Quem estiver atento à Benfica TV, suas reportagens e seus programas de intercâmbio directo com os espectadores Benfiquistas – presume-se, pelo menos em alguns casos – há-de notar constantes autos de fé de Benfiquismo, muitas vezes expresso num gritar que confrange os ouvidos que queiram estar atentos.
Lá as afirmações pessoais em altos berros é o menos. Não apenas se sabe que só berra quem se tenta fazer ouvir e não tem méritos para o conseguir por outra via, como ainda que estamos em tempos de existência de geração de surdos, tal a elevada gritaria de que ela se rodeia, nas discotecas, a ouvir a música no rádio do automóvel, na televisão, onde quer que seja.
Pois este Benfiquismo(?!) da gritaria aprendeu também a usar o assobio para, num coro que se diria bem ensaiado, assobiar constantemente quem veste o Manto Sagrado do Benfica, se tenta esforçar e dar tudo em prol da camisola que traz vestida.
E muito tem dado já, à sua maneira, com a arte que Deus lhe deu, sem espalhafato ou vedetismo!
Que importa que sejam aqueles jogadores que só sabem marcar golos e até já se alcandoraram, nesse seu honroso e proveitoso ofício, a um dos lugares cimeiros da história futebolística do Benfica?
E que importa que os assobiados até respondam com aquilo que melhor do que ninguém sabem fazer, isto é, com golos?
Que importa que aos assobios se responda assim, com “bofetada de luva branca”?
Não importa nada! Parece que o Benfica, o Benfica ali representado, importa menos!
O que importa agora é a simpatia ou a antipatia pessoal que se possa granjear, bem temperada pela demonstração sabichosa de todas as respostas dos ditos Benfiquistas(?!) do assobio!
Vergonha pela “bofetada”?
Vergonha por demonstrarem assim o seu Benfiquismo(?!)?
Ora, o seu sabichar na asneira é muito mais importante! Satisfaz o ego de quem não sabe ou não pode demonstrar o seu amor clubístico de outra maneira! Ou então, quer-se apenas fazer notado, esquecendo-se de que o único a merecer notação é o Benfica e só o Benfica!
Eu, e muitos como eu, felizmente, ainda sou dos que viveu antes dos tempos áureos conquistados a pulso, com suor mas também com aplauso e apoio nunca regateado.
Foram os adeptos que tornaram grande o Benfica porque o Benfica são os seus adeptos e a grandeza daquele provém necessariamente da grandeza destes.
O Benfica tornou-se grande porque os seus adeptos, irmanados da Mística Sagrada do Benfiquismo, souberam tornar o seu grande Estádio no Inferno da Luz. Um inferno para os adversários, um Céu da Luz para os que vestiam o Manto Sagrado! O Inferno da Luz era um inferno que sobrava do Céu da Luz em que os Benfiquistas transformavam o seu entusiasmo e o seu constante e total apoio àqueles intérpretes que, lá no relvado, desenhavam, assim, as mais brilhantes vitórias!
Que fique claro! O Inferno da Luz não nasceu nem cresceu do insulto ao adversário, da gritaria contra quem defrontava o Benfica.
O Inferno da Luz, para o adversário, nasceu e cresceu da expressão enorme, constante e reiterada em todos os segundos e em todos os minutos, daquele apoio entusiástico e inexcedível que levava ao paroxismo do gozo e catapultava os apoiados para o brilhantismo dos seus desempenhos, cada um com as suas qualidades e artes, mas todos num só irmanar de Benfiquismo vibrante e vivido!
O Estádio da Luz actual continua, de facto, a ser um inferno. Só que agora não é um inferno por contraponto a um Paraíso. É um inferno directamente criado e apoiado pelo Benfiquismo(?!) do assobio, um inferno para quem tenta dignificar o Benfica ... apoucando quem, no momento, o simboliza!
Os jogadores do Benfica hoje não têm “casa própria”! Têm inferno nos recintos adversários, têm inferno na que julgavam “casa própria”, às vezes mais nesta do que naqueles!
