terça-feira, 5 de outubro de 2010

As compensações do sistema: O rebuçado dos “observadores” e a chupeta de Xistra

Valha-nos Deus! O sistema futebolístico nacional não tem imaginação. Não tem massa cinzenta que a germine nem tem muito por onde escolher. Rouba o boi logo que reabre o açougue, distribui a seu tempo o rebuçado falsamente retributivo. E volta contente ao seu estado de permanente tramóia, sem descanso no esventrar da verdade desportiva, uma verdade que afronta as suas consciências e também as dos justiceiros portugueses, uns e outros a preferirem o festival ininterrupto da batota, numa momice de consagração etérea da sua própria imanência de seres fecundados na aldrabice.
Que a família Benfiquista não se deixe – tenho a certeza de que não – embasbacar por estes basbaques da falsa indulgência.

Com toda a pompa e circunstância, a comunicação social veio revelar não apenas as apreciações dos observadores dos árbitros que arbitraram dois jogos do Benfica mas ainda as causas dessas apreciações. Causas bem explicadinhas e com todos os preciosismos tendentes à confecção da doçura do rebuçado, pontuações bem evidenciadas na tentativa de acalmia e de sanação das feridas da nação Benfiquista.
Não conhecemos as fontes, sabemos que, por força das leis próprias, as apreciações dos observadores são confidenciais e apenas devem ser conhecidas do restrito número dos interessados no jogo em que o árbitro actuou.
Mas isto, tal como o apregoado segredo de justiça, é tanto um segredo quanto convém.
E por falar em conveniências, as apreciações dos observadores ao trabalho dos árbitros no Naval-FC Porto, Rio Ave-FC Porto e Nacional da Madeira-FC Porto parecem resguardadas, até ao presente, no segredo da confidencialidade conveniente.

Ao sistema importa tentar agora adoçar a boca ao Benfica e aos Benfiquistas, até porque as posições de boicote anunciadas não são para desprezar e fazem mossa, mossa essa comprovada pelas intervenções de responsáveis de vários clubes e, bem assim, por avençados e doutrinadores do próprio sistema que, se não incomodados, sem razão ficou o seu incómodo de escreverem sobre elas, na vã tentativa de as desvalorizar e mesmo ridicularizar.

O sistema fez o que sempre tem feito. Repetindo, rouba o boi do açougue assim que este reabre, com lavagens ao cérebro dos árbitros que sacia com fruta e outras iguarias, homenagens e condecorações com a ordem da roubalheira futebolística nacional. Beneficia-se o clube que já foi condenado por corrupção tentada – apenas na justiça desportiva e bem suavemente – e prejudica-se fortemente o concorrente directo.
Instalado este clube à distância que de algum modo o retira ou torna dura a luta renhida pelo banquete final, há que acalmar as hostes com o rebuçado de uma presumida contrição que desvie as atenções do total desvirtuamento da verdade desportiva.

O sistema vai sabendo o que faz! Teve um mestre da manigância que formou com distinção outro mestre na sua doutrina da mentira e da trapaça desportiva. Apóstolos e discípulos em catadupa, sacristães sempre prontos e caninamente esforçados em ajudar à “missa”.
Doar o rebuçado da divulgação pública das apreciações dos observadores aos que clamam contra a mentira e o desvirtuamento obsceno da verdade desportiva, não causa dano.
A pontuação real permanece aldrabada como foi pretendido, o concorrente permanece à distância que convém, a justiça desportiva continua amordaçada e aprisionada.
Os árbitros expostos, bem, esses ou se lhes aplica a táctica do eucalipto, secando-os e deixando-os ir à vida, ou aplica-se-lhes o sistema compensatório das falsificações – mais uma, menos uma, pouco importa a quem está acima da lei e é inimputável – das classificações finais.

Benquerença, por exemplo, bem merece a compensação, que ele foi convidado para demonstrar os bons exemplos do seu desempenho aos jovens imberbes que se iniciam nos caminhos do arbitrar. Mas para que a doutrina seja original, reconheça o “papa” representante da “cristandade” das trapaças desportivas, quem melhor que Benquerença, discípulo dilecto?
Depois, Benquerença é “forte”, segundo diz! É “forte” porque só os “fortes” como ele cometem vilanagem no exercício da sua função e se apresentam como os mais angélicos anjinhos, com asas e tudo!

Conhecíeis vós, Benfiquistas, que os fortes, fortes, eram apenas aqueles capazes de reconhecer as suas limitações e os seus erros e deles se penitenciarem?
Pois, conheceis agora também os “fortes” dos Benquerenças!

E tudo fica nos conformes, tal como assim o julgaram os juízes portugueses chamados ao julgamento dos vários casos de corrupção desportiva. O mundo ouvinte nunca esteve em presença de tantas provas condenatórias, nunca um julgamento beneficiou de tantas evidências de cometimento de crimes e dos seus agentes.
A justiça portuguesa é, porém, muito especial. Reiteradamente condena ou absolve por convicção ou por falta dela, de modo que, quando tantas evidências condenatórias se lhe deparam, fica baralhada nas suas convicções e, com toda a convicção do mundo, demite-se covardemente da sua convicção … e da sua função.


