuto jurídico, como se este estatuto, qualquer que fosse, lhe retirasse a sua natureza de pessoa humana.

Promover conferências de imprensa ou manifestações pela verdade desportiva quando se está condenado, precisamente, por desrespeito a essa mesma verdade desportiva é o cúmulo da hipocrisia e do cinismo, uma pantomima do ridículo e da desonestidade intelectual no seu grau mais puro.

Esta autêntica “revolução” promovida nos valores éticos fundamentais da pessoa humana não é uma revolução das gerações actuais, uma consequência do natural evoluir civilizacional.
É apenas um golpe de mão de meia dúzia de seres que perderam toda a (pouca) vergonha que alguma vez possuíram e que querem subverter tais princípios éticos moldando-os às suas conveniências de despudorado arrimo de valores atentatórios de toda a decência humana.
Seres para quem a vergonha e a verdade se transformaram em hipocrisia e mentira.

As novas gerações contemporâneas rejeitam tanto esta negação dos valores fundamentais da pessoa humana quanto as gerações passadas!
As novas gerações actuais rejeitam a imbecilidade, guia da mentira e da pouca-vergonha!
São idealistas, sabem pensar pela sua cabeça e não têm memória curta nem são marionetas de salafrários detergentes das imundices de algumas atitudes e consciências.
Mantêm no seu ideário natural a defesa daqueles valores civilizacionais que foram sendo transmitidos geracionalmente ao longo dos séculos.

Os que hipocritamente negam estes valores, em defesa de uma sua conveniência aviltante, momentânea ou duradoira, são franjas que não conseguem adequar-se à ética do viver comum e que, como dizia o Presidente Luís Filipe Vieira, há que combater no plano dos princípios éticos para que se sujeitem a essa mesma ética, reparando devidamente o mal que fizeram e fazem à sociedade que os rodeia.

Pessoas e clubes que querem ganhar a todo o custo, pisando a verdade e a justiça à sombra do seu cinismo hipócrita e mentiroso, são seres abjectos que nunca souberam ganhar, quanto mais perder.
São seres para os quais a História não guardará qualquer lugar de relevo.
Nem sequer aquela história que eles impudicamente inventaram.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

OS MORALISTAS DA IMORALIDADE

Sob os auspícios do “papa” mentiroso e contando com os seus bons ofícios, foi de há cerca de 30 anos para cá implantado o reino do mal, da batotice e da corrupção desportiva, da mentira, do ódio e da guerrilha permanente. Este reino foi vagamente condenado pela justiça desportiva e quase abençoado pela justiça penal portuguesa!
Mas foi severamente condenado no tribunal da consciência popular, já agora, o verdadeiro tribunal na falta de tribunal que se preze.

O “papa” da mentira e da corrupção elegeu para guia ideológico do seu “papado” de podridão dos valores do desporto os princípios do maquievelismo serôdio segundo o qual, como têm comprovado todos os bispos e arcebispos, curas e abades, e também a caterva dos fiéis do mal dos seus catequizados, os fins justificam os meios.
Naturalmente que, para triunfar, foi necessário o denodo dos catequizadores profissionais, esmerados branqueadores dos meios para poderem glorificar os fins. Estes catequizadores, em tempos de ataque dos valores do bem e do desporto, metamorfoseiam-se de pudicos moralistas da imoralidade da sua doutrina. Clamam pela “justiça” da injustiça, tornam-se arautos da hipocrisia e da mentira no encobrimento dos meios nojentos postos a descoberto, abençoam o ódio, a mentira, a trapaça.


Comecemos por destacar, de entre estes catequizadores, o moralista e desprezível pregador da imoralidade, Miguel Sousa Tavares, para dizer apenas duas simples palavras: mentiroso e hipócrita.
Mentiroso, tal como se manifesta em todos os seus escritos de branqueamento das imoralidades do seu reino “papal”.
Hipócrita, na revelação das suas convicções de que são bons exemplos as suas prédicas sobre as escutas. As que envolvem Sócrates, não deviam ser divulgadas mas, tendo-o sido … “não se pode enterrar a cabeça na areia”
E as que envolvem o seu “papa” cujas “virtudes” venera?

Claro, todos ainda têm a percepção de que um ser que respira não pode ter a cabeça sempre atolada, ainda que seja na miséria e no lodaçal pregado pela “cúria papal” da mentira e da corrupção erigidas como valores da sua moral da imoralidade!
E Miguel Sousa Tavares tem a dele bem enterrada nesse lamaçal, coisa de facto tornada bem visível – e não era necessário de todo – com a divulgação das escutas do apito dourado relativamente ao seu “sumo pontífice”.


Lugar de destaque no rol dos catequizadores das moralidades da imoralidade tem também o nosso chefe dos vendedores e exímio vendedor da banha da cobra que só meia dúzia de almas penadas ainda compra. A comprová-lo, aí está o velório que ontem chefiou na invicta cidade do Porto.
De facto, para um clube que se diz e acha grande apenas porque pensa só no Grande, no Maior, vê-se o quanto é pequenino porque, se não propriamente no bairro citadino em que está acantonado mas de qualquer modo junto a ele, apenas consegue arregimentar 250 pessoas para o arraial no adro da sua paróquia e nem todas estas são seus paroquianos.
Afinal, mesmo adepto de um clube no seio e em nome do qual implantaram o reino da corrupção e da mentira, o reino da moral da imoralidade, ainda há muita gente que recusa a catequização e a baixeza dos meios.

Acontece que este catequizador de banha da cobra barata apregoa verdades com as suas mentiras. O “campeonato das toupeiras e dos túneis” é o campeonato que a equipa do seu clube, sob os auspícios do “papa” da mentira e da corrupção desportivas e com as bênçãos branqueadoras dos vendedores da banha da cobra como ele, tem andado a jogar! E não apenas de agora mas de há quase três décadas para cá. Porque se não há guarda Abel, há “pidá”! Se não há “pida”, há macacos. Se não há macacos, há motoristas encartados no atropelamento. E se não há motoristas encartados no atropelamento, há incríveis macacos e bêbados trauliteiros travestidos de futebolísticas.
Tudo isto promovido e apoiado por ditos chefes de segurança da insegurança.


Para que a catequização evangelizadora do reino da mentira e da corrupção desportivas ficasse no ponto, só faltava mesmo na “cúria papal” um Evangelista que antes de o ser já o era.
Diz o nosso Evangelista, catequista do ignorantismo julgado sapiente, que o caso podia ser “pacífico” se “julgado atempadamente”...
Denota e publicita a sua estupidez em duas penadas. Esquece que foi o reino “papal” que impôs as demoras, se demoras houve, querendo-as em outros. Esquece que, no reino “papal” da mentira e da corrupção desportivas, a condenação da sua moral da imoralidade nunca o tornaria “pacífico”.

Mas este pregador da moral da imoralidade revela-se ainda um pregador de meia tigela, não nos meios mas nos fins. Mete nojo ver que uma condenação purificadora dos que atentam contra as virtudes do desporto possa ser considerada um “grave dano ao futebol”. Mas não é causa de estupefacção que alguém de todo ignorante do que é o bom senso venha apelar ao bom senso para os outros sem primeiro tomar para si a dose de bom senso de que necessita e que não é tão acanhada quanto isso.

Este bigorrilha da ética desportiva também tem o topete de dizer que a magnanimidade da pena concreta aplicada ao macaco incrível devia ainda ter sido mais indulgente porque tal pugilista travestido de jogar de futebol é … uma mais valia para a Liga portuguesa, conquanto ressalve, como todos os outros moralistas da imoralidade, que o comportamento daquele é criticável!


Como podemos verificar, estes apóstolos da mentira, da desvergonha e da corrupção desportivas que transformam o desporto, escola de virtudes, nas suas virtudes de indignidades, ressalvam, assim a modos que um dourar da pílula, o criticismo dos comportamentos. É o seu modo ínvio de apelar às atenuações dos castigos “imerecidos” para criticar os merecidos castigos.
Qualquer castigo aos seus, de facto, na vontade destes catequistas da mentira e da corrupção desportiva, deveria ser um castigo, sim, mas para quem tem de fazer justiça, nem que seja pelos mínimos.
E um castigo para os que levam no coiro sem culpa nenhuma.

A divisa destes trauliteiros da verdade e da moral é, “dizem que sou bom? É quanto me basta! Posso arriar a giga no pandeiro dos outros que não me pode acontecer nada de mal! Sou bom! Ora essa! P’rá próxima vou mesmo arriar naqueles que pedem benevolência para as minhas porradas, Evangelistas, Tavares, Moreiras e quejandos”.

Por que não apregoar então, “Cristiano Ronaldo, tu és o melhor do mundo ou, no limite, o segundo melhor do mundo que, no meio de tanta gente, é um lugar de grande destaque. Podes arriar à grande e à francesa em quem te apetecer. Estás desculpado, és o maior do mundo, és uma mais valia para o futebol mundial! Ah! E já agora leva este recado a Messi, ele que parece ser agora o melhor! Diz-lhe que também tem autorização destes moralistas de pacotilha, ou melhor, destes moralistas da imoralidade, para dar trancada em barda, sem que a responsabilidade pelos actos praticados o obrigue a responder pelos seus actos. Diz-lhe que é um bom chefe de família e que estes moralistas da imoralidade te provocaram, o que encerra bem mais verdade do que as suas trôpegas orações à provocação dos seus!
Estes moralistas da imoralidade apelarão por ele, por ti, por todos os que são mais valia para o espectáculo ou para qualquer coisa em que os tais moralistas da imoralidade tenham interesses.

