domingo, 29 de novembro de 2009

A BASÓFIA PRESUNTUOSA DOS SPORTINGUISTAS

Nunca como nos últimos tempos se ouviu um tão barulhoso e fastiento repetitório a reafirmar que o Sporting é um clube diferente. E tamanha repetência enfatuada tem surgido dos próprios dirigentes sportinguistas. Fica sem saber-se ao certo o que pretendem com a evidencial proposição que já advém da sua congénita fecundação.

Todo o mundo está até enfastiado de saber há muito tempo que o Sporting é um clube diferente e que os sportinguistas se julgam fatuamente diferentes.
O Sporting nasceu ainda no tempo de reis, príncipes, duques condes e viscondes, conquanto o seu sangue azul já estivesse palidamente escoado pelos bolsos surrados da busca de um vintém que por lá escasseava.
O seu fecundador foi um visconde da ralé nobre dos tempos seus contemporâneos que pretendia um clube de linhas aristocráticas mesmo moribundas que se pudesse opor e reafirmar uma diferença de classes perante um clube já nascido do povo e que se ia afirmando pelas vitórias que chamavam a atenção dos fachos da sociedade contemporânea.

A diferença congénita do seu parturejar, com seus sucessíveis genéticos, deu os seus frutos pouco depois através do surripianço. Uma forma brilhante, aliás, de acentuar devidamente a sua diferença é o gamanço porque os bolsos e os fatos farrapentos a isso obrigavam.
Começou assim o Sporting por gamar uma equipa de futebolistas do clube das simpatias de um povo cada vez mais senhor dos seus destinos e dos destinos dos viscondes e companhia. Um povo que começava a abafar esses bafientos e jactanciosos viscondes de bolsos rotos e sapatolas tamanqueiras.
Nada melhor, pois, do que a surripiagem para evidenciar a diferença.

Mas, ó coisa estranhíssima e nunca vista, o clube do povo continuava a ganhar e o clube dos viscondes e dos gamanços sempre a perder!

Passou-se quase um século e o clube diferente estava já há quase 20 anos sem ganhar nada de jeito quando um fiel descendente dos viscondes do gamanço, Cintra de alcunha, resolveu seguir as pisadas dos seus antepassados, surripiando mais uns jogadores ao clube do povo, agora Maior, muito Maior do que então pela sua costumada glória de vencer.
E de novo, coisa estranhíssima e nunca vista, o clube do povo haveria de ganhar a seguir e o clube dos viscondes e seus descendentes farroupilhas continuava na sua miseranda e apropriada condição.

Naturalmente que, mais nos nossos dias, o acordo bastardo e bacoreiro com os personagens do reino da batota desportiva nacional, a troco de umas miserandas migalhas de um lugar à frente do clube do povo, é apenas mais um sinal da vitalidade galdéria do clube diferente.
E se ainda mais proximamente um acabado eleito presidente do clube diferente salta e rodopia como um tontinho a gritar que quem não salta é lampião, um néscio despreocupado com os afazeres para que, presumidamente, teria sido eleito, tudo não passa de uma continuada demonstração da diferença de um clube … diferente!

O Sporting e os sportinguistas nunca se preocuparam com o seu clube mas com o clube do povo, o Grande, o Imortal, o Glorioso Sport Lisboa e Benfica.
O Sporting nasceu anti Benfica antes de ser Sporting.
Os sportinguistas nasceram anti Benfiquistas antes de serem sportinguistas, se é que algum dia o serão de facto, de corpo inteiro conquanto farrapento na inclinação clubística.

Não é isso que nos causa espanto nem surpresa. Os Benfiquistas acostumaram-se assim desde o nascimento do seu clube e assim desejam manter-se acostumados porque a inveja e a dor de cotovelo só plasmam na realidade a grandiosidade do Benfica perante a tacanhice da pequenez do Sporting.
Por isso, também não nos surpreendem os ditos de alguns “fadistas” que se dizem sportinguistas.
Atentemos apenas neste desassisado que se assina como Daniel e escreve umas basófias no pasquim a que também se chama recorde de mentiras e das mentiras.

Escreve o nosso onzeneiro estrafalário que desde há anos se vem irritando pelo facto de “os sportinguistas dedicarem ao Benfica uma atenção desmedida”.
Entre outras futilidades, acrescentava que “chega a ser humilhante esta fixação por um clube que, até esta época, se batia, sem sucesso, para chegar ao pódio”.

