Não sei se posso ou não concordar com a frase constantemente repetida, “Portugal é um país cada vez mais descompensado”,
porque penso que a realidade teima em a desmentir.
Vejamos.
É verdade que falta dinheiro, que falta emprego, que falta saúde, que falta
educação.
Mas sobra corrupção, sobra pantominice, sobra pobreza, sobra miséria.
Há ainda, todavia, uma falta importante para os nossos tribunais e para os
nossos juízes, para as nossas comissões disciplinares, para os nossos conselhos
de justiça.
Não, não me estou a referir à falta de aplicação da justiça, nada disso,
seja ela embora também uma falta que falta no Portugal de hoje.
Eu concretizo apenas com alguns, muito poucos, exemplos.
Arquivam-se os processos do apito dourado por … falta de prova!
Arquivam-se processos de jornalistas agredidos física e verbalmente pelos
mandaretes e patrono mor da prática – ou tentativa, para ouvidos mais sensíveis
– de corrupção desportiva por … falta de prova!
Arquiva-se o processo de agressão dos mesmos mandaretes e patronato a um
dirigente de uma associação de futebol por … falta de prova!
Relativamente a este último arquivamento por … falta de prova … atentemos
num pormenor realmente divertido que sobressai do que foi vertido como fundamentação
dos senhores julgadores: “nenhum dos
presentes na tribuna terá visto; o responsável (ou responsáveis) pelo relatório do jogo não referiu qualquer
palmada ou insultos” … presume-se … porque nada terá visto!
Como este pormenor comprova, o “papa”
condenado por corrupção desportiva tentada está em vias de atingir as graças
de, pelo menos, sua beatificação. Há algumas semanas, ele proclamou um advento,
o advento do dia do ceguinho. E o dia do ceguinho chegou, enfim, tal como o
adventista “pontífice” da corrupção
desportiva tentada pronunciou!
Foi este um primeiro “milagre” dos
que é costume sacral exigir para a investidura em tais comendas, comendas que
nada têm de comum com as que lhe concedem mortais não consignados nessa
investidura, eles que mais não foram do que mandaretes do potestativo beato.
Pode haver, porém, um contratempo. O Papa verdadeiro pode decidir apagar o “milagre” do adivinho em retaliação pelo
apagamento da “sobrinha” no museu “brasileiro” de Contumil. Afinal, foi uma
“sobrinha” que recebeu tanta bênção quanto
o “papa” da corrupção tentada e
condenada. Para o Papa, o verdadeiro, a família é um bem preciosíssimo e
insubstituível, tanto como a famiglia para o “papa” condenado.
A quem nada faltou foi ao Belenenses. Não lhe faltou o Benfica – e o
árbitro, ele, um ceguinho da famiglia do adventista – e não lhe faltou o “arouca”, aquele “arouca” regional que igualmente foi condenado por corrupção
desportiva.
Ao Belenenses sobrou-lhe arte – e, no caso do Benfica, árbitro amigo – para
conquistar pontos aos clubes que em Portugal estão a jogar bem, assim o
prognosticou o bruxo em tentativa de beatificação.
Quem também entrou em tempos de advento – preparando a festividade do
entrudo – foi aquela prosápia de presuntuoso que julga fato engomado e graçola
chocarreira a máscara à medida do seu entranhado complexo de inferioridade
clubística.
“Um treinador é para treinar”, apregoa o mascarado!
Pois é!
O treinador seu subalterno confirmou, ele que, discípulo da prosápia, dizia
que os treinadores dos chamados grandes não tinham por que se queixar dos
árbitros e, além disso, seria correcto que, queixando-se das desgraças, se
admitissem nobremente as graças.
Pois ele tentou beatificar-se também! Muitos entenderam, mal, que ele atirava
a máscara ao chão e festejava antecipadamente o carnaval, rebolando-se nas
entrudadas do “mau dia” do árbitro de
ontem, coisa que eu, particularmente, não consigo julgar porque não sei se ele,
o tal árbitro, apanhou chuva ou sol no seu desempenho.
Eu não entendi isso, do seu desmascarar. O que eu entendi, porque advogo
que nem sempre o povo tem memória curta, foi que ele assumia a tal nobreza por
si sacralizada e estava em penitência acerca das graças do árbitro que dirigiu
o Sporting-Benfica para o campeonato.
Na mesma onda estava o seu desmascarado patrão. A tal “nobreza” do treinamento para o treinador virou em “nobreza” do dirigente para os favores
arbitrais. De máscara ao léu na vivência da sua essência, ele se masturbou na
penitência dos favores dos golos concedidos em fora de jogo, nutrientes que
bastavam ao crescimento da sua prosápia mal amanhada.
O árbitro de ontem não permitiu os fora de jogo aos seus vira-latas em piruetas
entrudescas por conta da brisa que soprava.
Errou! E para o mesmo lado porque nem sequer era folgança da época que
errasse de caras … e de coroas!
No meio de tantas faltas, que ninguém se desespere, que há uma falta que
não falta.
É a falta da falta de vergonha.
Só falta arquivar a (in)justiça que tais juízes tem! O resto... será por acréscimo!
ResponderEliminarE assim vai este país... onde tudo isto é normal! E onde o futebol de dia para dia perde cada vez mais interesse...
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