Claro, vocês podem ir introvertendo que tais maltrapilhos da decência sempre dirão, para se justificar do injustificável, que os “meninos” não deviam fazer traquinices, que as traquinices são criticáveis! Mas isso é só de boca, é só para inglês ver e tu já estiveste nos ingleses até deves saber mais do que eles! É só por descargo das suas consciências inconscientes!
Mas fica sabendo ainda que só precisa de um descargo de consciência quem não tem consciência por ter a sua consciência embotada pelas suas rezas do maquievelismo do reino “papal” da mentira e da corrupção desportivas portuguesas. Esses precisam do detergente do seu catecismo das “virtudes” da hipocrisia, da mentira e do ódio.

Dizem que o desporto é uma escola de virtudes! E é! Só que tudo depende da perspectiva!
E a cada um a perspectiva que merece!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O CORO DE CHORÕES DO PROFESSOR JESUALDO

O professor Jesualdo cada vez se esmera mais na representação da trágico-comédia que invadiu o reino “papal” da corrupção desportiva portuguesa desde que a Águia Gloriosa resolveu subir bem alto e lá do alto desferir bicadas no passeio tradicional daquela equipa dita de futebol, “assoberbada” com benefícios e mais benefícios arbitrais.
A partir de então, o professor Jesualdo substituiu aquele seu ar de superioridade bacoca que costumava exibir em tempo de vacas gordas – como se os grandes méritos das vitórias fossem seus e não mais das ajudas tradicionais bem conhecidas – pela cara chorona de Madalena não arrependida mas sobranceira, tal como se fosse determinação dos deuses da Fortuna o ajoelhamento reverente de todas as outras equipas e as ajudas farfalhudas de árbitros.

Com aquele seu ar chorão apropriado à representação trágico-cómica, embrulhado a condizer numa arrogância insolente à medida, passou agora a declamar a deixa do “deixem-nos jogar”.
O professor Jesualdo já não quer defrontar equipas com a sua equipa dita de futebol mas que alberga muito travesti. Pode acontecer, como tem acontecido, que alguma das equipas que defronte lhe ganhe ou não o deixe ganhar, apesar de todos os favorecimentos. É que, consoante reconheceu um seu pupilo, tais favorecimentos não têm sido muitos, não têm sido os necessários em todas as partidas.
Num confronto de duas partes, é natural que cada uma queira jogar os seus trunfos e não deixar que a outra jogue os dela, para assim chegar à vitória. Pedir “deixem-nos jogar”, é pedir que a outra parte se abstenha de o fazer e, em consequência, da hipótese do triunfo da sua causa.

A nova face da choradeira do professor Jesualdo – que tem de olhar para cima para ver o cimo da classificação e, assim, mais se lhe estramboticando a visão – apresenta, de facto, uma simbiose estranha ao apelar à falta de comparência no jogo das equipas suas adversárias sem apelar à ausência dessas equipas. Explicando melhor, o apelamento do professor Jesualdo mistifica-se numa comparência com falta de comparência.
Assim a modos como a equipa dos serventuários Salvador e Domingos cujos jogadores vieram apenas reverenciar o “papa”, seu patrão, e não jogar futebol.
Assim como o árbitro que vê muito mal as linhas de baliza e que também vê pessimamente as “cargas” punidas com grande penalidade, quando os “as bestas” de “carga” estão com a vestimenta do dito patrão.

O “deixem-nos jogar” do professor Jesualdo é somente o apelativo convite aos árbitros para que os seus jogadores possam “jogar” com todas as armas e de todas as maneiras e feitios, mesmo os não permitidos nas leis do futebol, e para que esses mesmos árbitros proíbam os jogadores adversários de fazerem a mínima barreira aos desejos dos seus.
O professor Jesualdo não o diz expressamente, terá algum receio das consequências porque agora as prédicas do seu “pontífice” já podem valer suspensões. Todavia, se pudesse, até apelava para que os adversários se sentassem todos no seu meio campo e, de preferência, bem juntinho às linhas laterais.


Como toda a gente sabe, o FC Porto contratou em Janeiro uma nova marioneta chorona. Pode dizer-se que a administração “papal” possui todos os atributos da bondade e que, nessa esteira, programou escrupulosamente a época desportiva, dotando a sua equipa de jogadores suficientes em número e em dotes ditos futebolísticos. Pode dizer-se que o próprio “papa” reconheceu essas bondades e se elogiou a si próprio com a auto suficiência e com a falta de petróleo.
E não se diga que, mau grado o novo reforço fosse nas horas e dias, poucos, antecedentes, apenas um luxo que o treinador não mais se dispensou de “vestir”, afinal, as bondades acima recitadas foram postas em causa.
Nada disso! O que aconteceu – e aqui vai de novo comprovada a bondade da dita administração “papal” – foi que o “papa” verificou perspicazmente que o número de choronas, num reino ora vitimizado por dispor de pugilistas e artistas do murro, da cacetada e da patada, travestidos de jogadores de futebol, era ainda muito insuficiente para formar o rol de carpideiras necessário ao coro dos campeões dos chorões.
O reino “papal” não é composto só de prédicas e missas à Divina Previdência. Quando a Águia acorda e dá bicadas, também há velórios em tal reino!
Ora, a chorona contratada é mesmo uma valente chorona! Chora por tudo e por nada e com um ar de tal modo insolente e reguingueiro que a sua superioridade chorona abrilhanta convenientemente o coro e reabilita os milhões de euro que a sua carpidura custou.

Ademais do que foi dito já, esta diva do choramingo reles e bafiento também se sabe queixar dos insuficientes favorecimentos à sua equipa coral. E sabe dizer verdades! De facto, com arbitragens que lhes perdoem todos os penaltis que os chorões seus colegas cometem e lhes proporcionem todos os outros favorecimentos que eles requerem, então não havia de dedicar o título?
De resto, esta chorona não necessita de se preocupar quanto a isso. Tem sempre um título para dedicar ao “incrível” porque o título do maior chorão ninguém lhe consegue já retirar, principalmente depois da veladura do treinador “forever”.

Pense-se, todavia, que os ditos da chorona estão em verdadeira consonância com os ditos do chefe do coro de chorões, o professor Jesualdo. Fazem parte do mesmo complemento. Há “solos”, é certo, mas todos numa composição sinfónica adestrada e adequada aos velórios “papais”.

Ouçamos a música chorona e congratulemo-nos com os velórios que não é para menos que a Águia dá as suas valentes bicadas!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O Acórdão da CD da Liga e os incidentes no túnel da Luz

Podemos afirmar que todo o processo disciplinar envolvendo os incidentes do túnel da Luz foi particularmente rápido, tanto mais tendo em conta a já natural morosidade da nossa máquina judicial, a todos os níveis e em todos os sectores.
A instrução, respeitando todos os procedimentos regulamentares e deparando-se com o caso especial das festividades natalícias que fez diminuir substancialmente os dias úteis, estava pronta um mês depois da abertura do processo, momento em que se deduziu a acusação.
Pelo meio, o instrutor envolveu-se mesmo em diligências externas, buscando elementos de prova que pudessem sustentar uma acusação fundamentada ou o arquivamento do processo, sem “delegar” tais “démarches” nos serviços postais.
O mesmo instrutor teve que contar ainda com o “empecilho” de alguns requerimentos dos jogadores envolvidos, protestando contra uma “inexplicável morosidade do processo” que só atrasava o normal desenrolar do processo e esquecendo-se convenientemente de que os prazos e as diligências instrutórias estavam consagrados no RD aprovado para a época 2009/2010 sob grande influência do clube patrão que os fez aprovar pensando em outros e não em si próprio.
De salientar ainda requerimento para consulta do processo de instrução quando o requerente – jogadores envolvidos – devia saber que, face ao segredo de justiça consagrado nos mesmos regulamentos, tal não lhe era possível.
Na linguagem jurídica corrente, tais procedimentos são comummente designados de expedientes dilatórios.

Após a dedução da acusação, sua notificação, apresentação do rol de testemunhas e sua audição, bem como alegações de direito, num exaustivo e formalmente correcto exercício – ou, possibilidade de exercício – do direito de defesa até à decisão de mérito passaram-se somente três semanas. Não houve, pois, tempos mortos, uma vez que há prazos a respeitar que não podem ser abreviados.
De salientar que os jogadores acusados apenas apresentaram a sua defesa no último dia do prazo para o efeito.

