terça-feira, 27 de outubro de 2009

O PEQUENO MANEL



Manuel Machado é um pequeno ser que um dia bem cedo se colocou a jeito de merecer as graças do “papa” corrupto e mentiroso. Treinava ele uma equipa recém-promovida e perdia com o seu Moreirense frente ao Benfica. Começou aí o seu afrontamento ao Glorioso e a sua pequenez, numa cruzada para se colocar em bicos de pés e poder agradar ao centro do poder corrupto.

Só agora o presidente actual do clube que treina vem reconhecer que este Portugal é um país de rafeiros. Sabe ou pressente que os seus rafeiros há muito que farejam uma côdea do “papado” que até agora, no entanto, se tem comportado de ouvidos moucos.
E do que viu e ouviu, julgou muito bem chegada a hora de chamar os rafeiros que são rafeiros lá da casa pelos seus nomes.
Naturalmente que se não referia apenas ao pequeno Manel, mas se estava a referir ainda ao outro rafeiro lá do sítio, ao que ladrou marcar um golo, se jogasse.
Este rafeiro abriu a boca, entrou mosca! Se agradou ou não ao reino do “papa”, sua pretensão, não se sabe ainda. Mas que tentou ladrar-lhe para lhe soar aos ouvidos, ai isso ladrou!
Mas, por agora, só vamos conversar com o pequeno Manel.

Num descaso da sua sovinice, o nosso pequeno Manel até elogia Jesus como o "Mestre da Táctica".
E que bem que assenta o título competente a Jorge Jesus! O futebol é acima de tudo táctica. Táctica na lide com o balneário, táctica na lide da coesão do grupo, táctica na lide do insuflar espírito vencedor, táctica na lide de privilegiar o colectivo da equipa em detrimento das individualidades, táctica na lide do conhecimento do adversário, táctica na lide da distribuição e redistribuição das suas “peças”, antes e perante o desenrolar do jogo.
Jorge Jesus tem sido neste Benfica, de facto, o Mestre da Táctica de bem jogar, bem triunfar e bem golear.

Mas a distracção do pequeno Manel foi apenas um acaso do descaso porque logo a seguir se virou de frente para o espelho e desatou no murmúrio dos psicóticos, vendo-se refastelado a "mascar chiclete de boca aberta" e a "praguejar no banco de suplentes".
Surpreendido, arrebitou mais um pouco o bigodinho, trejeitou a boca um pouco à banda, esticou o pescoço e julgou-se preparado.

Peito para fora, pescoço esticado, jeito na gravata, assim se apresentou o pequeno Manel no Estádio da Luz, confiante em árbitro amigo que, por sinal, nem sequer o desenganou pois lhe permitiu um golito falso como judas que quase o levou a fazer o manguito.
Mas não se recordou do “Mestre da Táctica”, aliás, um lacónico lampejo de consciência. E o Benfica do Mestre da Táctica levou a equipa do pequeno Manel à boca, mastigou-a vezes sem conta e a seguir atirou-a ao chão, toda destruída.

E o pequeno Manel arrafeirou-se refinadamente, de tal modo que até o presidente do seu clube se não conteve. Como gosta de “ficar à frente de alguém tão especial”, ficou à frente dos quatro dedos da mão de Jorge Jesus, quando a sua equipa chupou o quarto, se bem que os “quatro” eram para os defesas do glutão, a equipa do Benfica.
Vai daí, ainda mais pequenino, sovina e traquina, o pequeno Manel corre para os espelhos do balneário da Luz, que são obra de arte de primeira categoria, coloca-se na sua frente, mira e remira o pelintra que vê reflectido e desata na sua bobice paspalhona:
“Vintém é vintém”!
Mas vintém já não existe!
Então, dá de chofre com aquela pequena e ridícula figura e murmura:
“Cretino é cretino”!

