terça-feira, 23 de dezembro de 2008

FALANDO DE AVALIAÇÃO

Tem estado em foco o tema da avaliação do desempenho. E perante tão acesa polémica, parece que já era tempo de começar a pensar a sério na avaliação que engloba tudo o que rodeia a arbitragem do futebol caseiro, se se quiser que este deixe de ser a triste e penosa realidade em que se tornou. De facto, parecem pertinentes as seguintes questões:
- Quem avalia os árbitros de futebol?
- Quem avalia os que têm por missão avaliar esses árbitros?
- Quem avalia aqueles que os nomeiam para arbitrar?
- Quem avalia os que têm por missão preparar esses mesmos árbitros para a mui difícil missão de ser Juiz, com toda a inerência de imparcialidade, rigor, verdade, honestidade e competência técnica?
- Finalmente, quem pune aqueles que roubam descaradamente uma equipa que dá o melhor que sabe e pode?

A grande massa de adeptos, cujo futebol é uma das suas principais paixões de vida, desconhece por completo as respostas a estas questões. Ou, talvez correspondendo melhor à realidade, sabe bem quem é o grupo que comanda, que "tem jogado e joga na sombra", até porque já houve para aí uns arremedos de condenações por corrupção mas todos sentem que é a mais descarada impunidade a que continua o seu reinado tenebroso. Por isso, sabem também, com aquela sabedoria bem popular que nunca se engana, que o futebol em Portugal, de há 3 décadas para cá, é uma mentira pegada. A verdade desportiva é, dizem, coisa que há muito se tornou numa miragem. E vingam-se, deixando cada vez mais os Estádios vazios, às moscas, subtraídos que foram e enganados que se sentem no desabrochar genuíno das emoções próprias do sortilégio mágico do resultado final de um jogo de futebol. Sabem já eles muito bem, com aquela certeza da sua tradicional sabedoria, que os resultados estão de antemão combinados e decididos, são falsos como Judas e não estão mais para ser enganados. Agora, só vão dizendo que o seu sortilégio emocional está apenas concentrado em verificar por quanto e de que modo é que um árbitro vai preparando, ao longo da partida, o resultado final querido pelos poderes que o comandam. Sim, porque já ninguém os consegue convencer de que as grossas "asneiras" patentes a olho nu são fruto de uma alegada incompetência técnica que certos "pensadores e escrevinhadores" lhes tentam enfiar na cabeça.

Ainda há quem tente convencer de que os erros dos árbitros são próprios da dificuldade de ter que ajuizar em milésimos de segundo, ou radicam na sua deficiente competência técnica. Mas estamos a falar de excepções que só vêm confirmar a regra. E a regra é a de que os árbitros - também pode haver alguma excepção - erram porque querem errar, porque têm de tentar tudo para que o resultado final seja conforme ao que foi combinado ... ou coactivamente imposto para vingar na profissão, numa demonstração inequívoca de coacção moral.
Há realidades factuais verificadas ao longo do tempo, e até já provadas, que bem ilustram esta regra. Sem pretendermos ser exaustivos, enumeraremos algumas.
Escandalosamente, os árbitros erram sempre contra uns e favorecem sempre, outros, seja nos jogos directos, seja nos indirectos.
Tem sido também bem visível e notório que para a já famosa "jarra" vão apenas os árbitros que, tendo sido de facto incompetentes, não prejudicaram, com erros decisivos, nenhuma das equipas em confronto. Só basta que, para isso, os "patrões" dos "juízes da jarra", ou os serventuários desses "patrões", tenham bufado para os microfones da imprensa "amiga".
Não menos importante é reconhecer que, efectivamente, na vida há coincidências. Mas coincidências de coincidências?! Explicando melhor, coincidências repetitivas, repetidas até à exaustão?! A coincidência é, por definição, um acaso, um imprevisto, um facto fortuito! Não é uma realidade que repetitivamente vai acontecendo com uma regularidade espantosa e inconcebível! Isto dá uma ideia bem aproximada do papel do "patrão" dos árbitros, quer dizer, de quem os nomeia e os dirige.
A grande massa adepta desconhece quem avalia os árbitros. Mas sabe algumas coisas. Sabe que há árbitros que fizeram encomendadas e péssimas arbitragens e que são bem avaliados e sabe que há árbitros que fizeram boas arbitragens - excepções muito raras - sem erros graves influenciadores do resultado final, e que são penalizados na sua avaliação. Tudo está em saber quem prejudicaram e beneficiaram, directa ou indirectamente.
Também se sabe que um dos grandes responsáveis pela classificação final dos árbitros está acusado de mais de uma centena de crimes por falsificação de classificações. E sabe-se ainda porque tais factos estão registados em conversas telefónicas, igualmente sabendo o povo que, por muito que queiram fazer para que elas sejam consideradas ilegais - e, no plano jurídico-penal, não o conseguiram - o que lá está dito é o que lá está dito e essa realidade ninguém a pode destruir ... nem sequer os acusados o ousam tentar!

Sabe-se, porque igualmente registado e gravado em conversas telefónicas, que houve pressão directa sobre árbitros, em especial com a célebre frase "manda quem pode, obedece quem deve".
E falta muita coisa que se sabe e não está registada nessas conversas. Sabe-se entre outras coisas, que se vai ao Brasil de férias e a conta aparece registada e paga por uma agência afecta a um clube já condenado desportivamente como corrupto, conquanto com uma punição que só faz rir e reforçar a desconfiança endémica do povo na "justiça" da
Justiça.
Sabe-se finalmente um facto, de fonte muito próxima e fidedigna, que certo árbitro, confesso benfiquista, antes, durante e após o término da sua carreira arbitral, anulou um golo ao Benfica, nos instantes finais de um jogo nas Antas, que lhe daria uma Supertaça, não porque tivesse sido corrompido directamente para isso, mas porque bem sabia que seria gravemente prejudicado na sua avaliação e classificação.