Em síntese e no que ora nos interessa resumidamente, apuraram-se os seguintes factos:

«A maior parte dos jogadores e staff técnico do FC Porto entrou no seu balneário antes dos jogadores e staff técnico do Benfica que, diga-se, só entrou depois de o primeiro ter entrado;
Ficaram no túnel os jogadores Hulk e Sapunaru, o chefe da segurança do FC Porto, Fernando Oliveira e alguns elementos do staff técnico e dirigente do mesmo clube, designadamente Acácio Valentim, Rui Cerqueira e José Gomes;
Quando a equipa de arbitragem entrou, parou porque a passagem para o seu balneário estava ocupada com todos estes elementos, mais os assistentes de recinto desportivo (ARD, seguranças ou stewards) e alguns elementos da PSP;
Os ARD abriram então os braços para o lado afim de que os elementos do FC Porto recuassem e permitissem passagem aos árbitros, tendo conseguido desimpedir essa passagem;
Provada uma posterior discussão entre um steward e Fernando Oliveira, dizendo este para aquele “larga-me, não me empurres”, ao mesmo tempo que colocava uma mão sobre ele e o afastava;
O delegado da Liga aconselhou Fernando Oliveira a entrar no seu balneário;
Provado por declarações do 4º árbitro João Ferreira que o steward que estava junto de Fernando Oliveira se manteve com as mãos atrás das costas ou caídas ao longo do corpo;
Provado que o supervisor dos ARD, Sandro Correia, se manteve sempre afastado e não participou sequer no cordão de stewads que abriu caminho para o balneário ao trio de arbitragem.
Provado que Fernando Oliveira se dirigiu a Sandro Correia, quando estava a discutir com o outro steward, dizendo-lhe que os culpados da situação eram eles por terem empurrado os elementos do FC Porto para abrir a passagem para o trio de arbitragem. Desconhece-se qual “situação” porque estava tudo calmo na altura e nunca houvera antes qualquer situação comprometedora;
Sandro Correia apenas ripostou, dizendo “vão lá para dentro… voltem lá para cima…”;
Mas os dois jogadores e restante staff do FC Porto continuaram no túnel e não recolheram ao balneário;
Entretanto e por terem ouvido a voz exaltada de Fernando Oliveira, praticamente todos os jogadores do FC Porto que estavam dentro do seu balneário saíram também para fora dele nessa altura;
Sandro Correia afastou-se então ainda mais e pede reforços à PSP;
Hulk vai atrás dele e tenta atingi-lo com um soco que só não acertou porque Sandro Correia se desviou. Hulk tentou agredi-lo com mais dois socos, conseguindo-o, e um pontapé cuja marca ficou nas roupas daquele;
Sapunaru acorre também e desfere um violento soco na testa de Sandro Correia, fazendo-lhe uma ferida suturada com oito pontos. Sapunaru dá ainda um soco nas costas e um pontapé no steward Ricardo;
Provou-se que não houve quaisquer insultos verbais dos stewards;
Provou-se que não houve quaisquer agressões dos stewads;
Provou-se que Hulk e Sapunaru agiram com dolo directo.

Não se provaram agressões de outros jogadores do FC Porto porque não foram mencionadas nos relatórios dos árbitros, delegado da Liga ao jogo e da polícia.

A decisão esforçou-se por demonstrar exaustivamente que os stewards são agentes inseridos no conceito do RD e “intervenientes no jogo com direito de acesso ou permanência no recinto desportivo”, bem como acerca da demonstração do túnel como parte do “recinto desportivo”.
Tudo isto, como se sabe, contra a tese da defesa.
Pode dizer-se que a sua exaustiva justificação convence, tal como convencem os termos latos da definição de “agente desportivo” que consta do artigo 1º do RD.
Todavia, sabe-se ainda que o Conselho de Justiça da FPF tem um conceito mais restrito e já revogou um acórdão do CD da Liga, precisamente acerca de Rui Cerqueira, director de comunicação do FC porto. Esta revogação deu origem a um inédito pedido de anulação do respectivo acórdão, por parte da CD da Liga.
O que nos parece singular é que, se o CJ não considerou Rui Cerqueira agente desportivo, com que legitimidade ele permanece no túnel junto ao staff do FC porto. Se não é agente desportivo, não tem legitimidade para permanecer naquele recinto desportivo.
Incongruências da justiça portuguesa e, em especial, da desportiva.

De acordo com os factos provados, a pena deve ser doseada entre os máximos e mínimos previstos no RD. No entanto, já não se compreende minimamente que a CD da Liga atenuasse especialmente as penas.
De facto, a provocação foi a única atenuante que a CD considerou verificada e, na verdade, não se descortinam quaisquer outras.
A provocação consta como atenuante geral ao lado de outras alencadas no artigo 47º do RD.

Porém, a atenuação especial exige (artigo 50º do RD) que haja circunstâncias anteriores, contemporâneas ou posteriores à infracção que diminuam “de forma acentuada” a ilicitude do facto ou a culpa do agente.
Este princípio corresponde “ipsis verbis” ao princípio sancionatório consagrado no Código Penal Português, o qual é subsidiariamente aplicável ao direito sancionatório desportivo.
Ora, a doutrina e a jurisprudência portuguesas consagram que a “diminuição de forma acentuada” tem lugar apenas quando o agente actue sob uma ameaça grave, quando a sua actuação seja determinada por motivo honroso, quando tenha sido tentado ou solicitado pela própria vítima, quando haja uma provocação injusta ou uma ofensa imerecida ou que o acto tenha sido seguido de arrependimento sincero e se tenha traduzido em atitudes concretas, especialmente no acto de reparar os danos causados na medida do possível.
As mesmas doutrina e jurisprudência entendem ainda uniformemente que o facto provocador deve possuir uma proporção evidente com o acto criminoso. Só assim a provocação se pode considerar grave, sendo que só podem considerar-se como provocações injustas ou ofensas imerecidas as que não possam ser imputadas aos agentes do facto criminoso.

A CD fala num “quadro geral de provocação” embora tenha ficado provado que não houve quaisquer agressões ou insultos por parte dos ofendidos, factos que a mesma CD não se cansa de ressalvar no seu acórdão.
Então, quais os factos que ela arregimenta para poderem preencher esse “quadro geral de provocação”?
Estes.
Antes do jogo, um steward pediu a identificação a Reinaldo Teles, que não vinha identificado e que só o foi por intermédio de Rui Costa.
Os stewards, ao fazerem o cordão humano com os braços estendidos para desviarem os elementos do FC Porto e darem passagem aos árbitros, bem como ao pedirem que tais elementos recolhessem ao seu balneário, exerceram uma “conduta desnecessária e inadequada”, frase que é uma mera cláusula indeterminada, sem conteúdo factual que a suporte.
O supervisor e ofendido Sandro Correia, que se manteve sempre afastado, “provocou” também os jogadores agressores ao dizer-lhes esta singela frase, “vão lá para dentro… voltem lá para cima…”.
Depois, é com base nestes indícios de interpretação dúbia que a CD, antes tão zelosa na busca dos factos que fundamentassem a sua actuação, agora conclui por “uma conduta desnecessária e inadequada”, “uma conduta desestabilizadora”, um “excesso de zelo”, um “quadro geral de provocação”.
Tudo cláusulas indeterminadas sem factualidade que as suporte.
Apimenta estas conclusões com o facto de o FC Porto ter perdido o jogo, coisa essa já exaltante “per se”, como se uma equipa de desporto não tenha de estar preparada para qualquer dos resultados possíveis.
Esquece que os elementos do FC Porto, em especial os jogadores e treinadores, deviam ter recolhido ao seu balneário para se preparem e saírem rumo ao seu destino, uma vez terminado o jogo.
Esquece que foram esses elementos, em especial jogadores e treinadores, que, permanecendo sem qualquer razão no exterior desse balneário, eles, sim, perpetraram com essa actuação uma atitude provocatória.
Esquece, apesar de várias vezes o ter acentuado ao longo do seu acórdão, que a missão fundamental dos stewads era e é a da manutenção da ordem e bom funcionamento do evento desportivo.

Em suma, face à factualidade e ao senso comum, os verdadeiros provocadores foram os jogadores e outros elementos do staff dirigente e técnico do FC Porto que permaneceram no túnel e não recolheram ao seu balneário. O que ficaram lá a fazer?
E o maior provocador foi, ainda conforme à matéria factual apurada, o chefe de segurança Fernando Oliveira que, com a sua teimosia e atitude prepotente, conduziu os jogadores do seu clube à prática das atitudes arruaceiras que, de resto, são uma marca do seu clube desde o consulado do “papa”.
Fernando Oliveira foi um digno aluno executor do clima de guerrilha que aquele “papa” condenado implantou quando chegou ao futebol português.

Somos um país de brandos costumes, tal como se ouve dizer bastas vezes. Tão brandos que nos fazem ter um quadro geral de molduras penais substancialmente mais brando do que praticamente todos os outros países. Tão brandos que a essa brandura ainda nos esforçamos denodadamente, não para fazer com que os criminosos reparem o mal feito à sociedade e a elementos desta, mas para lhes perdoar as suas acções como se elas fossem meras “travessuras de criança mimada”!

A CD actuou sob pressão do medo, titubeante, quase a pedir desculpa por ter de aplicar a justiça desportiva de que foi incumbida, sendo um sinal evidente a patética encenação pública do anúncio dos castigos, mais uma encenação de pedido de desculpas e de justificações próprias do que uma encenação destinada à aplicação da verdadeira Justiça desportiva.
É verdade que esta CD, juntamente com a actual direcção da Liga, ainda que muito magnanimamente, teve o mérito de acabar com a total impunidade de um clube desportivo e dos seus agentes.
Uma impunidade que fazia com que se conseguissem afastar castigos através do tráfico de influências e de chantagens, contando com a colaboração de muita imprensa vendida e de muitos junta letras avençados.
Um sentimento de impunidade ainda bem patente na doutrinação e lavagem ao cérebro daquele grupo de jogadores(?) que ontem se juntou para soletrar o que apodaram de comunicado, numa patética demonstração de desconhecimento dos limites entre o bem e o mal, entre o justo e o injusto, entre as virtudes desportivas e a sua subversão.