Não sabemos, evidentemente, como se compõe, para o nosso “fadista”, o “pódio” que refere. Não sabemos se esse pódio, tal como os outros pódios que todo o mundo e o (bom) senso comum assimilam, é composto pelos três primeiros lugares, se apenas pelos dois primeiros ou, quiçá, somente pelo primeiro.
Seja como for, o “até esta época” parece englobar um período conveniente à zurreira do nosso farrapão. Se nós, efectivamente, nos alongarmos só mais um bocadito, conseguimos decifrar que o primeiro lugar do pódio foi há muito menos tempo ocupado pelo Benfica do que pelo Sporting.
Mas o presuntuoso zangamento do nosso “fadista” com os seus é apenas um sublimar da sua vontade jactante de dedicar ao Benfica aquela “atenção desmedida” que o “irrita”, de tal modo que a sua irritabilidade não se espelhe e reflicta em frente do seu nauseativo nariz.
Por isso, escreve que, quando as coisas correm bem ao Benfica, mais se lembram, eles, os sportinguistas, de que isso os irrita sobremaneira e que os Benfiquistas se transformam numas “sarnas”.

O farsista engana-se, naturalmente. Se eles têm sarna é porque ela é congénita e geneticamente se tem disseminado pelos sportinguistas numa endemia que lhes fica a condizer.
Escreve depois, no seu delírio aguado, que os Benfiquistas ficam “com o rei na barriga e que bastam “umas vitoriazinhas”, para lá caber uma “corte inteira”, pelo que “a sua fanfarronice atinge o delírio”.

Os benfiquistas há muito que conhecem de ginjeira estes farrapilhas sportinguistas e o seu torturado faduncho. Sabendo que só a dor de corno e tremenda inveja é que os alimenta, os Benfiquistas são demasiado altruístas – ou não fossem filhos do povo e do povo Benfiquista – para lhes secarem o alimento.
Pelo contrário, compreendendo perfeitamente que, apesar dos gamanços de jogadores e de toda a sua inane ostentação de estulta grandeza, o seu clube só conquistou 8 campeonatos em meio século – o que, imagina-se facilmente, é um factor deprimente relevante para que, sendo já um clube do meio da tabela portuguesa ainda jactanciosamente se julga alguém – chamar “vitoriazinhas” às imensas e grandes vitórias do Benfica nesse mesmo meio século é só uma forma de se julgar mais aconchegado com a miserenta prestação do seu clube.
Depois, não nos aflige que o sacripanta diga que os Benfiquistas ficam “com o rei na barriga” ou até com “a corte inteira”.
Quanto a reis, marqueses, duques, condes e viscondes do actual Portugal, essa zurrapa anda identificada com riscas verdes e brancas.
Quanto à “corte inteira”, foi a única catarse na sua inanidade. Os Benfiquistas são, de facto, praticamente a “corte inteira” do povo deste País. Sportinguistas e outros que tais são apenas apêndices de uma bastardia que o infecta, alguma dela até pela batotice corruptiva que tem impregnado putrefactamente o futebol nacional.

O desejo mais premente e actual do bazófio Daniel passava ainda por uma vitória do seu clube sobre o Benfica. Era a única maneira, escrevia, de um povo inteiro ficar sossegado por tanta “fanfarronice” Benfiquista, calando-os.

O seu clube diferente bem o tentou, de facto. Como qualquer clube de bairro ou dos desafortunados das segunda e terceira divisões, apresentou um batatal de lama como um sucedâneo indigente de relvado, tudo a condizer com uma presuntuosamente dita academia que de academia só se distingue por ser uma pedreira de pedrada.
Porém, estes resquícios de parques ainda ditos de desportivos pretendem ser, naturalmente, mais uma marca de um clube diferente, embora ainda há pouco tivéssemos tido notícia de um campo de futebol de que duvidamos houvesse diferença acentuável com o lamaçal ou batatal a que chamam de Alvalade século XXI, num desaforo mais à decência da conformidade dos epitáfios com a realidade dos epitetados.

Mas, convenhamos, o obnóxio Quintela acaba por ter razão quando vem dizer que jogaram, eles, sportinguistas, contra os agricultores de Carnaxide.
O Povo, de facto, e o Povo Benfiquista que o consubstancia na sua imensa maioria, é agricultor, fazendeiro, industrial, comerciante, trabalhador, mestre de obras, professor, doutor, engenheiro.
É tudo, só não é visconde falido de fato surrento e bolsos vazios.
Porém, no batatal de lama escanzelado e famélico, era a classe dos agricultores que melhor podia fazer o reviralho.

