quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Dias Ferreira – o mártir de sangue azul

Dias Ferreira é um muito dilecto adepto – e agora também dirigente – da agremiação desportiva dita de sangue azul, de sangue de viscondes e viscondessas que já nesse tempo, no tempo da sua parturição, começavam a sentir os bolsos surrados de tanto as mão neles enfiarem à procura dos últimos vinténs de uma nobreza em declínio.
Esta agremiação desportiva que, na gíria futebolística actual tem a alcunha de satélite de estimação do clube do reino da corrupção desportiva pela qual este último já, aliás, foi meigamente condenado, é designada nos meios mais atreitos à formalidade de Sporting Clube de Portugal.

Antes de avançar na descrição mais objectiva dos martírios por que, nos últimos tempos, tem passado Dias Ferreira, o mártir de sangue azul – falamos dos de origem física, naturalmente – faça-se um interlúdio para melhor explicitar uma afirmação adjectivante que, aos olhos dos menos atentos, será pouco condizente com a realidade, não aquela realidade que se plasma aos olhos de todos no quotidiano, mas a que se desenrola na escuridão onde se delineiam os caminhos da manigância, da tramóia e dos chistes que são “elogiosos” e “prestigiantes” mais de quem os profere – uma visão real, não virtual que o seu espelho lhes dedica – do que dos seus potenciais e queridos destinatários.
Refiro-me ao qualificativo “estimação” que faz recordar os mimos com que Pinto da Costa presenteou – em conversas privadas com seus amigos de serviço – nomeadamente um Senhor, ao que dizem, com letra grande e chamado “Paulinho”, e um senhor que aquele presenteador mimoseou como “o cavalo branco” e que, se a memória me não atraiçoa, como julgo certo, se refere à actual pessoa do Presidente do Sporting.
A “estimação” é, por conseguinte, mais destinada aos que mendigam as migalhas e que aprenderam alegremente o “quanto mais me bates, mais gosto de ti”, que um olhar de caridade compassiva é suficiente para lavar da memória os eventuais maus tratos do amo.

Dias Ferreira, o mártir de sangue azul, tem sido – ninguém o duvida e os sportinguistas ainda menos, sob pena de ingratidão – um bom aluno e defensor da vassalagem da migalha. Não merecia, pois, que os sportinguistas fizessem dele o saco de treino das artes pugilísticas onde os seus confrades, à míngua de sangue azul com que ainda muitos se tentam pavonear na actualidade, vão descarregar as suas naturais frustrações, de resultados e de vinténs para os obter.
Além do mais, a Dias Ferreira, o mártir de sangue azul, as poucas coisas que lhe podem apontar nem sequer deveriam ser merecedoras de castigo! Dias Ferreira, o mártir de sangue azul, tem, efectivamente, sido um mui digno assertor da doutrina da subserviência do acordo Roquette-Pinto da Costa e nem sequer tem especiais responsabilidades na condução dos destinos rumo à falência do seu clube de sangue azul.
De resto, ainda por falar de sangue azul, Dias Ferreira, o mártir de sangue azul, tem a seu crédito precisamente o manter bem na memória das gentes esse sangue – azul – que presunçosamente também afirma correr nas veias de um clube tão moribundo quanto esse sangue azul de que se tenta pavonear.
Tudo isto deveria ser motivo para que, em vez de saco de treino das decepções dos seus confrades, lhe prestassem o devido louvor de “dragão do ano” ou coisa parecida.

E a que é que temos assistido?
Dias Ferreira, o mártir de sangue azul, quis em devido tempo candidatar-se à direcção dos destinos do seu clube.
Recompensa?
Um arraial de porrada seguido de um trambolhão nos degraus de uma escada, acompanhados do aviso de “amigos” – quem te avisa, Dias Ferreira, mártir de sangue azul, teu amigo é – para retemperar a sua pretensiosa ambição e ir em busca de outros condimentos.

