quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

As notícias não notícia e as não notícias notícia



É o frio, é a disponibilidade de tempo, é a ausência de notícias num tempo marcado mais por não notícias do que por substância de notícias.
E falamos apenas do mundo do desporto porque do mundo que nos aperta o cinto e nos estrangula, a coisa também segue prenhe de pudor. Pudor que faz um ainda dito governo viver na clandestinidade tal a sua (sem) vergonha e o seu medo de aparecer na rua.
Viver na clandestinidade em tempo de democracia, julgava-se, seria apenas uma necessidade dos evadidos. Por isso, permanece a dúvida se o tal dito governo clandestino de Portugal não será um evadido do seu tempo e da sua realidade.

No mundo do futebol, todavia, houve em tempos a notícia de uma morte que rapidamente se tornou numa não notícia, sendo notícia. Por isso, ninguém sabe se morreu de morte matada, se de morte morrida. Os noticiadores, não noticiadores ou noticiadores às avessas, consoante as devoções ou as necessidades e as orientações da avença, noticiam apenas o seu medo e a sua subserviência, ainda uma não notícia porque a sua notícia é um mero pleonasmo.
Os inquéritos das nossas autoridades são sigilo que só é sigilo e notícia por deixar de ser sigilo.
E se esse inquérito for feito pelas autoridades da cidade onde teria acontecido a morte morrida – ainda que de mãos próprias – ou a morte matada, então podem contar com as preces de uma “divina providência” do segredo eterno e eternamente não notícia, sendo notícia.
No entretanto, no acantonamento em que essa morte morrida ou morte matada se verificou, a notícia de ditos pacóvios gerados no provincianismo com parecença que baste já é igualmente não notícia.

Notícia foi a não notícia dos que só parecem ficar satisfeitos se jogarem futebol sempre com onze guarda-redes. Onze guarda-redes sem contar com os substitutos e com a ficha limpa de acordo com os regulamentos.
E por fim, limpinha de acordo com as actuações, aprovações e as relatadas dos homens do apito. Podem os mandantes, mesmo que condenados por tentarem aldrabar a justiça desportiva, colocar no estaleiro os habitualmente treinados no ofício. Aparecem sempre substitutos de créditos firmados … e afiançados.
E não me venham com admirações sobre palestras simplórias. Têm razão os que questionam, afirmando, que em algum lugar eles, os guarda-redes que o são sem o serem, hão-de pôr as mãos. Não estando destinados a pôr as mãos na “fruta” mas apenas na massa salarial de quem paga a “fruta”, o melhor é pôr as mãos na redondinha. O senhor do apito faz que não viu, tendo visto. E ele … ele, sim, é assim que pode aspirar a pôr as mãos na “fruta”, “fruta” que é propriedade exclusiva e marca registada, tudo por mor das mãos na redondinha que ele viu mas não viu.

Mas tudo isto são não notícias porque notícia é apenas a habitualidade com que se sucedem estes factos não notícia.



Fazer um jogo de solidariedade é sempre bom porque há sempre solidários – FPF e hipermercados, neste caso – que compram os bilhetes que os (supostos) adeptos haveriam de comprar. Mas se não há adeptos ... nem supostos nem por supor!
Ao menos, evitou-se o prejuízo que outra equipa “solidária” aqui há alguns anos presenteou com a sua “solidariedade”.

Por falar na solidariedade, como se pode ser solidário quando nem se ganha sequer para pagar aos “solidários” os salários?
Dizem neste caso as más-línguas, que resolveram transformar em notícia outra não notícia, que o “supersolidário” dos “solidários” paga 3,8 milhões por ano por dois “solidários” a jogar … noutros clubes que, por azar do “supersolidário”, são não … solidários!

No fim de contas, mais vale ser “solidário” com o chefe da “superesquadra” de Contumil. Rasteja-se mas rasteja-se em glória deferencial e honorífica. Para os submissos domesticados, um pontapé no traseiro desse chefe “VIP” é uma graça do divino, conquanto as migalhas tão sofregamente mendigadas não escorram agora dos fundilhos do dono e dos seus acólitos.
Lá se fossem umas bufas!...

Certo, estamos já de novo no domínio de notícias não notícias, tal como notícia não notícia é a diferença que distingue um clube que se autoproclama de diferente.


A única notícia, notícia e boa notícia, foi a do “vade retro” satanás, noticiada pelo Presidente do Glorioso Benfica acerca de aldrabões.
Mas, ironia das ironias, provocou apenas nesse destinatário satanás uma não notícia! Então é lá notícia afirmar-se não querer descer quem já no fundo está e mais não pode?!

Mas foi, apesar de tudo, uma não notícia proveitosa! Bastou apenas o enxotado – das esferas do Glorioso – aldrabão falar em descer para que os seus jogadores ficassem logo todos a tremer e a tentar afugentar um “descer de divisão” que lhes indo na encefálica por causa do falado descimento se sublimam com o “não nos passa pela cabeça”!
A ver vamos!...

2 comentários:

  1. Caríssimo Gil, sempre em grande com mai um sarcástico e fantástico texto.

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  2. Mais um artigo espectacular. Grande escriba o nosso amigo Gil Vicente.
    .........................................
    Pelo desculpa pelo:
    OFF TOPIC

    O cantinho, http://www.obelovoardaaguia.blogspot.pt/ deseja à administração deste blogue um Natal e um Ano Novo muito felizes, extensivo a todos os visitantes e comentadores, bem como às vossas famílias e amigos

    Saudações desportivas.

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