sexta-feira, 10 de julho de 2009

A DESVERGONHA NACIONAL

Portugal é um país de brandos costumes. Um país de brandos costumes na singeleza do seu povo que trabalha laboriosamente, que passa dificuldades, que faz sacrifícios, que suporta e não se revolta, a não ser na agonia do seu coração puro.
Mas Portugal também é um país bicéfalo. Ao lado do povo que labuta, sofre e se sacrifica, pulula uma classe dirigente onde impera a corrupção, o vale tudo, o compadrio, a troca de influências, a imoralidade, a desvergonha. Desde os representantes da nação aos donos e dirigentes das grandes empresas, aos órgãos de comunicação social, seus jornalistas, comentadores e cronistas.
Sabe-se que há excepções mas elas são tão raras hoje em dia que, para além de só confirmarem a regra, como qualquer excepção que se preze, se diluem de tal modo que se torna difícil, a mais das vezes, encontrar-lhes o mínimo rasto.

Tiveram lugar há pouco tempo as eleições no Sport Lisboa e Benfica. O Sport Lisboa e Benfica é um clube do povo, um clube de que o povo gosta, um clube onde o povo se revê, um clube a que o povo adere. Por isso, é um clube muito apetecível, o único apetecível, por toda aquela classe dirigente e seus devotados serventuários. O Sport Lisboa e Benfica tornou-se numa das principais marcas de Portugal, despertando enorme cobiça.
Felizmente que, depois de um interregno de vergonha, voltou para as mãos do povo, do povo Benfiquista que é a expressão maioritária do povo português, cá dentro e na diáspora.
Os representantes do Benfica, homens do povo e que o povo Benfiquista havia elegido por avassaladora maioria três anos antes, resolveram em bloco, todos eles, antecipar o acto eleitoral. Foi o bastante para o estrondear de um vendaval de desvergonha, pese o pleonasmo, desavergonhadamente mascarado de um eticismo verdadeiramente purulento.
Vários donos de empresas de multimédia perfilaram-se através de serventuários que arregimentaram. A comunicação social deu guarida a promíscuos jornalistas, comentaristas, opinadores, cronistas. Os tribunais andaram numa dança, inventaram-se pareceres de juízes e de órgãos hierárquicos da justiça, cozinharam-se filmes de terror com dignos representantes da Magistratura do MP no papel de protagonistas, camuflados de polícia à paisana que, munidos de cadeado e pistola em punho, fechariam a sete chaves as urnas de voto e dispersariam o povo que tivesse o topete de se apresentar para gerir através da sua participação aquilo que é seu e só seu. Enfim, uma balbúrdia daquelas a que o povo já está bem acostumado e à qual se mantém numa indolência resignada e desprezativa.
Falou-se, escreveu-se, opinou-se e comentou-se, de ética e sobre a ética que consubstanciava a antecipação do acto eleitoral. Ninguém se preocupou com os donos, os verdadeiros e únicos donos do Sport Lisboa e Benfica, o povo, a verdadeira nação Benfiquista.
Mas o povo, o povo Benfiquista, o único e o verdadeiro dono do Sport Lisboa e Benfica, ensinou aos mentecaptos da ética de pacotilha o que era a verdadeira ética da nação Benfiquista.

A nação Benfiquista, o povo do Benfica ensinou mas os mentecaptos não aprenderam! Também não o surpreendeu, nem esse devoto povo acreditou minimamente que tais estultos eticistas aprendessem alguma coisa. Bastou-lhe expulsá-los do seu seio, impedindo-os de voltarem a conspurcar o seu Sport Lisboa e Benfica.

E o espelho daquelas éticas daqueles labregos da moral aí está bem documentado no almoço em honra do condenado por corrupção na forma tentada, e a cumprir a respectiva pena, naquela casa que devia ser o espelho, sim, mas da democracia e das virtudes. Só que o povo português, nele incluído o povo Benfiquista maioritariamente constituinte daquele, já não acredita, nem na casa, nem nos seus inquilinos. Por isso não vota. Por isso aqueles inquilinos, que ainda ilegítima e imoralmente se designam a si próprios representantes do povo, são apenas representantes de si mesmos, eleitos quase unicamente pelos seus próprios votos.