Mais hodiernamente, investido apenas na mera e simbólica função de tentar conduzir os destinos de uma assembleia cheia de azedume pela falência dos resultados desportivos e pela falência económica que o seu clube apresentava, pecado que em tão propagandeada descendência de sangue azul é imperdoável, lá tem de ser de novo martirizado, não pelo fogo em auto de fé como recearia o Dr. Rui Moreira, mas pela chapada e à joelhada.

A ter alguém de ser mártir de sangue azul – não falamos, como é óbvio, do martírio dos adeptos – então era Espadinha quem mais o merecia! O senhor actor não apenas se apresentou vestido de ganga à maneira da “populaça” de sangue vermelho, sem gravata, fato engomado com colete e tudo, como era e soava de boa praxe, mas ainda teve o descaramento de disso fazer gabarolice!
Tratou-se de uma apresentação “à lampião” com muita a honra – para nós, Benfiquistas – sendo sabido que até é possível algum dos surradores ter gritado a Bettencourt, “não ao apoio a Fernando Seara para Presidente da FPF”!

Mas, pasme-se, Espadinha escapou à surra, Dias Ferreira, o mártir de sangue azul que nada fez para o merecer, esse foi corrido à chapada e à joelhada!
Bem, é o preço dos mártires, que não é mártir quem quer!

Dias Ferreira sabe que o clube planeta, à volta do qual o seu gravita em busca das migalhas que sobram, é dirigido por um chamado “papa” que mentiu ao próprio Papa, o verdadeiro, e foi condenado faz de conta só na justiça desportiva da ocasião por uma corrupçãozita na forma tentada.
É um “papa”, pois, um bocado diferente dos outros Papas, os verdadeiros. Estes, condenam-se à santificação pelos seus pergaminhos, sacrifícios e boas obras. Aquele, luta por não ser condenado conforme às exigências das suas manigâncias.
No entanto, todos eles obtêm a satisfação dos seus anseios. Se os Papas, os verdadeiros, são condenados à santidade, o “papa” da mentira é “condenado” às indulgências ajuizadas da nossa justiça civil.

Se o Senhor, Dr. Dias Ferreira, conhece estas escapadelas indulgentemente ajuizadas, por um lado, e estas santificações, por outro, por que não lança o seu grito do ipiranga, «basta de ser o mártir de sangue azul, eu que até me revezo nas juras desse sangue azul, generescente de viscondes e degenerescente no hodierno abraço “papal” da corrupção desportiva que o nosso clube subservientemente acordou»?!

Perante todas estas safadezas injustiçadas, até já estamos convencidos que Dias Ferreira, o mártir de sangue azul, quer mesmo ser o mártir de sangue azul. Mas também estamos completamente convencidos de que, com o seu martírio, nem consegue a condenação à santificação dos Papas, os verdadeiros, nem consegue a absolvição e as indulgências ajuizadas de que beneficiou o “papa” mentiroso.
E temos de ir suportando, de vez em quando, a notícia da sua martirização, ainda por cima tornada efectiva por agentes de sangue azul. Ou azul advindo da sua gabarolada génese, ou daquele mais moderno azul que provém da sua degenerescência subserviente.

Com franqueza, Dr. Dias ferreira, mártir de sangue azul! Para nos facilitar a passagem do tempo em boa disposição, já nos bastam as cambalhotas desportivas do seu subserviente clube!
Sem esquecer os “admiráveis” sketchs de Bettencourt, bem entendido!

4 comentários:

  1. Muito bom. Excelente post. Esse espécime de palito na boca é um anti-benfiquista primário. Sangue Azul? Deve ter é o sangue amarelo da raiva que emana daqueles poros.

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  2. O que dizer? Apenas que está fabuloso

    Bom FDS

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  3. Eheeheheheheheh... É como já disse antes, li 3 posts de seguida do Gil, dois mais recentes que este e este, e são todos fenomenais.
    Só um reparo, caro Gil, não são só os sketches do clube que nos fazem rir, ou melhor, cenas deste é que são, para mim, cenas do clube, ehehehe, é tudo o mesmo, vá, seja este ou o clube, é tudo clube! A última da AG no programa foi demais... Eehhehehehe!!!

    Abraço

    Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

    Bimbosfera.blogspot.com

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