sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A UNIVERSIDADE NACIONAL DA CORRUPÇÃO DESPORTIVA

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O dia 25 de Abril de 1974 foi uma Primavera de democracia há muito esperada e desejada.
Todavia, com a democracia, a pura, a bela, a real e verdadeira, depressa surgiram os seus vícios, os seus piores vícios num país ávido mas órfão do saber e do viver democrático.
Democracia não é sinónimo de perfeição, bem entendido. Mas não admite o mínimo cotejo com ditadura, seja ela de que cor for.
Os vícios combatem-se e repudiam-se. Por isso, existe democracia e vive-se em democracia. É o seu ideal que nos obriga à luta.
Enumeremos, pois, alguns dos vícios que aqui se pretendem denunciar e combater.

A democracia trouxe-nos a dita democraticidade do ensino, num estilo sem rei nem roque. Ensino para toda a gente, sem professores para ensinar! Universidades e faculdades a torto e a direito para formar “doutores”, sem Mestres para licenciar cátedra!

A democracia trouxe-nos o corporativismo de classes privilegiadas a impor-se ao bem nacional. Estas ousam fazer de conta que cumprem a sua missão mas dela sempre se queixando e tentando obter proveitos, enquanto as teias de aranha a embrulham nas calendas do porvir para ser cumprida a passo de caracol!

A democracia trouxe-nos a promiscuidade. Com a promiscuidade surgiu a corrupção que agora é dona e senhora de muitas das vivências funcionais e profissionais do país democrático.

A promiscuidade entre Política e Futebol

A promiscuidade entre a política e o futebol é justamente considerada uma das promiscuidades mais evidentes, conhecidas, conspurcadas e corruptivas.
Para tanto, bastou que aparecesse alguém que odiasse os escrúpulos e inventasse uma guerra imaginária entre duas regiões de um mesmo país, confundindo suposto desenvolvimento com regionalismos bacocos sob uma bandeira, não de uma Pátria, não de uma Região, mas de um clube de futebol esfomeado de visibilidade porque reduzido à sua dimensão de bairro citadino.
Tomou conta e manobrou os cordelinhos das instâncias futebolísticas, amordaçou políticos da cor com igual ódio de estimação aos escrúpulos, outros sem ser da cor mas desejosos da mordaça das promessas de votos que cozinham, entronizam e fazer perdurar no poleiro do poder.

E assim nascia e se inaugurava, com pompa e circunstância, num berratório labrego pseudamente identificado de zombeirão, tal os comparsas amestrados que dele fazia a sua audição, tradução e divulgação, a Universidade Nacional da Corrupção Desportiva!

Privilégios e Comendas

À novel mas não inexperiente universidade, é desde logo atribuído o estatuto da inimputabilidade, numa ardileza saloia porque se de menor idade ela era, sabidos e sabichões de bem maior idade eram o seu “reitor e corpo docente” fundadores.
Mas a (in)justiça deste país já se atolara, com tendência de agravamento constante, nas teias de aranha do atraso, da incompetência e da convicção adquirida nas “virtudes” da novel e versada universidade. Uma convicção que faz com que aquela (in)justiça persiga assanhadamente os meros “pilha-galinhas” e descanse em paz na “falta de prova” – que todo o povo conhece e sabe existir, sentindo o crime mais do que provado – relativamente ao “colarinho branco”.

Organizam-se jantares opíparos e promíscuos entre deputados ditos da Nação – da nação universitária corruptiva, certamente! – e auto elegendo-se e se elogiando “símbolos” da democracia, com o “reitor”, “mestres” e alguns “alunos” da universidade nacional da corrupção desportiva, num desagravamento sacrílego da impunidade de uma dita (in)justiça democrática.
Organizam-se redes de compinchas nas instâncias políticas de todos os níveis, nas instâncias (in)justiceiras, investigatórias e desportivas.
Celebram-se pactos de não agressão e de protecção e promoção concupiscente com presidentes amigos e compinchas de conselhos directivos de outras universidades ou faculdades, mesmo que o colégio de seus pares vote contra.
E temos reestruturada a dita universidade, de modo a abranger com mestria três ardilosas faculdades:

A faculdade da corrupção desportiva;
A faculdade da inimputabilidade do “reitor”, “mestres” e “alunos”;
A faculdade da impunidade dos referidos “reitor”, “mestres” e “alunos”.

Proventos e Ensino

A dita democraticidade do ensino espelhou-se também, como já se inferiu, na universidade nacional da corrupção desportiva.
Aqui, porém, já com “reitor” bem formado no golpe – assim se alcandorou ao poder – e merecedor, por isso, do insigne título de “papa”, e bons “mestres” coadjuvantes, alguns provenientes da “armada golpista”, à compita com “alunos” interessados e empenhados na aprendizagem e empreendedores profissionais sem rebuço e sem descanso.
Depressa a (in)justiça acabou de tecer as suas cada vez mais densas teias de aranha, a promiscuidade sentiu o caminho livre, a corrupção avançou impunemente na sua inimputabilidade.

Os proventos foram quase imediatos, por isso, e têm sido imensos! Campeonatos e taças com ajudas de árbitros, beneplácito da justiça desportiva e outros dirigentes marionetas.