Que diferenças poderão sentir eles hoje entre jogar no dragão e na Luz?!
Quem se sente deveras confortável são os adversários e muito mais os que elevaram o Benfica à categoria de inimigo. Poupa-se-lhes o tempo e o afã e conseguem-se os resultados mais desejados.
De facto, não desmoraliza quem quer mas apenas quem pode! E só pode desmoralizar o Benfica quem se presume legitimamente que deve moralizá-lo, quem se arroga, em altos berros mesmo, de Benfiquista!
Sabe-se, por já ter sido muito usado e, principalmente, abusado, que os ditos Benfiquistas(?!), presumidos detentores dos direitos ao assobio, vão agarrar-se ao seu perfilhado benficómetro para justificar a sua serenata da assobiada. Claro, o benficómetro é para eles pertença dos outros, dos que defendem um Benfiquismo de apoio constante, um Benfiquismo de confiança, um Benfiquismo de união!
Néscios, nem sequer se apercebem que são eles, presumidos detentores dos direitos ao assobio, os que constantemente carregam o dito benficómetro, precisamente … na ponta do seu assobio!
São eles que, de assobio em riste, se julgam sabichões de tudo e de todas as coisas, treinadores encartados de ignorância, presunçosos dirigentes de asneira, encapuzados impolutos de decência.
Outro pormenor que destoa nos tempos modernos é a presunçosa exigência da resposta à peixeirada! Estes Benfiquistas(?!) do assobio são ainda “sapientes” de todas as respostas!
E isto causa confusão! Causa confusão porque o Benfica é um clube do Povo, nasceu e cresceu do Povo, alimentou-se e alimenta-se no Povo. Não do povo apodrecido de reclamado sangue azul e bolso vazio, ou do povo atreito à benzedura da corrupção desportiva, mas do Povo Nobre, daquela Nobreza que provém somente da sinceridade, da humildade que só ela será exaltada, do Povo trabalhador, corajoso, íntegro!
Este Povo de Nobreza Benfiquista olha para o alto, para o seu lugar de direito, não desce ao nível da escória putrefacta e corrupta ou da que, reclamando constantemente origens de sangue azul, mais não faz do que rastejar em vassalagem humilhante!
Descer ao nível desta escória seria conceder-lhe uma importância que ela não tem de todo!
O Povo Nobre segue em frente, indiferente aos ladrados da canzoada, que esta não tem capacidade para lhe chegar sequer às canelas!
Quando o Benfica tem de tomar posição, toma-a!
O resto é-lhe indiferente, é como se não existisse e para ele não existe mesmo!
O Benfica caminha cá no alto da sua Grandeza, ancorado na sua Nobreza ímpar, não descendo ao nível da algazarra desprezível dos cães de fila que só têm esses “méritos” para se alimentar!
Quero desde já deixar bem claro que apesar deste texto ser na totalidade coincidente com o que eu penso, não fui eu que o escrevi pois nem tenho a sapiência literária do ilustre Gil Vicente!
ResponderEliminarA "turma do assobio" é somente a parte mais visível de toda uma vaga de fundo que julga que o Benfica, quando ganhava frequentemente, não dava barracas.
ResponderEliminarO mais interessante é que a "turma do assobio"
é a primeira a criticar as dispensas de jogadores Talvez seja pela preguiça de raciocinar. Afinal de contas, dá trabalho nomear alvos preferenciais dos seus assobios.
Caro Gil Vicente,
ResponderEliminarO texto que acabo de ler, é como beber água fresca num dia de calor tropical!
Deveria ser de leitura obrigatória à entrada da luz...dar-lhes-ia cultura, sapiência e vergonha na cara...talvez mesmo um pouco de benfiquismo naqueles corações empedernidos!
Eu identificava esse esterco e barrava-lhes a entrada na Luz. Sócios, ou não, fechava-lhes a porta. Querem assobiar vão assobiar para a tv, ou para a p... que os pariu.
ResponderEliminarTomás Pizarro