É o frio, é a
disponibilidade de tempo, é a ausência de notícias num tempo marcado mais por
não notícias do que por substância de notícias.
E falamos apenas do mundo do
desporto porque do mundo que nos aperta o cinto e nos estrangula, a coisa
também segue prenhe de pudor. Pudor que faz um ainda dito governo viver na
clandestinidade tal a sua (sem) vergonha e o seu medo de aparecer na rua.
Viver na clandestinidade em
tempo de democracia, julgava-se, seria apenas uma necessidade dos evadidos. Por
isso, permanece a dúvida se o tal dito governo clandestino de Portugal não será
um evadido do seu tempo e da sua realidade.
No mundo do futebol,
todavia, houve em tempos a notícia de uma morte que rapidamente se tornou numa
não notícia, sendo notícia. Por isso, ninguém sabe se morreu de morte matada,
se de morte morrida. Os noticiadores, não noticiadores ou noticiadores às
avessas, consoante as devoções ou as necessidades e as orientações da avença,
noticiam apenas o seu medo e a sua subserviência, ainda uma não notícia porque
a sua notícia é um mero pleonasmo.
Os inquéritos das nossas
autoridades são sigilo que só é sigilo e notícia por deixar de ser sigilo.
E se esse inquérito for
feito pelas autoridades da cidade onde teria acontecido a morte morrida – ainda
que de mãos próprias – ou a morte matada, então podem contar com as preces de
uma “divina providência” do segredo
eterno e eternamente não notícia, sendo notícia.
No entretanto, no
acantonamento em que essa morte morrida ou morte matada se verificou, a notícia
de ditos pacóvios gerados no provincianismo com parecença que baste já é
igualmente não notícia.
Notícia foi a não notícia
dos que só parecem ficar satisfeitos se jogarem futebol sempre com onze
guarda-redes. Onze guarda-redes sem contar com os substitutos e com a ficha
limpa de acordo com os regulamentos.
E por fim, limpinha de
acordo com as actuações, aprovações e as relatadas dos homens do apito. Podem
os mandantes, mesmo que condenados por tentarem aldrabar a justiça desportiva,
colocar no estaleiro os habitualmente treinados no ofício. Aparecem sempre
substitutos de créditos firmados … e afiançados.
E não me venham com
admirações sobre palestras simplórias. Têm razão os que questionam, afirmando,
que em algum lugar eles, os guarda-redes que o são sem o serem, hão-de pôr as
mãos. Não estando destinados a pôr as mãos na “fruta” mas apenas na massa salarial de quem paga a “fruta”, o melhor é pôr as mãos na
redondinha. O senhor do apito faz que não viu, tendo visto. E ele … ele, sim, é
assim que pode aspirar a pôr as mãos na “fruta”,
“fruta” que é propriedade exclusiva e
marca registada, tudo por mor das mãos na redondinha que ele viu mas não viu.
Mas tudo isto são não
notícias porque notícia é apenas a habitualidade com que se sucedem estes
factos não notícia.
Fazer um jogo de
solidariedade é sempre bom porque há sempre solidários – FPF e hipermercados,
neste caso – que compram os bilhetes que os (supostos) adeptos haveriam de
comprar. Mas se não há adeptos ... nem supostos nem por supor!
Ao menos, evitou-se o
prejuízo que outra equipa “solidária”
aqui há alguns anos presenteou com a sua “solidariedade”.
Por falar na solidariedade,
como se pode ser solidário quando nem se ganha sequer para pagar aos “solidários” os salários?
Dizem neste caso as más-línguas,
que resolveram transformar em notícia outra não notícia, que o “supersolidário” dos “solidários” paga 3,8 milhões por ano por
dois “solidários” a jogar … noutros
clubes que, por azar do “supersolidário”,
são não … solidários!
No fim de contas, mais vale
ser “solidário” com o chefe da “superesquadra” de Contumil. Rasteja-se
mas rasteja-se em glória deferencial e honorífica. Para os submissos
domesticados, um pontapé no traseiro desse chefe “VIP” é uma graça do divino, conquanto as migalhas tão sofregamente
mendigadas não escorram agora dos fundilhos do dono e dos seus acólitos.
Lá se fossem umas bufas!...
Certo, estamos já de novo no
domínio de notícias não notícias, tal como notícia não notícia é a diferença
que distingue um clube que se autoproclama de diferente.
A única notícia, notícia e
boa notícia, foi a do “vade retro”
satanás, noticiada pelo Presidente do Glorioso Benfica acerca de aldrabões.
Mas, ironia das ironias,
provocou apenas nesse destinatário satanás uma não notícia! Então é lá notícia
afirmar-se não querer descer quem já no fundo está e mais não pode?!
Mas foi, apesar de tudo, uma
não notícia proveitosa! Bastou apenas o enxotado – das esferas do Glorioso –
aldrabão falar em descer para que os seus jogadores ficassem logo todos a
tremer e a tentar afugentar um “descer de
divisão” que lhes indo na encefálica por causa do falado descimento se
sublimam com o “não nos passa pela
cabeça”!
A ver vamos!...
Caríssimo Gil, sempre em grande com mai um sarcástico e fantástico texto.
ResponderEliminarMais um artigo espectacular. Grande escriba o nosso amigo Gil Vicente.
ResponderEliminar.........................................
Pelo desculpa pelo:
OFF TOPIC
O cantinho, http://www.obelovoardaaguia.blogspot.pt/ deseja à administração deste blogue um Natal e um Ano Novo muito felizes, extensivo a todos os visitantes e comentadores, bem como às vossas famílias e amigos
Saudações desportivas.