quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Os “bons samaritanos” e os mamões da pedincha

1. Os “bons samaritanos”

Na sua recente tomada de posição contra a adulterinidade constante da verdade desportiva, homenageada pelos adúlteros e sofregamente abocanhada pelos serventes do adultério, o Benfica anunciou que iria repensar a sua participação na Taça da Liga. Foi quanto bastou para aparecerem de imediato os lampeiros do costume que, apressurados, logo se esforçam por demonstrar a sua “ilimitada erudição” do mundo das leis portuguesas e desportivas – no caso – regulamentos a preceito, determinações e penalidades.
No entanto, Benfiquistas, não se enfureçam nem dêem muito crédito a isto! Afinal, é o seu modo pressuroso de “bons samaritanos”, mais a sua veia tentadora de demonstração da sua “sabedoria” da ignorância! Depois, nos órgãos sociais do Benfica nem há juristas e homens de leis, nem o Benfica tem um gabinete jurídico!... Há apenas, comparado com aquele “iluminismo” omnisciente e omnipresente, apenas ignorantismo pedante (!), uma visão que sempre os ditos “iluminados” conseguem descortinar, e com mediana clareza, no espelho que é a sua constante de reflexão … em sentido físico, entenda-se!...

Um sabichar tal, o destes “bons samaritanos”, que só consegue paralelo no seu silêncio sepulcral sobre os atropelos à lei, às constantes pantominices sobre a verdade desportiva, ao recebimento de árbitros em casa como complemento da “fruta” servida numa ceia faustosa, recebimento agora transmutado em homenagens à manigância.
Ademais, bem se compreende este silêncio sepulcral.
Por um lado, perde-se tempo a querer enumerar as leis, seus regulamentos, determinações e penalidades a quem não sabe o que é a lei, a quem vive fora da lei e a quem quase é aplaudido e homenageado por torpedear a lei por uma dita justiça que, diziam – e ainda dizem numa retórica recorrente para enganar o pilha galinhas que caia nas suas malhas – fora criada e existia precisamente para aplicar e fazer respeitar essa lei, ou seja, uma justiça para fazer Justiça, coisa de que há muito se esqueceu!
Por outro, de sepulcros estão eles, os “bons samaritanos”, bem doutrinados, tanto quanto sabem quem tem esse privilégio exclusivo de falar e prometer, às vezes sem cumprir, a mortos aí supostamente a descansar na sua última morada.

Estes bons samaritanos têm ainda outros atributos que não são de modo algum inéditos mas bem conhecidos. Eles recitam por mando e por conveniência às ordens do amo, o que não constitui segredo para ninguém! Assim, não será correcto referir-se que eles se esqueceram de citar a lei que impõe o prévio reconhecimento das provas futebolísticas nacionais, a sua ratificação pelos órgãos governativos próprios, para que estas provas se imponham a qualquer dos seus potenciais participantes.
A Taça da Liga, tanto quanto é sabido, não foi ainda reconhecida e ratificada conforme à lei. Pormenor insignificante, para os tais, mas que esvazia de efeito útil aqueles preceitos que eles tão pressurosamente vieram citar porque a Taça da Liga, enquanto não reconhecida e ratificada, não se enquadra nas suas previsões.

2. Os mamões da pedincha

Deve dizer-se em abono da verdade que aquilo que mais assustou os pobres do futebol português que vivem exclusivamente sustentados pela teta do Benfica e dos adeptos do Benfica, foi o pedido dos órgãos sociais deste clube para que os seus adeptos «se abstenham de se deslocar aos jogos fora de casa»
Os seus comentários são, deveras, interessantes, até por serem supostamente – na cabeça dos seus autores – uns aconselhamentos dignos de um bom “pater familias”, inspirados sem dúvida nos tão elogiados – pela justiça civil que o julgou – aconselhamentos familiares do “papa” da corrupção desportiva tentada.
Estes pedintes – presidentes do Olhanense, Portimonense e Rio Ave, até agora – só a custo é que reconhecem a “ferida” que a ausência provoca nos orçamentos dos seus clubes, se o “abono de família” e a chave real da sua sustentação económica falhar. Em vez de pedirem misericórdia como todos os pedintes que precisam, alongam-se nos ditos aconselhamentos.
«Então é lá coisa que se faça a uma equipa, retirar-lhe o apoio dos adeptos?»
«Então o pedido de abstenção dos adeptos ao campo dos adversários desportivos não retira crédito ao futebol português?»

