quinta-feira, 5 de agosto de 2010

VARIAÇÕES DA ACTUAL PRÉ ÉPOCA FUTEBOLÍSTICA

A actual pré época do Benfica tem, manifestamente, sido bem mais comedida do que a anterior, em especial por parte dos Benfiquistas. Há razões óbvias para isso, destacando-se em absoluto o ineditismo das “performances” futebolísticas apresentadas pela equipa do Benfica na pré época passada relativamente às últimas décadas, de tal modo que, de igual, só os cinquentões, ou a caminho disso, se lembram.
A par dessas “performances” e não menos decisiva, manifestava-se sempre imensa e renovada esperança do “este ano é que é” … finalmente!… Era o sempre renovado desejo intenso de uma “nação” clubística espalhada pelos quatro cantos do mundo de ver novamente o Benfica campeão, um desejo de um Benfica de regresso aos títulos que, no passado, fizeram a sua glória imensa e ímpar.
Conseguido esse desiderato, mantendo-se o treinador “milagroso” a fazer jus ao seu apelido e a base estrutural da equipa campeã, os Benfiquistas, continuando naturalmente eufóricos, já não sentem como sentiam a necessidade de exteriorização do seu sentimento profundo que, todavia, continua lá no âmago dos seus seres. Pelo contrário, agora sentem-se muito mais seguros e tranquilos quanto aos êxitos prometidos, a esperança encontra-se muito melhor alicerçada até porque as “performances” desportivas da equipa se mantêm intactas, continuando de igual modo a sustentar virtuosamente a fé Benfiquista.

Um facto comprova plenamente este maior comedimento de que falámos, consubstanciado numa (bem) menor afluência de Benfiquistas ao seu estádio nos dois jogos já lá realizados. É evidente que isto não significa de forma alguma um menor apreço dos Benfiquistas pela sua equipa de futebol, que eles não continuem a estar em pleno, de alma e coração, com os seus heróis.
Significa só que não sentem tanto a necessidade de um “levar ao colo” porque esses heróis, continuando a sentir como igual ou maior o pulsar da alma Benfiquista, já foram como que “ganhando asas” de uma certa independência advinda da sua natural e plena maturidade, aquela maturidade com que a equipa presenteou os Benfiquistas e todos os amantes do belo futebol espectáculo, fazendo calar os mais empedernidos e até os nauseados compulsivos aos quais tanto a sua própria náusea custou a engolir, provocando-lhes ainda o seu nojento, conquanto bem conhecido e costumado, mau perder.


É naturalmente óbvio que esta, digamos, pequena anestesia na euforia Benfiquista causou alguns incómodos aos avençados da náusea e aos seus pasquins, jornais ou televisões, tanto faz. Ficaram sem este tema recorrente e como são verdadeiramente falhos de imaginação credível, o facto obrigou-os a uma adaptação e restrição de temas.
Jornais e televisões, viram-se na ausência das suas “sapientes” profecias das desgraças quanto ao seu desejado desfecho de uma euforia que, infelizmente para os Benfiquistas mas que deixava estes avençados todos babados, sempre consideraram e se mostrou duramente infecunda. Mas era tema das graçolas parolas que gostavam de vomitar.

Para variar, portanto, foi vê-los a glosar constantemente o tema da venda de toda a equipa campeã, a qual venderam duas ou três vezes, titulares e suplentes, digamos assim, até porque nem treinador nem director desportivo escaparam àquela venda ou liquidação total que empreenderam na sua constante verborreia.
Como compensação, conseguiram comprar quatro ou cinco equipas completas, com substitutos e tudo. Sobrando-lhes em devaneio, magicação, cisma, ruminação, mania, quimera, delírio e, principalmente, desvario, o que lhes mingua em deontologia jornalística, foram entretendo o seu tempo, bolçando os seus vómitos e enchendo páginas e páginas de náusea.

Atentos os seus cérebros comandados, fica sempre a dúvida sobre se alguns se sentiram decepcionados com os resultados. No fim de contas, o que aconteceu foram as desgraças das suas profecias das desgraças, tendo em conta especialmente que eles, apesar do esforço, não conseguiram destroçar a equipa campeã.

Houve, no entanto, um tema que entreteu os avençados pelo menos durante uns tempos. Foi a adaptação de Roberto à sua nova equipa. Houve momentos em que eles bem se esforçaram por abater o guardião e, assim, glosar o tema do seu custo.
Não o conseguiram porque a família Benfiquista já os conhece de ginjeira e está-se marimbando para as suas tolices. E os Benfiquistas resolveram começar a gritar bem alto o seu apoio ao jovem e promissor guarda-redes.
Mas os tolos não desistem. Viu-se ainda agora, num treino ao ar livre, uma televisão mostrar os adeptos a apoiar Roberto de forma bem calorosa. Pois tais avençados de pacotilha, contra as próprias imagens que iam mostrando ao público, não se cansavam de bolçar as suas costumadas e endémicas palermices.
Mas já todos os conhecem, nem precisam de estar em “off”.