E será que agora acertou?
Acertou porque de novo se mirou e remirou e decifrou a figura reflectida do traste que se encontrava frente ao espelho!
Depois, calou-se num murmúrio triste, não rabugento mas melancólico:

«Fui triturado, mastigado, comido, destruído, atirado ao chão!
A mascar chiclete amarela!...
Ou era azul?
Raio de sorte!
Desta vez, a chiclete estava pintada de vermelho!...
E não era o sangue de Jesus!...
Que cruz me faz carregar o Jesus que me assombra!
E plantou-me ele nas ventas com quatro!...
Afinal, só parou aos seis!...
E eu de boca aberta ... a ser devorado por esta chiclete toda de encarnado engalanada!
Ora porra!...
Porra, não, carago!...
Carago não, carago!...
Agora sou eu, pequenino, pequenino, qu’ estou p’rá’ qui a praguejar como um rafeiro desalmado!»

10 comentários:

  1. Caro Gil Vicente, uma palavra só SOBERBO.

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  2. Qual rafeiro desalmado qual quê.
    Tu Gil Vicente és da mais pura casta.

    O Manel Machadês está por ti muito bem esmiuçado.
    Com poesia e tudo.

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  3. É isso mesmo... este cavalheiro de bigode merecia era que o nosso JJ lhe metesse 6 dedos em riste no final do jogo... ou então, 1 dedo bastava. um abraço.

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  4. Fantastico, como sempre.

    Venho ca mandar um abraço ao meu amigo.

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  5. Lindo!!!
    Lindo o texto e linda a pequenez do Manel que nunca será grande... será sempre um pequeno reles Manelito!

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  6. Fabuloso...............

    meu amigo Gil Vicente..........

    um beijinho
    ..

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  7. Genial caro Gil.
    Vou ver se complemento isto hehehehe
    SLB4EVER Rumo****

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  8. Caro Jotas
    Obrigado pelo elogio. Mas o seu posto está realmente também em grande. Formidável.
    Um abraço.

    General
    O Manel é rafeiro, é pequeno.
    Mainada!
    Um abraço

    xplisboa
    Dou-lhe as boas vindas e agradeço imenso o seu comentário.Eu também gosto muito do seu cantinho.
    Nós temos de defender todos e sempre o nosso Benfica e as coisas do nosso Benfica.
    É o que o caro Benfiquista também faz com brilhantismo.
    Um abraço

    Viva Maestro
    Já notava a sua falta, em especial no seu cantinho de Benfiquismo e de defesa do Benfica.
    Retribuo o abraço amigo
    E Benfica sempre

    Caro "Boygenius"
    Agradeço-lhe também a sua visita. Também gosto muito de comentar no seu cantinho. Todos juntos, todos a remar para o mesmo lado, todos unidos, o Benfica nunca será vencido e irá cada vez mais lá bem para o alto, o Alto que a Gloriosa Águia nos indica.
    Um abraço

    Rainha do Benfiquismo
    Um beijinho amigo

    JDD
    O caro Benfiquista consegue sempre coisa belas com a sua arte.
    Um abraço

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  9. Como veio no jornal O Jogo edição Lisboa, Jesus mastigou e deitou fora... 6 vezes! Manuel Machado é apenas triste. Um treinador que até não é mau, mas que tem a triste cultura de jogar para o pontinho. Na Europa tem-se visto onde isso o tem levado. Podia ter empatado com o Werder Bremen e ganho em Viena e em Bilbau, não fosse tirar o ponta-de-lança e meter o grande central Clébão. Acabou por falhar em todos os jogos e tem apenas um ponto quando podia ter 7. Dá para ver a sua cultura "atacante". Ruben é só mais um que se tentou pôr em bicos de pés para mandar achas para a fogueira. Mas o seu treinador e o seu capitão vieram logo a público explicar o que se passou no tal túnel. Ou seja: nada de mais. Uma troca de palavras e um chega pra lá de JJ a Cléber que no final do jogo se abraçaram e sanaram tudo. O miúdo até é muito bom jogador. Não lhe ficou bem.

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  10. Caro Bruno
    Excelente comentário, de resto, na linha do que nos habituou com os seus post.s no seu blogue.
    Concordo inteiramente consigo.
    Um abraço

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