A CD da Liga Portuguesa de Futebol Profissional não aguentou tanta pressão do reino desportivo do mal, daqueles que só com muita dificuldade conseguem conformar externamente os seus comportamentos à verdade e à lisura desportivas.
E, conquanto não recebendo agradecimento, dourou-lhes a pílula tanto quanto lhe foi possível!
E foi muito!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O “BOM CHEFE DE FAMÍLIA”

Com o respeito devido por opinião divergente, considero que o modo como foram dados a conhecer os castigos aos jogadores do FC Porto foi um acto gratuito, descuidado e perigoso. Os jogadores do FC Porto não são mais nem menos do que todos os outros jogadores de todas as outras equipas.
É por isso mesmo que a solenidade que se quis dar a tal acto é descabida e perigosa porque deixa no ar uma insidiosa insegurança do julgador que, combinada com uma quase súplica de arrependimento por ele ter sido obrigado a aplicar a justiça ao caso “sub Júdice”, fere perigosamente a confiança e a credibilidade, já de si muito abaladas, no triunfo da Justiça.
A Justiça, para triunfar sobre a iniquidade, exige que o julgador seja firme, determinado e unicamente fiel à lei que visa aplicar e aos princípios gerais do direito, tudo isto temperado com a dose de bom senso necessária.
A aplicação e o triunfo da Justiça dispensa tibiezas e titubeações, justifica-se a si própria com a prova dos factos e a correcta aplicação das normas na decisão de que emana o seu plasmar na vida real.
É verdade que o sentimento comum que perpassa já desde há alguns anos a esta parte, no que tange à justiça portuguesa em geral, é o que dimana da história do menino pastor e do lobo.
Solenidades como estas não contribuem em nada para desfazer tal sentimento.

Estas são apenas considerações formais. Deixaremos, porém, uma apreciação mais profunda e de natureza substancial sobre a bondade jurídica da decisão anunciada para momento mais oportuno.


É curiosa e deveras aberrante a justificação que a administração da FC Porto – Futebol SAD apresenta para abonar os actos dos seus jogadores. É evidente que já todos os comentadores da prole há muito que mais do que insinuavam a provocação como a rainha de todo o mal perpetrado por tais pugilistas travestidos de jogadores.
Mas que a reacção às alegadas “provocações” seja um comportamento apropriado a qualquer chefe de família e ainda por cima classificado de bom é que é insólita mas compreensível à luz das circunstâncias, um argumento de desespero dos que não têm argumentos.
Vindo ele de tal agremiação, também nada surpreende.

O “pontífice” mor daquela agremiação tem, de facto, dado sobejas mostras comportamentais de um “bom chefe de família”. Os relatos da comunicação social deram-nos, efectivamente, notícias de brigas até com agressões físicas entre o “bom chefe de família” que preside ao FC Porto e a sua antiga e actual esposa.
Este mesmo “bom chefe de família”, também segundo notícias da comunicação social, aprimorou-se nesse dom aquando da sua visita ao Papa, o verdadeiro, tendo tido o cuidado de lhe apresentar como filha a que era sua amante, não fosse este Papa, o verdadeiro, ficar ferido na sua susceptibilidade cristã.
Ainda no seu “bom” desempenho como “bom chefe de família” assenta como uma luva o recebimento em sua casa do árbitro que, dois dias depois, ia arbitrar um jogo da sua equipa. Como “bom chefe de família”, o árbitro foi em busca dos altos “aconselhamentos matrimoniais” que só um “bom chefe de família” podia proporcionar.

Naquela casa há, por conseguinte, “óptimos” exemplos de comportamentos de “bons chefes de família”. O guarda Abel, na sua agressiva actuação sobre a pessoa do Presidente Jorge de Brito, também estava a exercer os “bons” mandamentos do “bom chefe de família”, tal como derivam da prédica do “bom chefe de família”, o “papa” condenado por tentativa de corrupção desportiva.

Como um “bom chefe de família” actuou também o motorista deste “papa” quando, à saída do tribunal onde este “bom chefe de família” respondia por comportamentos resultantes duma reacção à “bom chefe de família”, atropelou o jornalista fotógrafo do Jornal de Notícias por este o ter “provocado” com a sua máquina fotográfica.

Em suma, se imaginarmos as “boas” reacções de “bons chefes de família” recomendadas pela “cúria papal” condenada por tentativas de batotice desportiva, num desenvolvimento natural do silogismo ora argumentado, não tarda que vejamos os nossos cemitérios cheios de “maus chefes de família” e as prisões atafulhadas de “bons chefes de família”.
Talvez assim o “bom chefe de família” mais conhecido pelo apelido “pida” se não sentisse tão sozinho no penar da sua pena!

Claro que, para que tal acontecesse, teríamos ainda de contar com a aplicação da Justiça pela justiça portuguesa, coisa que, com excepção dos pilhas galinhas, dos socialmente deserdados da Fortuna, não nos parece fácil de verificar nos tempos que correm.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A BANHA DA COBRA DO SENHOR DR. RUI MOREIRA

Segundo rezam as crónicas, o Excelentíssimo Senhor Dr. Rui Moreira é actualmente o presidente da associação dos comerciantes do Porto. Segundo rezam as mesmas crónicas e os almanaques mais ilustrados, um comerciante é aquele que faz comércio, ou seja, aquele que compra e vende coisas.
Podemos, por isso, concluir sem grande erro e vendo a coisa apenas pelo lado da venda – o objectivo primordial de um comerciante, já que ele compra apenas para vender – que o Dr. Rui Moreira é chefe dos vendedores.

Desconhecemos se o Senhor Dr. Rui Moreira se dedicava e dedica a algum ramo de comércio específico, para além do actual e conhecido. Sabemos, isso sim, que ele já era vendedor antes de o ser. Isto é, ele já vendia antes de ser presidente da associação dos vendedores.

Sabíamos e sabemos que o Senhor Dr. Rui Moreira era e é vendedor da chamada banha da cobra. Não a banha da cobra que, nos tempos da minha meninice, aparecia a ser vendida por um vendedor de furgoneta e microfone bastante rústico no adro da minha igreja à saída da missa.
Se bem que a fartura de curas anunciadas fizesse o pobre do doente desconfiar, havia sempre algum mérito no anúncio, mérito da banha da cobra e das suas curas milagrosas. A verdade é que tais anúncios, catitas no meu entendimento de criança, seja pelo aparato, seja pelas recomendações, diga-se, se destinavam mais aos sãos que saíam da missa – os doentes mesmo doentes ficavam, em regra, junto ao borralho, no Inverno, ou à sombra dos vãos das portas, no Verão – que, nesse preciso momento, todos se sentiam doentes, ou do fígado, ou dos rins, ou do coração, ou da cabeça, ou de outra parte do corpo qualquer, uma vez que a simples menção das doenças e das curas milagrosas anunciadas era o bastante para o aparecimento das enfermidades.
Era, contudo, uma missão de certo modo nobre a dos vendedores da banha da cobra curativa, que eles conseguiam, normalmente, dar um pouco de saúde à sua carteira antes de partirem para nova missa.

O Senhor Dr. Rui Moreira, não. A venda da banha da cobra que vem fazendo desde há vários anos destina-se apenas a tentar curar o dom da visão das gentes sãs com a cegueira sobre as manigâncias que o reino da corrupção desportiva portuguesa foi semeando de ruindade quanto à verdade desportiva.
O Senhor Dr. Rui Moreira não vende banha da cobra para curar maleitas, vende banha da cobra para provocar enfermidades, para fazer lavagens ao cérebro de gentes com siso. A banha da cobra do Senhor Dr. Rui Moreira é um detergente destinado a lavar todas as batotices desportivas perpetradas pelo “papa” dirigente do seu clube. É um detergente destinado a lavar a corrupção, o compadrio, o nepotismo e o tráfico de influências, com o objectivo de tornar enfermas as pessoas de sã virtude.

Os vendedores da banha da cobra são, por certo, vendedores de muita fantasia e, para isso, desdobram a sua imaginação num mundo de superstições devaneantes.
Eram assim os da minha infância, é assim o Senhor Dr. Rui Moreira.

Na sua venda da banha da cobra semanal, o Senhor Dr. Rui Moreira desdobra-se tanto na sua acção de detergente como na sua acção negatória das evidências, procurando atirar sobre outrem o nojo das acções do seu “papa”, assim as fazendo suas também.
Portanto, quando ele escreve que o apito dourado “apontou numa certa direcção”, isso foi devido a “certas conveniências”. Tal como os verdadeiros vendedores de banha da cobra vão dando os seus palpites sobre as curas, que podem não ser possíveis porque o enfermo resolveu tomar uns copitos à refeição, assim vai indo o Senhor Dr. Rui Moreira que confessa terem surgido do famoso apito “factos que nada têm de recomendáveis” mas não publicitou banha da cobra que os condenasse. Pelo contrário, apenas soube apregoar esponja que os arquivasse na memória das gentes.

Não sei agora bem em que ano “deu à luz” o apito dourado. Sei apenas que ele teve por base factos investigados referentes à época futebolística de 2003/2004. Se o Senhor Dr. Rui Moreira não devaneia neste ponto de venda, talvez que tenha dado “à costa” logo no fim da época referida, o que me parece apressado demais.
A verdade é que, de acordo com a banha da cobra que tenta hoje vender em “a bola”, o Senhor Dr. Rui Moreira dá como certo que os árbitros se “sentiram condicionados” logo na época de 2004/2005, um facto curiosamente coincidente com a época em que o Benfica foi campeão.
Sentindo-se eles “condicionados”, na dúvida “era sempre contra o FC Porto”...

Por acaso, eu também pressenti o Senhor Olegário Benquerença “condicionado” pelo apito dourado nessa época de 2004/2005. Tão pressionado que, no início da segunda parte do jogo Benfica-FC Porto, ainda em 2004, perdoou um penalti ao seu clube, assinalado por toda a imprensa e que colocaria o jogador que o provocou a tomar banho mais cedo.
Depois, ainda “condicionado” pelo apito dourado, só tal árbitro não viu ou negou o golo a Petit, aquele golo que Vítor Baía defendeu bem dentro da sua baliza.

