domingo, 4 de setembro de 2022

OS CAPOS INIMPUTÁVEIS DAS FAVELAS PORTUGUESAS

OS CAPOS DAS ROCINHAS PORTUGUESAS

Leonor Pinhão põe a ridículo em primeiro e cimeiro lugar, não o CD da FPF (do Nandinho das facturas), mas as autoridades deste País que se chama PORTUGAL! Em especial, este Governo ridículo que não consegue e não quer governar um território que integra esse País.

Este Governo ridículo que permite uma favela em Contumil governada por um capo do crime com toda a inimputabilidade, e um favela sedeada na Avenida das Seleções em Oeiras, 1495-433 Cruz Quebrada – Dafundo.

Descubram as diferenças entre este Governo e este País de há 40 anos para cá e aquele que é actualmente governado por alguém a que chamam Bolsonaro, com suas favelas bem disseminadas das quais destaco a da Rocinha e o Complexo do Alemão.

 

Leonor Pinhão a lembrar-nos uma plêiade de Jornalistas em declínio acentuado, que foram sendo e são cada vez mais substituídos por um rebanho de pés de microfone a abanar a cauda à ordem do dono e a lerem a cartilha que o seu domesticador lhes ordenou.   

 

 

O presidente da FPF devia demitir este CD que nomeou por ajuste direto e demitir-se a si próprio.

 

O Conselho de Disciplina da FPF é o órgão mais ridículo e patético do nosso futebol. Na semana passada, o CD aplicou uma multa de 21 euros a um jogador por ter festejado um golo simulando fuzilar a bancada com adeptos adversários e empunhando, à laia de metralhadora, o mastro da bandeirola-de canto.

Foram 21 euros de coima, não pela sugestão da execução sumária de parte do público pagante, mas por ter desarrumado a bandeirola de canto do seu lugar. É uma questão de arrumação.

 

O Estado do Futebol goza os seus privilégios e a sua inimputabilidade – “garanto-te que no Porto nunca eras preso”, por exemplo – muito bem arrumado dentro do Estado da República portuguesa e são felizes assim.

 

Este Conselho de Disciplina, nomeado por ajuste direto pelo presidente da FPF, é presidido por uma advogada, professora de Direito, deputada da Assembleia da República e coordenadora dos deputados do PS na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. E foi, justamente, este órgão-ridículo-patético a que preside, o CD da FPF, que esta semana transitou para uma categoria pós-ridícula e pós-patética, a categoria anticonstitucional, ao abrir um inquérito disciplinar a uma jornalista que fez uma pergunta ‘indevida’ a um treinador.

 

O tema já foi amplamente debatido. Parece que toda a gente descobriu, finalmente, que temos o tal Estado do Futebol dentro do Estado da República.

 

Há coisa de trinta anos, era jornalista do ‘Público’ e recebi uma intimação formal, pomposa e cheia de números de artigos de um regulamento qualquer a convocar-me para comparecer na sede da Liga, no Porto, onde teria de prestar declarações no âmbito do processo disciplinar de que era alvo por ter escrito uma coisa qualquer, não me lembro o quê, que terá ofendido alguém, já nem sei quem.

Respondi com a desenvoltura dos verdes anos na profissão dizendo-lhe que eles deviam estar malucos, sendo eu cidadã da República portuguesa e não cidadã de nenhuma Ligolândia a que tivesse de prestar contas ou obedecer a ditames. Até lhes enviei fotocópia do meu bilhete de identidade para não haver dúvidas.

Nunca mais tive notícias do meu processo disciplinar.

Nunca pensei que, trinta anos depois, a notícia da semana pudesse ser a que foi, a Federaçãolândia a fazer o mesmo.

 

O que vai sair daqui, do país das indignações passageiras?

O que têm os nossos legítimos governantes a dizer dos regulamentos da Futebolândia que proíbem jornalistas (e não só) de dizerem o que pensam ao arrepio da Constituição e das leis do país?

