sábado, 8 de maio de 2010

Ansiedade...

Que sonhas tu, rebelde coração ...

Que sonhas tu, rebelde coração,
Desafinando em viver de ansiedade,
Tornando-me viva e dolorosa tal verdade
Duma vivência ansiada em devoção?

Por que hás tu na sombra conspirar
Num ladino complôt contr’ ó sorrir,
Que tanto minhas preces te recusas a ouvir,
Meus ais, meus tormentos vãos p’ra t’ alegrar?

Neste peito te sentes assim tão comprimido?
E esbracejas nesta ingente dose de tortura
Em cadências que cavalgam minha desilusão,

Deixando assim meu ser pequeno e despido
De êxtases e bem nutrido de loucura?
Ó, que tanto me torturas, rebelde coração!


E nesta hora de Graças tantas...

E nesta hora de graças tantas, refulgentes,
Que este meu Benfica Glorioso me pespega
Em excelsa graça de Jesus com suas gentes,
Graças tantas na mirífica arte sua da refrega!

E a Águia ao gentio faz vergar em devoção
Em seu voo imperial de domínio e altivez
Que dele, Benfica, faz graça natural de campeão
E sentir ao mundo circundante a sua pequenez!

Por isso, coração que tanto t’ inquietas,
Que em êxtase, enlevado e mui agradecido
Dentro deste peito, deste berço, deste ninho

Num arroubo de paixão, de doçuras, de carinho,
Em dolce ânsia, honores de devoção, enternecido,
Por que não sonhas, te exaltas e t’ aquietas?




Mas hás por bem ...

Mas hás por bem inquietar-me de tormento
Nesta ansiedade que aperta este pobre coração?
É por bem saberes que, p
or ti, é eterna a devoção?
Que infindas estas horas, tresloucado sofrimento
!

Por que te atrasas, ó tempo do êxtase, da vaidade?
E sobram esbirros vãos de malfadado adiamento?
Ai, que o tormento é longo e a felicidade um momento!
Só qu' um segundo d' Amor por ti vale a eternidade!

Acode-me este Amor ardente, esta alegria imensa
De pertencer ao mais belo, ao sempre Glorioso!
E se este coração arde d' ansiedade bem pungente

Quero eu sempre morrer na labareda intensa,
Que torna belo este viver que, ufano e presunçoso,
Bem lhe quer bem mesmo qu' esteja descontente
!

Sem comentários:

Enviar um comentário