Caros leitores, um comerciante é, por definição genética, um vendedor de pequenos truques que valorizem a sua mercadoria e alentem a sua venda. Tais pequenos truques apenas podem provocar lesões na sua consciência moral, já que, sendo ontologicamente imanentes ao negócio, são desculpáveis na área jurídica.
Tal se passa com os vendedores da banha da cobra.

Podem dizer que o Senhor Dr. Rui Moreira é mais refinado na publicidade do seu produto. Reparem que, ao contrário de todos os outros, vendedores de banha da cobra ou respeitáveis cidadãos da verdade, ele diz que o golo com que o Benfica derrotou o FC Porto esta época foi “precedido de um fora de jogo evidente”!
O truque do “evidente” insere-se na sua venda da banha da cobra e é, por conseguinte, desculpável à luz da razoabilidade que se concede às toleimas da profissão. Já o “fora de jogo” é um truque de uma imaginariamente doentia massa cinzenta tal que leva todas as pessoas sãs a rejeitarem a mesma banha da cobra.

Não se pense, todavia, que o Senhor Dr. Rui Moreira apenas pretende vender banha da cobra para curar as mentes enfermiças do reino de corrupção punida por tentativa a que ele pertence por causa da pujança futebolística da Águia. Como todo o bom vendedor de banha da cobra, ele alarga sempre, ou pretende fazer ver que alarga, a sua publicitária mensagem à cura de todas as doenças de que padecem os seus.
Por isso, assim a modos de uma jura de fé, acrescenta que não deixará de estar atento “a todas as circunstâncias em que o Braga for beneficiado”.

Pois é, mas se julgáveis, caros leitores, que ele dedicaria alguma linha do seu reportório de vendeiro a falar sobre a bola fora no segundo golo do Braga contra o Marítimo, fazeis bem melhor em considerar aquela sua afirmação como mais um truquezinho das suas mezinhas baratas e desculpá-lo na linha da desculpabilidade dos truques da venda da banha da cobra.
E sabeis bem que sonharíeis se ele ousasse sequer pensar nas suas arengas de vendilhão do reino da corrupção condenada em dirimir sobre os benefícios que o Braga recebeu em outros jogos e, naturalmente, também sobre aquele que disputou com o Benfica.
Mas já achais normal que um tal vendedor de banha da cobra possa considerar “injusto e tendencioso” o castigo aplicado a Vandinho porque o futebolista das patadas talvez devesse ser premiado, quanto mais não fosse por só ter tentado fazer mazela que necessitasse da banha da cobra do Senhor Dr. Rui Moreira.

Num quadro destes, não é estultícia pensar-se estar o vendedor da banha da cobra mais precisado das benesses milagrosas do produto que abona do que os doentes sãos para quem ele faz publicidade dos atributos milagrosos das suas mezinhas.
Mas não é assim com todos os vendedores de banha da cobra?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A “LINHA” DO PROFESSOR JESUALDO

Ao contrário do árbitro assistente de Braga que ficou baralhado acerca da existência de linhas, o professor Jesualdo vem comprovar que há uma linha no campeonato e que ela “está lançada”. Porém, ou se esqueceu de a assinalar àquele árbitro assistente, ou é uma linha tipo só imaginária que apenas existe nos recônditos do seu pensamento.
Seja como for, podemos concluir que o árbitro assistente de Braga anda fora da linha para andar na linha e o professor Jesualdo anda atrás da linha.

O professor Jesualdo anda efectivamente desfasado do tempo e dos propósitos do mester que é a essência de um professor que se preze. Um professor é, por definição ontológica da sua arte de ensinar os espíritos, um investigador da ciência e da técnica para depois divulgar na transmissão dos seus conhecimentos.
Implica isto que ande à frente da linha e não atrás. É ele que busca a linha, define a linha e a apresenta como linha.
Ora, o campeonato já começou há muito e o que se tem visto é que o professor ainda não teve mão na linha para colocar os seus discípulos na linha. Nos primórdios, o professor foi-se desculpando com o tempo necessário à reconstrução da sua equipa para justificar o péssimo futebol por ela praticado e os consequentes resultados que, se não caíram já no pântano é porque muitos árbitros têm andado na “linha”!

Depois, julgava-se que a linha do professor era ensinar os seus pupilos a praticarem melhor futebol, aquele futebol que os colocaria na linha. Afinal, tem-se assistido à demonstração de um vendaval de artes marciais, e de pugilato mais concretamente, em que os seus discípulos têm mostrado “andar na linha”. Sim, porque nos é difícil acreditar que um professor lhes permita “andar fora da linha”.

Um professor de jogadores de futebol que andasse na linha teria andado à frente da linha, isto é, sabia antes de o ser qual a linha do campeonato que pretende ensinar. Assim, o professor Jesualdo anda muito atrás da linha e quando só agora afirma que a linha do campeonato “está lançada” está a comprovar isso mesmo. Todavia, para um professor que vê ao longe e não ao perto, talvez seja razoável que anda atrás da linha e não na linha ou à frente da linha.

A linha está, com efeito, lançada e corre muito à frente do professor Jesualdo. A Águia Imperial e Majestosa, juntamente com o satélite do seu clube, vão de vento em popa à frente da linha. E é essa linha que o professor Jesualdo só agora descobriu estar lançada, precisamente porque não só anda atrás da linha como fora da linha.

Apartes à parte, o que tem de concluir-se forçosamente das suas declarações sobre a linha e de se sublinhar com a devida vénia é que, na realidade, o professor Jesualdo anda atrás da linha quando devia, pelo seu ofício, andar à frente da linha.
E, claro, assim não consegue “andar na linha” nem fazer com que os seus pupilos “andem na linha”.

Acreditamos que deve ser bem custoso para o professor Jesualdo verificar que à frente da linha andam dois treinadores que nem são professores, enquanto um professor anda completamente fora da linha.
Daí a desculpa do tardio descobrimento do lançamento da linha.

O progenitor do macaco “incrível” é que não tem papas na língua. Provavelmente, “anda na linha” mas na linha traçada pelo professor Jesualdo.
Vejam só o alinhamento da sua tramontana:

«A Liga não está a fazer nada. Devem estar a tomar um cafezinho ou um vinhozinho. Está virando uma pizzaria. Só se reúnem para conversar, beber, gastar e não decidem nada. É uma palhaçada».

Sem mais!
Sendo assim, é claro como água que, com tal progenitura, o macaco “incrível” só pode mesmo “andar na linha”, na linha das artes marciais e do pugilato. E depois, quando alguém o tenta “pôr na linha”, dizem que esse alguém não anda na linha”!

Na “linha” do professor Jesualdo, ou seja, muito atrás da linha, anda também o Senhor Octávio Ribeiro. Tão “alinhado” ele anda que nem reparou se o árbitro assistente de Braga estava “na linha ou fora da linha”. Mas já reparou numa linha bem mais difícil. Reparou que o árbitro do Leixões-FC Porto não andou na linha ao não assinalar o penalti salvador que poderia colocar o FC Porto, se não na linha, pelo menos não tanto atrás da linha.
O Senhor Octávio Ribeiro anda mesmo na linha e nós nunca o ouvimos dizer nada, por exemplo, sobre a expulsão do guardião da União de Leiria por ter levado com a bola na cara, sobre a expulsão do jogador do Paços de Ferreira que dominou a bola com o peito, sobre o penalti cometido pela equipa do FC Porto no jogo contra o Nacional da Madeira, etc, etc.
Um junta letras bem alinhado, o Senhor Octávio Ribeiro.

Bem alinhado também anda o senhor ex-árbitro Coroado que até consegue ver, pela televisão, a linha dos olhos do árbitro assistente que, desviando-os da linha, deixou a bola passar a linha e não alinhou na bola fora da linha.

Já o mesmo se não pode dizer de Madaíl. Este anda efectivamente, desalinhado! E já não é de agora, não, é de sempre. Ou, se quiserem e até talvez seja mais adequado, ele sempre andou fora da linha para andar na linha! Foi o seu expediente, de resto, para manter o seu tacho na linha.
Tão fora da linha ele andou nestes anos todos que nem sequer reparou que a arbitragem e os seus manda chuvas andaram todos “na linha”, naquela linha que o professor Jesualdo viu traçada nos campeonatos anteriores e até neste, apesar de andar muito atrás da linha!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

OS PINOTES DO LEÃO

Parece que o reino do leão acordou do seu marasmo depois de uma longa soneca aos pés do “papa” seu protector das migalhas sobejantes. Ficamos, porém, em dúvida sobre se o seu despertar se deveu aos maus resultados da sua equipa de futebol ou ao facto de o seu “protector” deixar de ter migalhas para o reconfortar porque está num momento de nem migalhas lhe sobejarem para consumo próprio.

Não se pense todavia que a animação que percorre as veias do leão se deve a um estímulo de busca da regeneração. Nesse sentido, o que há a sublinhar é um discurso de auto consolação e de resignação pelo estado actual, acompanhado da promessa de cópia de um modelo organizacional assente no pagamento de viagens de férias, em visitinhas para tomar café e receber aconselhamentos matrimoniais, no serviço “à la carte” de boa “fruta”, e noutras “especialidades” postas em prática pelo seu até aqui protectorado “papal”.
Diga-se, de resto, que tal modelo fora antes renegado mas isso foi quando o promitente prometia em troca de votos.

A animação que agora pulsa no reino do leão é aquela animação própria das comadres e dos compadres quando na casa não existe, nem pão, nem migalhas, neste caso. É uma animação de ralhetes, de acusações, do devia ter sido assim e não assado.