Um dos crimes que mais repugna ao povo é o crime de corrupção, o crime que mina todos os alicerces de uma sociedade, todas as estruturas de uma democracia, todas as regras da Moral e do Direito. Os inquilinos da casa dita berço da democracia aprovaram, e disso fizeram publicidade, mais tipos de crime de corrupção, designadamente a corrupção desportiva.
Mas fazem naquela dita morada almoços com condenados por corrupção, mesmo que na forma tentada, que estão a cumprir pena. Uma pena ditada por instâncias de justiça com toda a legitimidade para julgar e condenar num Estado de Direito.
Compreende-se o seu desagravo ao condenado. É que o povo português sabe bem que as leis são para aplicar a esse mesmo povo, aos pobres e remediados, aos que trabalham e se sacrificam. E são capa de suposto desagravo e de impunidade para a classe dirigente que é a classe que, verdadeiramente, comete e pratica a verdadeira corrupção.

E por onde andam agora os moralistas da pacovice? A comunicação social, jornalistas, cronistas e comentadores de boca cheia de ética vesga?
Nem um queixume, num espelhar cristalino da imensidade da sua hipocrisia endémica.

O povo Benfiquista mais uma vez deixou um aviso muito claro! Os ditos altos dignitários da nação, neles incluídos toda a aquela praga supra descrita, bem podem andar às turras entre eles, bem podem supostamente desagravar-se depois mutuamente, bem podem fazer que trabalham pela nação, bem podem apelar ao voto que os perpetue nas suas pantominices.
Os jornais e jornalistas, pomposamente auto designados de quarto poder e, portanto, farinha do mesmo saco, trocas e baldrocas dos nacos do poder e da podridão em que ele submerge, bem podem tentar o envio dos seus serventuários e capangas para tomar o Sport Lisboa e Benfica, bem podem arrotar as obscenidades que são a sua substância ontológica.

O povo da nação presenteia-os com a sua indiferença. O povo da nação já não considera aquela morada, dita berço da democracia, como fazendo parte do seu sentir quotidiano. O povo da nação considera aquela morada o covil das piores virtudes nas quais não se quer ver representado.

Mas o povo Benfiquista não! O povo Benfiquista voltou a dizer claramente que o Sport Lisboa e Benfica foi, é e será só do povo Benfiquista!
No Sport Lisboa e Benfica não cabe a balbúrdia que impera na classe dirigente da nação!
No Sport Lisboa e Benfica está espelhada a ética como sua virtude substancial!
No Sport Lisboa e Benfica sempre houve, há e continuará a haver a prática da verdadeira democracia!
No Sport Lisboa e Benfica o povo vai sempre votar e exercer a democracia, não se abstém numa desdenhosa resposta aos títeres da nação!
No Sport Lisboa e Benfica o povo Benfiquista quer que os seus representantes sejam parte do povo e do sentir Benfiquista!

Senhores ditos representantes da nação, continuem a desonrar essa casa dita berço da democracia com as vossas promiscuidades.
Senhores dirigentes e donos de empresas, de multimédia ou de outras, continuem a pagar aos vossos serventuários e capangas, continuem a tentar o golpe da sujeira, que é o que vos resta.
Senhores jornalistas, cronistas, comentadores e opinadores, continuem a destilar a vossa sordidez, a mesquinhice da vossa pequenez, em rádios que ninguém ouve, em televisões que poucos vêem ou em jornais que poucos lêem.
Mas não tentem apropriar-se do Sport Lisboa e Benfica, que o povo Benfiquista esmaga-vos como insectos nojentos.
O Sport Lisboa e Benfica não está à venda!
O Sport Lisboa e Benfica é do povo e só do povo, do Povo Benfiquista!

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