Cada vez mais sabichosos e ao abrigo da justiça divina que não preocupa cá na terra, vão fazendo a sua cátedra como podem e sabem.
No país da impunidade, com requintes de sabedoria batoteira, nem os ensinamentos plasmados nas escutas telefónicas os perturbam. A realidade é a corrupção ou a tentativa e nem se dão ao trabalho de o negar.
Não negam as escutas, apenas ensinam que elas perderam a sua utilidade porque se esvaíram através das ondas hertzianas.
Sabem de cátedra como os seus acólitos procedem nos túneis da escuridão da universidade nacional da corrupção desportiva.
Não lhes dão luz nem pio para alumiar!

Por isso, ei-los nas suas lições! Melhores mestres na matéria não há, pelo que o seu maior desejo é verem-se ao espelho da sua sapiente cátedra.
Só eles sabem, de cor e salteado, que “abundam provas de falsificação do relatório e alguém terá coagido ou corrompido João Pedro Dias”.
Só eles sabem, de cor e salteado, a suprema razão das perguntas que formulam, só eles sabem “porque terá o delegado colocado em causa o seu bom-nome e reputação de forma tão displicente” ; “o que o determinou a mentir” ; se foi “a promessa de alguma recompensa ou favor” ; “ou terá sido exercida alguma violência moral sobre o delegado, isto é, terá o delegado sido alvo de alguma coacção que o levasse a mentir e a cometer um ilícito muito grave”!

Ninguém mais sabe do que a casa gasta porque “a experiência é a madre das cousas”! “Reitor”, “mestres” e “alunos” são uns artistas nestas andanças! Não há nico que lhes escape!
Melhor espelhamento das suas falcatruas não podem eles desejar!
E, pelo que já se viu mas muito ao de leve, alguns senhores da comissão disciplinar não andaram na universidade nacional da corrupção desportiva!
Por isso os “condenaram” pela referida corrupção … eufemisticamente tentada!

A universidade portuguesa da corrupção desportiva desempenhou muito bem o seu mester!
Formou muito bons “mestres” e muito bons “alunos” na matéria!
O “reitor”, merecidamente, pode orgulhar-se do seu “papado” de aldrabices e mentiras, mesmo ao Papa, o verdadeiro.

Mas é claro que existem sempre pormenores que escapam! São aquelas danadas excepçõezinhas que danadas, danadas, só confirmam a regra!
Por exemplo!
O professor Jesualdo, apesar de estrábico – só vê o que lhe interessa ver – e míope – vê bem ao longe e muito mal ao perto! – também comete a sua gafezita de vez em quando!
Por isso, sai-se com este disparate revelador de um ignorantismo que confrange, tendo em conta o “mestrado” que professa!
Atentem só nesta peralvilhice:

«Não sei se não falam tanto de nós porque acham que o F.C. Porto, porque ganha mais vezes, não precisa ser falado ou porque já se habituaram a não falar do F.C. Porto».

Qualquer professor que se preze sabe a resposta na ponta da língua, pelo menos de há um século para cá!
Não falam do FC do Porto porque não há o mínimo interesse em falar de algo que só envergonha um país e uma cidade que sintam vergonha!
Não falam do FC do Porto porque um clube regional de apenas um cantão pequenino de uma cidade nobre e invicta, que se não deu nem dá ao respeito, não consegue a mínima dimensão que mereça ser referenciada!
Pois se até grande parte da cidade em que ele está acantonado não adere à sua universidade da corrupção e não se matricula para aprender os seus ensinamentos de batotice! …
Então, por que o haveriam de falar jornais, rádios ou televisões?!

Outra pequena excepçãozita passou-se com Andrzej Wozniak, antigo guarda-redes do clube fundador da universidade nacional da corrupção desportiva e aluno da “excelência” desta universidade.
Pois este aluno foi condenado por corrupção desportiva no seu país natal, a Polónia, a três anos e meio de prisão!

Aqui, porém, a excepção deveu-se a um ensinamento deficiente!
Esqueceram-se os “mestres”, esqueceu-se o “reitor”, de ensinar ao seu distinto aluno este pequenino mais importantíssimo e decisivo pormenor:

No seu país natal, a Polónia, não existe, nem a universidade de corrupção desportiva, nem as faculdades da inimputabilidade e da impunidade!

2 comentários:

  1. A cruzada contra a corrupção e as ditas promiscuidades nunca é de mais e está sempre a propósito quando se fala no nosso futebol e até no nosso país. Politicamente, eu considero que a democracia é o cancro de uma sociedade. Pelo menos esta democracia conspurcada e corrupta que conheço. Tirando as políticas repressivas, que nunca são desejáveis, em tudo o resto eu considero as ditaduras melhores opções. Digam o que disserem, o melhor político em Portugal chama-se Alberto João Jardim e é ele que sabe gerir uma região.

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  2. Simplesmente brilhante caro Gil Vicente.
    Nunca fui adepto do eu quero posso e mando mas em certos casos a ditadura seria bem aplicavel visto que a democracia trouxe tudo o que acima refere. Os xicos espertos apoderaram-se dessa democracia para impor leis e governar a seu belo prazer atraves da coacao,suborno,intimidacao,trafico nas mais variadas formas etc,etc,etc...E o mais curioso e que esta mesma democracia da guarita a estes mesmos criminosos e como dizia o outro e esta em ?!?!?!
    SLB4EVER Rumo****

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