terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Estaladas, revoltas e coisas pequeninas

Falou-se aqui há dias de uma estalada de Bruno Alves em Tomás Costa, ambos jogadores do FC Porto. Disse-se que o facto gerou uma grande confusão no balneário “portista” mas o professor Jesualdo veio desmentir, dizendo que estava tudo bem, que o balneário estava sereno.
Com alguma relutância, muita gente quis acreditar no professor. Houve aqueles que afirmaram um castigo na falta de convocação do “estaladeiro” jogador para o jogo seguinte da Taça de Portugal contra o Sporting. E houve mesmo, é certo, até quem especulasse sobre o destinatário das estaladas, uma vez que o próprio suposto agredido também afirmou que com ele não se passara nada. Os mais ousados especuladores deixaram mesmo intuído nas entrelinhas que o professor ou um comparsa da sua equipa de treinamento teriam sido os reais destinatários da refrega.

Mas o professor Jesualdo actualmente muda de opinião num instante. De facto, de “balneário sereno” para a existência de uma “revolta no balneário” houve apenas poucos dias de permeio. Por isso, não se pode levar a coisa muito a mal. Aliás, se quisermos ser justos, temos que louvar a atitude clarificadora do professor Jesualdo. Afinal, há uma revolta no balneário que até já meteu estalada entre os seus ocupantes.

Que toda a gente de boa índole e um pingo de massa cinzenta já sabia da revolta no balneário, também é um facto incontroverso. É, de facto, ainda um facto que aquele balneário é composto de muitos pugilistas, alguns andebolistas e uma pequena dose de jogadores de futebol.
Com uma mistura tão explosiva quanto esta, não pode surpreender ninguém a dita revolta! De resto, os sinais eram evidentes há muito e tiveram o seu episódio mais visível na batalha campal, perdão, “tunal”, a seguir ao jogo da Luz. Que o digam os árbitros que se safaram de boa, mesmo tendo admirado e aplaudido um excelente lance de andebol aéreo em jogo supostamente só de futebol! Que não chegou para apaziguar os ânimos! Compreensivelmente…

E vieram a seguir mais episódios premonitórios. No jogo FC Porto-União de Leiria, os jornais deram notícia de uma pega entre Meireles e Fucile, mesmo durante o jogo, pega essa que foi concretizada por Bruno Alves o qual, colocando-se à frente dos contendores, mostrou-lhes os ferros, perdão, as palmas das mãos e amainou os ímpetos.
Tomás Costa deve ter estado distraído nessa altura e, por descuido, colocou-se mais tarde a jeito!

No meio desta revolta e das suas manifestações pugilísticas, devemos destacar o inocente Álvaro Pereira. De toda a justiça, não se tem falado dos seus presumíveis dotes de artes marciais. Basta relembrar que, acerca das qualidades de Cardozo e de Saviola, disse ser algo que lhe não interessava. Mostrou, por conseguinte, toda a sua pacatez e bonomia.
Ainda bem, não foi, Saviola?

O professor Jesualdo quer ser o herdeiro da carpideira nacional-futebolística Paulo Bento, Paulo Bento mais carpideira forever do que treinador, apesar do “requiem” variadíssimas vezes repetido. O professor Jesualdo talvez pressinta que o seu funeral “forever” de treinador do FC Porto também esteja próximo e vá já preparando a missa do seu velório. É que ele sabe que sairá e não terá direito a exéquias fúnebres como Paulo Bento teve.
De todo o modo, o que importa é que ele vá continuando a carpir as suas mágoas sobre as arbitragens que, sendo amigas do peito do clube que serve, não têm ajudado à “missa” o suficiente, não digo para parar o satélite do seu patrão mas para impedir que a Águia continue a voar lá nas alturas.
As suas carpiduras são bons sinais!


Se o professor Jesualdo não tem sido minimamente coerente com as novenas e com as oferendas, já o seu discípulo rei das estaladas – e de outras coisas, mas nestas só é rei quando tem corpo adversário para malhar – é menos prolixo. Diz o que tem a dizer sem papas na língua, tal e qual como quando tem de malhar no pandeiro de alguém.
Daí que não surpreenda minimamente quando afirma que “as arbitragens não têm favorecido nada”!
Bruno Alves não coloca a falsa questão do prejuízo arbitral. Evidencia a real questão de um menor favorecimento, tendo em conta, como teve, a vivência das circunstâncias concretas. O seu “nada” relativamente aos favorecimentos da arbitragem significa apenas “insuficiente”.
Bruno Alves, ao contrário do professor Jesualdo, foi parco em falácias. Preferiu apelar às evidências e renegar as quimeras.