É uma animação que a nós, Benfiquistas, nos dá um gozo de morrer. A vingança serve-se fria e com requinte!
Não que seja a vingança de um qualquer Benfiquista ou do Benfica porque tal coisa é estranha à nossa índole. Nem quando nos desforramos com vitórias nos vingamos.
É a vingança do destino, aquela vingança que advém do provar da “cama” que se preparou. É outra vingança do “papa” e “protector” que completou a seca de mais um eucalipto, coisa que está na génese desta cúria.
Mas, desculpem lá, se nós, Benfiquistas, não somos vingativos, ainda assim gostamos de gozar do panorama!

Desde que há mais de 20 anos o Sporting deixou de ser o segundo clube nacional, houve por bem refugiar-se numa reconfortante resignação, deixando de lhe importar o estatuto e satisfazendo-se apenas numa vitória contra o Benfica ou em ficar pontualmente à sua frente. Foi-lhe sempre mais fácil deixar de encarar essa realidade “estatutária” e negar-se a si próprio no conforto do protectorado que teve honras de formalização no acordo Roquette-Pinto da Costa.
Propagou-se, então, o antibenfiquismo primário entre as hostes sportinguistas como musa emocionalmente inspiradora da sua consolação e resignação. O Sporting começou a comprazer-se menos com os seus parcos triunfos e bem mais com as “desgraças” de um Benfica em reconstrução e fortemente abalado por falta de afirmação da sua identidade que sofrera grande ruptura a partir do reinado de Manuel Damásio, se afundara com Vale e Azevedo e renascera com Manuel Vilarinho e Luís Filipe Vieira, mas ainda com anos de passos trôpegos próprios de uma convalescença difícil.

Dá agora um gozo tremendo aos Benfiquistas que esta ruidosa catrefada de pindéricas personagens lance rugidos de estertor. Quando Bettencourt saloiamente saltitava ao canto do “quem não salta é lampião”, essas mesmas personagens todas se refastelavam num ego de antibenfiquismo próprio dos tristes.
Quando as coisas começaram a trocar os passos lá no reino e a carpidura de Paulo Bento era insuficiente, Bettencourt ainda então achou que o mal não estava no reino mas do outro lado da circular. Era a euforia das vitórias do Benfica a única culpada das desgraças próprias, uma euforia que causava uma depressão, quer na equipa, quer nos adeptos.
Continuava a manifestar-se, também como um elemento de auto comiseração e de aconchego emocional, a pose de superioridade genética que, embora de fatos surrados e bolsos vazios, ia continuando a fortalecer a hostilidade antibenfiquista.

É pungente esta orfandade do leão. Desmamado da teta migalheira do reino “papal” da corrupção desportiva portuguesa, agora já dá pinotes entre as próprias hostes.
E nunca como agora, nós podemos imitar Bettencourt na sua dança saltitona. Vamos lá, Benfiquistas, saltar de alegria porque agora quem salta é, na realidade, um verdadeiro “lampião” e quem se fica nas covas é um rastejante “lagarto”.

O leão adiou o seu último desastre da temporada ao cair do pano. Foi quanto bastou para que o treinador dos autocarros pedisse “um estádio tranquilo” para o jogo da segunda mão.
E Carvalhal tem razão. Ele deve ter lobrigado Sá Pinto nas bancadas. E estava-lhe a mandar um recado explícito e incisivo.

Só podia ser a Sá Pinto, de facto, aquele a quem se dirigia o seu pedido. Sim, porque os adeptos, esses já costumam deixar o estádio do Sporting na tranquilidade dos túmulos pois eles nem aos velórios comparecem.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Estaladas, revoltas e coisas pequeninas

Falou-se aqui há dias de uma estalada de Bruno Alves em Tomás Costa, ambos jogadores do FC Porto. Disse-se que o facto gerou uma grande confusão no balneário “portista” mas o professor Jesualdo veio desmentir, dizendo que estava tudo bem, que o balneário estava sereno.
Com alguma relutância, muita gente quis acreditar no professor. Houve aqueles que afirmaram um castigo na falta de convocação do “estaladeiro” jogador para o jogo seguinte da Taça de Portugal contra o Sporting. E houve mesmo, é certo, até quem especulasse sobre o destinatário das estaladas, uma vez que o próprio suposto agredido também afirmou que com ele não se passara nada. Os mais ousados especuladores deixaram mesmo intuído nas entrelinhas que o professor ou um comparsa da sua equipa de treinamento teriam sido os reais destinatários da refrega.

Mas o professor Jesualdo actualmente muda de opinião num instante. De facto, de “balneário sereno” para a existência de uma “revolta no balneário” houve apenas poucos dias de permeio. Por isso, não se pode levar a coisa muito a mal. Aliás, se quisermos ser justos, temos que louvar a atitude clarificadora do professor Jesualdo. Afinal, há uma revolta no balneário que até já meteu estalada entre os seus ocupantes.

Que toda a gente de boa índole e um pingo de massa cinzenta já sabia da revolta no balneário, também é um facto incontroverso. É, de facto, ainda um facto que aquele balneário é composto de muitos pugilistas, alguns andebolistas e uma pequena dose de jogadores de futebol.
Com uma mistura tão explosiva quanto esta, não pode surpreender ninguém a dita revolta! De resto, os sinais eram evidentes há muito e tiveram o seu episódio mais visível na batalha campal, perdão, “tunal”, a seguir ao jogo da Luz. Que o digam os árbitros que se safaram de boa, mesmo tendo admirado e aplaudido um excelente lance de andebol aéreo em jogo supostamente só de futebol! Que não chegou para apaziguar os ânimos! Compreensivelmente…

E vieram a seguir mais episódios premonitórios. No jogo FC Porto-União de Leiria, os jornais deram notícia de uma pega entre Meireles e Fucile, mesmo durante o jogo, pega essa que foi concretizada por Bruno Alves o qual, colocando-se à frente dos contendores, mostrou-lhes os ferros, perdão, as palmas das mãos e amainou os ímpetos.
Tomás Costa deve ter estado distraído nessa altura e, por descuido, colocou-se mais tarde a jeito!

No meio desta revolta e das suas manifestações pugilísticas, devemos destacar o inocente Álvaro Pereira. De toda a justiça, não se tem falado dos seus presumíveis dotes de artes marciais. Basta relembrar que, acerca das qualidades de Cardozo e de Saviola, disse ser algo que lhe não interessava. Mostrou, por conseguinte, toda a sua pacatez e bonomia.
Ainda bem, não foi, Saviola?

O professor Jesualdo quer ser o herdeiro da carpideira nacional-futebolística Paulo Bento, Paulo Bento mais carpideira forever do que treinador, apesar do “requiem” variadíssimas vezes repetido. O professor Jesualdo talvez pressinta que o seu funeral “forever” de treinador do FC Porto também esteja próximo e vá já preparando a missa do seu velório. É que ele sabe que sairá e não terá direito a exéquias fúnebres como Paulo Bento teve.
De todo o modo, o que importa é que ele vá continuando a carpir as suas mágoas sobre as arbitragens que, sendo amigas do peito do clube que serve, não têm ajudado à “missa” o suficiente, não digo para parar o satélite do seu patrão mas para impedir que a Águia continue a voar lá nas alturas.
As suas carpiduras são bons sinais!


Se o professor Jesualdo não tem sido minimamente coerente com as novenas e com as oferendas, já o seu discípulo rei das estaladas – e de outras coisas, mas nestas só é rei quando tem corpo adversário para malhar – é menos prolixo. Diz o que tem a dizer sem papas na língua, tal e qual como quando tem de malhar no pandeiro de alguém.
Daí que não surpreenda minimamente quando afirma que “as arbitragens não têm favorecido nada”!
Bruno Alves não coloca a falsa questão do prejuízo arbitral. Evidencia a real questão de um menor favorecimento, tendo em conta, como teve, a vivência das circunstâncias concretas. O seu “nada” relativamente aos favorecimentos da arbitragem significa apenas “insuficiente”.
Bruno Alves, ao contrário do professor Jesualdo, foi parco em falácias. Preferiu apelar às evidências e renegar as quimeras.

Não concordo minimamente com Miguel Sousa Tavares quando ele diz que Pinto da Costa é provinciano porque só se sabe meter “com gente pequenina”. Pelo contrário, acho que Pinto da Costa só se sabe meter com gente “grande”!
Veja-se. Já sem falar naqueles “grandes” que o ajudaram na sua anterior “grande” tarefa de esbofetear a aquela que agora é, já tinha sido e fora “ex”, Pinto da Costa amancebou-se com a “grande” primeira dama, agora a grande alternadeira, na palavra de Miguel Sousa Tavares.
Pinto da Costa tinha como seu guarda costas o “grande” homem da noite portuense, agora condenado a uma grande pena de prisão.
E tem ainda como chefe da sua falange de apoio o grande macaco que vive à grande com grandes carros de grandes marcas e que só destoou quando apanhou uma pequena pena porque a sua trupe quis bater na polícia quando, à grande – e à francesa também – se ia refastelando na venda ilícita de bilhetes a grande preço.

Desconheço, portanto, em que é que Pinto da Costa se mete com alguma coisa pequenina.
Pequenina, pequenina, conquanto de grande manigância, talvez só a classificação das suas acções de corrupção desportiva.

Mas, “ó caso grande, estranho e não cuidado”, Miguel Sousa Tavares considera-as grandes acções e nelas repousa a sua grande azáfama de defensor do pequenino Pinto da Costa, com grande alarido contra todos os que as tentam combater porque tais acções são apenas grandes miragens, uma grande cabala de uma “grande” acção concertada entre uns grandes do Ministério Público e o Grande Luís Filipe Vieira!