Dirigentes há que, certamente, irão sofrer no futuro as provações de se terem visto privados das suas justificações sobre as aselhices futebolísticas da sua equipa de futebol. É verdade que nesta pré época as coisas ainda não correram mal mas o certo é que a coisa ainda não foi muito a doer. Mas se a coisa der para o torto ou não for tão a direito como a sua euforia – eles também têm direito a ela – pretende, fica mais difícil arranjar bode expiatório.
Submissos como são e assim se apregoam, não imaginamos que se desculpem com as maçãs podres, quando vimos que essa submissão até os levou a enaltecer aquele dirigente – o que decide, o que foi condenado por tentativa de corrupção desportiva – que lhes apodreceu essas maçãs.
É, todavia, um enaltecimento que não espanta. Há já muito “portista” que, com toda a propriedade, se mostra agradecido ao clube submisso do seu. É um razoável clube para ir rodando e dando experiência a “promessas” futebolísticas que despontam e que depois, como maças podres ou sadias, vão servir nas hostes do clube – igualmente condenado – quando e se este bem entender. Compensativamente, o clube serviente é um bom caixote do lixo daqueles jogadores que não prestam para o clube dominante e que este não consegue despachar de outro modo.


Miguel Sousa Tavares é, contra o que seria suposto, um comentador que, neste defeso, até parece mostrar-se também bastante comedido e até deveras pessimista quanto à “performance” desportiva que augura para a equipa do seu clube. Este pessimismo, tanto quanto se apercebe, não é tão devido à menos valia dos seus mas à mais valia que sente no Benfica.
Aqui para nós – que Miguel Sousa Tavares o não confessou mas deixou implícito – a sua maior preocupação reside na menor amplitude – não confundir com ausência – dos poderes que o seu clube actualmente possui para dominar como quer a arbitragem e até mesmo a justiça desportiva. De facto, Miguel Sousa Tavares sublinhou que o Benfica só tinha perdido – até à data em que se pronunciou – duas unidades da sua estrutura campeã: Di Maria e o Dr. Ricardo Costa. Ora, sabendo-se que, de acordo com este “brilhante” raciocínio, o FC Porto se apetrechou com muitos novos jogadores, mais o Dr. Fernando Gomes – MST esqueceu-se de pronunciar o nome de Hermínio Loureiro – mais ainda o Dr. Herculano Lima – Juiz muito visto pelos camarotes das Antas e agora do Dragão – e não perdeu o conselho de justiça da FPF, parece óbvio que, mesmo depois de todas estas aquisições, só a menor amplitude de poderes para influenciar em tudo o que preciso for pode justificar um tão insólito pessimismo.

Existe, no entanto, outro dado que pode ter tido a sua influência. Efectivamente, em pleno século XXI o alfabetismo parece ter regredido para as bandas do clube da “fruta”. Em anos anteriores, os jogadores do FC Porto parece que precisavam de entre quatro a cinco minutos para conseguirem fazer a sua assinatura. Este ano já se assistiu a um jogador ter demorado um mês ou mais para conseguir assinar e dizem que existe ainda outro jogador que anda há muito mais tempo para fazer essa assinatura, apesar de se ter escapulido dos treinos e permanência no seu anterior clube, refugiando-se agora, escreve-se na imprensa, no Brasil.
Talvez tenha andado aí por algumas escolas a fim de aprender a gatafunhar a sua assinatura mas é muito natural que não encontre escola melhor para este tipo de malabarismos de chico-espertice do que a escola do “olival” e de Contumil.

4 comentários:

  1. Caríssimo amigo Gil, apesar de mais espaçados, os grandes posts vão continuando a aparecer.
    Sobre o decréscimo de assistências, espero que seja apenas por ser verão e que retornem ao nível da época passada porque a equipa precisa desse precioso apoio.
    Sobre o resto, na mouche como sempre!
    E amanhã é para ganhar e mostrar-lhes quem é o melhor.

    Abraço.
    Blog do Manuel

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  2. Caro Manuel Oliveira

    Tenho estado (e continuo) em férias e, além disso, bastante ocupado. Também não tem havido muita matéria para tema e, pelo que vi numa vista de olhos que dei apressadamente pela gloriosasfera, também reparei que estava tudo muito murcho.
    A pena é que a grande maioria dos blogues Benfiquistas se tornou num mero eco e "copy and paste" das notícias, na sua grande maioria boatos, que vão enchendo esses jornais e pasquins.
    Estamos, na minha opinião, a dar publicidade demais e, o que me parece mais grave, é estarmos a dar a entender que aceitamos como verdadeiras todas essas notícias.
    O que foi feito do jornal da Gloriosasfera?

    Um grande abraço

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  3. Amigo Gil, concordo! Mas também se não debatermos o que se diz, não há matéria nesta altura. Sou contra o copy e paste e se algumas vezes o faço é para comentar ou criticar.
    Sobre o Jornal, o pessoal da Gloriosasfera para não ter muito trabalho (falta de tempo segundo me disseram) mudaram-no para que à medida que publicássemos nos blogues entrasse automaticamente. Após algumas semanas deixaram de fazer o arquivo e não disseram nada. Durante uns dois meses continuei a atribuir o prémio Manuel Oliveira e alguns artigos para o Jornal até que parei porque não me respondiam aos emails. Agora estão de novo em reestruturação mas não me disseram ainda nada, eu é que vi na página da Gloriosasfera.

    Abraço.
    Blog do Manuel

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  4. Tenho pouco a dizer pois o que já foi dito está muito certo, e quem não tem nada a dizer não deve falar, não é? É qualquer coisa assim...
    Muito engraçada a parte do MST. O contraponto das contratações corruptas, à data, foi bem apanhado! Aliás, são as maiores, e parecem já dar frutos!

    Abraço

    Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

    Bimbosfera.blogspot.com

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