Ouço nos cafés, uns de gente considerada mais chique,
outros mais ligados ao verdadeiro Povo deste país, muitos Benfiquistas comentar
a vida do Benfica, os acontecimentos que se vão sucedendo, as notícias que leem
e ouvem. Expõem as suas ideias, alguns duvidam da bondade do que vem escrito ou
daquilo que vão escutando, alguns duvidam das decisões dos dirigentes.
Mas muito raramente oiço, nessas tertúlias do Povo
Benfiquista em que poucos ou quase nenhuns sabem lidar com a internet ou por
ela se interessam, ofensas aos representantes do Benfica, alardes do sabe tudo,
certezas infalíveis, profecias da desgraça.
Podem não compreender essas decisões, podem achar que
outras seriam melhores, mas conformam-se e confiam, têm o peito sempre cheio de
esperança porque o Benfica lhes está entranhado na alma e, para eles, nada é
maior do que o seu Benfica.
Comparo isto com o comportamento e as acções escritas
por meia dúzia de ditos Benfiquistas – que até acho que o são, sem esquecer os
disfarces, mas também acho que demonstram muito mal o seu Benfiquismo – para realçar
o achincalhamento, o bota baixo, a calúnia e a ofensa, a jactância do sabe
tudo, a virtude da infalibilidade e a presunção de propriedade da verdade
absoluta de que estes últimos fazem alarde … alarvado.
Como Benfiquista, sinto enorme tristeza!
Não é porque estes últimos ousam chamar de crítica aos
seus ditos porque, se eles soubessem o que significa a palavra crítica, bem
diferente seria a manifestação do seu escrever!
Não é porque estes últimos ousam reivindicar o direito
de liberdade de expressão porque, se eles soubessem em que consiste esse
direito, igualmente saberiam que a ele, direito, lhe corresponde sempre um
dever, o dever da responsabilidade de se ser livre e sério!
Não é porque estes últimos ousam expressar que estamos
em democracia, que o Benfica nasceu democrático, foi sempre democrático e
continuará a ser democrático porque, se eles soubessem o que é democracia,
saberiam ainda que ela não consiste no direito de desrespeitar os outros, as
suas decisões pelo voto e pela palavra que é expressão do seu também livre
pensar, a legitimidade dos mandatos e a sua eleição democrática!
Naturalmente que nos últimos dias do mercado de
transferências fui dando uma vista de olhos pelo que se escrevia na internet,
em jornais, rádios, televisões e alguns blogues de Benfiquistas.
Poucas coisas me prenderam a atenção porque estou
vacinado contra a especulação, a manipulação e o divisionismo de muitos
escrevinhadores. Não é segredo para ninguém que, seja o valor da transferência
de Javi Garcia, sejam as entradas e saídas no plantel Benfiquista, tudo era
escrito à vontade do freguês.
Dispenso-me de referir valores adiantados por cada
jornal, rádio ou televisão, desde 16 a 24 milhões de libras, de 20 a 30 milhões
de euros.
Para mim, notícia sobre o Glorioso Benfica só é
notícia se e após ser confirmada pelos órgãos de comunicação que lhe são
próprios.
Pode-se acrescentar que nem o comunicado oficial do
Sport Lisboa e Benfica à CMVM disse tudo do negócio, nem tinha que dizer que a
isso não era obrigado.
E só um meio de comunicação foi mais profundamente a
aspectos monetários que por todos foram desconsiderados.
O M. City paga 20 milhões a pronto, mais 3 milhões por
“performance” desportiva, mais o valor dos direitos de formação que cabe ao
Real Madrid e do qual ninguém se lembrou ser-lhe devido e … pelo Benfica.
O Manchester City pagará ainda ao Benfica 50% do valor
de mais-valias que se venham a gerar numa futura transferência.
Um blogue Benfiquista chegou ao ponto de se queixar de
que os meios de comunicação do Benfica estão ao nível dos anos 70, sendo a sua
capacidade informativa igual a zero, não dando notícias de entradas ou saídas,
de nada, em suma.
E alguém, em jeito de pergunta, escrevia “se fazia
alguma diferença informarem hoje ou amanhã, depois de tudo estar confirmado”.
Quem assim se pronuncia talvez seja daqueles que
criticam a restante comunicação social por só especular com notícias sobre o
Benfica e dos que, porventura, apelam ao seu boicote.