Pois é, Miguel Sousa Tavares, também há quem considere que, quem nega as evidências e procura atirar sobre outrem o nojo das suas acções é um grande biltre e quem se presta a tudo para defender a corrupção, o compadrio, o nepotismo e o tráfico de influências é um grande escroque.

Afinal, tudo em “grande” no reino “papal”!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

As “manobras” de Salvador e as “criancinhas” de Domingos

Lembro-me desde miúdo – e já lá vão muitos anos – ouvir falar dos célebres fenómenos do Entroncamento. Todavia, parece que eles se começaram a manifestar agora, não naquela localidade mas em outras, umas por razões de circunstância, outra que talvez não seja tanto assim.
E estenderam-se ao futebol, um futebol de que ouvíramos já falar bastante em fenómenos!
Mas não nestes!

Há coisas, de facto, diríamos tão aberrantes que já ficamos na dúvida sobre se os ditos fenómenos se devem à invenção imaginativa de cérebros especiais ou a cegueiras enviesadas num certo sentido e com um certo raio de acção. Por exemplo, pegou moda, ou a deformação das formas do terreno de jogo, ou a criação de regras futebolísticas novas que nada têm a ver com as dimensões desse espaço, conquanto ele continue a aparecer demarcado com linhas brancas.

Perante o que se tem passado esta época na pedreira, parece difícil concluir por uma de duas alternativas: “os árbitros assistentes vêem de menos ou vêem de mais”?
Eu explico!
O árbitro assistente do encontro entre Braga-Marítimo, mesmo junto à bola e à linha que demarcava o terreno de jogo, não viu essa bola para lá da linha ou viu essa linha para lá da bola?
O árbitro assistente, que todos viram pela televisão estar junto ao pugilato dos jogadores do Braga em Cardoso, afastou-se daí quando lhe conveio ou porque já tinha visto tudo o que queria ver?
E viu de menos ou viu de mais que o comum dos mortais?

Esta última questão parece de resposta fácil. Tal árbitro assistente viu de mais, viu mesmo o que mais ninguém viu! Ou, falando mais apropriadamente, viu o contrário do que toda a gente viu!
Toda a gente viu que Cardoso fora o agredido. O árbitro assistente viu que Cardoso fora agressor!
E isto sem esquecer ou ignorar o facto de toda gente ter visto que o árbitro assistente estava a ver e a assistir às agressões em Cardoso.

As incertezas quanto ao raio de visão para os lados da pedreira vão-se, porém, dissipando gradualmente.
Novo exemplo!
Salvador falou há poucos dias em «manobras estranhas e inqualificáveis que estão a ser urdidas nos corredores do poder». Não definiu que manobras eram essas ou a quem aproveitavam.
Todavia, essa dúvida foi agora dissipada. Salvador referia-se nitidamente às “manobras” para aumentar o terreno de jogo necessário a que o Braga marcasse o seu golo da vitória.
Foram, de facto “manobras inqualificáveis urdidas nos corredores do poder”, daquele poder que manda, como certas escutas referem!
“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Mas, confesso, podía esperar que Salvador falasse em "manobras". Mas surpreendeu-me que as adjectivasse de "inqualificáveis"!
O leitor facilmente depreenderá a razão.

Há, porém, uma nuance que até pode configurar um caso sintomático de atentado ao pudor. Antes, parece que as “manobras” eram “urdidas” nos quartos! Era aí que, segundo essas escutas, se comia a boa “fruta”!
Segundo Salvador, parece agora que tais “manobras” passaram a ser "urdidas" mesmo nos lugares públicos, isto é, nos lugares de passagem, da “fruta”, dos “fruteiros” e dos garçons e garçonetes!
Em suma, de acordo com as palavras de Salvador, as "manobras" são agora “urdidas” … nos “corredores”!
Será da pressa em saborear a “fruta”?

Domingos tem cara de menino birrento e é um menino birrento. Por isso, conhece bem e sabe como lidar com as criancinhas de que é ama mui apta a cuidar das traquinices dos seus infantes.
Assim foi com Rentería. A criança parece que mijou fora do penico, escapuliu-se à sesta, aceita o bombom que pedira.
Domingos põe a criança de castigo. Cumprido este, a criança vai à escola e deve ter tirado um “bom mais”. Então, apressada, corre para os braços da ama, a chorar, a chorar muito, coitadinha!
Mas diz-se que não era choradeira de alegria, não! Domingos percebe destas coisas! Segundo disse, a criança chorava de arrependimento por ter aceitado a guloseima que suplicara e por não ter dormido a sestinha da praxe como a ama lhe ditara!

Educação é educação! Domingos, menino birrento, sabe apreciar estas atitudes! Sabe quanto custa a satisfação de vontades de criancinhas e meninos de bibe! Quando quis o caneco da bola de prata, também choramingou muito e fez birras que só terminaram quando lhe ofereceram outro caneco parecido!
Mas criança, é criança, não distingue o certo do incerto, o verdadeiro da imitação!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O PEDALAR DE BETTENCOURT E A FALTA DE PEDALAGEM DO PROFESSOR

Tal como o Benfica – e até o FC Porto em menor escala – o Sporting já foi um clube ecléctico. Praticava uma série de modalidades ditas amadoras entre as quais se destacavam o ciclismo, o basquetebol e o hóquei em patins, para referir as mais conhecidas e que já há anos não pratica. De referir que no ciclismo, o Sporting foi internamente muito forte com corredores como João Roque, Joaquim Agostinho e Marco Chagas.
Nos tempos que correm, o Sporting pratica o andebol, o futsal e o atletismo como modalidades mais conhecidas. Mas os seus dirigentes afirmam que continua a ser a instituição desportiva mais ecléctica do país, apresentando cerca de 30 modalidades desportivas que pratica, conhecidas, poucas, desconhecidas, muitas!
Delas sobressaem a canastra, a sueca e a bisca lambida, bem como algumas mais do género.

Mas a coisa vai mudar e … melhorar! Com Bettencourt, tudo no Sporting tem mudado e … melhorado, graças a Deus!
Graças a Deus é como quem diz! Graças a Bettencourt! Foi Bettencourt quem introduziu a dança saltitona a enaltecer o “lampião” e a dança da maraca folclórica, mais duas modalidades expoentes do ecletismo do seu clube.

Bem, mas isso foi nas alturas em que no reino do leão se respirava confiança na comezaina das migalhas sobrantes da mesa do “papa”. Depois … depois a mesa do “papa” viu-se minguada pelo devorar insaciável da Águia Imperial e já só se consola com as migalhas que antes rejeitava e iam alimentando o leão tornado cordeiro! Ou galinha … talvez mais galinha do que cordeiro por causa da natureza das sobras.

O leão começou, todavia, a entrar em depressão. Toda a gente já sabia que a causa eram as bicadas em forma da Águia Insaciável, de novo Rainha dos Céus. Mas Bettencourt achou por bem demonstrá-lo, num despudor aperreado de sentido proibitivo.
Era lá admissível o voo da Águia e a euforia dos seus adeptos?!!!

De deprimido, o leão passou a esperançoso! Depois de muito criticar em quem o ousara deprimir, Bettencourt, fez um velório ao seu treinador “forever”, adestrou-se na arte do pugilato, arregaçou as mangas, cresceu para o adepto, exorcizou as hastes declamando alto e bom som que não era corno, combateu os terroristas e foi-se às compras com sorrisinhos e novas promessas de muitas alegrias.
A estas manifestações de humor chamam os entendidos de doença bipolar mas Bettencourt não sabe disso! Compras feitas, sorrisos esperançosos, numa boa, ei-lo de partida para férias a fim de gozar devidamente o seu novo período de melhorias humorosas.
Pelo meio, mais uma modalidade se desenhou no imenso eclectismo do leão. O pugilato forte e feio entre o seu director desportivo e o dono do balneário.

No entretanto, o leão leva dois piparotes de estalo, o primeiro a dizer definitivamente adeus à miragem do título, o segundo colocando-o fora da carroça da Taça de Portugal, bem recheado, não de migalhas mas com uma abada de golos no papo.
Bettencourt regressa apressado para ver “in loco” o leão voltar a ser estraçalhado, agora pelas bicadas da Águia Imperial e no seu covil … ou poleiro!

A baderna em que há anos o leão se vinha transformando alcançava agora o seu zénite. Numa semana, o leão perdia quase tudo! Quase tudo e não tudo porque é preciso deixar alguma coisa para gozo de inglês, tão debicado pela mesma Águia Altiva ele fora na sua anterior viagem.

Bettencourt, de novo na fase da depressão, é, no entanto, um leão corajoso nas promessas. E ei-lo na pedalagem! É de novo o ciclismo que Bettencourt quer implementar no reino do leão?
A promessa está feita. O Sporting “terá de pedalar muito”, preconiza ele na sua prédica dos mal-aventurados! Não tem Joaquim Agostinho nem Marco Chagas, mas incentiva à pedalagem. Com uma organização à Pinto da Costa – que tem a bondade de deixar muitos milhões de euro na conta bancária privada, mesmo em ano de fortes prejuízos – agora sem medo de escutas porque a justiça civil portuguesa é benemérita … e cega!

Organização à Pinto da Costa, conjuntamente com o incremento da nova modalidade do pedalar, pedalar, Bettencourt está de novo de peito feito!
Como diz Quintela e como já vão dizendo abertamente outros sportinguistas, é verdade que o Sporting não fala nas escutas mas devia falar das escutas.
Mas isso não incomoda Bettencourt tal como o não incomoda ficar de mão no ar… Ídolo é ídolo e se Bettencourt não consegue chegar a mais, fica-se pelo desejo e pela promessa do desejo.
E assim se vai consumindo, e ao leão, na sua vivência bipolar. É o merecimento devido a quem se arrasta na pedincha do lugar de sacristão do “reino papal”.