O comunicado do CD da FPF é ridículo e o ziguezaguear dos estados de alma emanados pelas suas ‘fontes’ para os jornais é patético.

O presidente da FPF devia demitir este CD que nomeou por ajuste direto e, logo, de seguida, demitir-se a si próprio.

É a minha opinião, tenham lá paciência.


 

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

A FAVELA PORTUGUESA DE CONTUMIL

Palavras atribuídas ao Turista de Vigo, mencionadas por Luís Filipe Vieira:

"garanto-te que no FC Porto nunca eras detido".

Compreende-se e aceita-se como realidade factual. 
Tal como na Favela da Rocinha, no Complexo do Alemão ou no Complexo do Lucas, a Favela de Contumil é um pequeno Estado dentro de outro Estado que pensa, (S. Exª o PR - que julga ser Presidente de todos os Portugueses - a AR - que julga legislar e parlapatear em igual dimensão - e o Governo - que, ao discursar, "Portuguesas e Portugueses", se esquece de mencionar, "contumilensas e contumilenses faveleiros do crime, sua ex.ª senhora macaca" porque ausente está o sôr dr. macaco" ), que manda e governa todo o território e todas as gentes! 

Não manda nem governa!

Se nem os militares estão preparados para assegurarem a soberania interna de todo o Portugal!
E quem já o percebeu há muito foram as forças ditas de segurança nacional e as da dita Justiça. Essas, pura e simplesmente, deram o fora descansadinhas da vida, sem ninguém que as questionasse e, se fosse o caso, as reprimisse. Pois se elas olham os variadíssimos exemplos que vêm de qualquer daquelas entidades, mais do Governo que se diz Governo mas naquela Favela não é Governo mas subalterno, um banana verbo de encher! 

E o chefe da Favela de Contumil, sentado em seu trono do crime, nem sequer se gabarola nem é a esclerose múltipla da massa cinzenta o que boceja!

É o Decreto da realidade do seu mando do crime que se publica, vangloria e relembra aos que se julgam a Autoridade Geral sem o ser! Relembra o Mando para que não se esqueçam!
A Favela de Contumil é um Estado dentro do Estado fundado por Dom Afonso Henriques

quinta-feira, 28 de julho de 2022

O ESPANTO (INJUSTIFICADO) DA BATOTA

Apenas umas poucas palavras sobre a (mais uma) batotice da mafia criminosa de Contumil. Por ser sempre mais do mesmo, não é mais uma que deve causar espanto! 

Mas causou! Nalguns Benfiquistas ainda pouco acostumados aos 40 anos de batotice criminosa inimputável, pregada e consumada pelo papa, mui digno turista de Vigo!
Esses Benfiquistas espantam-se igualmente porque os cartilheiros gaguejantes da comunicação social não perdem tempo com o caso! Estou a referir-me aos pés de microfone adestrados e serventes, não aos soldados rasos que nem português sabem articular, mesmo quando se pretendem passar por "doutores".
Aqueles, porque o seu ADN, geneticamente herdado de Contumil, sabem que dar notícia da normalidade da cloaca em que vivem é só desperdício! Nem em tudo são ignorantes! É só ver o seu ar e o seu comportamento festivaleiro sempre que surge batota criminosa da sua ETAR da Rua da Madalena!
Estes, porque a sua penitência é chorar lágrimas de ranho, em especial por, dizem os asnos, não permitirem ao seu amásio batoteiro conquistar mais troféus!  
Mas que troféus?! Não ganharam nenhum?! Ou seja, ganharam tantos como o infeliz do Lance Armstrong!
Mas, coitados, esses desculpam-se e cospe-se no que dizem e na sua choradeira idiota e imbecil!
No ciclismo, a coisa mija fino! Há uma entidade internacional que não vai em inimputabilidades! 
Não há uma FPF do "nandinho das facturas às deusas", craveiros de flor bolorenta e malcheirosa, ditos disciplinadores disciplinados em Contumil, fontelas de esgotos, brilhantinas encardidas!