“Apitos dourados”, batotice desportiva, conversas dignificantes das tramóias que circulam por todo o mundo via youtube, tudo isso são créditos ao nosso futebol, naturalmente. Retirar a chucha que lhes permite, pelo menos, sobreviver para serem comparsas dessa podridão da verdade desportiva, isso é que é descrédito.
E talvez tenham razão porque, sem mama, os compromissos – ordenados e outros – ficam naturalmente por pagar.
Querem dar-se bem com Deus e com o diabo?
Pois Deus retirou-lhes agora a mama!
Querem-na de volta?
Reneguem o diabo, juntem-se a Deus, abominem «os que ergueram uma organização à margem da lei e um modelo de violência e intimidação de quem não comer da sua cartilha». Basta que deixem de apoiar e, pelo contrário, condenem «os que trilham caminhos sinuosos sem problemas de consciência e sem reparo e sem castigo».
Ou a abominação da sujeira e da trapaça desportiva, ou o abono de família.
A escolha é agora bem clara.

E para que saibam ou não queiram fazer dos Benfiquistas apenas os ofertantes das chupetas que tendem a murchar, fica bem claro que os órgãos sociais do Benfica não pediram aos Benfiquistas que retirassem o apoio à sua equipa, nem nos jogos fora da sua casa. Pelo contrário, pediu-lhes para continuarem a apoiá-la “de forma inequívoca e sem reservas”.
Apenas foi recomendado que os Benfiquistas “se abstivessem de se deslocar aos jogos fora de casa”! Aos jogos, sublinha-se, o que significa apenas que se abstenham de se deslocar aos campos de futebol dos adversários, nada mais, pois é nestes campos de futebol que os jogos se desenrolam – ainda! – conquanto se saiba que não aí muitos dos resultados, previamente combinado fora de campo!
Não foi pedido aos Benfiquistas que não acompanhem a equipa de futebol nas suas deslocações, que não lhes façam sentir, nos seus trajectos de e para os campos de futebol dos adversários, o seu apoio “de forma inequívoca e sem reservas”.
Foi-lhes pedido apenas que deixem de ser a mama que sustenta a batotice desportiva do futebol português.

2 comentários:

  1. Boas, caro Gil. De volta com os «autos» e muito bem.
    Este é, talvez, o «Auto da mama que se acaba». Ou o «Auto da Barca da podridão e compadrio que se vira»... Há que dar cabo destes assassinos do futebol, pois há 30 anos que andam nisto, e pelos vistos sentem-se bem, pois só com uma posição destas do Benfica é que começaram a ver as orelhas a arder, ou a faltar o «pilim» na carteira, e com isso num instante as divisões mais baixas à vista, e para todos. Não se pense que é, tão só, aos pequenos que isto afecta, pois se não vem capital da ida do Benfica aos seus jogos, ai a coisa afina, e fia mais fino depois...
    Por mim é sem complacência. Só aprovo, quanto muito, a ida das claques, e mesmo assim é muito, pois o que muitas vezes fazem é mais maltratar o Benfica do que apoiar. Sei que há boa gente nas claques que quer o melhor, mas também TODOS sabemos que há gente do «piorio» por essas bandas e que a coisa, muitas vezes, serve para tudo menos apoiar o Benfica.
    Logo, por muito que custe aos jogadores não terem público a apoiar, afecto ao Benfica, é da maneira que cerram os dentes, os punhos, e vão com mais força à luta!
    Eu apoio a 100% tais medidas. E paralelamente a isso, a parte onde denuncia a qualidade da Taça da Liga, do nosso departamento jurídico, tudo, como sempre, fiel à verdade!
    Parabéns caro Gil!

    Abraço

    Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

    Bimbosfera.blogspot.com

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  2. Grande post e grande Gil Vicente ,é o que estes lambe botas merecem porque não passam de uns canalhas com culpas também no cartório.
    Um abraço e viva o Benfica.

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