terça-feira, 15 de dezembro de 2009

PINCELADAS ENCARNADAS

1. O jogo de Olhão não correu bem ao Benfica. Sabia-se que os da casa iriam comer relva, esfarrapar-se, dar patadas e espicaçar. Era o seu salário que estava em causa. Tinham de fazer tudo para agradar ao patrão que, conquanto lá na distante torre do bairro de Contumil, não deixaria de montar mais uma armadilha, servindo-se de mais um dos seus satélites.

Em termos de jogo, a falta de determinação inicial foi, apesar de tudo, surpreendente para os Benfiquistas. O Benfica não pode sofrer golos daqueles contra os clubes que lutam pela fuga à despromoção. Não pode sofrer golos assim porque até nem deve proporcionar ocasiões para o seu eventual aparecimento. O Benfica deve mandar no jogo e não ser mandado.
Faltou mando, faltou a demonstração de competência que subjaz à equipa.
E, à mistura, assomou criancice inadmissível no meio daquela juventude irreverente e que já demonstrou, em muitas outras paragens, competência.


2. O presidente do Olhanense veio, nas vésperas do encontro, dar os seus bitaites da ordem. À mistura com a sua sentida “honradez” por receber tão ilustre visitante, afirma que perde dinheiro por não ter transferido o jogo para um campo de futebol com mais alguma decência. Era o “respeito pelos sócios”, acrescentava.
Ninguém lhe pedira tal desabafo mas o homem julgou-o necessário.

Todos os Benfiquistas sabem, porém, que o bitaite era apenas a confirmação do que já se sabia. O presidente escusava o esforço. Dinheiro perderia ele se transferisse o jogo para o Estádio do Algarve. Nessa hipótese, ou o Olhanense passava a jogar com os juniores de refugo e treinador de iniciados, ou adquiria novos artistas e afundava na insolvência e nos salários por pagar o clube que dirige.
Toda a gente sabe quem é o seu patrão, aquele que paga.
E quem paga, manda!
E pau mandado obedece de rabo entre as pernas. E apenas tem direito a um fogacho de glória quando lhe põem à frente um microfone e do outro lado está aquele alguém, aquela instituição desportiva ímpar e universal que vale a pena fazer perder tempo ao microfonista.


3. A entidade uefeira já há muito nos habituou aos seus costados dobradiços. Se for preciso, reinventa e readapta normas para proteger a sua adaptabilidade congénita de modo que aquilo que era, em tempos de conveniência, deixa de ser, em tempos de mudança do convir.
Sabe-se já que, para a uefa, conveniência também não rima com decência.

Ainda agora, o que para nós até pode ser ingénua novidade, demonstrou nova faceta, uma faceta censora.
“A priori”, diríamos que a uefa, de vez em quando, fazia por limpar alguma da sua porcaria. As palavras de um tal Álvaro Pereira, acerca de do Benfica, de Saviola e de Cardozo, são, de facto, porcaria, como de resto era esperado por quem vive atolado na estrumeira da corrupção desportiva nacional. Ninguém ousava pensar que de tal cloaca saísse coisa decente. Todos os Benfiquistas, e muita gente mais, sabiam isso há muito tempo. Bastava que brotassem da fonte que brotaram.
Logo, só emporcalhavam mesmo quem as vomitou e o vaso que acolheu tal vómito a que, na ocasião, deram o nome de site da uefa.
Todavia, a uefa achou que essa porcaria, mesmo vinda da fonte que veio, estava a mais e censurou-a. É uma medida censória que, seja como for, também lhe assenta bem. Só que a uefa não censurou a porcaria do seu vomitório. Censurou, sem o saber, a sua sujeição.
Apesar de tudo, o Benfica é um dos poucos clubes míticos a nível mundial e, consequentemente, a nível europeu.
E a uefa sabe disso!
Assim como sabe que o clube de Álvaro Pereira não passa de um clube de bairro de um pequeno país!


4. A profecia de Carvalhal de que o empate frente ao Hereveen deu saúde concretizou-se. Depois de toda a sua equipa se ter queixado do batatal e de os patrões se terem recusado a arranjar um novo campo de cultivo, eis que essa equipa resolve, com o beneplácito de um personagem com apito, jogar fora de campo.
A coisa até nem foi mal pensada! Para batatal já bastava o campo delimitado por aquelas linhas brancas, nada de pior poderia acontecer para lá de tais limites!
Então, nada melhor do que experimentar em campo alheio!
O problema foi quando, no jogo seguinte, de novo obrigaram essa equipa a jogar entre as linhas do seu próprio batatal. Aí, a “saúde” profetizada por Carvalhal manifestou-se numa bem rosada convalescença!...


5. Liedson parece ter afinado pelo diapasão dos seus companheiros de equipa. Aliás, não só afinado mas mesmo reafinado!
Primeiro, não esteve com meias medidas. De jogador resolvente virou jogador resolvido … a deixar de jogar!
Não lhe tendo sido concedida tal mercê, por mor dos bons ofícios das suas gentes, resolve fazer das suas.
Se não resolve com a bola em campo … resolve com a bola … fora de campo!
Um jogador, efectivamente … resolvido!
Quem sabe se não era essa a tal “prenda no sapatinho” prometida por Bettencourt?!!!

3 comentários:

  1. Domingo ganhamos aos corruptos e tudo volta à normalidade

    Cumpts
    .

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  2. Bom dia, Caro Águia Livre

    Só hoje consegui dar uma espreitadela ao blogue.
    Tenho andado agora com muitas intermitências devido a alguns problemas de saúde, em face de resolução.
    De todo o modo, obrigado pela sua visita e estou de acordo consigo.
    Domingo é para ganhar.
    Um abraço

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  3. Olá Mestre da ourivesaria mas também do Teatro.

    Nesta época natalícia, outros afazeres se levantam. Desculpa lá qualquer coisinha.
    Em Braga foi dançado o VIRA MANDADO e em Olhão o Corridinho mandado.

    Tudo mandado!!!

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