Por conseguinte, tudo normalíssimo! Tudo conforme à estrumeira do turista de Vigo! Não disse ele que era bom estar no ciclismo sem o Glorioso? Sempre havia mais desportivismo criminosamente batoteiro, dizia! 
E palavra de pontífice da criminalidade da palermo portuguesa sempre tem valido! Ou também já não se lembram dos (in)justiceiros da (in)justiça civil que o rodearam?! Nos avisos e nas conversinhas carnavalescas mascaradas de julgamentos?!
Nunca houve em Portugal alguém tantas vezes constituído arguido e absolvido ... por falta de provas! Esses arautos da santificação da inimputabilidade só não conseguiram absolver as escutas do apito dourado e os factos reais, e na primeira pessoa, que elas contêm!

Viva, pois, a excepção à inimputabilidade criminosa de Contumil!

domingo, 17 de julho de 2022

 MAURO XAVIER


Há sempre um BENFIQUISTA que resiste, há sempre um BENFIQUISTA que diz NÃO!

O inimputável da (in)Justiça portuguesa há anos em busca de uma barrela que limpe e branqueie o seu mundo do crime plasmado nas escutas do apito dourado. Mas as escutas... os factos que o fugitivo de Vigo confessa!... São factos da História! Por isso, não há barrela que os possa branquear!

 

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A entrevista de Pinto da Costa foi um clássico da silly season. Foi um conjunto de recados, omissões, frases com graçolas e regionalismos com o objetivo de reforçar um clima de medo e de intimidação que não se coaduna com o século XXI. Vive do ciúme pelo Benfica.

Felizmente no Porto, muitos não acham normal que jogadores e adeptos insultem o Benfica gratuitamente, nem que se tente intimidar tudo e todos! Pode ser idolatrado pelos seus, mas nunca será respeitado por nós. Por uma questão de educação nunca responderei da mesma forma, seria fácil demais.

Não fomento o ódio nem a divisão. Adoro a Cidade do Porto e os Portuenses, respeito o rival e tenho grandes amigos no Porto e do FC do Porto.

Após 40 anos disto quer branquear o passado mas não esquecemos que as vitórias que alcançou foram trilhadas pelos caminhos mais obscuros do futebol em Portugal e que aguardo com expectativa o desfecho do processo cartão azul.

Recebi através das redes sociais largas dezenas de ameaças. Estratégia conhecida que funciona como cruzada de Quixote onde se pretende encontrar um inimigo externo que não existe. Continuarei a denunciar e combater tudo o que não promova a transparência ou a verdade desportiva. Que se audite o VAR. Que se apliquem critérios uniformes nos mesmos lances, que haja mais controlo anti-dopping, que se reformulem as competições nacionais. Que se valorize os jogadores.

Sobre isto nunca há nada para dizer. Diz o proverbio popular, amigos amigos, negócios à parte, mas no Porto só há negócios entre amigos e para amigos.

Não preciso do Benfica para viver. Preciso do Benfica para ser feliz. Por minha opção não sou remunerado em nada que envolva o Benfica. O Benfica não é pão. O Benfica é paixão.

Vivendo há 40 anos num ambiente de bajulação é natural que Pinto da Costa tenha uma perceção diminuída do mundo real. Pelo que não compreende, nem nunca compreenderá, como alguém independentemente da sua profissão, possa ser livre enquanto cidadão e adepto de futebol.

O senhor Pinto da Costa, um amante de literatura, deveria recuperar os ensinamentos de Garrett que, referindo-se ao Porto, dizia: “ Se nessa cidade há muito quem troque o B pelo V, há muito pouco quem troque a honra pela infâmia e a liberdade pela servidão”. Não sendo portuense não poderia rever-me mais nesta afirmação.

Confesso, no entanto, que foi com muito gosto que recebi es “medalha”, pois se a minha voz não incomodasse, não seria referido numa entrevista de fundo com tanto destaque. Sigo, por isso, livre e continuarei a dizer o que penso, na defesa do Benfica.