Até se acredita que a grande maioria dos árbitros não seja corrompida de forma directa. Porém, mantendo-se na íntegra o aparelho da avaliação e classificação dos árbitros, com seus "donos" e "serventuários", é fácil de compreender o outro tipo de corrupção de que se não fala mas é bem mais sofisticado, a corrupção por coacção moral. É que a "vidinha" custa a todos e seria preciso muita estatura moral para denunciar a situação concreta. E não só apenas isso como, fundamentalmente, lutar contra a falta de prova e, em especial, contra o arremedo de contraprova que o resto da comandita, agarradinha ao tacho, não deixaria de produzir. Numa corporação de interesses, de que há tantos exemplos em Portugal, não há muitos "heróis". Seria preciso, pois, que o Governo olhasse com olhos de ver para a importância da indústria do futebol e criasse mecanismos que propiciassem tanto quanto possível a imparcialidade de todos os órgãos decisórios a ele ligados e impedissem e erradicassem de igual modo a enorme suspeição enraizada que é a regra no futebol português.

Sabe-se que, no futebol actual, já não há supremacias absolutas em cada jogo, seja o adversário quem for. As vitórias surgem, na maioria das vezes, não em resultado de exibições de encher o olho, mas em razão dos pequenos pormenores. Hoje, vinga a regra do resultado, não a da exibição, mesmo nos considerados melhores treinadores do mundo. Posto isto, vamos a alguns exemplos muito concretos.
O FCP conseguiu, no campeonato passado, uma porção de vitórias pela diferença mínima, delas sobressaindo o 1-0. Vamos supor que, em cinco ou seis desses jogos, o respectivo árbitro lhe anulava o golo, mesmo alegando a razão mais disparatada que lhe viesse à cabeça. Suponhamos que esses árbitros - nos quais se incluem sempre os auxiliares, cujo papel não é menos preponderante - lhe anulavam o golo da vitória por suposto fora-de-jogo, tal como fizeram no Benfica-Leixões dessa época, que assim terminou empatado a 0-0. Agora imaginem o resultado final da classificação geral, em especial se fosse ao contrário, isto é, que o Benfica, mesmo não sendo beneficiado, ao menos não tivesse sido prejudicado nesse jogo e noutros, como o do Bessa.

No campeonato actual, é opinião mais ou menos pacífica na imprensa - exceptuam-se os conhecidos serventuários do poder ainda instalado e que são muitos - de que o Benfica não foi minimamente beneficiado em qualquer dos jogos disputados, mas tem sido severamente prejudicado na esmagadora maioria deles.
Foi prejudicado em Vila do Conde onde viu ser-lhe escamoteada uma grande penalidade flagrante que lhe retirou dois pontos.
Foi prejudicado em Matosinhos, onde foi espoliado de um golo limpo - era 0 2-0 a pouco tempo do fim - por hipotética falta sobre o guarda-redes contrário, quando ele chocou e caiu devido à carga de dois colegas seus, não tendo o jogador do Benfica e marcador do golo tocado sequer ao de leve no mesmo.
Foi prejudicado contra o Sporting, tendo-lhe sido roubada uma grande penalidade nítida, conquanto sem consequências na vitória.
Foi gravemente prejudicado em Guimarães, quer com agressões bárbaras sofridas sem a devida punição, quer com a invalidação de jogadas limpas de golo eminente a seu favor, igual e felizmente sem consequências na vitória.
Foi prejudicado contra a Naval com um novo escamotear de uma grande penalidade do tamanho da Torre Eifel, felizmente também sem consequências na vitória.
Foi prejudicado contra o Setúbal com a anulação de um golo limpo, só possível por arrependimento e terror das consequências que ao ajuizador adviriam, aqui com resultado desastroso.
Foi prejudicado contra o Nacional da Madeira pelo autêntico e escandaloso roubo de um golo limpo que lhe retirou a vitória nos instantes finais. Do autêntico roubo deste golo limpo, escreveu ipsis verbis um jornalista no jornal de maior tiragem nacional:
«a decisão de invalidar o golo a Cardoso só tem uma justificação: "impedir o Benfica de ganhar"»
Esta frase significa apenas e só que o árbitro anulou deliberada, livre e conscientemente, o golo, com dolo directo. Ele quis directamente aquele resultado, bem sabendo que, da sua actuação de anular o golo, o mesmo resultado se iria verificar. E o resultado, a intenção deliberada, livre e consciente, era impedir o Benfica de ganhar o jogo, custasse o que custasse!
A mando de quem? À sombra de que interesses? E a verdade desportiva?
Quer dizer, já não é só a massa adepta, a dizer à
"boca calada mas cheia", que os árbitros erram contra o Benfica para o roubar, para lhe roubarem as vitórias, para o impedir a todo o custo de ganhar.

Com tudo isto, o Benfica, sem nunca ter sido beneficiado, quer directa, quer indirectamente, foi autenticamente roubado em 10 pontos! Repetimos, dez pontos! Quantos clubes, quantas equipas se conseguiriam aguentar com tamanho roubo?
E não há nada que se possa fazer, caros dirigentes do Benfica?



Sem comentários:

Enviar um comentário