quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O vermelho e a prosápia da … diferença


Anda para aí um alarido sobre as cores da bandeira nacional porque, ao que parece, alguém (é o que alguns dizem), não quer o vermelho como parte integrante desse símbolo pátrio.

Chegam a pedir prisão para o falante(?) por, afirmam, falta de respeito devido a este emblema sagrado da portugalidade.

Desculpem-me todos os “ofendidos” e indignados deste país, mas não entro na onda! A falação que originou a celeuma e a consequente repulsa é, afinal, a normalidade do palrante e do que ele representa.

Eu justifico.

 

Muito tenho ouvido sobre um presumido, “somos um clube diferente”, ou, “somos diferentes”. Ora, a bazófia deve ser convertida em actos e comportamentos para ter, (e tem), algum significado!
E o exemplo deve vir de cima!

Não é por possuir memória curta que recordo factos não muito remotos. Lembro-me, a título de exemplo, de um recém eleito presidente de tal agremiação desportiva andar a pinotear a maraca, enquanto se preocupava mais com o vizinho do que com a tarefa para que, presuntivamente, teria sido eleito. Foi um sujeito que, pública e chocarreiramente chacoteado pelo “Madaleno” condenado por corrupção desportiva tentada, não se coibia do seu modo, diferente, de submissão rastejante ao chacoteador.
Fazia-me relembrar o “fiel amigo” do homem que, pontapeado pelo dono, logo se apressa a lamber-lhe a mão.

Era uma afirmação mais da diferença!
 

O graçolas ora opinante(?) do colorido nacional do nosso símbolo maior também, noticiam, foi eleito no meio de cacos e dos cacos da diferença. Não pode causar admiração que procure sublimar essa diferença, diferenciando-se não se diferençando.
Presumindo-se janota de fato e gravata, é-lhe legítimo perante a sua turba abocanhar a bacoquice.

Perante o facto, diferente, por que motivo a sua prosápia há-de enxovalhar o que quer que seja?!
Crime as suas truanices?!

Só comete um crime quem é capaz de avaliar a ilicitude do facto e de se determinar de acordo com essa avaliação.

Alguém pode considerar ter o bazófias categoria para ofender quem quer e o que quer que seja?

Por amor de Deus, o homem é diferente e é presidente de um clube diferente! Demonstrando a sua antipatia ao vermelho, só está a acentuar a sua diferença! Se por ali houvesse, junto dele, alguma bandarilha, ele arremetia com outros propósitos e outra coreografia … diferentes!  

A sua alergia ao vermelho, por outro lado, é uma manifestação mais da sua diferença e de como a sua agremiação é diferente. Ela apenas representa o reconhecimento da diferença que existe numa pequenez natural colocada perante a grandiosidade do vermelho e dos símbolos, pátrios e desportivos, que essa cor maravilhosa representa em Portugal!
E a capacidade de tal reconhecimento, conseguida somente por via e à custa de uma ingénita e tormentosa dor de cotovelo bem recheada de inveja natural agregada, é a tentativa de diferenciar-se no natural do seu anânico.


Perante estas realidades, que ninguém, em especial os Benfiquistas, se enfade com o presumido espirituoso. Se algum crime ele cometeu foi apenas para com a sua agremiação por não ter sabido sequer tornar-se diferente e fazer a diferença da sua diferença e da diferença da sua agremiação!

A sua palrice foi mais e somente um manifestar incessante de um modo de ser e estar, a vivência de uma agremiação que mantém a sua diferença, na sua contínua identidade … diferente!

domingo, 10 de novembro de 2013

O dia do ceguinho e o dia do mascarado



Não sei se posso ou não concordar com a frase constantemente repetida, “Portugal é um país cada vez mais descompensado”, porque penso que a realidade teima em a desmentir.
Vejamos.

É verdade que falta dinheiro, que falta emprego, que falta saúde, que falta educação.
Mas sobra corrupção, sobra pantominice, sobra pobreza, sobra miséria.

Há ainda, todavia, uma falta importante para os nossos tribunais e para os nossos juízes, para as nossas comissões disciplinares, para os nossos conselhos de justiça.
Não, não me estou a referir à falta de aplicação da justiça, nada disso, seja ela embora também uma falta que falta no Portugal de hoje.
Eu concretizo apenas com alguns, muito poucos, exemplos.