(Mauro Xavier, programa “pé em riste” da CMTV, 11/07/2022)

quarta-feira, 18 de maio de 2022

 


News Benfica

EDIÇÃO Nº787 | 18 MAIO 2022

BASTA!

 

Esta edição da News Benfica é dedicada à inenarrável apreciação do Conselho de Disciplina da FPF acerca de declarações de Rui Costa proferidas após o jogo com o Gil Vicente, na Luz.

 

1

Aí está ela, mais uma, a solidificar a ideia do caráter singular, caricato e imprestável da equipa que compõe o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, particularmente notabilizada por decisões e apreciações estapafúrdias, como estas da multa ao Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, e da argumentação que a suporta.

 

2

Basta deste Conselho de (in)Disciplina! É tempo de colocar um travão neste desvario.

Rui Costa disse "basta" e foi acusado de incitamento à violência. Não se ria, caro leitor, isto é grave.

Diz o Conselho de (in)Disciplina que a palavra se enquadra numa "aproximação perigosa, ainda que subrepticiamente, de um incitamento a comportamentos violentos por parte dos adeptos".

 

E, para agravar, recusa a atenuante dos serviços prestados por Rui Costa ao futebol e ao país, os mesmos evocados para aligeirar o castigo ao jogador do FC Porto, Pepe. Má sorte de Rui Costa, que já não está disponível para representar a Seleção e que, ao contrário de Pepe, não tem inúmeros vídeos publicados no Youtube com agressões e outras tropelias perpetradas ao longo da carreira.

 

3

No limite, é o próprio Conselho de (in)Disciplina a incorrer em "aproximação, ainda que subrepticiamente a comportamentos violentos por parte dos adeptos".

Fá-lo, por exemplo, ao branquear, nuns casos, a violência em campo, noutros a castigar quem, no exercício da liberdade de expressão, legítima e cordatamente, manifesta o seu desagrado após uma arbitragem miserável.

Faz lembrar a obra de Robert Louis Stevenson, "O estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde". Só é pena que este Conselho de (in)Disciplina pareça reunir-se durante o dia numas ocasiões, noutras à noite, especialmente quando se trata do Benfica.

 

4

Por fim, se dizer "Basta" é considerado um incitamento à violência, o que dizer das reiteradas manifestações de regionalismo bacoco, da violência em campo, do comportamento selvático nos relvados após desaires, de assistentes de recinto desportivos a insultar e agredir jogadores, de bonecos insuflados "enforcados" em viadutos, da estranha predileção pelo arremesso de bolas de golfe, de pedras lançadas sobre carros e autocarros em autoestradas, de roubos de bilhetes em Tondela, de insultos a adversários durante festejos, da coação e intimidação a árbitros no Centro de Alto Rendimento da Maia, etc., etc., etc.?

 

5

Basta! Mil vezes repetimos basta!

 

Basta de desrespeito ao Benfica!

 

Basta de fazer do futebol português uma anedota!

 

Basta deste Conselho de Disciplina! 



terça-feira, 27 de abril de 2021

DA SÉRIE *O TURISTA DE VIGO*


TEMP. 41.    EP. 100.000.001


RESUMO DO EPISÓDIO:

Em geral, sempre mais do mesmo.

Nas barbas do Turista de Vigo, desta vez o capacho Pinho, roedor de algumas côdeas do da Costa, filho, arriou nas fuças de um camaramen que, tal como os seus colegas, se esqueceu de lamber as botas, a preceito, ao dito Turista de Vigo.

A "Eminência" Queiroz, senhor do CNID, foi visto em corrida desalmada, buscando a retrete mais próxima, (a das antas está penhorada), para arriar os cueiros e limpar a merda a fim de poder ser maquilhado e sua carranca absorver as suas mentiras descaradas, desmentidas em directo.