Pois, com os seus “queixumes” estão, na prática, a
querer que os nossos meios de comunicação social – o Benfica, em suma – se
comportem precisamente à pasquim. Estão a querer, nada mais, nada menos, que os
próprios meios de comunicação social do Benfica especulem com notícias sobre o
desenrolar da sua gestão e dos seus negócios.
Onde pairava, depois, a credibilidade destes meios de
comunicação social próprios?
Que seria feito da seriedade informativa cuja falta
tanto se critica nos pasquins e avençados da escrita desportiva deste país?
Em que meios de comunicação social poderiam, depois,
os Benfiquistas confiar?
No meio de tanto jornal e televisão que, especulando,
só querem diminuir, dividir, achincalhar, só os meios de comunicação social
próprios é que nos podem dar confiança e desmentir tanta aldrabice que aqueles
escrevem ou falam.
Por isso, os órgãos de
comunicação do Benfica só devem dar notícias sobre o desenrolar da sua vida
interna depois do preto no branco! Uma notícia, enquanto não confirmada, é
apenas boato. E só o Benfica pode confirmar as notícias que contendem com o seu
viver.
Nos
casos em análise, o Benfica – seus órgãos de comunicação – só devia, com o fez
e sempre é seu dever fazer, confirmar ou infirmar as notícias ainda boatos,
especulação, depois de assinados os contratos que exigem conversações, detalhes,
acertos, o sim do acordo, se!…
Também li por aí que o Benfica ia trocar Nolito por
Sílvio, com as consequentes “certezas” dos que querem logo fazer o seu
aproveitamento do sabe tudo e do mal dizer.
Porém, Sílvio estava no banco de suplentes do A.
Madrid e o seu Presidente disse, com todas letras, que não estava a tratar de
transferências nenhumas, que a sua cabeça estava na conquista da super taça
europeia de clubes.
Isto já queria dizer muito!
No entretanto, Jorge Jesus havia dito há bem pouco
tempo qual era o seu alvo e que ou vinha esse ou não vinha nenhum! E isto devia
ser, para os Benfiquistas de boa-fé, o mais importante, bem mais importante do
que a especulação jornalística com fins que já todos conhecemos ou devíamos
conhecer!
Mas a memória, se preciso for, torna-se tão curta
quanto o necessário para a ocasião. E a ocasião é coisa que a presunção insolente
do sabe tudo não deixa passar em claro!
Moutinho e Hulk não saíram, pelo menos até agora. Mas
não saíram porque eles próprios não quiseram, não porque Pinto da Costa se
recusou a vendê-los!
Hulk sempre disse que não queria ir para a Rússia. E
por que havia de ir para um clima daqueles, se no seu actual clube já ganha à
volta de 4 milhões por época?
Ainda se fosse para ganhar 20 milhões como o Samuel
Eto’o!
Moutinho não foi porque o Tottenham só lhe oferecia
4,5 milhões por época, menos do que o City ao Javi Garcia!
E para quem declara no IRS 2,8 milhões de rendimento/ano
– e sabe-se que há sempre os encobertos – vai pagar mais impostos em Inglaterra
do que em Portugal, por que quereria ir por tão parca diferença, se é que esta
não se tornaria de sinal menos?
Rolando estava no mercado, não era nem é convocado, um
defesa central “tão bom” – em Portugal, até fazia de guarda-redes, não o sendo
mas com permissão do apito – que valia no mínimo 15 milhões … e ninguém o quis!
É por estas e por outras parecidas que o pasquim
desportivo da olivedesportos pode dizer que Hulk está de pedra e cal no FC
Porto. Vamos ver se alguém o quer a não ser no máximo por 30 milhões!
Já depois da “tempestade” do dia 31 se voltou a boatar
com a vinda de um clube russo com 90 milhões para comprar 3 jogadores do
Benfica, logo seguida da notícia da recusa! E, ao que parece, não apenas este!
Por que não se aproximam dos jogadores do FC Porto se,
dizem todos os sabonetes improfícuos na limpeza da porcaria corrupta, mais os
seus avençados e os domesticados, eles são melhores do que os do Benfica?