Arquivam-se os processos do apito dourado por … falta de prova!
Arquivam-se processos de jornalistas agredidos física e verbalmente pelos mandaretes e patrono mor da prática – ou tentativa, para ouvidos mais sensíveis – de corrupção desportiva por … falta de prova!
Arquiva-se o processo de agressão dos mesmos mandaretes e patronato a um dirigente de uma associação de futebol por … falta de prova!

Relativamente a este último arquivamento por … falta de prova … atentemos num pormenor realmente divertido que sobressai do que foi vertido como fundamentação dos senhores julgadores: “nenhum dos presentes na tribuna terá visto; o responsável (ou responsáveis) pelo relatório do jogo não referiu qualquer palmada ou insultos” … presume-se … porque nada terá visto!
Como este pormenor comprova, o “papa” condenado por corrupção desportiva tentada está em vias de atingir as graças de, pelo menos, sua beatificação. Há algumas semanas, ele proclamou um advento, o advento do dia do ceguinho. E o dia do ceguinho chegou, enfim, tal como o adventista “pontífice” da corrupção desportiva tentada pronunciou!

Foi este um primeiro “milagre” dos que é costume sacral exigir para a investidura em tais comendas, comendas que nada têm de comum com as que lhe concedem mortais não consignados nessa investidura, eles que mais não foram do que mandaretes do potestativo beato.  
Pode haver, porém, um contratempo. O Papa verdadeiro pode decidir apagar o “milagre” do adivinho em retaliação pelo apagamento da “sobrinha” no museu “brasileiro” de Contumil. Afinal, foi uma “sobrinha” que recebeu tanta bênção quanto o “papa” da corrupção tentada e condenada. Para o Papa, o verdadeiro, a família é um bem preciosíssimo e insubstituível, tanto como a famiglia para o “papa” condenado.  



A quem nada faltou foi ao Belenenses. Não lhe faltou o Benfica – e o árbitro, ele, um ceguinho da famiglia do adventista – e não lhe faltou o “arouca”, aquele “arouca” regional que igualmente foi condenado por corrupção desportiva.
Ao Belenenses sobrou-lhe arte – e, no caso do Benfica, árbitro amigo – para conquistar pontos aos clubes que em Portugal estão a jogar bem, assim o prognosticou o bruxo em tentativa de beatificação.



Quem também entrou em tempos de advento – preparando a festividade do entrudo – foi aquela prosápia de presuntuoso que julga fato engomado e graçola chocarreira a máscara à medida do seu entranhado complexo de inferioridade clubística.
“Um treinador é para treinar”, apregoa o mascarado!
Pois é!

O treinador seu subalterno confirmou, ele que, discípulo da prosápia, dizia que os treinadores dos chamados grandes não tinham por que se queixar dos árbitros e, além disso, seria correcto que, queixando-se das desgraças, se admitissem nobremente as graças.
Pois ele tentou beatificar-se também! Muitos entenderam, mal, que ele atirava a máscara ao chão e festejava antecipadamente o carnaval, rebolando-se nas entrudadas do “mau dia” do árbitro de ontem, coisa que eu, particularmente, não consigo julgar porque não sei se ele, o tal árbitro, apanhou chuva ou sol no seu desempenho.
Eu não entendi isso, do seu desmascarar. O que eu entendi, porque advogo que nem sempre o povo tem memória curta, foi que ele assumia a tal nobreza por si sacralizada e estava em penitência acerca das graças do árbitro que dirigiu o Sporting-Benfica para o campeonato.

Na mesma onda estava o seu desmascarado patrão. A tal “nobreza” do treinamento para o treinador virou em “nobreza” do dirigente para os favores arbitrais. De máscara ao léu na vivência da sua essência, ele se masturbou na penitência dos favores dos golos concedidos em fora de jogo, nutrientes que bastavam ao crescimento da sua prosápia mal amanhada.
O árbitro de ontem não permitiu os fora de jogo aos seus vira-latas em piruetas entrudescas por conta da brisa que soprava.
Errou! E para o mesmo lado porque nem sequer era folgança da época que errasse de caras … e de coroas!



No meio de tantas faltas, que ninguém se desespere, que há uma falta que não falta.
É a falta da falta de vergonha.