E fizeram-no em parte, para desassossego do saloio Daniel e da sua escumalha maltrapilha! Não para ele “engolir a bazófia”!
De facto, por que e de que teriam os sportinguistas bazófia?
Agora, nem do sangue azul congénito porque até nisto a genética há muito que escorraçou as últimas pinguinhas!

11 comentários:

  1. È UMA DELICIA LER ESTES ARTIGOS FABULOSOS DO MEU AMIGO GIL VICENTE, FANTASTICO....

    UM BEIJINHO..

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  2. Grande post. Espetacular!! Felizmente depois de sair do Antitripa consegui achar aqui o GLORIOSO sr. Gil Vicente para poder continuar a deliciar-me com os seus textos.

    Saudações Benfiquistas!!


    ass: ÀBenfica

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  3. Minha excelsa rainha

    Nisto de luta pelo nosso Benfica tenta fazer-se o que se pode.
    Agora, comigo, maltrapilho que ouse tentar apoucar o nosso Benfica leva troco à medida que a minha massa cinzenta conseguir.
    Fico muito contente por nos ter visitado.
    Um beijinho.

    Caro Anónimo
    Este cantinho é meu de nascença e tinha-o deixado um pouco órfão com o Antitripa.
    Mas não demorou muito para verificar que nem eu me dava com o caminho do Antitripa, nem o caminho do Antitripa se dava com o meu caminho.
    Assim, resolvi dedicar-me ao meu cantinho.
    Eu não me importo de ter poucos ou nenhuns comentários.
    O que eu gosto é de escrever e defender o Benfica com todas as forças que eu conseguir.
    Eu gosto muito de escrever, por isso escrevo.
    Escrevo onde me sinto bem, escrevo aquilo com que me sinto bem.
    Obrigado, pois, não apenas pela sua visita mas ainda pelos elogios, embora entenda que estes são merecidos é pelo nosso Benfica.
    Um abraço.

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  4. Caro Gil Vicente. Post arrasador para os lagartos! Abraço.

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  5. Caro Manuel de Oliveira

    Para estes pelintras que se julgam ainda alguém e que tentam apoucar o Benfica, tudo é pouco para os colocar no devido lugar.

    Um abraço

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  6. Caro Gil, a verdade é que com este post, os lagartitos, foram mesmo colocados no devido lugar.

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  7. Amigo Jotas

    Tem de ser assim. Eles sabem que não valem nada, que são uns vendidos ao sistema corrupto e ainda vêm falar dos outros?
    Num post posterior, tenho mais matéria para escarafunchar o "melro" do Daniel. Ele não perde pela demora. Já há muito que ia juntando dados.
    Agora começaram a sair.
    Tem de ser assim. Os Benfiquistas têm de responder a estes rastejantes, olho por olho...
    Um abração

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  8. Caro Sr. Gil Vicente

    Por motivos profissionais,e devido a longas temporadas fora do país, não tenho comentado os seus brilhantes posts. Mas garanto-lhe que a leitura dos seus escritos são momentos de puro prazer.

    Os leôzitos e os andrades estão sempre a falar do GLORIOSO. Percebe-se. Existem em função do GLORIOSO.

    Abraço amigo

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  9. Caro am

    Fico realmente grato pelas suas palavras. Pensei que, por motivo que não descortinei, estava "zangado" com o coração encarnado.
    Eu fiz alguns comentários no seu cantinho mas também não disse nada.
    É certo que os afazeres da vida, muitas vezes nos impedem mais do que uma vista de olhos apressada.
    Compreende-se naturalmente.
    O que importa é que tudo continue bem.
    E cá vamos todos juntos defendendo o nosso Benfica com unhas e dentes.
    Um grande abraço

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  10. Belo poste, como sempre do grande Mestre.

    Pelas pedradas atiradas ao nosso belo e reluzente autocarro, se poderá fazer melhor juízo, de quem foram as primeiras pedradas em alcoxite...

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  11. Pois é, grande General

    Não eram precisas estas pedradas para todo o mundo saber de quem foram as pedradas na pedreira a que chamam de academia.
    E é uma academia, só que é uma academia da pedrada.

    Um abraço

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