E a Águia Gloriosa, e toda a sua prole mui numerosa nos quatro cantos do mundo, bem se refastela com as bicadas e com o seu olhar lá do alto sobre o leão rastejante cá nos baixos.


Com o “papa” castigado, é o professor pitosga o mais lídimo porta-voz da agremiação regionalista e condenada na justiça desportiva por corrupção desportiva tentada.
A Taça da Liga já se vem disputando há meses e há meses que se destinou o estádio do Algarve para disputar a sua final.
Independentemente da bondade deste “destino”, se alguém queria comentar, que comentasse em tempo oportuno. Agora, comentar só depois de saber que era um dos que lá conseguiram assento, parece e é desculpa de mau pagador.

Compreende-se, porém, que a desculpa não seja assim tanto ou quanto descabida. Aliás, a agremiação condenada define-se a si própria, nos actos, nos comportamentos … e nas palavras! É, pois, perfeitamente compreensível que se sinta desconfortável com a deslocação dos seus adeptos.
Por vezes, o professor pitosga pode ter um hiato, conquanto não consciente, na sua estrábica visão das coisas e definir a situação de acordo com a realidade dos factos. O professor pitosga teve, pois, um intervalo de bom senso ao reconhecer, implícita mas bem distintamente, que a agremiação que lhe paga é uma agremiação de âmbito menos do que regional, uma agremiação localizada num recanto de uma cidade.
Por isso, se quer ter adeptos no Algarve, tem de os transportar desse recanto citadino.

O Benfica não precisa disso, joga em qualquer parte do país e do mundo e tem sempre adeptos. Mas é precisamente este pormenor relevante o que distingue os Grandes daqueles que, apregoando-o em seus desejos, apenas são pequeninos na sua acção.
Logo, quando se lhes depara um acontecimento fora do seu recanto acanhado, só podem mesmo dar a conhecer a sua pequenez.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

“FUTEPUGILATO” NACIONAL E BOBICES DE ENCOMENDA

Salvador e o seu Braga não param de nos divertir com as suas truanices mais ou menos pindéricas. Salvador alimenta o folclore provinciano do “papa”, com este remetido ao silêncio. As suas “manobras estranhas e inqualificáveis que estão a ser urdidas nos corredores” … são um facto. Salvador só não disse abertamente em que corredores estavam tais manobras a ser urdidas mas também não era preciso. Basta analisar, ademais, sem grande profundidade ser necessária, para facilmente intuir que são os “corredores” da sua mente os que, entupidos pela catequese “pintista”, não dão guarida a qualquer resquício de bom senso.
A questão das relações de amizade e simpatia entre Rentería e o seu anterior preparador físico é o novo mote das palermices bracarenses. Salvador nem sequer tem o tino de pensar que, se o jogador estava em estágio e lhe era obrigação não sair do recolhimento, então que se arremine contra ele ou, em última análise, contra os seus empregados que não exerceram como deviam a guarda que queria impor.
Rentería já não é nenhum catraio que precise de outrem para bem se saber comportar. E não se comportou mal a seguir, que dizem ter feito o golo mais bonito da sua equipa.
De resto, o pretexto é tão ridículo quanto as suas palhaçadas. Salvador virou bobo da corte e quer bem fazer o seu mester. E se quer plateia, oferece o “lanche” de borla. 30 mil de folguedos gratuitos! O Braga não precisa de pagar a “pedreira”, tais contas são com a Câmara e esta é benemérita. Pagam os munícipes, quer queiram, quer não! Mas dá para fazer a festa! E resulta! Até já há um diário desportivo que fala em “banho de multidão” … e contabiliza 100 pessoas!
Para debicar contra um clube – que, diga-se, não lhe ligou patavina, de resto, conforme à ridicularia da farsa teatral – que costuma ter em média, e não num jogo apenas, 50 mil pessoas no seu estádio a pagar, não de borla, e 5 mil no treino, não deixa de ser sintomático!…
Acrescente-se, porém, que em Braga tem chovido muito! É fácil, assim, apanhar um bom banho… Alguém daquele diário desportivo até já devia estar com a cabeça um pouco amolecida!

Não restam quaisquer dúvidas de que o futebol português inaugurou uma nova era, a era do pugilato e da patada.
Houve em tempos não muito idos um seleccionador que, quando deu por ela, estava no chão agarrado aos queixos. Gratificações adequadas ao não seleccionamento do pugilista “in casu”.
Aqui há poucos anos, o seleccionador nacional “cortou a fita” dos treinadores e pegou-se com um adversário. Mas talvez tenha seguido o exemplo dos corta fitas dos governos portugueses e feito só uma pré inauguração, deixando para depois o acabamento dos “acessos”.
Esta época, não, a inauguração não foi um mero pró-forma mas uma actuação modelar, um desempenho de execução continuada, um “modus faciendi” aprimorado.
Em Braga os jogadores da equipa local demonstraram toda a sua arte no pugilato e na patada contra Óscar Cardoso e Raul José!
Os jogadores do FC Porto não se ficam nas “covas” – seria uma desconsideração serem apenas os satélites a fazerem a demonstração das novas artes futebolísticas – agora sobre os seguranças que, querendo-os segurar e salvar a pele dos árbitros, acabaram sem segurança a servir de sacos de treino!
Num balneário esverdeado, se as vitórias são parcas, farto é o arraial que tem como figurantes director desportivo e jogador mal direccionado!
Segue-se aquele inestimável jogador do FC Porto, perito nos arraiais de pancada sobre os adversários. Se não tem adversário, vai de estaleca nas ventas do colega!
Para não destoar – mal parecia o treinador do sistema ficar fora do sistema – é de novo o seleccionador nacional, o actual não o antigo, quem parte para a demonstração cabal da arte do pugilismo! Diz quem assistiu, uma assistência VIP, assinale-se, que, se méritos futebolísticos se lhe não conheciam, a demonstração de pugilato parece ter convencido!
A África do Sul, todavia, já está ataviada com tais conhecimentos e, por conseguinte, já não teme o novel pugilista. Ele já passou por tais paragens, conquanto tivesse sido reenviado à procedência em tempo oportuno para os sul africanos!

Dizem que José António Saraiva é arquitecto mas não se lhe conhece obra no ramo. É, no entanto, um comentador bem aperaltado na sua escrita.
Aperaltado e prestimoso é também ele desde que começou a cronicar naquele diário desportivo dos “banhos de multidão”. Comenta quase sempre sobre o Benfica, que não é atoleimado ao ponto de não desejar que a sua escrita, na forma e no conteúdo, passe completamente desapercebida. E sempre no seu estilo sentencioso.
Desta vez, sob o título “Benfica quebrou?”, sentencia que o Benfica pode ter perdido em Setúbal o título de campeão. Por quê?
Porque no princípio o Benfica atacava com muitos e defendia com muitos e agora já não!
Mas José António Saraiva vai mais longe, relembra a sua judicatura de há três meses e a sentença que então proferiu. Escreve ele que seria “muito difícil ao Benfica manter o ritmo. Jesus fez um início de campeonato deslumbrante, mas puxou talvez demais pelos jogadores (alguns muito frágeis fisicamente). Agora o desgaste está a cobrar a factura.”
Depois ainda tece algumas considerações sobre certos jogadores.
Diga-se abonadamente que José António Saraiva coloca as questões a sim a modos que, se não é gato, é gata! É certo que o Benfica pode ter perdido o título em Setúbal, como o pode ter perdido com o Marítimo na primeira jornada, como o pode ter perdido com o Sporting, em Olhão, na “pedreira”, etc, etc. Até o pode ter perdido no jogo que ganhou ao FC Porto apenas por 1-0 e porque o árbitro não assinalou a grande penalidade escandalosa por mão do cebola. Igualmente, no penalti falhado pelo Leiria nos descontos do seu jogo com o FC Porto! Ou no golo com a mão de Falcão ao Paços de Ferreira!
Por outro lado, também é verdade que pode ter ganho o mesmo título com a vitória ao FC Porto na Luz, com a vitória sobre o Guimarães, com a vitória em Guimarães. Até com a goleada dada ao Setúbal! E ao Leixões! E ao Nacional! E à Académica! E ao Marítimo no Funchal!
Sabe-se lá se o campeonato não pode vir a ser decidido por goal-average?
Em suma, o Benfica pode perder ou ganhar o título de mil e uma maneiras mas o cariz especulativo de José António Saraiva é mais restrito. Ele pretende somente exprimir o desejo de que as coisas assim aconteçam. Comedido nos méritos, limita-se à redacção que seu mestre-escola lhe ensinou, muito certinha nos pontos e vírgulas. Acrescenta-lhe umas pitadinhas de necromante, quiçá num seguidismo “papal” em retórica ao mestre defunto, e todo se delambe nos seus predicados.
Agora, uma coisa é importante que se assinale. Alguém conhecia tais dotes de treinador, de preparador físico ou de perito na arte de julgar qualidades futebolísticas de jogadores de futebol?
Se não se lhe conhece atavio de monta na arte arquitectural para que, dizem, foi formado, terá ele despontado, ao menos aqui, nas subtilezas da arte futebolística?
Eu confesso humildemente que desconheço! E tenho cá uma fezada de que José António Saraiva também conhece tanto disso como de alguidares de azeite!
Mas vai-se divertindo! Escrevendo sobre o Benfica, claro!... Com quem mais poderia ter ele a veleidade de sonhar que outrem dedicasse uma pausa para a leitura, apressada, dos seus escritos?