Não concordo minimamente com Miguel Sousa Tavares quando ele diz que Pinto da Costa é provinciano porque só se sabe meter “com gente pequenina”. Pelo contrário, acho que Pinto da Costa só se sabe meter com gente “grande”!
Veja-se. Já sem falar naqueles “grandes” que o ajudaram na sua anterior “grande” tarefa de esbofetear a aquela que agora é, já tinha sido e fora “ex”, Pinto da Costa amancebou-se com a “grande” primeira dama, agora a grande alternadeira, na palavra de Miguel Sousa Tavares.
Pinto da Costa tinha como seu guarda costas o “grande” homem da noite portuense, agora condenado a uma grande pena de prisão.
E tem ainda como chefe da sua falange de apoio o grande macaco que vive à grande com grandes carros de grandes marcas e que só destoou quando apanhou uma pequena pena porque a sua trupe quis bater na polícia quando, à grande – e à francesa também – se ia refastelando na venda ilícita de bilhetes a grande preço.

Desconheço, portanto, em que é que Pinto da Costa se mete com alguma coisa pequenina.
Pequenina, pequenina, conquanto de grande manigância, talvez só a classificação das suas acções de corrupção desportiva.

Mas, “ó caso grande, estranho e não cuidado”, Miguel Sousa Tavares considera-as grandes acções e nelas repousa a sua grande azáfama de defensor do pequenino Pinto da Costa, com grande alarido contra todos os que as tentam combater porque tais acções são apenas grandes miragens, uma grande cabala de uma “grande” acção concertada entre uns grandes do Ministério Público e o Grande Luís Filipe Vieira!

Pois é, Miguel Sousa Tavares, também há quem considere que, quem nega as evidências e procura atirar sobre outrem o nojo das suas acções é um grande biltre e quem se presta a tudo para defender a corrupção, o compadrio, o nepotismo e o tráfico de influências é um grande escroque.

Afinal, tudo em “grande” no reino “papal”!

4 comentários:

  1. MST deve se dedicar aos romances, porque no resto é do mais tendencioso que se tem visto...

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  2. A canalha é toda a mesma - o papa e os 40.000 fiéis.

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  3. Muito bem, como sempre, grande Gil Vicente. Realmente, veja-se a diferença de tratamento: no Sporting, Sá Pinto e Liedson pegaram-se: 5 minutos depois já todos os jornalistas presentes no estádio o sabiam. No treino do Porto Bruno Alves e Tomás Costa pegam-se: o facto é praticamente escamoteado em todos os meios, falando-se timidamente de uma alegada altercação entre jogadores num treino. É assim que estamos em Portugal.

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  4. Olá e parabéns pela crónica.
    Como sempre incisiva.
    A diferença de tratamento é grande, sim, sobre os pugilatos, e ao menos nós é em campo aberto, como em Setúbal, há dois anos, ehehhe, estou no gozo, mas aí toda a gente sabe e ninguém diz que é às escondidas. Essa do Sporting ainda vai ter que se lhe diga... Digo eu!
    Em relação ao Bruno Alves, esse senhor não só disse isso das arbitragens bem como disse que já estava tudo sanado, o que se tinha passado no treino, e que todos os outros desmentiram.
    Só não viu quem não quis, ele a dizer isso.
    Por isso... Bem, que alguém lhe moa o juízo, a ele, ao professorzeco (o nível do ensino em Portugal está mal por causa de professores assim, não é dos outros que se esforçam a centenas de quilómetros de casa) e desses azuis, que agora sobre o golo do Braga irregular não falam! Ai se tivesse sido do Benfica... Agora ninguém fala, bando de m*rdosos! Todos. E alguns do Benfica, que já deveriam estar a falar a proteger o clube, devem estar à espera que algo aconteça a nosso favor, para terem «crédito». Agora é que era pressionar os árbitros para fazerem um bom trabalho, pacóvios!

    Abraço a todos!

    Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

    http://Bimbosfera.blogspot.com

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