Talvez agora que esses clubes russos, perante a recusa
do Benfica, se tenham de contentar com as sobras …
Não há dúvida, os culpados da divisão são os
Benfiquistas, poucos, felizmente. Andam
constante e reiteradamente a falar mal dos pasquins, dos avençados. E depois
acreditam em tudo o que eles escrevem! Seguem a máxima: “olha para o que eu
digo, não olhes para o que eu faço”.
Estes Benfiquistas, ou emprenham pelos
ouvidos e falta-lhes a verticalidade de se conseguirem manter fiéis às suas
convicções, ao seu Benfiquismo apregoado mas por eles posto em causa quando se
deixam levar, ou dizem e falam o que lhes convém de acordo com o momento,
aproveitando-o para o seu constante bota-abaixo, a sua maledicência reiterada e
o seu publicitar constante de um sabe tudo que não sabe nada, a não ser perder recorrentemente
a credibilidade e a seriedade até perante si próprios.
A estes últimos, apenas lembrar-lhes algo
muito importante democraticamente, eles que tanto reivindicam o seu direito ao
livre pensar e à (pseudo) crítica.
Os
dirigentes do Benfica foram eleitos e o seu programa sufragado por mais de 90%
dos votos expressos! E foram milhares de Benfiquistas que votaram!
Têm,
por conseguinte, toda a legitimidade democrática para agirem da maneira que
pensam ser a melhor defesa do Glorioso Benfica. Nesse programa confiaram os
Benfiquistas, esse programa eles o sufragaram livremente.
Não
está acima das críticas. Mas as críticas têm lugar, modo e oportunidade,
fundamentação e apresentação de alternativas válidas e exequíveis.
E
é sempre susceptível de erro porque só não erra quem não faz nada.
Aos
que sabem tudo sem nada saberem, falando mal do que mal sabem e falando bem do
que bem sabem – achincalhar, dividir, ostentar presunção de donos exclusivos da
verdade, do sabe tudo, da infalibilidade e da mesquinhez ridícula – o caminho é
fácil!
Vós,
que tão sapientes vos julgueis, ponde a vossa esperteza, a vossa ciência a bem
servir o Benfica. Em Outubro há eleições. Apresentai uma alternativa e
submetei-vos ao veredicto da Nação Benfiquista com toda a vossa infalibilidade,
com todo o vosso bem saber, com todas as vossas certezas da verdade.
Estamos
à espera que vos torneis credíveis. Está nas vossas mãos, na vossa seriedade e
na vossa inteligência do sabe tudo convencer-nos de que sabem um pouco mais do
que ser ridículos, do que exercitar o vosso bota abaixo.
Assumam
responsabilidades a sério e não a brincar com as teclas que se tornaram o vosso
brinquedo preferido das larachas que debitais no teclado.
Criticai
avisadamente, fazendo propostas alternativas válidas e exequíveis que levem os
Benfiquistas e os muitos e muitos parceiros comerciais do Benfica a acreditarem
nelas.
E
submetei-vos à vontade democrática da Nação Benfiquista e ao assumir das
responsabilidades inerentes.
Não
fiqueis apenas nas vossas teorias de profetas da desgraça porque isso é
demasiado fácil, tanto quanto despido de qualquer valor.
Comprovai,
como escreveis na vossa morbideza da desgraceira, que “o descontentamento e o
pessimismo se vão instalando cada vez mais entre os Benfiquistas”.
Julgais
vós que o Benfica, o Benfica profundo plasmado no Povo é aquele que debita
alarvidades porque, tendo acesso a um teclado, se julga o sabe tudo da verdade?
Assumi
responsabilidades pelo que escreveis, que só assim podeis engrandecer o Benfica
e não denegri-lo como o denegris sempre que só usais da maledicência a que
ousais chamar de crítica.
E
isto quando não desceis, o que é frequente, a um palavreado ofensivo, calunioso
e difamatório do mais baixo nível que existe.
A
crítica é coisa séria, muito séria, não são apenas gafanhotos borrados num
texto qualquer!
A
crítica é um dever, não apenas um direito!
Que
queirais exprimir a vossa personalidade e o vosso carácter de acordo com o que
ambos reflectem, estais no vosso direito!
Mas
precisais de o publicitar?
Precisais
de expor retrato desse nível?
Termino,
transcrevendo e fazendo minhas, com a devida vénia ao seu autor, estas
palavras: