quarta-feira, 17 de março de 2010

JÁ NAO PODES VIVER MAIS TEMPO CONNOSCO (parte II)

Tiveste, pois, Pintinho, em tua casa da Madalena, A.Duarte para te pedir conselhos matrimoniais...para o Pai, que tem uma amante em...Lisboa, ele que até é de...Braga. ë mais comedido que tu que as mandas vir do Brasil.Procedeste à partilha do bolo das Ligas; determinaste o lugar que cada Clube ocuparia nas tabelas classificativas. Afirmaste que por ti, Lisboa já estaria a arder.Tudo isto eu vim a saber pela coragem de um tal Luís Filipe Vieira.
Conheces?
Das reunioes que tens com a tua gente donde saem verdadeiras bostas dirigidas ao GLORIOSO, guarneci e reforcei,tranquei-lhes a porta. Outros procedessem de igual modo.
Sendo assim, prossegue, Pinto da Bosta,o caminho encetado; sai do País de uma vez para sempre; as portas estão abertas; põe-te a caminho. Há muito que te reclamam como papa esses teus acompanhantes manhosos.
Leva também contigo todos os teus; se não todos, pelo menos o maior número possível. Limpa a cidade. Libertarás o País dum cancro galopante.
Já não podes conviver por mais tempo connosco; não o suporto, não o tolero, não o consinto.
Grande deverá ser o nosso reconhecimento para com os deuses imortais, por termos escapado a esta peste tão abominável, tão horrorosa e tão hostil à Pátria. Nunca mais a suprema segurança do Futebol deve ser posta em perigo por causa de um homem apenas. De tantas vezes que tu, Pintinho das Bufas, armaste ciladas ao honestíssimo BENFICA, a última das quais a medonha táctica dos tuneis, que tiveste o cuidado de fazer aprovar a suspensao de quem fosse "apanhado" a andar á traulitada, nos túneis dos estádios. E nao é que foram os teus gladiadores a serem apanhados pela tua própria lei, que agora e só agora pedes para ser considerada inconstitucional?
Mas agora é a todo o País do Futebol que tu diriges abertamente o teu ataque; são as casas das pessoas, como a de Luís Filipe Vieira que já mudou de casa por três vezes, é a vida de todos os cidadãos,é o Portugal inteiro, é tudo isto que tu arrastas para a ruína e a devastação. E, uma vez que não ouso ainda pôr em prática o que se imporia em primeiro lugar, pedir que tenhas uma doença incurável, tomarei uma posição mais moderada quanto ao rigor, porém mais útil no que toca à salvação comum. É que, se a doença te matar, continuará no Futebol o restante bando dos teus conjurados; mas, se tu saíres, como já há muito te estou convidando, o País ficará vazio dos teus sectários, dessa profunda sentina que empesta o Estado.
Então, Pinto da Bosta, que se passa? Hesitas em fazer por nosso desejo o que tu já deverias realizar por tua livre vontade? É a um inimigo público que o vulgar cidadao manda sair do País.Perguntas-me se para o exílio?
Não to ordeno, mas, se pedires o meu parecer, aconselho-to.
Que há, ó Pinto da Bosta, que ainda te possa causar prazer neste País, em que não há ninguém, fora dessa conjuração de homens depravados, que te não odeie, ninguém que te não deteste?
Que nódoa de escândalos familiares não foi gravada a fogo na tua vida? Que ignomínia de vida particular não anda ligada à tua reputação?
Que sensualidade esteve longe de teus olhos?
Que acção infamante deixaram de perpetrar as tuas mãos algum dia? Que torpeza esteve ausente de todo o teu corpo? Que jovem alternadeira haverá a quem não tenhas ilaqueado nas seduções da tua imoralidade,na libertinagem?
Pois quê? Há pouco, quando, com os cornos que te pôs a tua primeira mulher, esvaziaste a tua consciência como se um menino de côro fosses, bêbado de luxúria e comprimidos azuis, pelo novo (ou novos?) relacionamentos.
Nem menciono a perda dos teus campeonatos, que tu verás todos confiscados nos próximos anos, se a Justiça, como deve ser, tiver mao pesada.
Refiro-me a factos que dizem respeito não à infâmia pessoal dos teus vícios, não à tua penúria doméstica e à tua má fama, mas, sim, aos superiores interesses do Estado e à vida e segurança de todos nós.
Podes tu, Pinto da Bosta, sentir prazer na luz deste dia ou no ar deste céu que respiras, ao saberes que ninguém dos portugueses desconhece que, na véspera do BeiraBeira-FCPorkos,durante o consulado de Pinto de Soiza, Azelha Duarte se apresentou submisso e servil em tua casa, e dizias primeiro para tomar um cafezinho e conversar sobre nada, depois dizias para pedir conselhos matrimoniais.
Tens um grupo de homens preparado para dar a morte aos que a ti nao se submetam, ou que vejas como "perigo" em portência.
E já nem conto pois que não são nem desconhecidos nem poucos os delitos cometidos. Quantos golpes, vibrados de tal maneira, que parecia impossível escapar-lhes!
Nada adiantas, nada consegues, e, contudo, não desistes de tentar e de querer.
Quantas vezes a tua bífida língua qual punhal ignominioso a usas quando julgas necessário, para cravá-la no corpo e na alma de outrém.
E agora, que vida é esta que levas? Desejo neste momento falar-te de modo que se veja que não sou movido pelo rancor, que eu te deveria ter, mas por uma compaixão que tu em nada mereces. Se os meus amigos me temessem da maneira que todos os teus concidadãos te receiam, eu, por Hércules!, sentir-me-ia compelido a deixar a minha casa; e tu, a esta País, não pensas que é teu dever abandoná-lo?
E se eu me visse, ainda que injustamente, tão gravemente suspeito e detestado pelos meus concidadãos, preferiria ficar privado da sua vista a ser alvo do olhar hostil de toda a gente; e tu, apesar de reconheceres, pela consciência que tens dos teus crimes, que é justo e de há muito merecido o ódio que todos nutrem por ti, estás a hesitar em fugir da vista e da presença de todos aqueles a quem tu atinges na alma e no coração?
Se teus parceiros te temessem e odiassem e tu não os pudesses apaziguar de modo nenhum, retirar-te-ias, penso eu, do seu olhar para outra qualquer parte. Pois agora é a Pátria, mãe comum de todos nós, que te odeia e teme,e sabe que desde há muito não pensas noutra coisa que não seja o seu parricídio; e tu, nem respeitarás a sua autoridade, nem acatarás as suas decisões, nem te assustarás com o seu poder?

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