Xistra cavou provavelmente a sua condenação e pode talvez começar a pensar em adquirir a sua campa e o seu féretro, encomendar as suas exéquias da arbitragem no primeiro nível. E tudo isto por uma má visão na sua encomenda da chupeta. Pela sua experiência, já devia saber de cátedra que tão grandes chupistas da verdade desportiva não se contentariam com uma chupeta de tamanho médio ou grande. Para corruptores deste calibre e desta linhagem só um enorme chupetão os poderia saciar.

Xistra foi para o jogo armado de chupeta. Perdoou, como devia pelo seu fretamento, um penalti ao clube beneficiário da corrupção. Amarelou o atrevido que se colocou ao alcance das mãos de Fucile para que este o puxasse pela camisola. O que estava combinado era abrir as pernas e fugir da bola.
Poupou, assim, o segundo amarelo e a consequente expulsão do que expulso veio a ser porque trocou puxões por trancadas, coisa, aliás, mais de acordo com uma escola de pugilismo que, sabem todos, é marca instalada e registada, naquela e daquela seita beneficiária dos favores arbitrais.

Xistra bem se esforçou por agradar mas não inventou um penalti salvador e teve o topete de não atender ao fantasma de um penalti solicitado. Um penalti reclamado pelo senhor Vilas Boas – Um vilas boas que Xistra teve ainda o azar de considerar vilas más e expulsar – não que ele, Vilas Boas ou más, o tenha visto mas porque os seus jogadores lhe disseram ter presenciado tal miragem!...


Xistra também não conseguiu convencer-me. Não, não tem nada a ver com o favorecimento descarado ao FC Porto! Isso, perante a renúncia da justiça portuguesa em aplicar a Justiça, é a coisa mais natural neste reino futebolístico nacional dominado pelos impunes e inimputáveis corruptores.
Nesse favorecimento, Xistra convenceu-me.

Xistra não me convenceu quando aplicou correctamente as leis do jogo!
Xistra não me convenceu porque não fez com que o FC Porto ganhasse o jogo!
Xistra tornou-se, assim, parte do rebuçado com que o sistema tenta adoçar a nação Benfiquista e mais alguns rebeldes.
Com Xistra, o sistema, com o seu clube já bem empoleirado pela tramóia desportiva, pode agora ter a lata de apregoar que não é beneficiado pelos árbitros e que, bem pelo contrário, também por eles é prejudicado.
E tudo isto, quando o chamado clube da fruta, e só ele, foi favorecido e bem favorecido pelo arbitrar de Xistra!

Não foi o que Vilas Boas – ou más – já começou a fazer?!!!
E o próprio “papa”, chefe supremo da corrupção por que foi condenado, já não se deu ao trabalho de anunciar a sua bênção “urbi et orbe” a toda a sua doutrinada e domada cristandade?!!!

Esperem agora, Benfiquistas, pelas pregações dos avençados e serventuários junta letras do sistema!

Só um ponto final para apreciar a abundância ou a falta de visão, as boas ou más visões de Vila Boas. Nisto de visões, Vilas Boas deve aprender com o seu comparsa Domingos.
Domingos está sempre de olhos no chão.
Mas vê tudo, não precisa que lho venham dizer … nem sequer os seus jogadores!
Vê o que lhe interesse mas vê aquilo que mais ninguém viu!
Vê o que lhe não interesse mas diz que não vê o que toda a gente viu!

6 comentários:

  1. Caro Gil, antes de mais e porque não me canso de o fazer a quem desenvolve tão bela escrita que mais parece prosa, deixe-me mais uma vez dar-lhe os parabéns por me ter deliciado com mais um grandioso post.
    De facto, está tão enraizado um sistema imundo naquelas bandas, que agora já se acham no direito que seja penalti a seu favor qualquer corte com a cebça por parte dos defensores contrários, julgo mesmo que a mentira em que tal clube está envolvido é tanta, que eles já acreditam que a mentira é verdade.

    ResponderEliminar
  2. Diga caro Gil vicente.Em que lhe posso ser util ?
    SLB4EVER Rumo****

    ResponderEliminar
  3. Muito bom post. Os meus sinceros parabéns!

    ResponderEliminar
  4. Entao caro Gil Vicente ? Nao diz nada ? Eu sei que esta por aqui :)
    SLB4EVER Rumo****

    ResponderEliminar
  5. É possível trocar ideias pelo endereço electrónico?
    para o meu é o nome do blogue, arroba, gmail.com

    Abraço

    ResponderEliminar
  6. Mais um brilhante tópico que vale a pena ler.

    Cumprimentos

    ResponderEliminar