segunda-feira, 7 de junho de 2010

PINCELADAS ENCARNADAS

1. Este defeso, apesar de tudo, tem sido um pouco mais sossegado do que o habitual. O “papa” que odeia o Benfica porque odeia o que é grande, tanto em conquistas quanto na verdade desportiva, tem estado entretido a conseguir um empregado que esteja bem treinado na catequese da cúria ou que seja facilmente manejável nesse treinamento. Os seus acólitos, catequistas e penetras, têm, por isso, estado assoberbados em alinhavar as defesas da quinta ou sexta escolha, procurando os responsos necessários à rápida canonização de quem nada tem ainda para apresentar a não ser ter sido discípulo do “maior”, ao que consta sem ter feito sequer um exame de passagem de ano a não ser uma frequência de classificação medíocre pelo resultado que nem foi melhor nem pior de quem não teve como mestre-escola um “special one”.
Falhada a tentativa de furto da seara alheia em que o condenado é mestre por mercê de piedosas orações, conquanto de prometimentos não cumpridos, ao dito mestre dos mestres da batota desportiva há muito finado da realidade mas não da mente e do imaginário daquele, não se afiguraram fáceis as alternativas, diziam muitos, desta vez forçados a olhar para o umbigo, a esgaravatar patranhas de consumo interno. É claro que a escolha final não era surpresa. Se o “papa” não conseguia “rapinar” nos domínios que agora lhe estão demasiadamente altos – faça como a raposa – para o seu cada vez mais trôpego desempenho, era certo e sabido que iria “rapinar” naquelas quintas desamparadas pela “guita” que nem dá para mandar tocar um cego – ficam lá os títulos da nobreza de bolsos rotos e vazios – pois que de lá, com palmadinhas de aconchego e lançadas pelas costas, vem sempre um sorriso complacente assim ao jeito do “quanto mais lhe bates mais subserviente ele se dobra”.
Aquilo é um “papa” que despreza a coisa própria, que nunca orou nem orará em socorro de coisa sua mas sempre em busca da rapinada do que o vizinho ostenta ou tenha pretensões de ostentar. Não vos esqueçais de que ele até o fundador do seu clube atraiçoou para ir desenterrar um “pai de um filho incógnito” que nunca tal filho ele paternizou, que ele não ajudou sequer a conceber nem soube onde e quando foi concebido, posto como estava em descanso eterno na data em que o verdadeiro patrono o fez gerar. Mas de um “papa” acostumado a falar com e aos mortos, coisas destas são como brinquedo de criança.
E nem sequer vale a pena falar daquelas peralvilhas e daqueles peralvilhos, putativas deputadas e putativos deputados do reino, em severo emagrecimento, envergonhado não de arrependimento mas de saberem que o youtube franqueou – apesar dos protestos da justiça portuguesa afoita a considerar que aquilo não vale como conversa de gente – aos ouvidos impudicos de todo o mundo.
A este propósito, só vale a pena secundarmos um apelo ao povo, ao povo bem maioritariamente Benfiquista que, tal como ensina o Presidente da seriedade de uma grande instituição desportiva portuguesa, a única Grande e Gloriosa, “não façamos da casa da democracia um casa de branqueamento das manigâncias desportivas por que alguns foram (escassamente) condenados justamente”.

2. Mesmo sem toda aquela atenção da trupe às ordens da “cúria papal” e apesar de a selecção do senhor Queirós também reter alguma curiosidade, jornais, jornalistas e comentadores que sabem o tudo e o nada não deixam de tentar vender e comprar, agora já não somente os jogadores mas inclusive treinadores e mesmo administradores com a direcção do desporto benfiquista. A saga continua tão grande que nem Rui Costa nem Jesus escapam ao rol de vendas e compras. Relativamente a Jesus, não estou a falar da tentativa de rapina traiçoeira por amestrados rapinadores de tudo quanto seja verdade e verticalidade desportivas.
Já nem importa que digam num dia estar uma compra e venda consumada e no dia seguinte escrevam que o elemento essencial da consumação dessa compra e venda, o seu preço, esteja a ser ainda negociado.
Já nem importa que se escreva que um jogador pretende um novo e grande campeonato, um clube que lute por ser campeão e jogue na Liga dos Campeões e se acrescentem como pretendentes clubes que lutam para não baixar de divisão num desses campeonatos. Pouco importa que depois venham dizer que, afinal, o jogador já opta por continuar no Benfica – que remédio, tem contrato por mais 4 anos! – apesar de um seu confrade de grupo assinalar com grandiloquência que esse jogador vai deixar o Benfica, que só uma hecatombe é que poderá reverter a situação.
A gente também tem de ter motivos para se rir, para esquecer por momentos as tristezas da vida. Logo, não podemos amaldiçoar quem nos queira vender toda a gloriosa equipa campeão e tornar-nos órfãos de novo até mesmo da esperança.
Se aparece um bobo a escrever que Luís Filipe Vieira “já deve ter percebido que não vende ninguém pela cláusula de rescisão”, só nos podemos divertir – é para isso que o bobo serve e é pago – sabendo que aquele Presidente e Rui Costa diversas vezes têm muito solenemente afirmado que não sai ninguém a não ser pelo valor da cláusula. Mais importante, afirmando com igual solenidade que o Benfica não está vendedor!
Por isso, se o bobo não fosse bobo devia saber que pouco importa que não se venda ninguém pela cláusula de rescisão quando o que se quer é, precisamente, não vender ninguém. Se o Benfica diz que não quer vender a não ser que seja obrigado – o tal pagamento da cláusula de rescisão – é caso para que Luís Filipe Vieira – e já agora, todos os Benfiquistas – fique contentíssimo se ninguém o obrigar.
Mas um bobo não consegue saber isso porque então não seria bobo!

Sem comentários:

Enviar um comentário