"Nandinho" das facturas das deusas foi visto ao longe a sorrir à sucapa e a ordenar a feitura de um comunicado para limpar a merda e fazê-la entrar, quanto antes, no silêncio dos nado-mortos. O Craveiro foi visto a dar-lhe palmadinhas nas costas, todo sorrisos e a engendrar mentalmente o próximo episódio.

O Justiceiro Meirim foi de férias, deixou nos placards da (in)justiça a sua doutrinação da encíclica "papal" do sempre presente Turista de Vigo.

O rolha Proença foi pôr mais brilhantina para ir ao baile fazer a dança do ventre mais o seu amásio macaco. A Carneiro disfarçou os ciúmes com o cachecol da "prefiro ser puta do que..."

O Secretário de Estado do Desporto veio mui asinho vociferar, "isto não pode acontecer, o Exmo Turista de Vigo faz muito bem ordenar ao capanga que lhe apetecer porque, não se tendo maquilhado ainda a preceito de capo da Palermo de Contumil, o do "olha o passarinho" não tinha que disparar o flache.

O J. Marques foi pagar aos credores, diz que já tem cães à perna que chegue, esperando pela migalha do osso que promete chegar em dia de nevoeiro.

O macaco, depois da dança do ventre "abrilhantada", foi com seus capangas "pintar" o talho do Mota, seguindo-se uma visita ao pasteleiro, que ele agora já não treina na Maia.


Quanto ao próximo episódio, só podemos, por agora, descobrir um pouquinho do véu :

*A IMPUNIDADE CONTINUA, AGORA NÃO DOURADA MAS BANHADA DE PURO OURO DE 41 MILHÕES DE QUILATES*.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

ALUCINAÇÕES - O apagão não engana

 

ALUCINAÇÕES

 

Depois da comoção nacional em torno da comissão de honra de Luís Filipe Vieira, foi importante a pressão mediática e popular para a aplicação do mesmo critério ao Sporting e ao Porto, tendo sido relevante a saída do procurador da República João Palma dos órgãos de Alvalade e as saídas dos presidentes de câmara do Porto e de Gaia e dos deputados do conselho superior do dragão, a par da saída da irmã do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira – Rita Moreira –, da administração da SAD dos dragões. Aplicar o critério era isto. Afinal, foi só delírio.

O apagão não engana

Qual é o critério para, nos Panama Papers, divulgar de pronto os nomes dos alegados políticos envolvidos e, mais de quatro anos depois, continuar a não se saber os nomes dos jornalistas avençados pelo saco azul do GES/BES?

Num Estado de direito democrático, a lei deveria ser o essencial do critério de ação e a sua aplicação ser uma operação linear, mas não. O que se constata, sob o ponto de vista dos cidadãos, é que o exercício de deveres acaba por ser simples e linear, mas a sustentação dos direitos enfrenta múltiplas dificuldades, sendo tudo menos objetiva e previsível.

Basta ver o que acontece com o pagamento de impostos ao Estado e o que se passa na órbita da administração da justiça – a linearidade da tributação e o labirinto de arbítrio, de imprevisibilidade e de inconsistência da justiça.

 

Simbolicamente, a justiça pode apresentar-se cega, mas há muito que está dotada de GPS e de calendários que lhe tolhem o normal funcionamento, levando-a para caminhos e soluções divergentes com o perfil de um Estado de direito democrático.

Em demasiadas ocasiões, ninguém percebe o critério aplicado para a investigação, o rationale das decisões e o sentido comunitário de alegadamente se querer aplicar uma visão da lei e de o não fazer a outros.

A insegurança em relação a um dos pilares maiores da vivência comunitária instalou-se e é alimentada diariamente por contradições, promiscuidades entre o sistema de justiça e os media e incompreensões.

É, no fundo, o resultado de uma degradação geral da administração da justiça, no conteúdo, no tempo e no sentido, em que o Presidente da República e os políticos bem podem elogiar os resultados, mas não iludem a miserável realidade concreta.

Os políticos geraram um sistema de privilégio e de ausência de escrutínio da administração da justiça que deu margem para a criação de um modelo em que o arbítrio, os interesses e a falta de senso imperam. E de pouco valerá quererem fazer da Operação Lex um exemplo, quando o sistema está cheio de distorções graves e com as quais os políticos e os participantes na administração da justiça convivem, sem qualquer esboço de indignação ou contestação.

 

O facto de haver juízes suspeitos na Operação Lex aparenta ser mais um exercício de foguetório para que o resto fique na mesma, num momento em que se assiste, por exemplo, ao branqueamento pelo sistema de investigação judicial do pirata informático Rui Pinto, só porque, à margem da lei, fez o que alguma justiça gostaria de poder fazer: conseguir, na órbita digital, ter uma intervenção sem critério, à margem da lei, que lhe permita atingir determinados fins sem olhar a meios.

Ter o diretor nacional da PJ a abonar um criminoso digital é isso. É a consagração da intenção de prosseguir uma justiça no plano digital sem critério, sem olhar a meios e com um foco preguiçoso da obtenção de provas – provas para alimentar os preconceitos, as narrativas e o arbítrio, não para dar expressão a exercícios de um verdadeiro Estado de direito democrático.

 

Mas qual é o critério?

Para, nos Panama Papers, divulgar de pronto os nomes dos alegados políticos envolvidos e, mais de quatro anos depois, continuar a não divulgar os nomes dos jornalistas avençados pelo saco azul do GES/BES, alguns presumivelmente a comentar a atualidade noticiosa com alta pose de autoridade moral?

Para, no caso BES, ver ficar de fora da acusação personalidades que gravitaram na órbita de Ricardo Salgado, que terão tido tanto conhecimento e participação na sua gestão e nos desmandos, uma delas só porque é companhia do Presidente da República, ele próprio participante e usufrutuário de benesses da personagem central do enredo?

Para, no caso Lex, Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BES Angola, acionista do grupo Impresa e do Sporting Clube de Portugal, ter ficado de fora da órbita das acusações depois de ter sido profusamente enunciado pelos media como sendo suspeito de corromper o juiz Rui Rangel?

Este monumental apagão do Ministério Público acontece por que razão?

Com que sentido?

 

 

Poderiam ser mais, mas são apenas três exemplos que ninguém compreende. Quem conheça um pouco do funcionamento da justiça e da sociedade portuguesa não pode deixar de se indignar com a ausência de critério na ação da justiça, que investiga uns e se conluia com outros, acusa uns e apaga outros, condena na praça pública e iliba outros nas omissões, num bailado de efetiva inconsistência, promiscuidade e impunidade que constitui um dos maiores atentados ao Estado de direito democrático.

 

Neste contexto, com os apagões e os branqueamentos em curso, a acusação a Luís Filipe Vieira no âmbito do processo Lex pretende ser apenas uma cortina de fumo para a gravidade de tudo o resto, da administração da justiça ao apagão de Álvaro Sobrinho da acusação.

Ou será normal que o fisco se aproprie de 1 milhão de euros de alguém e só ao fim de oito anos é que esse alguém consegue que um tribunal reconheça que o Estado não agiu bem e lhe devolva o dinheiro que era seu?

É que oito anos são 10% de uma vida. Coisa pouca.

 

Infelizmente, este como outros apagões não enganam. Vivemos num contexto de incertezas em que as intermitências do Estado de direito democrático dão espaço a uma perigosa incerteza que nada tem a ver com o cumprimento da lei, basta que o arbítrio de alguém do sistema queira e o cidadão torna-se o alvo. Mesmo que faça o que outros fazem, mesmo que tenha direitos, mesmo que tudo, basta sair na rifa.

E isso não deveria ser o critério nem quatro décadas de democracia deviam permiti-lo. 
Enfim, os apagões não enganam.
(António Galambra, in Jornal i, 21/09/2020. Arranjos de configuração próprios)